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BIBLIOGRAFIA
OBRAS GERAIS
OBRAS ESPECÍFICAS:
Juizados Especiais: Alexandre Câmara; Felipe Boring; José Roberto dos Reis; Carreira
Alvim.
Processo Coletivo: Rodolfo Camargo Mancuso (Manual – Ação Civil Pública); Aloísio
Gonçalves Castro Mendes (Obras sobre direito comparado); Hugo Nigro Mazzili (Manual);
Pedro da Silva Dinamarco, Marcelo Pereira (Tutela Coletiva – Freitas Bastos); Fredie Didier
Volume IV (Muito bom).
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Procedimentos Especiais
- Livro IV CPC
- Jurisdição Voluntária
3ª Parte
Procedimentos Leis Especiais (desapropriação, locação)
Ações Coletivas
INTRODUÇÃO
Marco da Ciência Processual: 1868 (Bulow – publicou a teria das exceções dilatórias e
pressupostos processuais). O Processo Civil passou a ser uma ciência autônoma. É o início da
fase científica. Aqui as bases científicas processuais começaram a se forma.
A) 1ª ONDA: gratuidade de justiça. Esse modelo de tutela de direitos exige que as pessoas,
para terem acesso, paguem. São as custas judiciais, além de contratar um advogado. As pessoas
que não tinham condições de pagar ficavam fora. O Estado, então, passou a isentar o cidadão das
custas judiciais, e ainda, instituiu um modelo de advocacia pública.
B) 2ª ONDA: se refere a forma individual de se proporcionar esse acesso. Não se tinha uma
atenção de proteção aos interesses do bem-estar social, isso se devia à influência liberal
(patrimônio). Trata-se do consumidor de massa, patrimônio público, conflitos de massa. Cria-se
uma forma, então, de pessoas irem a juízo em defesa do interesse público, pois não daria para
levar toda população para frente do juízo. Ou seja, sistematizou a tutela coletiva. A lei 7347/85
(Lei da ação civil pública), a lei 8.078/90 (CDC), a lei 12.016/09 (Mandado de segurança
coletivo). O Projeto de Lei 5139/09 está tentando harmonizar tais leis.
4ª – Execução que funcione. Antes o credor tinha que correr por ano atrás do
devedor, pois o código privilegiava demais o devedor.
Juizados Especiais
Reforma
Tutela de Urgência
- Art. 273
- Art. 461
- Art. 632
- Art. 524
- Art. 275
- Art. 1102-A
Essas reformas de 1994 e 1995 foram significativas. A próxima reforma significativa foi
em 2001 e 2002. Entre esses anos só houve uma lei significativa, foi a lei 9756/98, que alterou o
art. 557 CPC. Essa lei passou a permitir que o relator negue ou dê provimento de plano deste que
a matéria já esteja consolidada no tribunal ou de tribunal superior. (decisão monocrática). Antes
era apenas análise de admissibilidade formal.
Em 2001 e 2002 houve uma nova mudança significativa. Houve a inclusão do §6º e 7º no
art. 273, veio o art. 461-A (obrigação de entrega de coisa), o art. 644 e art. 645 também foram
alterados, reconhecendo um modelo de processo sincrético. Outra alteração na execução foi a do
art. 588 (passou a permitir a conclusão na execução provisória), mas foi revogado depois e
incluído no art. 475-O. Também o art. 522 com alterações no regime do agravo. O art. 530
restringiu as hipóteses de embargos infringentes. O art. 275 foi modificado de novo. A ação que
segue rito sumário saiu de 20 salários para 60 salários.
O bloco atual veio muito mais denso, porque nesse agora as mudanças não foram
pontuais. A partir da emenda constitucional 45 de 2004 as mudanças foram muito mais
acentuadas porque se observou uma mudança estrutural. Essa emenda foi denominada reforma
do judiciário (criou o CNJ, aumentou a legitimidade para o controle concentrado e inseriu
algumas coisas em processo civil). Inseriu a súmula vinculante (art. 103-A), a repercussão geral
em recurso extraordinário (art. 102 §3º) e o princípio da razoável duração do processo (art. 5º
LXXVIII – O processo tem que ter a duração necessária/suficiente, não tem que durar um tempo
certo e específico, porque cada caso é um caso.
- Lei 11.187/05: O agravo foi novamente alterado. A regra geral é do agravo retido (que
não serve para nada). O agravo de instrumento é necessário, mas apenas aqueles em que se
justifica.
- lei 11.232/05: Estudamos semestre passado (art. 475- A ao ...). Tornar a execução mais
eficiente para os casos de obrigação de pagar.
JUIZADOS ESPECIAIS
I – INTRODUÇÃO
A criação dos juizados especiais foi influenciada pelo movimento de acesso à justiça
deflagrado, principalmente, no Projeto Florença, iniciado com o Congresso Internacional de
Direito Processual realizado na década de setenta, pois foi identificado que havia uma demanda
reprimida na sociedade de conflitos envolvendo cujo objeto se mostrava de menor monta, tanto
sob o ponto de vista do valor, quanto da complexidade.
Essa demanda reprimida causava manifesta tensão social, e era desestimulada em razão,
principalmente, do custo elevado do processo e também da burocracia excessiva.
No Brasil, essa influência foi absorvida por juízes do Estado do Rio Grande do Sul que criaram
as denominadas câmaras de conciliação e arbitragem, no intuito de solucionar demandas de
menor complexidade.
A iniciativa se mostrou bem aceita e incentivou a criação deste modelo de administração de
conflitos para os demais Estados da Federação com a edição da Lei nº 7244/85 que determinou a
criação dos denominados, Juizados de Pequenas causas.
O constituinte de 1988 alçou a patamar constitucional a figura dos juizados, inserindo da
estrutura do Poder Judiciário os Juizados Especiais Cíveis e Criminais com a regra do artigo 98,
norma de conteúdo programático, que determinava aos Estados a criação deste microssistemas
na sua estrutura.
Em 1995, foi levada a efeito o comando constitucional com a edição da Lei nº 9.099/95, e assim
foram implantados Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbitos dos Estados por leis
estaduais específicas.
Com a experiência dos Juizados Especiais nos Estados, um grupo de juízes federais teve a idéia
de estender este modelo de justiça para as causas de competência da justiça federal, e assim foi
editada a emenda constitucional 22/99, que inseriu o § único no art. 98 CF para criar os juizados
especiais na estrutura da justiça federal.
E recentemente houve a criação da previsão dos juizados especiais fazendários, trata-se da lei
12.153/09. A lei ainda não entrou em vigor, só entra dia 20 de junho. Os estados terão 2 anos
para criar esses juizados. Seriam algumas causas de pequena complexidade que envolvam a
fazenda municipal, estadual e distrital.
Existe tendência de se criar também juizados especiais para causas de família.
Trabalharemos com o aviso 23/08, com os enunciados do FONAJE (fórum nacional dos
juizados especiais) e com os do FONAJEF
Outra questão importante é que nós tivemos 2 leis que alteraram a lei 9.099/95. Tratam-se
das leis 12.126/09 (alterou o art. 8) e 12.137/09 (alterou o art. 9º).
Sempre que houver uma lacuna nessas leis todas, deve-se fazer uma interpretação
sistemática com o CPC e a CF.
II – PRINCÍPIOS NORTEADORES
Todos os princípios processuais que importam numa visão de processo justo são
empregados nos juizados.
O juizado especial foi criado para proporcionar uma jurisdição justa. Então podemos
enxergar o contraditório, devido processo legal, isonomia, razoabilidade de duração do processo
etc.
Atenção!!! Para poder atingir a finalidade do juizado, o legislador fez previsão de princípios
específicos (que estão no art. 2º da lei 9.099/95). São eles:
3 – Identidade física do juiz. O juiz que colhe a prova deve proferir a sentença.
Se os atos são concentrados em audiência este juiz não pode transferir para outro proferir, pois
para esse chegaria tudo em documento (e isso se afastaria da verdade).
B) PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE
Esses são os princípios que vão nortear os juizados na sua criação, procedimentos etc.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste
artigo.
Essas causas do art. 275, II do CPC não têm que seguir a regra do art. 3, I, ou seja, não
precisam seguir o valor de até 40 salários.
Da mesma forma funciona com o inciso IV.
Atenção!! Aviso 23/2008, enunciado 2.3.1 diz que no RJ essa regra não vale, ou seja, todas as
causas terão que observar o limite de 40 salários mínimos.
O §1º do art. 3º diz que os juizados também são competentes da execução dos seus
julgados, e também para a execução de títulos extrajudiciais (só que aqui a causa não pode
exceder o limite de 40 salários).
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado
o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
O §3º do art. 3º diz que se ultrapassar o limite estabelecido no artigo vai importar em
renúncia ao crédito excedente.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente
ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
O § 2º diz que mesmo que a causa tenha pequeno valor, o legislador a considerou
complexa, excluindo-a dos juizados. (direito alimentar etc.). Atenção que aqui a hipótese de
exclusão da fazenda, mas isso caiu agora, por conta da previsão dos juizados fazendários.
Aviso 23, enunciado 2.6 – Ação coletiva não cabe nos juizados. A lei 9.099 não observou, mas
realmente essas causas são mais complexas.
Aviso 23, enunciado 2.7 – Ação monitória (ação de cobrança com rito próprio, logo, especial):
não cabe nos juizados, pois tem procedimento especial.
Aviso 23, enunciado 2.12 – Ações que seguem procedimentos especiais também não são
admissíveis nos juizados especiais.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I
deste artigo.
A lei 9.099, no artigo 7º, trata dos conciliadores e juízes leigos. Essas figuras fazem
partes da condução da atividade judicante dos juizados. São de extrema importância.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados
Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.
CONCILIADORES: São responsáveis pela sessão de conciliação. Ele funciona como mediador
ao acordo das partes. Pode ser que esta sessão seja presidida pelo juiz leigo, ou então pelo juiz
togado, mas não é comum. Geralmente, ela é presidida por um agente do juizado que tem essa
função. Os conciliadores são selecionados, preferencialmente, entre bacharéis de direito. Mas
sabemos que na prática essa função é composta por estudantes de direito. O bom senso, técnicas
de mediação, tranqüilidade etc. são características importantes para o conciliador.
Mas na prática observa-se que o conciliador apenas indaga às partes se tem possibilidade
de acordo. Só que essa não é função dele. Para fazer só isso não precisaria ele existir.
Ele vai explicar às partes quais são os riscos do processo, quais são as tendências, as
circunstâncias que envolvem a causa etc.
JUIZ LEIGO: Ele tem uma função um pouco mais complexa, porque além de mediar (que é
função dele também – já que no juizado se deve tentar a todo o momento a composição), ele
presidirá a audiência de instrução e realizará o julgamento. Existem várias discussões acerca da
legitimidade dessa figura como agente que vai proferir julgamento. Dizem que é
inconstitucional. Só que a figura do juiz leigo vem ganhando espaço. No RJ houve uma
resistência quanto ao juiz leigo, ai os processos dos juizados estavam ficando muito dilatados,
pois tinha a audiência de conciliação, não havendo composição, uma nova audiência (com o juiz
togado) só em 1 ano.
A lei prevê no art. 7º que a escolha do juiz leigo deve ser feita, preferencialmente, entre
advogados com mais de 5 anos de experiência. No RJ tem um requisito de ser aluno da EMERJ
para ser juiz leigo. A carga de trabalho é muito pesada, porque são geralmente de 15 a 20
sentenças por dia.
