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do Ator
"Tio Stanis", ou Constantin Stanislavski em 1898, com o seu figurino para a peça "A Camareira",
de Carlo Goldoni
A PRIMEIRA PROVA
O primeiro capítulo trata-se do registro de impressões sobre o estudo do Teatro, a partir das
experiências dos estudantes, do diretor e do assisttente de direção, nesta turma que inicia o
trabalho. O diretor pede aos alunos que elaborem uma cena, à sua escolha. Num primeiro
momento pensam em coisas mais simples, mas depois, influenciados pelos colegas acabam
por escolher Shakespeare. Eles ficam alguns dias ensaiando livremente, ou seja, de acordo
com as suas referências de memória para criar as cenas e as personagens. Kóstia escolheu
“Otelo” para representar, formando dupla com Paulo. No dia seguinte, chega atrasado no
primeiro ensaio o que causou um constrangimento entre os colegas, ele e o assistente de
direção. Que falou sobre a importância de guardar a melhor impressão do primeiro trabalho
na vida de um artista. E, também, sobre o comprometimento com o grupo. Aqui fala da
‘vontade criadora’. E da disciplina que um ator precisa ter/adquirir. O atraso deveu-se a ele
ter ficado se familiarizando com o papel de Otelo. Teve várias idéias atarvés de suas
percepções, como o aspecto que o Mouro deve ter, por exemplo. Ele foi sempre repetindo a
sua forma de ensaiar, de atuar. No primeiro ensaio entre Paulo e Kóstia, surgiu uma
diferença com relação à concepção e da maneira de estudar o papel. O 1º se interessava
pelos aspectos interiores da personagem, enquanto que para o 2º, o ambiente exterior era
mais importante. Kóstia sentiu extrema dificuldade para se adaptar ao local de ensaio, que
não era o seu quarto. Ele precisava de todas aquelas referências para resgatar a sua
inspiração. E, nada do que havia pre-determinado, sozinho, se encaixava com a atuação de
Paulo. Ficando claro, aqui, a importância de relacionar o papel com o contexto da história e
com as outras personagens. Ele começa a questionar-se o por quê de sempre estar fazendo
a mesma coisa em seus ensaios. Então, quando é obrigado a mudar o local de ensaio e a
falar em voz baixa, percebe que seu ‘estado de alma’ se transformou. No ensaio, resolveu
improvisar, mas se atrapalhou e esqueceu o texto. Concluiu que seus métodos o estavam
dominando. Paulo e Kóstia começam a se entrosar nos ensaios. Mas quando forma para o
grande palco, Kóstia se perde, porém, continua atuando mecânicamente – falta de
concentração, ambinte estranho. Referência à importância dos exercícios caseiros. Mais uma
vez no palco, percebe que precisa se ajsutar ao espaço. Mas era difícil. Eles íam mostrar
para os colegas os seus trabalhos. Menciona o querer “se livrar” de apresentar o exercício e
da ansiedade. No ensaio posterior a esse, foi maquiado, estava figurinado. Mas, no palco,
representou mecânicamente, queria acabar depressa e ir pra casa. No dia da prova de
atuação sentiu mais fortes o temor e a atração do público. Porém o seu esforço para exprimir
mais emoção do que sentia deixou-o impotente e com raiva, na hora de uma fala importante
do texto, jogou esses sentimentos nela. Esse “sentir” despertou nele a emoção. Então uma
‘energia’ deixou-o livre de qualquer temor. E conseguiu atuar com abandono, naquele
momento, o que se refletiu em Paulo também. “Uma entrada, uma palavra e o sentimento se
transmite.”
Representar verdadeiramente – ser lógico, coerente, pensar, lutar, agir e sentir em uníssono
com o papel. Abrir os caminhos para a inspiração. A tarefa do artista é além de representar a
vida exterior da personagem, adaptar suas próprias qualidades humanas à vida desta outra
pessoa. O objetivo é criar a vida interior de um espírito humano e dar-lhe expressão
artísitica e bela.
Neste capítulo é explicitada a importância do preparo físico afim de exprimir uma vida.
