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QUALIDADE NA SEMEADURA DAS CULTURAS DE

INVERNO
Em qualquer sistema, a semeadura deve possibilitar o estabelecimento rápido e
uniforme da população de plantas desejada. Para isso, a semeadora deve formar um
ambiente de semeadura que possibilite a absorção de água pelas sementes e as condições de
temperatura e disponibilidade de oxigênio adequadas ao processo de germinação.
As semeadoras-adubadoras realizam o corte da palhada, a abertura de sulcos no
solo, dosagem das sementes que serão distribuídas, colocação das sementes nos sulcos,
cobertura das sementes depositadas, fixação da camada de solo em volta das sementes e
aplicação, dosagem e incorporação dos fertilizantes. A máquina deve garantir uniformidade
de distribuição em todas as linhas, colocar as sementes em profundidade uniforme e cobri-
las com uma camada de terra.
As máquinas utilizadas para a semeadura das culturas de inverno ou culturas de
grãos finos (trigo, aveia, cevada,...), são denominadas de semeadoras de fluxo contínuo, ou
seja, apresentam sistema de distribuição de sementes através de rotores acanalados
helicoidais, que distribuem as sementes de forma contínua, diferentemente das semeadoras
de precisão que distribuem as sementes individualizadas. Outra característica marcante das
semeadoras de grãos miúdos é o espaçamento entre linhas. Estas máquinas apresentam
espaçamentos entre linhas reduzidos, normalmente de 17 cm.
Basicamente existem dois tipos de semeadoras que podem ser utilizadas para a
semeadura de grãos finos:
- semeadoras específicas para grãos miúdos, tipo TD e,
- semeadoras múltiplas, que realizam tanto a semeadura de grãos finos como de grãos
graúdos.
No caso das máquinas múltiplas, se faz necessário prepará-las para a semeadura
com espaçamento reduzido, visto que o último trabalho realizado por estas máquinas foi a
semeadura de culturas de grãos graúdos (soja, milho,...), que utilizam-se de espaçamentos
entre linhas maiores.
As máquinas múltiplas são importantes, pois, além de proporcionarem melhorias na
qualidade do Sistema Plantio Direto, possibilitam a introdução de novas espécies,
viabilizando, desta forma, a rotação de culturas que é fundamental para o sucesso do
sistema. Estas máquinas também apresentam algumas particularidades, no que se refere a
qualidade da semeadura: trabalham com rodas limitadoras de profundidade e por isso
apresentam maior uniformidade na profundidade de colocação das sementes e menor
revolvimento de solo, o que é uma característica muito favorável em se tratando de Plantio
Direto. Outra característica importante das máquinas múltiplas é a utilização de dois tubos
porta-ferramentas para a fixação das linhas. Isto representa maior defasagem entre as
mesmas resultando em maior vazão da palhada, diminuindo significativamente a
possibilidade da ocorrência dos “embuchamentos”.
No sistema plantio direto a operacionalidade das semeadoras assume papel
importante, uma vez que vários fatores afetam o estabelecimento da cultura, entre eles a
velocidade e a profundidade de semeadura. Além desses, também é importante o teor de
água no solo, que na Região Sul do Brasil costuma ser excessivo na época de semeadura,
prejudicando a eficiência das semeadoras, o que aumenta a importância da capacidade
operacional em condições de umidade ideal de semeadura.
PROFUNDIDADE DE SEMEADURA

A profundidade de semeadura deve ser adequada para que possa garantir a


germinação e emergência das sementes e rendimento de grãos, para isso, deve-se considerar
as características das sementes, as condições físicoquímicas do solo, clima e manejo das
culturas.
Maiores profundidades de colocação das sementes podem causar dificuldades de
emergência das plantas devido ao maior consumo energético das reservas das sementes.
Profundidades inferiores a 2,0 cm podem determinar dificuldades na germinação e
emergência em situações de baixo teor de umidade no solo e também, devido ao menor
contato da semente com o solo.
A profundidade de colocação das sementes é um fator de difícil controle,
especialmente em se tratando de Plantio Direto devido a presença da camada de palha na
superfície do solo. O controle da profundidade de semeadura das culturas de inverno pode
ser realizado através de aros limitadores fixados junto aos sulcadores nas máquinas tipo TD
ou através de rodas limitadoras de profundidade posicionadas ligeiramente atrás dos
sulcadores, no caso das máquinas múltiplas. Neste caso é possível a realização de diferentes
ajustes para diferentes situações de plantio.