V – PARTES
Art. 8º Lei 9.099/95: o caput já traz a exclusão, ou seja, quem não pode ser parte do
juizado. (o preso, o incapaz – não há o instituto da representação).
Qualquer causa que envolva interesse da fazenda está fora dos juizados especiais.
Seção III
Das Partes
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
Art. 8º, I – tem que ser pessoa física capaz. Exclui-se o cessionário de direito de pessoa
jurídica, isso para que empresas não burlem a lei fazendo cobrança nos juizados (já que no
juizado não há custas).
IV – Micro empreendedor
Hoje pode propor ação pessoa física capaz, microempresa, empresa de pequeno porte,
pessoa jurídica de interesse público e micro empreendedor.
Atenção! No RJ não se admite o condomínio a propor ação nos juizados especiais. Condomínio
é um ente despersonalizado (art. 3º do 9.099 autorizava). O enunciado 4.3 do aviso 23/2008 não
se admitia. Mas no enunciado do encontro nacional se admite (enunciado 9 do FONAJE)
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
Seção I
Do Litisconsórcio
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando
este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o
prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão.
Lembrando...
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Cai muito em concurso e exame da OAB
ASSISTÊNCIA
E intervenções especiais:
- Amicus curiae
c) Lei 9868/99
d) art. 482 §§
a) art. 5º
VOLTANDO...
Nos juizados não cabe intervenção. Só cabe amicus Curie (somente na turma de
uniformização – recursal) nos juizados especiais federais e fazendários.
Atenção!! Tem polêmica quanto ao amicus Curie. Tem autor que diz que esse instituto não é
intervenção de terceiro, pois essa figura não tem interesse processual.
VI – ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais são públicos (art. 12) como não poderiam deixar de ser. Uma questão
interessante do juizado é o prestigio ainda mais acentuado ao princípio da instrumentalidade das
formas (a forma mais livre desde que se atinja a finalidade). Essa é uma diretriz prevista no
próprio CPC, mas na justiça comum isso não é bem respeitado. É só olhar o rigor nas formas etc.
O próprio CPC diz que se a nulidade não gera prejuízo, não deverá ser declarada.
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.
O art. 13 trata da instrumentalidade das formas que é mais evidente nos juizados.
Processo Civil IV André Barreto 2010
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Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
idôneo de comunicação.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos
que o instruem.
É interessante observar que nós vamos ter a demanda sendo deflagrada no juizado não
necessariamente por uma petição inicial, porque é possível que a pessoa se dirija ao juizado e
faço o pedido (até na forma oral). Ou seja, o pedido pode ser formulado escrito ou oral,
aplicando-se uma forma mais simples.
Obviamente há requisitos que devem constar. E o art. 14 fala disso, ou seja, o que deve
constar do pedido (qualificação das partes, as razões da pretensão – causa de pedir, pedido e
valor.)
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
Juizado.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão
da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o
sistema de fichas ou formulários impressos.
Fundamento jurídico não é procurar o enquadramento legal (quem vai fazer isso é o juiz).
Fundamento jurídico são as conseqüências jurídicas. Trata-se da repercussão das conseqüências
geradas.
Processo Civil IV André Barreto 2010
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- Pedido Genérico (art. 14, § 2º Lei 9099/95). Tem previsão no processo comum
também (art. 286, 2ª parte). Nós vimos que o pedido tem que ser certo e determinado. A regra é a
do pedido certo e determinado. Veremos que a redação do artigo 286 tem uma impropriedade (a
palavra ou), mas deve ser lido como “e”.
O pedido genérico é certo (o que é), porém ele é determinável (extensão do que é), e não
determinado. O pedido genérico é exceção.
O legislador vai autorizar o pedido genérico quando, por exemplo, uma pessoa não sabe a
extensão do dano que sofreu, mas isso não impede que ela faça o pedido. O pedido é certo (o
Estado tem que indenizar), porém a indenização não se saberá. Deverá haver a liquidação de
sentença.
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Quando o pedido é genérico, a lei autoriza que o juiz profira sentença ilíquida, mas o
ideal é que a sentença seja líquida.
Atenção!!! Se o pedido é certo e determinado, o juiz não poderá proferir sentença ilíquida. (Art.
459, § único)
Art. 459. O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido
formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz decidirá em
forma concisa.
Parágrafo único. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença
ilíquida.
Temos caso em que a lei veda a sentença ilíquida mesmo quando o pedido é genérico. Art. 475-
A § 3º
Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.
§ 3o Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inciso II, alíneas ‘d’ e ‘e’
desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente
critério, o valor devido.
Ex.: Sofreu um acidente automobilístico, ingressa com ação, mas não sabe a extensão do
dano. Mesmo assim o juiz terá que arbitrar o valor.
No juizado especial é possível o pedido genérico (art. 14 lei 9.099/95). Mas não é
admitida a sentença ilíquida. O juiz deverá liquidar por artigos, estipulando um valor. Art. 38, §
único fala que não será possível a liquidação de sentença.
Da Sentença
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o
pedido.
1 – PRÓPRIA
Ex.: indenização por dano moral e indenização por dano material. Ou ação de
declaração de paternidade e alimentos.
- Cumulação Simples: No primeiro caso o juiz pode acolher o dano material e não
acolher o dano moral, ou acolher os dois. Por isso ela é simples, pois não há vinculo.
Atenção!!!! O CPC, no art. 289 é perigoso, pois este artigo não trata da cumulação sucessiva,
mas da cumulação imprópria subsidiária. A cumulação sucessiva você quer os dois (ou três etc.)
pedidos. Mas há um nexo subjetivo entre os pedidos. O 2º depende do primeiro.
Art. 289. É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do
posterior, em não podendo acolher o anterior.
2 – IMPRÓPRIA
Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda
que entre eles não haja conexão.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta
última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
A conexão é o mesmo fato. Na justiça comum podemos ter dois contratos. Posso,
portanto, fazer uma cumulação relacionada a esses dois contratos. São contratos de prestação de
serviço diferente contra o mesmo réu.
Nos juizados essa cumulação não seria possível, pois não há conexão. Nos juizados
poderei cumular dois contratos, desde que um fosse aditivo ao outro. Ou dano moral e dano
material decorrente de um mesmo evento.
VIII – CITAÇÃO
A citação é o ato de comunicação mais importante do processo. E ele, por isso, tem que
ter uma fórmula.
O art. 18 da lei 9.099 diz que a citação far-se-á por correspondência, com aviso de
recebimento de mão própria, isto é, só o citando pode receber. Só que o correio não faz esse
trabalho, ou seja, manda qualquer um assinar. Mas na justiça comum você não vê com
freqüência a citação postal. É mais certa a citação por mandado.
Processo Civil IV André Barreto 2010
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Na justiça comum, apesar do art. 221 e 222 falar preferencialmente a citação postal, é
feito por citação pessoal, a fim de evitar uma insegurança jurídica.
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.
Nos juizados a freqüência é a de que a citação seja feita por citação postal. O que é um
problema, pois o carteiro não está nem aí (e não temos como responsabilizá-lo).
A citação pelo correio no juizado é feita com freqüência, e não se respeita a regra do
aviso de recebimento.
5.1.1 - A citação postal de pessoa jurídica considera-se perfeita com a entrega do A.R. ou
notícia de recusa do seu recebimento pelo encarregado da recepção ou qualquer empregado da
empresa.
5.1.2 - A citação postal de pessoa física considera-se perfeita com a entrega de A.R. às pessoas
que residam em companhia do réu ou seus empregados domésticos.
Isso é uma fragilidade, pois se o porteiro tiver alguma desavença com o gerente, ou se eu
tenho alguma desavença com alguém da minha família, isso é um problema, porque serei revel.
Isso tudo viola o contraditório.
Citação por edital não existe nos juizados, isso porque ali o procedimento é mais simples.
Citação por hora certa (art. 227 CPC) é aquela que se faz por oficial de justiça, e este
percebe que a pessoa está se esquivando. No juizado especial não tem cabimento citação por
hora certa (enunciado 5.2 – aviso 23: diz que não é cabível). Então, olha o que se faz: o oficial de
justiça, percebendo que a pessoa está se esquivando, faz uma certificação e devolve ao juiz que
considera a pessoa citada (enunciado 5.3). Isso é um absurdo, pois não há a assinatura das
testemunhas. Trata-se manifesta violação ao contraditório.
Viola-se a CF, mas o que se faz? Não se faz. No máximo ingressa com o RE, mas será
muito difícil ter a sua admissibilidade.
Processo Civil IV André Barreto 2010
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Se a lei restringisse, com base num princípio constitucional, ele poderia afastá-la para
permitir um maior acesso. Poderia fazer isso até mesmo por enunciado.
A lei, no art. 53 § 4º, fala de execução fundada em título extrajudicial nos juizados. “Não
encontrado o devedor...”
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos,
obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.
Atenção!!! Na execução tem que ser por oficial, não poderá ser por AR.
Mas o enunciado 37 do FONAJE (encontro nacional) disse que era contra producente
extinguir o processo nesse caso. A lei limitou, e eles ampliaram. Eles podem fazer isso, pois
estão prestigiando o acesso à justiça.
Enunciado 37 - Em exegese ao art. 53, § 4º, da Lei 9.099/1995, não se aplica ao processo de
execução o disposto no art. 18, § 2º, da referida lei, sendo autorizados o arresto e a citação
editalícia quando não encontrado o devedor, observados, no que couber, os arts. 653 e 654 do
Código de Processo Civil.
No Rio o que puderem afastar dos juizados, o fazem. No encontro nacional, o que
puderem ampliar, eles ampliam.
INTIMAÇÕES – Vai se dar, mais ou menos, da mesma forma que acontece fora dos
juizados.
Se a parte tem advogados, se faz por diário oficial ou por meio eletrônico. Agora, se ela
não tem advogado constituído nos autos, ela é intimada em audiência (comparece à audiência de
conciliação, mas não houve composição. Aí você já sai de lá intimado) ou pessoalmente (manda
uma carta, por exemplo).
O artigo diz que se o réu não comparece a qualquer das audiências ele é revel. Revelia é a
inércia do réu. Nós estamos acostumados com a justiça comum fora do juizado. Nesses outros
casos o réu tem muitas ações para se defender. Nos procedimentos ordinários e especiais a
ausência de contestação o torna revel. Isso é diferente nos juizados, pois lá se ele não comparecer
à audiência será considerado revel. Isso porque, frustrada a conciliação, no procedimento
sumário do CPC, ele tem que apresentar contestação na hora. Se ele não comparecer à audiência,
também será revel.
Há uma crítica, porque, no caso do procedimento sumário do CPC, se o réu não
comparecer, apenas frustrará a conciliação. Isso é uma violação ao princípio da isonomia. No
procedimento sumário se o autor não comparece não há penalidade para ele, apenas frustra a
possibilidade de conciliação.
Agora, nos juizados especiais, se o autor não comparecer a qualquer das audiências, será
extinto o processo, e ele ainda será condenado.
O procedimento sumário fugiu à regra, mas a doutrina deu uma mitigada nisso, dizendo
que apenas tem que ter o advogado do autor presente com contestação.
REVELIA
No procedimento sumário: Se ele não comparecer à primeira audiência será revel (mas a
jurisprudência tem mitigado, dizendo que se o advogado estiver lá com contestação, ele não será
revel). Se ele não aparecer nas outras, nada acontecerá.
Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados
neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Se houver conciliação, ela será reduzida a termo e submetida ao juiz togado para
homologação.
Se não houver a conciliação, a lei diz que poderá ser instituído um juízo arbitral (que não
vem sendo aplicado na prática). A prática tem mostrado que não havendo conciliação vai direto
para a AIJ.
A lei prevê, apesar de no RJ não se utilizar, que, não havendo conciliação, poderá haver
um juízo arbitral (art. 24). As partes elegem um juiz leigo para arbitro. Mas a lei 9307/96, que é a
lei de regência da arbitragem no Brasil, estabelece que a decisão proferida pelo arbitro tem
eficácia executiva (independente de homologação do judiciário), não haverá, portanto, a
necessidade da homologação pelo juiz togado.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na
forma prevista nesta Lei.
Mas aqui (RJ) não é instituída essa possibilidade de arbitragem, isto é, passa-se direto
para a instrução e julgamento. (art. 27).
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e
julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para
um dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente
presentes.
Se for necessário realizar em algum outro dia, todos já serão intimados de imediato.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em
seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular
prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.
A instrução e julgamento é audiência única, não tem desdobramento. Todas as provas são
colhidas nela. A sentença pode ser proferida em audiência, mas não é comum.
Na própria audiência será apresentada a resposta do réu. Não é na conciliação. Poderá ser
oral ou escrita. (art.30).
DA RESPOSTA DO RÉU
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de
suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu
favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a
designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
O pedido contraposto, tanto na previsão do art. 31, quanto na previsão do art. 278 §2º,
CPC (para procedimento sumário)
Ex.: O autor promoveu ação de cobrança. O réu em defesa alega compensação, diz que
tem um crédito com o autor, e ainda que este crédito lhe dá uma diferença. Essa alegação de
compensação é o próprio objeto de defesa dele. A reconvenção pode ser oferecida aguarda
conexão com a matéria em defesa. Se fosse no procedimento sumário não seria permitido, pois
lá não se admite.
Ação declaratória incidental não cabe no juizado. Esta ação serve para encaixar mais
um pedido. Isso porque uma matéria que foi apresentada apenas como fundamento não transita
em julgado. Esse é o modelo de limites objetivos da coisa julgada que nós adotamos (art. 468 e
469 CPC). Se uma matéria foi apresentada como fundamento, e ela se tornou litigiosa, uma das
partes pode querer que a decisão adotada sobre ela também atinja coisa julgada material.
Ex.: de alimentos com base no vínculo de parentesco. Só que você não pede
comprovação do vínculo de parentesco, porque isso para você era incontestável. Aí o réu vem e
contesta o vínculo de parentesco. Mas você não contava com isso. A ação declaratória
incidental é você acrescentar a comprovação do parentesco para que esta entre na coisa
julgada material.
Então, se teve pedido contraposto ele é surpreendido, logo terá direito de pedir para
que o juiz designe outra audiência, pois ele precisa de tempo para se defender.
Art. 31 Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a
designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
O art. 32 fala que nos juizados são admitidos quaisquer meios de prova, desde que
moralmente legítimos. Então, é claro, não é possível a prova ilícita. É um mito achar que no
juizado não cabe pericia. Só não cabe perícia complexa. O juiz pode, na audiência, inquirir
técnico de sua confiança. Isso é prova técnica. Só que não será como no CPC. Lá tem a fase de
preposição da partes, ou o juiz vai requisitar. Deferindo, ele vai nomear o perito. Aí este será
intimado para ofertar os seus honorários. Aí as partes serão intimadas para fazer o depósito.
Nesse momento elas podem apresentar assistente técnico e quesitos etc. Isso dura 1 ano.
Uma questão importante sobre o direito probatório é o ônus da prova. O ônus da prova
vai incumbir geralmente a quem apresenta a legação (art. 333 CPC). O ônus se diferencia da
obrigação ao passo de que nesta, se ele não cumpre, receberá alguma sanção. Enquanto que no
ônus não. Ele apenas perde a oportunidade de melhorar a sua condição no processo.
Nos juizados são muito comuns as demandas de consumo. (art. 6, VIII CDC – Diz que é
direito do consumidor a facilitação dos seus interesses em juízo, inclusive com a inversão do
ônus da prova, quando a prova da hipossufuciência técnica e quando o que ele (o autor) está
apresentando é plausível). Não é qualquer alegação do autor que vai promover a inversão do
ônus da prova. Tem que ter plausividade. Não é o simples caso de haver relação de consumo
que haverá a inversão.
O art. 38 CDC determina que quem fez a propaganda tem a obrigação de provar que ela
não é enganosa. Aqui o ônus é previamente invertido.
Atenção!! Já existe uma tendência a fragilizar o art. 333 CPC. Porque às vezes a prova está mais
próxima da parte contrária. Fica difícil fazer a prova. Então, esse modelo do art. 333 acaba
prejudicando a parte lesada.
Ainda que fora do juizado especial, o juiz, verificando isso, com base no princípio da
isonomia, pode inverter o ônus da prova, mitigando o art. 333 CPC. Isso é a teoria da carga
dinâmica da prova. Só que isso dá trabalho, porque tem que se verificar caso a caso. E juiz não
quer trabalho, aí já joga a obrigação de prova ao autor. (ver melhor o que se trata essa teoria).
SENTENÇA
O art. 38 diz que a sentença no juizado vai trazer a soma dos fatos demonstrando os
elementos de convicção do juiz e dispensa-se o relatório. Na justiça comum tem o relatório
formal.
Atenção!!! Não há possibilidade de o juiz proferir sentença ilíquida no juizado. (art. 38, § único)
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o
pedido.
O artigo 39 diz que o excedente não poderá ser executado. Essa ineficácia só é pertinente
quando a competência é definida pelo valor. Apesar de no RJ tudo se limitar a 40 salários.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
Atenção!!! A sentença pode ser até o limite de 40 salários, mas na execução, pela incidência de
juros, esse valor ultrapassar 40 salários. Isso é permitido, isto é, haverá eficácia.
1ª corrente (trinaria):
a) Declaratória
b) Constitutivos
c) Condenatórios
- Mandamentais
- Executivo
2ª Corrente:
RECURSOS
I - Art. 41, que o legislador não deu nome. Por isso é recurso inominado. Esse
recurso utilizaremos muito.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por
petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à
interposição, sob pena de deserção.
Se você tem uma causa na justiça comum de 1 milhão você paga uns 80 reais se quiser
recorrer. Mas nos JEC do RJ, se você tem uma causa de 8.000 reais, você paga quase 1.000 de
custa, isso porque eles fizeram uma tabela louca, dizendo que as custas serão recolhidas do
processo todo.
§ 2º Após o preparo (pagamento das custas), a Secretaria intimará o recorrido para oferecer
resposta escrita no prazo de dez dias.
Cabe o RE, porque o art. 105, III (que trata de RESP) diz que só cabe RESP de decisão
proferida de Tribunal, só que o art. 102, III CF não fala isso. O Art. 102, III não faz referência ao
órgão que emanou a decisão. Não faz referência à Tribunal. Por isso que cabe.
RECURSO INOMINADO
ART. 41 LEI 9.099/95
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso
para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Na fase recursal a parte tem que estar representada pelo advogado. Na primeira parte ela
poderá ser apenas assistida.
Não existe a forma oral. Tem que ser interposto por petição.
Preparo – Tem que anexar o comprovante de que as custas foram recolhidas. Se não houver
prova do recolhimento o recurso é julgado deserto.
Na justiça comum tem que demonstrar no ato. Se recolher de forma ineficiente será
intimado para que em 5 dias complete. Se não o fizer será considerado deserção.
Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de
deserção.
§ 1o São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos
Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo
no prazo de cinco dias.
Nos juizados isso é diferente (art. 42). A lei permite que você faça a interposição do
recurso no prazo, e tem ainda 48 horas para fazer a comprovação que você fez o preparo. Mas
para o professor o mais seguro é não utilizar dessas horas.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por
petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à
interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.
Mas tem enunciado dizendo que não se aplica. Ou seja, se o recorrente recolheu de forma
ineficiente o recurso dele será julgado improcedente.
Você só poderá completar dentro do prazo do art. 42 §1º, isto é, depois de 48 horas não
conseguirá mais completar, e o recurso será deserto. Não se aplica, então, o 511 §2º.
Atenção!!! Se você vai recorrer vão te cobrar toda a despesa que você foi isento no 1º grau. Isso
não é razoável.
Das Despesas
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento
de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas
as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a
hipótese de assistência judiciária gratuita.
Isso significa se você tem uma causa de 10.000 reais, poderá ter mais de 1.000 reais de
custas.
O único recolhimento que você tem que levar os autos lá é nos juizados, porque o calculo
é feito em relação ao número de folhas, quantidade de partes.
EMBARGO DE DECLARAÇÃO
ART. 48
Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição, omissão ou dúvida.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco
dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para
recurso.
Não existe agravo de instrumento nos juizados porque o juizado é norteado pelo
princípio da oralidade, e por isso há a irrecorribilidade das decisões em separado. O
procedimento quando é norteado pela oralidade vai apresentar 4 características:
preponderância dos atos orais, concentração dos atos em audiência, identidade física do
juiz e irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias.
Vamos impugnar essas decisões no próprio recurso inominado. Existe a figura do agravo
porque adotamos o regime rígido das preclusões. O AI tem importância porque você pede uma
resposta imediata do tribunal. Mas o Agravo retido não serve para nada.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
ART. 102, III CF
Vai caber o recurso extraordinário porque a turma recursal é de última instância, o art.
102, III CF não disse qual tribunal pode ser alvo de RE. Diferente do RESP, que disse
expressamente de quais tribunais caberá.
c) Prequestionamento Ficto – Aqui está o STF com a súmula 356. Ou seja, a parte
ofereceu embargos de declaração porque o acórdão se omitiu, não apreciando a matéria. O
simples fato de ela ter ofertado embargo de declaração já serve de pré-questionamento.
2 – REPERCUSSÃO GERAL
O recorrente no extraordinário tem que demonstrar que a tese que ele está vinculando
transcende o interesse dele, atingindo a coletividade. Não será conhecido o recurso se é questão
meramente individual. E só o STF pode avaliar se tem repercussão geral ou não. É uma norma de
conteúdo aberto, quem decide se tem ou não repercussão é o STF.
Atenção!!!! No caso dos juizados, a turma recursal não pode avaliar se há a repercussão geral ou
não. Só poderá ver se você colocou na forma (digitação) certa.
AGRAVO
Enunciado ?? FONAJE – diz que a turma recursal é competente para fazer a admissibilidade do
RE. O professor não conseguiu localizar qual enunciado é.
Agravo Interno: Quando o relator não reconhece de plano (em decisão monocrática) a
admissibilidade do recurso inominado. Então, se o relator não reconhece temos que apresentar
agravo interno. Não pode deixar de fazer o interno para fazer direito o RE, porque tem que
esgotar todas as instâncias.
Então.. Nos juizados, da sentença cabe recurso inominado. Abre-se vista para a outra parte
apresentar contra razões. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, o recurso vai para a turma
recursal.
EXECUÇÃO
Sustentam que os prazos só fluem a partir da intimação, e isso é deduzido do art. 240.
Isso é uma interpretação sistemática.