“delicadíssima” e em grande parte subconsciente. O ator deve ter controle sobre uma
aparelhagem física e vocal sensível e preparada. O equipamento interior cria a vida do papel
e a aparelhagem exterior deve reproduzir, com precisão, os resultados do nosso trabalho
criador das emoções. Nenhuma técnica artificial, teatral, pode se comparar ao que a
natureza produz. Aqui o autor ressalta que o ATOR precisa se alicerçar nas bases orgânicas
das leis da natureza para não se perder pelo caminho. O diretor comenta com seus alunos
sobre alguns tipos de atuação que não se valem do trabalho criador. Na ATUAÇÃO
FORÇADA, por exemplo, os atores, geralmente, não conseguem manter a energia durante
todo o espetáculo. Pois leha faltam reservas físicas, nervosas e emocionais. Se valem dos
momentos de inspiração, mas se ela não vem a atuação torna-se sem vida e com exagero.
Na ARTE DA REPRESENTAÇAO o ator vive o papel como preparativo de uma forma
exterior, apenas. Segundo Tórtsov, em nossa arte é preciso VIVER o papel a cada instante
que o representamos e em todas as vezes. Neste momento, é mencionado o uso do espelho
por um dos estudantes com o objetivo de verificar se os seus sentimentos estavam se
refletindo exteriormente. Então, o diretor fala do cuidado que se deve ter pois o espelho
ensina o ator a ver antes o exterior do que o interior da alma e do papel. Também fala sobre
o perigo de após ter sentido o papel pela primeira vez, ficar repetindo os movimentos, as
entonações e expressões, sem emoção. Outro ponto discutido é a colocação de
“maneirismos” exteriores de alguma persona. A imitação nada tem a ver com a capacidade
criadora. Para a arte da representação o teatro é uma convenção e o palco é muito pobre de
recursos para criar uma ilusão da vida real. Este tipo de arte mostra mais uma possibilidade
de nos encantar do que de nos comover. Mas os sentimentos humanos delicados e profundos
não se submetem a essa técnica. Exigem a cooperação direta da própria natureza. É
fundamental saber O QUE está SENTINDO em cena. Neste momento do texto é observada
“… o pior é que os clichês preencherão todos os pontos vazios do papel que não estiver
solidamente impregnado do sentimento vivo (…) os clichês, muitas vezes, se antepõem ao
sentimento vivo e lhe barra a passagem. As EMOÇÕES TEATRAIS são uma espécie de
refúgio, de imitação artificial da periferia dos sentimentos físicos. E para acioná-las é possível
dar corda, artificialmente, aos nervos. A SOBREATUAÇÃO, o EXAGERO serve-se dos mais
amadorísticos carimbos. Por exemplo, represenatr um Mouro como um selvagem,
caminhando de um lado para o outro, mostrando os dentes e revirando os olhos. Atenção ao
criar um papel. Para não saltar sobre o primeiro traço, que por acaso, nos passa pela mente.
É um método de retratar o sentimento “em geral”. Usado sem qualquer relação com o
COMO, o POR QUÊ e as CIRCUNSTÂNCIAS. Se usa das primeiras convenções humanas de
ordem geral que aparecem e delas se servem.
“Um papel construído à base de verdade cresce, ao passo que fenece o que se baseou em
clichês.”
EXPLORAÇÃO DA ARTE?????
FRONTEIRAS DA ARTE??????
Para a preparação do ator, segundo essa escola – atividades regulares, cujo objetivo é
desenvolver a voz e o corpo. As aulas são diárias, porque o desenvolvimento dos músculos
do corpo humano requer exercício sistemático e cabal e muito tempo.
AÇÃO
Essa é a primeira aula com o diretor. Ele propõe um exercício e escolhe uma das alunas. Ela
fica muito nervosa e os outros colegas riem, achando-a engraçada. A primeira lição é
aprender quando se deve rir e do quê. Com esse exercício – um por vez, senta na cadeira,
no palco. Várias sensações tomaram conta das pessoas, como vergonha, medo, desconforto,
vontade de agradar. Isso transpareceu em cada um. Porém, quando o diretor sentou com o
objetivo de sentar chamou a atençao dos alunos. Ele então explica que qualquer ação que se
for fazer no palco deve ter algum objetivo, um propósito determinado. O diretor segue
comentando sobre a auto-exibição. De como ela afasta os artistas dos domínios da arte viva.