VELOCIDADE DE SEMEADURA

A velocidade de semeadura tem grande influência sobre o desempenho das


semeadoras. Em geral pode-se afirmar que na grande maioria das situações e em todos os
diferentes sistemas de semeadura a qualidade da semeadura diminui quando se aumenta a
velocidade de trabalho. Alguns trabalhos têm mostrado que o uso de maiores velocidades
de avanço durante a semeadura resultam em populações de plantas menores, maiores
distâncias entre as plantas e aumento dos danos mecânicos nas sementes.
Em geral, a velocidade recomendada para a semeadura das culturas de inverno,
segundo recomendações dos fabricantes, é de 6,0 – 8,0 km/h.
A eficiência das semeadoras poderá ser avaliada por meio de dois parâmetros
principais: a distribuição longitudinal de sementes e o coeficiente de variação dos
espaçamentos. A uniformidade de distribuição longitudinal de sementes é uma
característica que mais contribui para a obtenção de um stand adequado de plantas e,
consequentemente, para a melhoria da produtividade das culturas.

CALIBRAÇÃO DA SEMEADORA

A recomendação oficial da quantidade de sementes para as culturas de inverno


varia, conforme a cultura, de 200 a 330 sementes aptas/m². A recomendação para o trigo,
por exemplo, é de 300 a 330 sementes aptas/m², já para a cevada recomenda-se de 225 a
250 sementes aptas/m². Como o peso de mil sementes destas culturas pode variar muito em
função das condições climáticas, da adubação nitrogenada, da cultivar entre outros, o ideal
é que a regulagem seja feita em função do número de sementes por metro linear. Desta
forma, em uma semeadura com espaçamento de 17 cm entre linhas, deverão ser
distribuídas, entre 50 até 60 sementes por metro linear, o que resultará em 300 a 330
plantas/m².
Para calcular a quantidade de sementes a ser distribuída por hectare, deve-se seguir
os seguintes passos:
a) considerando-se um stand desejado de 300 plantas/m², deve-se corrigir o poder
germinativo da semente (90%):
sem/m² = 300 x 0,9 = 330 sem/m² ou 3.330.000 sem/ha.
b) supondo-se que o peso de mil sementes seja de 40 gr., a quantidade em kg/ha será:
Kg/ha = 3.330.000 x 40 gr = 133,2 kg/ha
c) se o espaçamento utilizado for de 17 cm entre linhas, então teremos uma constante de
588,2 (10.000 m² : 17 cm), assim:
133,2 kg/ha : 588,2 = 226,5 gr. de sementes/linha/100metros
d) se em 40 gr temos 1000 sementes, em 226,5 gr teremos 5.662,5 sementes.
Desta forma, para regular a quantidade de sementes, a semeadora após percorrer 100
metros deverá distribuir 226,5 gramas de sementes em cada uma das linhas, ou então,
deverá distribuir 56,6 sementes por metro linear.
A regulagem de fertilizante segue o mesmo raciocínio utilizado para a regulagem de
sementes, por exemplo: a quantidade desejada de fertilizante é de 250 kg/ha e a máquina
apresenta espaçamento entre linhas de 17 cm (constante de 588,2), então teremos:
250 kg/ha : 588,2 = 425 gr/100metros
A máquina deverá distribuir, em 100 metros percorridos, 425 gr de adubo em cada
uma das linhas.