O Câmara sustenta que é pessoal, porque cumprir a obrigação não cabe ao advogado, e
sim a parte. O advogado é intimado para a prática de ato processual.
Como a parte vai se insurgir à execução? O legislador criou a figura da impugnação. (art.
475 J § 1º). Mas a impugnação não pode ser aplicada nos juizado especial. Preferiram os
embargos. A impugnação gera decisão interlocutória, cabendo agravo (mas nos juizados não
cabem agravo), então, preferiram fazer pelos embargos, porque estes são resolvidos por sentença,
e aí pode ser fazer uso do recurso inominado.
I) Introdução: E.C. 22/99, criou o art. 98, PÚ da C.F. – art. 1o da Lei 10.259/01 –
apenas definiu o que seria específico para o JEF, no mais vai aplicar-se especificadamente
a lei 9.099/95. Portanto, não temos todas as disposições na Lei 10.259, pois tem apenas o
que é necessário na lei.
Os princípios que norteiam o JEC também norteiam o JEF.
- Lei 9.099
j
II – Competência
A competência nos juizados especiais federais é definida pelo valor. Vão ter
causas que mesmo com o valor até 60 salários serão excluídas dos juizados federais.
Art. 3º, §1º - Não se incluem...
Sabemos que a competência da justiça federal é definida pela CF. Rol taxativo do art.
109.
Logo de plano ele já excluiu dos juizados especiais federais os incisos II, III e XI.
Ocorrendo um evento relacionado a essas pessoas, a competência não será dos juizados. Essas
causas, mesmo que não ultrapassem 60 salários, estarão fora dos juizados especiais federais. As
causas envolvendo direito indígenas também estão fora dos juizados federais.
Mandados de segurança também estão fora dos juizados, a não ser mandado de segurança
contra próprio ato do juizado.
Ação popular (ação que envolve interesse coletivo)
As execuções fiscais estão fora dos juizados federais, porque este foi criado para que as
demandas fossem propostas em face do Estado, e não pelo Estado. Isso significa que as
autarquias etc. só figurarão no pólo passivo.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta.
Isso é diferente dos juizados estaduais, onde é opcional. Ou seja, se for até 60 salários, e
forem aquelas previstas pela lei, será obrigatoriamente competente os JEF.
III – Partes
O art. 10 deu confusão. Porque a OAB disse que perdeu fatia no mercado. Ou seja, a
pessoa pode ir sem assistência para o JEF. Teve uma ADIN, que disse que há um limite. Esse
limite é para as causas criminais, pois envolve direito de liberdade.
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado
ou não.
Os atos processuais vão seguir a forma do JEC. Mas eles foram precursores dos autos
virtuais do processo.
Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei
Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993. (lei orgânica da AGU).
Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do
representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório
ou representação; se não, na sede da entidade.
Quando o réu é autarquia, fundações pública, empresas pública a citação será feita
pelo chefe máximo da entidade local onde foi proposta a causa.
IV – Prazos Diferenciados
O estado tem prazo em quádruplo para contestar, o dobro para recorrer. art. 188 CPC
Só que nos JEF não há essa prerrogativa. O único prazo diferenciado é o prazo de 30 dias
da citação até a primeira audiência.
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
A lei foi bem clara. Não tem prazo diferenciado. Nem para recurso.
V – Provas
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para
o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação. Senão podem
ser presumidos verdadeiros os fatos.
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes de ilícito criminal (arts. 71,
72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da entidade que comparecer terá
poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10. (é outra coisa importante, que trata-se da
possibildiade de transação pelo poder público).
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência,
independentemente de intimação das partes.
Vejam que nos JEF tem perícia até 5 dias antes da audiência, inclusive com apresentação
de laudo.
O Tribunal adianta a verba honorária do perito e se a entidade pública for vencida, este
valor será incluído na ordem de pagamento.
A ação previdenciária pode ter perícia formal, com a indicação de assistente técnico e
quesitos. Pode ter, então, uma perícia mais complexa. Diferente de como acontece nos JEC.
VI – Reexame Necessário
Tem previsão no art. 475 CPC. É uma condição de eficácia do julgado. É um ponto no
direito processual que é muito debatido. Há quem defenda a sua supressão. Já tivemos uma
restrição das hipóteses. Quando a Fazenda Pública é condenada, ela só vai ter que pagar, mesmo
que não recorra, quando passar pelo crivo do tribunal.
Atenção!!! As causas de até 60 salários de todas as esferas, não precisam de reexame necessário.
Aos poucos temos tido uma diminuição. A maioria da doutrina defende a supressão do
reexame necessário. Nas preposições do novo código existe essa idéia, mas o professor tem
certeza que isso não passe no congresso.
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
PL 5139 – Foi rejeita pelo CCJ. Esse projeto significa uma nova lei de ação civil pública. Esse
projeto foi uma proposta mais tímida de um código de processo coletivo, pois temos várias leis
pulverizadas que lidam sobre esse assunto. Perdemos a oportunidade de melhorar as tutelas de
massa.
A lei dos JEC não fez previsão para tutela de urgência. Mas é claro que tutela de urgência
é uma forma de modular os males causados pelo tempo, e obviamente está relacionado ao
juizado. Mas a lei 10.259 fez essa previsão. Trata-se do art. 4º e 5º.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares no
curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Ele falou em cautelar, mas ela é em sentido amplo. A leitura deve ser extensiva. Quis
dizer medida de urgência.
Cautelar em sentido estrito é uma providência que assegura o resultado prático do
processo.
Tutela antecipada antecipa os efeitos da sentença.
Ele poderá dar medidas cautelares em sentido estrito e tutela antecipada também. Mas
está última não poderá ser de ofício, somente as cautelares.
Deveremos fazer uma interpretação extensiva para incluir a tutela antecipada do artigo.
O art. 273 CPC rompeu o paradigma da segurança. Até a reforma de 94, processo justo é
processo seguro. Agora poderá haver a tutela antecipada.
VIII – Recursos
No âmbito dos JEF o sistema recursal é mais amplo. Cabe até agravo de instrumento. (e
justamente na hipótese da tutela antecipada ou cautelar). Art.5
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença definitiva.
O legislador já tinha a experiência dos JEC, então, passou a prever o agravo. O único
caso nos JEF que cabe agravo é o caso do art. 4.
Atenção!!! Só caberá recurso de sentença definitiva, por isso, sentença que não julgou o mérito
poderá ser ajuizada novamente.
- Recurso Inominado
- Embargos de Declaração
Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência
entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da
lei.
§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será julgado em reunião
conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador.
Atenção!! Esse pedido é incidente, é recurso? A doutrina diverge. Para o professor tem
característica recursal, porque poderá reformular a sentença.
Se essa divergência for entre turmas de regiões diferentes, será julgado por uma turma de
uniformização
Esse parágrafo é importante. Para o professor isso é inconstitucional, porque quem define
a competência do STJ é a CF. E no art. 105 não tem essa previsão. Mas isso está em vigor, e o
STJ está ampliando e tudo.
O STF diz que cabe inclusive no JEC essa reclamação, quando o entendimento da turma
recursal contraria súmula do STJ. Tem até procedimento já. É a resolução nº12 do STJ.
- Recurso Extraordinário (art. 15 lei 10.259), mesmo que não tivesse essa disposição, pelo art.
102, III CF caberia.
IX – Execução
Com relação á obrigação de fazer e não fazer, os juizados federais seguem a sistemática
do CPC (art. 461). Com relação à obrigação de entrega de coisa, segue também a sistemática do
CPC (art. 461-A)
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o
pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por ordem do
Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do
Banco do Brasil, independentemente de precatório.
Essa é uma vantagem grande. No JEF se paga por RPV (requisição de pequeno valor). Só
será pago por precatório se por incidência de juros etc. passar de 60 salários.
§ 1o Para os efeitos do § 3o do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali definidas como
de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor
estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3o, caput).
PROCESSO COLETIVO
I - INTRODUÇÃO
O direito inglês tem uma vasta experiência em tutela coletiva. EUA, Canadá, Nova
Zelândia, Austrália também já tinham. Mas o Brasil não tinha.
a) Legitimidade: Você identifica a legitimidade dentro da relação material. Por exemplo, na ação
de despejo somente o locador tem legitimidade. Mas na ação comum são várias pessoas que se
relacionam, aí ficaria inviável a ação. Imagine só todos os legitimados para propor ação do meio
ambiente. Então, tem que resolver isso.
b) Limites subjetivos da coisa julgada. Art 472 diz que a coisa julgada se aterá às partes. Deverá,
portanto, ser mudado o modelo de coisa julgada para atender às necessidades dos conflitos de
massa.
Então, o 1º instrumento da justiça comum para atender aos direitos das massas foi a ação
popular (lei 4.717/65), com previsão inclusive na CF (art. 5º, LXXIII). Só que a ação popular
tem o objeto restrito, isto é, não tem o cunho de reparar. Alguns magistrados até podem
permitir que tenha um cunho reparador.
3º Instrumento: Lei 7.347/85 – Depois dessa lei a tutela coletiva começou a ganhar um
contorno mais amplo, mais legitimados. Trabalharemos bastante com essa lei.
Depois tivemos leis que agregaram à ela. Por exemplo, lei 7853/89 (estendeu-se a tutela
coletiva aos portadores de necessidade especiais); lei 7.913/89 (Direito dos investidores.); lei
8.069/90 (ECA); Lei 8.078/90 (o art. 90 e o art. 21 da lei 7347/85 – inserido pelo CDC –
determinou que as disposições do CDC são aplicadas sobre qualquer bem jurídico. Veremos isso
com detalhes.); Lei 8249/92; lei 8884/94 (defesa da ordem econômica); Lei 10.741/03 (estatuto
do idoso); lei 12016/96 (mandado de segurança coletivo foi regulamentado. Não apresentou
avanço algum, mas retrocesso.); O retrocesso foi a MP 1570/97 – convertida na lei 9494/97 –
restringiu os limites da coisa julgada (isso foi um retrocesso. Veremos detalhadamente);
Lei importante para estudar para a prova: Lei 7347/85 (LAP) e Lei 8.078/90 (CDC).
II – CARACTERÍSTICAS
Ouviremos na doutrina, entre outros o termo ação civil pública e ação coletiva. Qual é a
diferença? A doutrina costuma distinguir dizendo que a ação coletiva seria aquela para tutelar o
interesse homogêneo do consumidor. E a ação civil pública as demais coletivas.
Dar nome à ação é resquício da fase imanentista do processo. Isso continuou também
para facilitar a vida do julgador na hora de julgar. (ação de despejo, ação possessória etc.). Mas
precisamos lembrar que o direito de ação é um só. Então, não importa de chamaremos de ação
civil pública ou ação coletiva. A doutrina e a jurisprudência costumam fazer diferença.
Quando se fala em ação coletiva ou processo coletivo não quer dizer que há muita gente
no processo. Muitas vezes tem apenas 1 autor e 1 réu. Então, porque o processo é coletivo? É o
interesse que é coletivo (o bem jurídico).
Ex.: uma ação para condenar o réu a restabelecer o meio ambiente por ele destruído.
É possível que tenhamos mais de 1 autor e mais de 1 réu, mas não é isso que classifica
como ação coletiva ou não.