E o fato de ser mais interessante estabelecer o objetivo da ação que será realizada no palco.
“A ação, o movimento, é a base da arte que o ator persegue”. Segue afirmando que, muitas
vezes, a imobilidade física não significa passividade. E, que a mesma pode ser resultado
direto da intensidade interior – sendo essas atividades íntimas de maior importância
artística.
“A essência da arte não está nas suas formas exteriores, mas no seu conteúdo espiritual”.
Na próxima aula, outro exercício foi proposto por Tórtsov. Deu um estímulo, por meio de
uma breve história que tinha sentimentos e ação pré-determinados. A aluna deveria procurar
um broche do qual dependia sua permanência nas escola de teatro. Ele estava espetado
numa das dobras da cortina, no palco. E ela deveria procurar aquilo como a sua salvação.
Num primeiro momento, Maria quis representar a procura do broche. Para isso, valeu-se de
diversos artifícios para mostrar que estava nervosa, preocupada. No final do improviso ela
acabou esquecendo-se de encontrar o objeto. O diretor, então, lembrou-a que somente
poderia continuar na escola se encontrasse o broche. Foi quando ela entendeu que deveria
procurar mesmo. Ela ficara sinceramente aflita com essa busca.
“Em cena, não corram por correr, nem sofram por sofrer. Não atuem de um modo geral, pela
ação simplesmente, atuem sempre com um objetivo”.
“Em cena não pode haver, em circunstância alguma, qualquer ação cujo objetivo imediato
seja o de despertar um sentimento qualquer por ele mesmo”.
Foi sugerido ao diretor, por um dos alunos, que houvessem mais apetrechos no palco, para
eles poderem improvisar melhor. No outro dia, a sugestão foi contemplada. Mas os alunos
não entenderam a proposta, pois permaneceram no espaço como se estivessem na salal de
casa – conversando em grupinhos. Tórtsov precisou lembrá-los de que a aula já havia
começado. Eles ficam meio inseguros, sem saber o que fazer. Enquanto isso, o diretor ficou
provocando-os a usar sua imaginação. Até que foi obrigado a dar estímulos.
“Quando uma ação carece de fundamento interior, ela é incapaz de nos prender a atenção”.
O diretor continua forçando para que os alunos façam acender a imaginação. Existe uma
certa resistência. Então ele faz uma provocação aos alunos – que se eles não forem capazes
de acender uma centelha dentro deles, ele não tem mais nada a dizer. E que os verdadeiros
artistas sentirão essa vontade sem acessórios. Os alunos insistem que o diretor lhes dê
orientações para que representem algo. Ele, então, introduz um elemento no exercício de
fechar a porta – um louco que havia fugido do hospício estava atrás da porta. O que eles
fariam? Neste instante, o ‘objetivo interior’ havia se modificado. Os espíritos dos alunos se
concentravam em calcular o valor do propósito do ato em função do tema proposto. No
próximo momento, Tórtsov introduziu a questão do “SE”. De como ele “atua como uma
alavanca que nos ajuda a sair do mundo dos fatos, erguendo-nos ao reino da imaginação”.
Dentre as funções do “SE”; produzir um estímulo interior, despertar uma atividade interior e
real e o faz com recursos naturais, estimular o subconsciente do criador, ajudar a executar a
“CRIATIVIDADE INCONSCIENTE POR MEIO DA TÉCNICA CONSCIENTE”. O segredo do
“SE” consiste em tranquilizar o artsta com sua franqueza (por ser uma situação imaginária) e
lhe inspira confiança.
“Para obter este parentesco entre o ator e a pessoa que ele está retratando, acrescente
algum detalhe concreto, que preencherá a peça, dando-lhe sentido e absorvente ação. As
circunstâncias que servem de complemento ao “SE” são tiradas de fontes próximas do
sentimento do ator e exercem fortes influências na sua vida interior”.