AJUSTES DA MÁQUINA

Além dos aspectos relacionados a regulagem de semente e fertilizante, alguns


ajustes se fazem necessários para o bom desempenho da semeadora:
a) Abertura de sulco: as semeadoras de fluxo contínuo, sejam elas específicas para grãos
miúdos ou as múltiplas, utilizam-se para realizar a abertura do sulco o sistema de discos
duplos defasados. O desempenho destes sulcadores está diretamente relacionado às
condições do solo no momento da semeadura e a presença de palha na superfície do
solo, para isso as diferentes máquinas apresentam regulagens destes sulcadores que
podem ser realizadas através de pressão de molas, número de molas, regulagem dos
batentes das molas e curso dos cilindros hidráulicos. Aconselha-se que as linhas que
trabalharão sobre o rastro das rodas do trator, tenham regulagem de pressão um pouco
maior do que as demais linhas;
b) A uniformidade da profundidade de deposição das sementes no solo é um dos principais
fatores para a obtenção de uma rápida emergência e estabelecimento da cultura. Seja
através de aros limitadores ou de rodas limitadoras de profundidade, o controle da
profundidade deve ser realizado de forma criteriosa para que não ocorram erros
relativos à germinação das sementes;
c) Durante a semeadura a velocidade de deslocamento não deve ultrapassar 8,0 km/h, pois
até esta velocidade as máquinas conseguem manter o seu desempenho de regularidade
tanto para a distribuição de sementes como para a distribuição de fertilizantes. Vale
ressaltar também, que no Plantio Direto, altas velocidades é sinônimo de maior
revolvimento do solo, redução da eficiência de corte da palhada e menor profundidade
de semeadura;
d) Deve-se observar o estado geral dos dosadores de sementes e fertilizantes;
e) Verificar se os dosadores estão corretamente ajustados;
f) Verificar se os sulcadores e condutores não estão obstruídos;
g) Verificar a pressão dos pneus da semeadora;
h) Verificar se os mecanismos de transmissão estejam perfeitamente ajustados e,
i) Manter a semeadora sempre em perfeitas condições mecânicas para evitar atrasos na
semeadura.

Durante a operação de semeadura, alguns pontos devem ser observados para a


obtenção de uma operação com alta qualidade: eficiência de corte da palha, dosagem e
posicionamento do fertilizante, dosagem e posicionamento da semente, fechamento e
cobertura do sulco. A qualidade de corte da palha é um fator norteador de todo processo de
funcionamento da semeadura, pois dele depende o funcionamento dos demais componentes
da máquina. Um eficiente corte de palha pode ser analisado pelo grau de afastamento da
palha provocado pelos sulcadores, como também pelo número de ocorrências de
embuchamentos e de paradas.
Com relação a qualidade da fertilização, deve-se avaliar a regularidade da dosagem
e a variação entre as linhas. A regularidade da quantidade de sementes viáveis, posição
delas no solo e distribuição ao longo da linha de plantio são os parâmetros que qualificam o
processo da colocação de semente no solo realizado pela unidade semeadora. Por fim a
qualidade de desempenho da roda compactadora pode ser medida pela constância ou não da
presença de sementes descobertas ou sulco mal fechado.
A semeadura é uma operação delicada que não permite erros e, a atenção durante a
operação é de extrema importância, pois erros cometidos durante a semeadura poderão
inviabilizar a produção. O sucesso de uma cultura depende de uma boa semeadura, por isso,
atenção especial deve ser dada a esta operação.

ENG.-AGR. EDUARDO COPETTI


Gerente Desenvolvimento Mercado/Produto
SEMEATO S/A Indústria e Comércio

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- ARAÚJO, A.G.; CASÃO JUNIOR, R.; SIQUEIRA R. Mecanização do Plantio


Direto. Problemas e Soluções. IAPAR. Londrina-PR, 2001, 18p.

2- KLEIN, V.A. et alli. Velocidade de Semeadura de Trigo sob Plantio Direto. Revista
de Ciências Agroveterinárias. Lages/SC. V.7, n.2, p.150-156. 2008.
3- PECHE FILHO, A. Indicadores de Qualidade nas Operações Mecanizadas do
Plantio Direto. Internet

4- PORTELLA, J.A. Mecanismos Dosadores de Sementes e de Fertilizantes em


Máquinas Agrícolas.EMBRAPA-CNPT. Passo Fundo- RS, 1997. 40p.

5- SATLER, A. Equipamentos para Semeadura de Trigo. in: TECNOLOGIA PARA


PRODUZIR TRIGO NO RS.EMBRAPA TRIGO. Passo Fundo-RS, 2000. p170-181.

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