Primeiro o legislador estabeleceu quais os bens poderiam ser protegidos por processo
coletivo. Depois veio o CDC definindo normas modernas de processo coletivo. Uma dessas
normas, mais especificamente o art. 81, §único do CDC, indicou quais as características do bem
jurídico. Ele chegou no inciso I desse §único e disse o que era interesse difuso. No inciso II falou
do interesse coletivo, e no inciso III trouxe a novidade do interesse individual homogêneo. Isso
significa que a lei não precisa mais indicar quais os bens podem receber o tratamento coletivo. A
lei definiu quais são as características do bem jurídico que pode ser defendido por processo
coletivo.
Quem sofre lesão quando uma determinada empresa divulga em larga circulação uma
propaganda enganosa? Todas as pessoas.
III INDIVIDUAL HOMOGÊNEO: É aquele que a lei sempre permitiu. O litisconsórcio por
conexão.
Ex.: Acidente aéreo. Desabamento do Palace II. Aumento abusivo do plano de saúde. A
abusividade do aumento atinge a todos economicamente, mas a cada um de uma forma (pois um
foi mais onerado, e outros menos, já que os planos são de categorias diferentes. Ele é divisível,
mas a atinge a um número considerável de pessoas.
Trata-se de um evento que atingiu um número considerável de pessoas.
Atenção!! Têm alguns casos em que a lei veda o processo coletivo (art. 1º § único da lei
7347/85).
Mas existem alguns julgados que afastam o §1º, aceitando ação coletiva envolve tributo.
Alegam que há violação do acesso à justiça substancial (art. 5º, XXXV).
III - LEGITIMIDADE
O juiz vai avaliar se aquele legitimado vai defender o interesse coletivo adequadamente
(legitimidade pela representatividade adequada). Tem países que deixam a legitimidade a
determinados órgãos. O Brasil está caminhando para ampliação da legitimidade. Aqui, a
legitimidade é indicada pela lei, ela quem dirá que pode ir a juízo propor ação coletiva.
Observamos que essa legitimidade começou a ser ampliada.
Os projetos do código permitiam até que qualquer um pudesse propor ação coletiva, já
que ele pode propor ação popular. E isso seria feito através da legitimidade pela
representatividade adequada.
EXTRAORDINÁRIA
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização
assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
a) Concorrente
b) Disjuntiva
Lembrando...
Um dos pontos sensíveis referentes à tutela coletiva é referente aos bens que podem ser
tutelados. Inicialmente a opção do legislador foi identificar quais seriam os bens jurídicos que
poderiam ser tutelados. Depois veio o CDC e generalizou caracterizando o que é interesse difuso
etc.
Voltando...
No Brasil, a opção legislativa foi de indicar quem é o legitimado. (art. 5º, lei 7.347/85 e
art. 82 CDC).
Art. 5o Lei 7.347/85: Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como
fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico
a ser protegido.
Art. 5, I – MP: É o legitimado clássico da ação civil pública. Até por uma determinação CF.
Atenção!! Rodolfo Camargo Mancuso sustenta que a legitimidade do MP nas ações civis de
direito difuso será ordinária, pois estaria defendendo as atribuições constitucionais. E nas ações
individuais homogêneos é extraordinário. Mas para a doutrina majoritária é tudo homogêneo.
O STJ chegou a entender que o MP não tinha legitimidade. Baseava-se no art. 129 CF
que diz que o MP tem legitimidade... Então, não teria legitimidade para promover ação civil
pública envolvendo interesse individual homogêneo.
Só que o STF passou a entender que não.
A lei não faz essa distinção se o MP teria ou não essa legitimidade. A questão está no
plano do interesse de agir, e não da legitimidade (porque a lei aponta a legitimidade). Mas é
muito comum se fazer referência a própria legitimidade do órgão.
Tecnicamente legitimidade e interesse, apesar de serem condições da ação, são coisas
distintas. Não podemos confundir legitimidade com interesse de agir.
II – A Defensoria Pública:
Antes da edição dessa norma já contávamos com alguns precedentes a fim de permitir
que a defensoria promovesse ação civil pública para determinados bens jurídicos. Isso porque o
CDC, no art. 82, III, coloca-a como legitimada.
I – MP ...
III – as entidades e órgãos da administração pública direta ou indireta, ainda que
sem personalidade jurídica...
Logo, se for pensar dessa forma, a defensoria pública não poderia propor ação para tutelar
interesse difuso. (meio ambiente, educação).
Se a lei não direcionou a legitimidade, ou o interesse de agir, então, no caso concreto que
vai ser aferido. Por exemplo, um Município promover uma ação civil pública em defesa dos
cidadãos de outro município.
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico
a ser protegido.
Ex.: Desabamento do Palace II. Foi constituída uma associação de moradores. E o juiz
acolheu.
Uma associação criada para defesa do consumidor não poderá promover ação civil
pública em favor do meio ambiente. Ou seja, há a necessidade de pertinência temática.
Art. 82 CDC
O inciso III é mais aberto. Diz que ainda sem personalidade jurídica poderá ser
legitimada. Pois há órgão, como o PROCON, a Defensoria, não tem personalidade jurídica.
Esse inciso apresenta a legitimidade dessas entidades.
É possível no caso concreto o judiciário permitir uma entidade fora desses requisitos?
Sim, tem casos em que os tribunais vêm flexibilizando essas regras rígidas de
legitimidade. Tem-se feito isso, por exemplo, com as ONG.
O estatuto do idoso traz a legitimidade da OAB.
Mas o sindicato não está legitimado nem no art. 5º da lei 7.347/85 nem no art. 82 do
CDC. Mas os tribunais vêm permitindo que eles proponham, já que eles podem propor mandado
de segurança. Mas isso é casuística. Existem precedentes a favor e precedentes contra. Mas já é
uma tendência a ampliação do rol dos legitimados, e o fazem invocando o acesso à justiça.
Os Partidos políticos até admitiam, mas a lei 12.016/2009 restringiu as hipóteses em que
o partido político pode propor mandados de segurança coletivos. Ainda está uma discussão
recente.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo
terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Esse critério é territorial, e não funcional (definir a circunscrição territorial). Mas a lei
disse que é funcional. Só que o fez para dar caráter absoluto. Ele chama de funcional, mas na
verdade é territorial.
Funcional define quando o órgão tem competência para julgar em fases diferentes de um
mesmo processo, e processo sucessivos referentes a uma mesma controvérsia (quando você
propõe uma ação cautelar, e depois o principal. O foro do principal seguirá o da cautelar – art.
800).
Ex.: Em regra, você propõe ação no 1º grau, e o recurso é no 2º grau.
Aqui o CDC foi mais técnico. Diz que tem ações cíveis públicas irão escoar na justiça
federal. Mas como saberemos que é competência da JF? Iremos ao art. 109 CF (quando envolver
a união, autarquias)
I – no foro...
II – No foro da capital do estado...isso foi idéia da Ada Pelegrini. A lei não definiu
muito bem o que seria dano de âmbito local, regional e nacional. Então, a jurisprudência e
a doutrina tentam dar esse contorno, mas não tem muita previsão.
Nenhuma dessas regras é a melhor, isso porque, às vezes, vai-se afastar demais o órgão do dano.
A competência para o processo coletivo, portanto, deve ser aferida ao caso concreto. É o
que o Didier chamada de competência adequada.
Quando estamos diante de direitos difusos fica muito difícil estabelecer o local do dano.
Então, por isso, devemos estabelecer o critério, aferido no caso concreto, da competência
adequada.
Só que na prática, se o órgão esteja no local do dano, ainda que o local seja mais
abrangente, aplica-se o critério da prevenção.
O CDC é muito abrangente, não define com precisão o que seria dano de âmbito local,
regional, nacional. Então, na prática vai pela prevenção.
Ex.: O dano foi em Niterói, SG e Maricá. Aí Maricá propôs ação. Será o órgão prevento.
Atenção!!! O art. 93 CDC vai se aplicar em ações cíveis públicas fora da ceará do consumo???
Sim, por força do art. 90 CDC e do art. 21, Lei 7.347/85
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for
cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
Ou seja, esse artigo 21 (que foi inserido pelo CDC), a intenção é que fosse melhorada às
normas de ação coletiva, já que tivemos vários golpes de Medidas provisórias.
O art. 90 faz com que a lei 7.347 transite nas causas de consumo.
V – PROCEDIMENTO
Na ação popular tem algumas regras específicas (prazo 20 dias, litisconsórcio necessário).
É possível ação coletiva pelo procedimento sumário, desde que se dê o valor da causa de
até 60 salários.
Atenção!!! Nos juizados tem vedação expressa na lei!!
- Ação Civil Pùblica: Rito ordinário, mas pode-se utilizar o rito sumário (nas
causas até 60 salários).
a) Declaratória
b) Constitutiva
d) Mandamental
e) Executiva
Se tiver obrigação de pagar esse dinheiro vai para quem? Vai para o fundo de defesa de
direito difusos (previsto no art. 13 lei 7.347/85. Esse fundo, que tem a participação da sociedade
na sua administração, vai ser destinado à recuperação do bem jurídico lesionado.
No processo coletivo difuso e coletivo em sentido estrito a coisa julgada será segundo
evento produzido. (secundum eventum probationis). Aqui, portanto, será de acordo com a prova
produzida. (Art. 16, lei 7347/85; Art. 18, Lei 4717/65, art. 103, I e II CDC e lei 12.016/09, que
trata sobre mandado de segurança coletivo) – todos eles dirão a mesma coisa. Dirão que haverá
efeito erga omines salvo se as provas forem limitadas, isto é, se houver nova prova qualquer um
poderá propor nova ação. Então, quando a sentença for pela improcedência, só haverá coisa
julgada material quando houver prova suficiente. Se for julgado improcedente com prova
insuficiente, qualquer legitimado pode propor ação de novo valendo-se de nova prova.). O
objetivo do legislador foi evitar conluio. Em suma, haverá coisa julgada material na sentença de
procedência e na sentença de improcedência, desde que essa última tenha produzido prova
suficiente.
Ex.: Uma associação que propõe ação coletiva, mas em conluio com o réu, para
defender porcamente tal interesse, justamente para prejudicar a coletiva.
- Coisa julgada de interesse individual homogêneo é secundum eventum litis (art. 103, III,
CDC). Isso significa que só haverá coisa julgada material se a sentença for de procedência. Se
não for (não importando o fundamento), qualquer um poderá propor ação novamente. Isso é a
considerada coisa julgada in utilious. Mas quando a tese é jurídica, existem mecanismos para
coibir a repetição de ação (até individuais). Isso para evitar a pulverização de processos. Ex.: Art.
285-A, Art. 518 §1º (são mecanismos instituídos para o processo individual). Para poder coibir
essas demandas pulverizadas, vão invocar mecanismos previstos no CPC, isso porque o CDC
trouxe essa improbidade (art. 103, III CDC).
Significa que a coisa julgada vai atingir o dispositivo atrelado à causa de pedir (isso no
processo individual). Os fundamentos, por mais relevantes que sejam, sozinhos, não serão
atingidos pela coisa julgada material.
No processo coletivo é a mesma coisa. Isto é, é o dispositivo que vai transitar em julgado,
relacionado à causa de pedir. (art. 468 e 469 CPC).
São as conseqüência que vão ocorrer em relação às pessoas (partes do processo). Art. 472
CPC.
Art. 18, lei 4717 (lei da ação popular) – A sentença terá eficácia de coisa oponível erga
ominis.
Art. 103 CDC – ele é mais técnico. Traz no inciso I a coisa julgada quando estamos no
direito difuso. No inciso II quando for em sentido estrito e no III quando for em interesse
individual homogêneo. Então, todos os indivíduos que estão na mesma situação poderão se
beneficiar dessa sentença.
Art. 15 da lei 7347/85 (lei da ação civil pública). A sentença cível fará coisa julgada erga
ominis no limite da competência territorial do órgão prolator. O que significa isso? Nós tivemos
uma Medida Provisória (157035/97, convertida na lei 9494/97) trouxe essa limitação territorial.
Essa limitação se deu num momento político interessante (governo FHC promovendo as
privatizações). Sem essa limitação, uma ação civil no amazonas tinha o poder de suspender essas
privatizações aqui no RJ. Aí o FHC estabeleceu um limite para a coisa julgada material. Hoje em
dia o executivo não pode mais tratar de matéria processual por MP. Mas isso foi a partir de 2001.
Esse artigo 16 viola o poder jurisdicional do judiciário, que é uno e indivisível. Isso é
inconstitucional.
Por outro lado, o Estado, quando se propõe a promover o bem-estar social e o progresso,
ele só pode avançar na proteção dos direitos, isto é, é a cláusula da proibição ao retrocesso. Você
não pode limitar o direito individual.
O ideal é que a sentença dê uma tutela inibitória (evitar que o dano aconteça). Mas se não
for possível, que estabeleça uma tutela específica (obrigação de fazer) para restabelecer o estado
anterior. Só que isso às vezes também não é possível. Aí teremos uma indenização (dinheiro).
Devemos lembrar que é possível haver uma tutela específica cumulada com indenização. Agora,
se tivermos uma tutela inibitória e uma tutela específica frustradas, e tivermos uma sentença que
não tenha sido líquida, haverá a liquidação de sentença.
O fato é: tem que definir valor porque a sentença foi ilíquida ou porque houve frustração
de tutelas específicas, haverá a liquidação da sentença, a fim de definir valor.
Modalidades:
Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo para a
entrega do laudo.
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo de dez
dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência.
A diferença é que a liquidação por arbitramento é só por perícia, na liquidação por artigos
além da perícia qualquer outro meio de prova é admitida.
Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação,
houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272).
Ex.: Você sofre uma lesão por arma de fogo. Não terá como o juiz especificar a extensão
do dano. A cada fato novo (aumenta-se a extensão do dano)
Atenção!! Haverá a necessidade de apresentar o nexo causal do dano novo com a lesão.
Ex.: Depois de 5 anos parei de andar por conta do tiro.
Se dessa ação que teve por objeto interesse difuso ou coletivo, observa-se também dano
individual (os pescadores tiveram a pesca prejudicada pelo vazamento de óleo). Isto é, nesse caso
há o dano coletivo, mas também há o dano individual. Só que quando há o reconhecimento do
dano individual a liquidação será necessariamente por artigos, pois o individuo terá que
demonstrar o nexo de causalidade do dano dele com o dano global. Ele deverá demonstrar que o
prejuízo dele foi proveniente do dano coletivo.
Nesse caso, vamos ter uma liquidação incidente ou uma ação autônoma? Depende. Se ela
é deflagrada perante o mesmo órgão que proferiu julgado na ação civil pública (ação coletiva),
será incidente. Mas o CPC permite que a liquidação individual seja processada no foro do
domicilio do lesado. Aí será uma ação autônoma.
Art. 90 do CDC e art. 21 da lei 7347 fazem com que eles se tornem um estatuto de
processo coletivo, isto porque este artigos dizem que as regras do CPC se aplicam na lei e a lei se
aplica no CDC.
Quando o órgãos jurisdicional, que emanou a sentença ilíquida, não tem competência
para proceder a liquidação (art. 475-N § único), a liquidação será uma ação.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de
citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.
Agora, podemos pensar que, na ação autônoma, não terá por fim uma sentença, mas uma
ação interlocutória, pois se assim não for teremos 2 sentenças no mesmo processo.
Quando a liquidação é incidente, obviamente que a decisão final será interlocutória.
LIQUIDAÇÃO FLUÍDA.
O art. 100 CDC tem uma figura interessante. É a denominada liquidação fluída. Dá-se
quando a ação tem por objeto interesse individual homogêneo.
O art. 100 diz que se passar 1 ano do trânsito em julgado, sem que tenham liquidações
individuais que sejam de expressão significativa ao dano. Aí poderá se promovida ação coletiva.
Ela é subsidiária.
Ex.: Cada correntista tem direito a receber 30 reais. De fato, de vários correntistas fica
configurado o enriquecimento ilícito do banco, através de cobrança indevida. Mas nem todo
mundo vai lá ajuizar ação para liquidação individual. Aí, o CDC diz que, depois de 1 ano,
poderá ser proposta ação coletiva para resgatar o valor que não foi resgatado pelos correntista.
Esse valor irá para o fundo de defesa dos direitos difusos (art. 13 7347/85).
Execução
Mas se o interesse é difuso ou coletivo o valor que for apurado vai para o fundo de
defesa de direito difusos. Esse valor será destinado a reparar o dano ocorrido.
Ex.: Uma associação entrou com uma ação civil publica. O réu contestou, mas eles
resolveram ajustar a conduta (consenso). Se houver descumprimento desse termo, aí será
execução mesmo de título executivo judicial.
Se esse termo foi tomado antes da ação de execução, haverá uma ação civil pública de
ação de execução extrajudicial. É um processo autônomo.
Art. 5º §6º Lei 7347/85 – “os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados...”
Agora, se a obrigação é de entrega de coisa será como no disposto no art. 621 e seguintes da lei
7347.
AÇÃO CONSTITUCIONAL
Trata-se de uma ação constitucional (mandado de segurança e mandado de injunção).
Elas são consideradas garantias constitucionais para proporcionar a efetividade dos preceitos
constitucionais (principalmente liberdade). Estes instrumentos também são chamados de tutela
das liberdades constitucionais. Sua origem é no Habeas Corpus, sendo o 1º destes instrumentos
(CC/1832 e CF/1891).
Até a reforma de 1926, o Habeas Corpus era usado em sentido mais amplo, pela
ausência de um instrumento específico para defender outras liberdades, e isto foi aceito pelos
tribunais, sendo utilizado com ação para proporcionar nulidade de ato lesivo contra outras
liberdades e não só a de locomoção (Habeas Corpus, proporciona a liberdade de locomoção
ampla).
Em 1926 tivemos uma reforma da CF que passou a limitar o uso do Habeas Corpus em
tutela sobre liberdade de locomoção, surgindo o Mandado de Segurança com a CF de 1934.
O Mandado de Injunção também foi criação do CF/88 (art. 5º, LXXI), para ter efeito
concreto, ou seja, o cidadão que não tem norma regulamentando o direito que ele precisa, com o
mandado de injunção permite que ele exerça o direito, no entanto, a jurisprudência do STF não
consolidou muito bem isso, e está mudando atualmente.
Habeas Data também foi tratado na CF/88 (art. 5º LXXII), sendo uma resposta ao
regime militar, que preservava vários bancos de dados sobre pessoas, com informações sigilosas.
O Habeas Data deu acesso ou possibilitou retificar informações em bancos de dados. Foi
regulado pela Lei 4.717/65. Se não houvesse habeas data, poderia ser resolvido pelo mandado de
segurança, no entanto, foi criado o habeas data, como uma resposta ao regime anterior, deixando
claro que o sigilo de informações não tem mais (sobre informações em bancos de dados).
Ação Popular e Ação Civil pública também são ações constitucionais por ter previsão
na CF.
MANDADO DE SEGURANÇA
INTRODUÇÃO
Tem previsão na CF no art. 5º LXIX (Individual) e LXX (Coletivo). Está regulado pela
lei 12.016/09.
As leis 2.770, 9.494 e 8.437 tratam de alguns pontos sobre deferimento de liminar em
mandado de segurança. A lei 2.770 trata de impedimento de liminar em mandado de segurança
em relação à liberação de produtos vindo do estrangeiro, preservando a questão tributária. A lei
9.494 também traz limitação no mandado segurança em relação à liminar. A lei 8.437/92
Também (veremos melhor mais pra frente).
I - CONCEITO
CABIMENTO
Qualquer ato administrativo pode ser alvo de mandado segurança, desde que tenha efeito
concreto, e ainda atos de pessoas que exerçam alguma função pública, até mesmo em instituição
privadas (ensino, saúde).
Assim sendo: Ato Comissivo, Ato Omissivo, Mandado de Segurança Preventivo.
2) Ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo (Art. 5º, II da Lei
12.016/09). Aqui se entende que não há interesse de agir, pela possibilidade de
haver um recurso administrativo;
3) De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (Art. 5º, II da Lei
12.016/09 – Súmula 267 do STF). Aqui, portanto, recurso sem efeito suspensivo
caberia, no entanto, a súmula do STF diz o contrário, portanto, se tem recurso,
mesmo que não tenha efeito suspensivo, a tendência é que não cabe mandado de
segurança;
4) De decisão judicial transitada em julgado (Art. 5º, III da Lei 12.016/09 – Súmula
268 do STF). Aqui não cabe mandado de segurança, pois não há interesse
adequação. Isto, pois o instrumento necessário para rescindir o julgado é a Ação
Rescisória;
5) Lei em tese (Súmula 266 do STF). Cabe controle de constitucionalidade contra a lei
em tese, mas não cabe mandado de segurança contra a lei que viola a constituição.
Isto não está expresso na lei, mas continua não cabendo, pois prevalece a súmula
266.
Ilegalidade ou abuso de Poder: (art. 5º) Ilegalidade em sentido amplo (como antijuridicidade)
de que são espécies: ilegalidade em sentido estrito e abuso de poder (mérito administrativo, ato
discricionário).
• Abuso de Poder: Relação com atos discricionários. Celso Antonio Bandeira de Mello:
“Manejo de uma competência em descompasso com finalidade em vista da qual foi
instituída”.
III – LEGITIMIDADE
a) ATIVA: Pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado (art. 1º da Lei 12.016/09). É a pessoa que sofreu ou tem possibilidade de sofrer a
lesão. O texto constitucional se silenciou quanto à pessoa jurídica, mas é pacífico na
jurisprudência que pode.
• Obs.: art. 3º da lei 4.384/64 alterado pela lei 10.910/04 (Revogada). Essa
redação havia deixado claro que a pessoa jurídica quem seria legitimado
passivo, e não a autoridade coatora.
• Artigo 6º da Lei 12.016 – art. 7º, II da lei 12.016/09. Essa lei trouxe a
questão para discussão novamente, isso porque os art. 6º (a petição inicial que
deverá preencher os requisitos...), 7º (ao despachar a ...., II – que se dê ciência
do feito...). Com essa disposição do inciso II começou-se a se pensar que a
autoridade coatora passaria a ser a legitimada passivamente. Mas, apesar
dessa disposição, o entendimento dominante é o contrário, isto é, que o
legitimado passivo é a pessoa jurídica, e que a autoria coatora seria a pessoa
que estaria tornando presente a pessoa jurídica.
- Intervenção Anômala: Tem previsão no art. 5º da lei 9469/97. Esse artigo diz
que qualquer pessoa de direito público pode intervir desde que haja interesse
público e econômico. É anômala pois basta o interesse meramente econômico
para justificar a intervenção.
- Autoridade Coatora: É aquela que praticou o ato. O art. 5º da lei 12.016/09 traz
os atos que não são passíveis de mandado de segurança. O parágrafo 2º identifica
qual seria a autoridade coatora federal.
Teoria da Encampação
IV – COMPETÊNCIA
a) Art. 102, I, d CF
b) Art. 105, I, B CF
c) Art. 108, I, c CF
d) Art. 109, VIII CF
e) Art. 114, IV CF
Mandado de segurança é uma ação que tem procedimento especial, logo, não cabe em
juizado. Só cabe mandado de segurança em juizado de ato do próprio juizado, e não de um
ato externo.
Muitas vezes poderemos ter dúvida quanto à competência em mandado de segurança, por
isso há um monte de súmulas.
V – PROCEDIMENTO
O mandado de segurança é uma ação. E como tal é deflagrado por uma petição inicial que
deve preencher todos os requisitos da petição inicial para qualquer ação (art. 282, 283 e 39, I
CPC, além dos especiais que iremos ver).
A lei 1533/51 quando fazia referência aos requisitos, ela fazia referência aos artigos do
código de 1939. A lei 12.016 foi mais precisa e colocou os requisitos estabelecidos no código
processual vigente. Isso é melhor, pois a lei não ficará desatualizada, caso haja uma mudança
processual civil.
Requisitos Específicos:
Ausência de dilação probatória: Não há fase de coleta de provas, pois todas as provas
devem ser apresentadas junto com a petição inicial, e só tem cabimento provas documentais. Não
há perícia, audiência etc. em mandado de segurança.
Art. 6º§ 1º - O documento necessário pode estar com a parte coatora. Aí o juiz ordenará a
apresentação.
Essa é a única hipótese que teremos um mandado de segurança ser impetrado sem a
apresentação dos documentos (isto é, quando os documentos estão em posse da autoridade
coatora).
Se a petição inicial estiver faltando elementos, não deverá ser extinto de plano, mas que
seja complementado. Não deve-se colocar o mandado de segurança numa ilha (Barbosa
Moreira), portanto, deve ser visto como uma ação.
Notificação da Autoridade coatora – Art. 7º, I. Essa notificação tem caráter de citação.
Meios Eletrônicos – Art. 4º Lei 12.016/09. Não tinha muita importância estar isso na lei, pois
temos uma lei já que trata do assunto (art. 11.419/06 – procedimento eletrônico. É um
procedimento genérico. O objetivo é acabar com os autos físicos em papel). Mas a lei quis
regular mesmo assim.
“em caso de urgência...”. O que tem de impróprio aqui é a lei falar em caso de urgência.
Será que só em caso de urgência que pode-se usar os meios eletrônicos? Não. Há leis anteriores
que já falavam disso. Isto é, a lei já entrou desatualizada.
§2º - Traz outra impropriedade. 5 dias após de mandar o fax você tinha que apresentar o
original. Mas hoje se o meio é eletrônico não tem que se apresentar original em 5 dias, não há
nem quem receba essa original.
Questão importante: Prazo para mandado de segurança. Art. 23 lei 12.016/09. “O direito de
requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias....” Esse prazo é decadencial.
O prazo é decadencial em relação ao rito. É uma decadência de rito. Mas isso não quer
dizer que você não possa ir ao rito comum e defender o seu direito, até mesmo com uma tutela
antecipada.
Se o juiz reconhece (até mesmo de plano) que decaiu o direito de fazer uso do mandado
de segurança pela decadência do prazo, ele extinguirá o feito. Só que não será formada a coisa
julgada material (o que seria comum), porque a decadência é do rito.
Obs.: prazo decadencial.: Mandado de Segurança Preventivo. Porque ainda não temos o
termo inicial. O ato não foi praticado. Usaremos de forma preliminar, logo, não se falará em
prazo decadencial.
Contra ato de omissão: É uma omissão, não tem ato. Não tem como identificar o termo
inicial, logo não começou a correr o prazo decadencial.
Trato Sucessivo: se a prestações são periódicas, cada ato restitui a prescrição da utilização
do mandado de segurança.
Introdução. A liminar aqui sempre foi um instrumento que identificou o instituto. Uma
das principais características que eram identificados no MS era a possibilidade de o juiz avaliar a
questão e determinar liminarmente a suspensão da eficácia do ato. Isso era importante na época
porque a característica principal do sistema naquela época era o princípio da estrita legalidade e
o caráter patrimonial do resultado da jurisdição. Isto é, não havia tutela preventiva. E quanto as
medidas de urgência eram poucas, e apenas para garantir o resultado em casos muito específico.
A liminar do mandado de segurança era uma super novidade. Hoje em dia diluiu um
pouco (não é mais uma exceção), porque já existem vários outros mecanismos para as tutelas
preventivas.
Questão importante sobre MS: A liminar é o próprio termo liminar. O termo liminar acabou
atrelando-se a própria tutela de urgência. Mas o termo liminar, semanticamente, significa
“momento inicial”.
Liminar = No limiar. (no início). Então, não podemos confundir o termo com o conteúdo.
Trata-se de uma emancipação dos efeitos da tutela.
Mas liminar não tem necessariamente que estar atrelado à idéia de urgência, liminar
significa “no início”. Uma medida liminar pode não ter um caráter de urgente. Mas no MS retrata
uma medida de urgência.
A liminar representa um dos pontos sensíveis do MS. Porque na época em que o MS foi
criado, não havia mecanismos adequados para tutelas preventivas. Isso significa que não
tínhamos uma tutela antecipada e cautelar como temos hoje. Por isso, o MS representava um dos
principais instrumentos para a tutela preventiva, principalmente para coibir atos praticados por
agentes públicos.
FUNDAMENTOS:
Atenção!!! No 273 (cautelar) o fumus boni iuris é mais denso. No MS fica mais evidente o
requisito do fumus boni iuris, pois as provas são documentais.
Para deferimento da medida liminar a lei exige caução. O juiz pode, para deferir a
liminar, exigir caução.
O juiz não está atrelado à prestação de caução para deferir a liminar. Ele poderá exigir
avaliando o caso concreto.
Teoria da Cognição – quando nós temos provimentos deferidos com base em cognição
sumária há o risco de injusta. Quando você tem congninação exauriente há um risco maior do
resultado ser mais justo. Mas ela pode se tornar inócua, por conta da demora. O juiz fica numa
sinuca de bico.
Quanto mais rápido a decisão, mais risco de ser injusta. Mas a demora também pode ser
injusta. As medidas de urgência servem para modular o efeito do tempo.
Lembrando...
Teoria da Cognição:
a) Quanto à profundidade:
- Cognição Superficial: O juiz não tem muito tempo. Ele defere com base
apenas nos argumentos e nos elementos que o autor apresenta.
Voltando...
Devemos mitigar o art. 273, II. E o fazemos através da contra cautela (caução), porque se
formos só conceder medida de urgência quando não houver risco de irreversibilidade, quase
nunca haverá a medida liminar.
Atenção!!! A lei não prevê que sempre que haja medida liminar, ele a conceda com contra
cautela (caução).
Ex.: Você não tem que pagar o tributo (ou pagar os valores) para poder discutir se o
tributo é correto ou não.
MECANISMOS DE APOIO
São os mecanismos de apoio para as tutelas específicas: Multa, busca e apreensão. São os
§ do art. 461 CPC.
A liminar vai surtir efeito até o julgamento final. Às vezes vai ultrapassar, quando for
necessário. Se for julgado improcedente, a liminar perde eficácia (súmula 405 STF). Então, se a
liminar é deferida e depois há um provimento negatório do MS, aí ela perderá a eficácia. É
diferente de dizer que será revogado (apesar de os efeitos serem os mesmo).
Então, quando o juiz expressamente diz que a liminar foi revogada, aí diremos que foi de
fato revogada. Entretanto, quando o juiz apenas dá uma decisão final contrária à liminar, aí
diremos que ela perdeu a eficácia.
§3º “os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a...”
Quando não há possibilidade de deferimento de liminar? A lei disse isso no art. 7º, § 2º e
5º.
Há também restrição no art. 22, § 2º (só poderá haver deferimento de liminar em MSC
quando houver oitiva da parte contrária).
Lei 2770/56, Lei 4348/64, Lei 5.021/66, Lei 8437/92. Todas essas leis foram para o §2º.
À medida que o estado viu que o MS estava atrapalhando a vida dele, ele foi restringindo
o uso.
Só que percebeu que poderia haver a antecipação pelos meios normais (art. 273 CPC). Aí
o executivo editou a MP 2180-35/01 ampliando os efeitos das leis acima para o CPC também.
ADC nº 4 – Foi julgada no final de 2008. E foi julgada procedente. Dizendo que a tutela
antecipada é criação do legislador infraconstitucional. E declarou as leis constitucionais. Só que
veio a lei 12.016/09 e as revogou. Com isso, as leis que tinham sido declaradas constitucionais
foram revogadas, aí a discussão foi reaberta.
Ele já existia. A primeira noticia foi na lei 4348/64. Depois tivemos um pedido de
suspensão de liminar na lei civil pública (le 7347/85). A lei 1533/51 fazia previsão de suspensão
de eficácia da sentença, e não da liminar. Não havia previsão.
Hoje, está previsto no art. 15 da lei 12.016/09. Não se trata de recurso. É um pedido
incidente em que a pessoa pode fazer ao presidente do tribunal (que compete o julgamento do
recurso do MS), que tem fundamento em aspectos políticos, e não necessariamente em aspectos
jurídicos.
Ou seja, é um pedido que será avaliado por aspectos políticos. Não se avaliará se houve
erro do juiz etc. (isso se avalia na esfera recursal).
A pessoa poderá recorrer com um agravo contra a decisão (art. 15 § 3º da lei 12.016/09).
Será julgado pelo órgão competente para julgar o recurso do MS.
§1º - mesmo que tenha indeferimento do pedido, vai caber um pedido ao STJ ou STF.
Deverá, entretanto, ser observado se não é originário de Tribunal.
§2º - então, ainda cabe outro pedido de suspensão de o agravo for deferido.
3§ - significa que poderá ter agravo de instrumento contra a decisão e também o pedido
de suspensão. O poder público poderá interpor os dois.
Nem sempre o MS é resolvido por sentença, poderá ser por acórdão (quando o MS for de
competência originária de Tribunal).
Requisitos (art. 475 CPC) – O CPC diz que quando for sentença proferida contra
o poder público quando for superior a 60 salários mínimos. Mas no caso do MS isso não se
aplica. Seja qualquer valor haverá obrigatoriamente reexame necessário. Às vezes nem tem
valor, mas mesmo assim haverá reexame necessário.
- Decisão Positiva (dando provimento): Caberá RESP e RE. Mas isso é em tese,
pois a admissibilidade é muito estreita (dependerá do preenchimento de uma série de requisitos.)
Mas aqui não poderemos aplicar a teoria da causa madura quando for do STF, mas
poderá haver aplicação desta teoria no STJ.
Atenção!!! Embargos infringentes (previsão no art. 530 – tem cabimento quando o acórdão, não
unânime, reforma sentença de mérito ou julga procedente ação rescisória – quando por maioria
se julga procedente a rescisória). O STJ e o STF já tinham consolidado entendimento que em
sede de MS não tem cabimento embargos infringentes. Súmula 169 STJ e súmula 597 STF. Só
que agora ainda há lei específica proibindo o emprego de embargos infringentes no MS. (art. 25
Lei 12.016/09).
Então, quando não se analisa o mérito do MS poderá ser interposto outro MS ou ir para a
via comum.
Isso já estava na súmula 304 STF: “decisão denegatória de MS, não fazendo coisa
julgada...”.
Art. 19 da lei 12.016: “A sentença ou acórdão...” Então, não enfrentou o mérito, poderá
mover ação de novo.
Existe o princípio da causalidade (quem dá causa para o processo deve, uma vez sendo
vencido, ressarcir o vencedor das custas que ele teve - Art. 20 CPC).
Aí a lei veio e consolidou esse posicionamento pelo não cabimento de sucumbência. Art.
25 da lei 12.016/09 “não cabe...”
A CF/88 apresentou apenas os legitimados, mas a lei poderia criar outros legitimados,
mas ela acabou restringindo.
Legitimados:
- Partido Político
b) Art. 21 lei
Bens jurídicos tutelados. (Art. 21 e 22 da lei): Tivemos aqui uma restrição para o
MSC. Com a lei, só tem cabimento o MSC para tutelar interesse coletivo em sentido
estrito e individual homogêneo, mas a jurisdição já admitia a utilização de MSC para
interesse difuso.
Coisa julgada (art. 22 da lei). A coisa julgada ela atinge os membros do grupo,
porque o legitimado é o grupo específico. A coisa julgada transcende ao processo,
mas atinge ao grupo específico. Mas atenção!!! Não precisa ser filiado ao grupo.
Obs.: Sistema de Vinculação (no Brasil não foi adotado nenhum deles):
MANDADO DE INJUNÇÃO
ART. 5º, LXXI
I – INTRODUÇÃO
Omissão Constitucional se trata de quando o legislador deixa de dizer aquilo que tem
que ser dito por comando constitucional. É a norma de eficácia limitada. Dependendo da
legislação infraconstitucional para haver a aplicação.
O objetivo da omissão constitucional é tornar pública a omissão e comunicar o órgão. É
uma ação política, isto é, não tem força normativa. O STF não vai normatizar. Ele dirá que
dependerá de complementação, comunicando ao órgão que edite a norma.
II – CABIMENTO
O objetivo não é normatizar, mas tornar possível o exercício do direito que está carente
de norma regulamentadora.
Terá cabimento nas hipóteses previstas no art. 5, LXXI, ou seja, quando temos normas de
eficácia limitada e que a pessoa não tem condição de exercer o seu direito.
Ex.: Funcionário Público tem direito de greve na forma da lei. Mas cadê a lei? Não
tinha ainda. Então, ele não tinha direito de greve.
III – LEGITIMIDADE
IV – OBJETO
V – COMPETÊNCIA
Atenção!!! Tribunal de Justiça pode julgar mandado de injunção pelo princípio da simetria, só
que em relação à omissão da constituição do estado.
VI – PROCEDIMENTO
Não tem um específico. Utiliza-se por analogia a lei 12.016 (Mandado de Segurança).
O STF já admite. Mas há resistência, porque nesse caso, a decisão terá um caráter
normativo muito mais acentuado. Isso porque vai envolver uma categoria. É claro que não vai
envolver o direito difuso, mas a uma categoria, classe, grupo.
Ele não tem regramento nem previsão constitucional. Só aplicamos porque a CF não diz
que o Mandado de Injunção será individual, logo, poderá ser coletivo também.
VIII – JULGAMENTO
M.I. – 232/01 – Efeito Concreto Imunidade Tributária após 3 meses. Adotou-se, no caso
de imunidade tributária, a teoria do Sepúlveda. A partir desse julgamento a posição do STF
começou a mudar.
M.I. – 283/05
M.I. – 384
M.I. – 543
M.I. – 562
IX – EXECUÇÃO
A execução vai depender, então, do efeito que se dê. Com efeito concreto, se estiver
ocorrendo alguma restrição de algum órgão, você promoverá uma execução normal.
Procedimentos Especiais
I – INTRODUÇÃO
Livro IV, título II CPC e lei 5476/78 (ação de alimentos), lei 4717/65 (ação popular com
procedimentos específicos), Juizados Especiais etc.
Há até uma inflação legislativa. As vezes temos normas hibridas (CPC – normas de
processo e de direito material).
O julgador teria que flexibilizar o procedimento (tirando fases que ele entenda
desnecessárias), mas como o nosso Tribunal é conservador, vai lá e anula a sentença dele.
Hoje, há uma rigidez, não permitindo tal flexibilização. Se for procedimento ordinário o
previsto em lei, deverá ser seguido.
II – OBJETIVO
Encontramos esses procedimentos especiais, principalmente, no livro IV, título II, CPC.
Segundo a concepção majoritária não se trata de jurisdição, pois o judiciário não decide
(substituindo a vontade das partes). Mas há casos em que o Estado fiscaliza, ainda que não haja
discussão. O caráter é de mera fiscalização.
Não é voluntário também, porque é obrigatório. Isto é, você terá que passar pelo crivo
daquele procedimento, caso queira sujeitar o outro condômino à alienação da coisa. Ou se você
quiser emancipar um incapaz ou interditar alguém, terá que passar por esse procedimento. Logo,
não é voluntário, mas obrigatório.
Quando a lei prevê que tem que ser judicial, deverá ser judicial.
O §2º diz que o tabelião somente... ou por defensor. Aqui permitiu a participação do
defensor.
§1º “o tabelião somente lavrará escritura pública se...” Então, quem não tem dinheiro já
pode fazer esse procedimento extrajudicial.
Fora essas hipóteses, os demais procedimentos de jurisdição voluntária são judiciais. Art.
1103 e seguintes.
Ação de Consignação em
Pagamento
I – Introdução:
Ex.: O credor não quer receber dizendo que há uma multa ou o valor é um e o
devedor quer pagar outro etc.; Poderá ser obrigação de pagar, coisa fungível e infungível e até
bem imóvel.
A pessoa não sabe a quem pagar. Pode acontecer, por exemplo, quando há o
falecimento do credor.
II – Consignação Extrajudicial
Só acontecerá se a obrigação for de pagar. Se for de entrega de coisa aí terá que ser a
consignação judicial (que é a própria ação de consignação em pagamento).
Art. 890. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de
pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
É uma lei de conteúdo aberto. Por exemplo, a lei de locações (art. 67 Lei 8245/91)
O caput do art. 890 diz dos casos previstos em lei, porque é uma forma de satisfação de
obrigação. Quem regula essas obrigações são as normas de direito material.
Atenção!!!! Essa consignação extrajudicial é opcional. Não há exigência legal que o devedor
esgote essa via para somente depois promover a ação de consignação em pagamento. Você pode
fazer direto a ação. A única vantagem é que a consignação extrajudicial é mais barato e mais
rápido.
Art. 890 § 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da
quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em
conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o
prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
Se o credor se recusa (e ele vai fazer isso por escrito), vai caber ao devedor a consignação
judicial.
O credor não manifestando formalmente a recusa, a lei diz que o devedor está liberado do
pagamento. Se o devedor for surpreendido com uma ação de cobrança, ele se defenderá
demonstrando que foi feita uma consignação extrajudicial e que ele não se manifestou. A defesa
do credor é dizer que não foi entregue para ele, que ele não recebeu etc.
§ 4o Não proposta a ação no prazo do parágrafo anterior, ficará sem efeito o depósito, podendo
levantá-lo o depositante.
Ele tem 30 dias (a partir da ciência que ele toma em relação à recusa do credor) para
promover a ação de consignação judicial. Se ele não propor em 30 dias, ele não perderá o direito
de ação, mas a conseqüência será a perda da eficácia desse depósito. Na própria ação de
consignação ele terá que pedir para o juiz deferir o depósito. Ele corre o risco de não ter sucesso
na demanda, pois já incidiu juros, correção monetária.
- Petição Inicial
Requisitos: Todos os requisitos devem estar presentes (art. 282, 283 CPC). Além
disso deverá também está presente:
Se o réu (que é o credor) aparecer apenas para levantar o valor ou a coisa (não
contestando), ele será condenado a pagar as custas e honorários. Se a obrigação é de
pagar, ele poderá dizer que o depósito é insuficiente, provando a alegação. Mas nesse
caso poderá levantar o valor.
- Resposta
*argúi por meio de exceção a competência relativa (art. 112 CPC). Se a violação é de
critério absoluto o meio correto a se utilizar não é a exceção, mas na preliminar da contestação.
(art. 301, II CPC). A jurisprudência até aceita que se faça de outro modo, mas ainda temos o
rigor da forma muito presente.
Juízo = Incompetência
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação será admissível se o réu indicar o montante que
entende devido.
Atenção!! Lembrar que no caso de contrato de adesão, a cláusula é imposta (art. 102, parágrafo
único). Logo, não é eleição do foro. O juiz poderá quebrar isso, aceitando onde o réu ter
ingressado com a demanda no seu domicílio.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada
de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.
O art. 896 procura direcionar algumas matérias de defesa. Mas esse rol é sugestivo. “na
contestação o réu poderá alegar que...” É meramente sugestivo. O legislador indica algumas
matérias de defesas. Porque pelo princípio da ampla defesa, ele pode alegar qualquer coisa, sob
pena de haver um cerceamento de defesa. Qualquer matéria pertinente àquela relação ele poderá
alegar.
IV – Prestações Periódicas
Art. 892. Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor
continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde
que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento.
Ex.: Cota condominial. Taxa extra. O condômino diz que não reconhece essa cota extra
e tal. Só que o condomínio atrela a cota extra com a cota condominial, fazendo com que o réu
não consiga para a taxa do condomínio sem pagar a cota extra.
No caso do artigo, diz que, o juiz deferiu, determinando a expedição da guia de depósito.
Você não precisará fazer isso novamente para o mês seguinte. Você vai no cartório e faz
automaticamente. Depois você faz uma petição anexando a guia ao depósito. Mas deverá fazer
isso até 5 dias do vencimento. E isso funciona mês por mês. O processo fica enorme.
V – Competência
Art. 891. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que
se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada improcedente.
Art. 898. Quando a consignação se fundar em dúvida sobre quem deva legitimamente receber, não
comparecendo nenhum pretendente, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens de ausentes
(arrecada-se o dinheiro, e fica sob cautela do Estado); comparecendo apenas um, o juiz decidirá de
plano (ficará o devedor liberado do pagamento, a não ser que haja recusa/questionamento do
valor); comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação,
continuando o processo a correr unicamente entre os credores; caso em que se observará o
procedimento ordinário (aparecem dois herdeiros. Quem deve receber? O dispositivo diz que o
processo será extinto para o autor. E o processo vai prosseguir em relação aos pretendentes. A
controvérsia em relação a ele, devedor, foi resolvida. Será decisão interlocutória, e o processo
prossegue. Somente ao final haverá sentença dizendo quem de fato é o credor.
I – Introdução
II – Violação da Posse:
Atenção!! Não teremos atos concretos que atentem contra a posse. Teremos sim alguns
elementos que poderão fazer com que o possuidor se sinta ameaçado.
Geralmente isso vai acontecer por arrebatação (poderá se dar por violência, clandestinidade e
precariedade).
Atenção!! A linha que distingue uma de outra é muito estreita. Então, você pode ter dúvida se o
que aconteceu é turbação ou esbulho, por exemplo. O juiz poderá adequar ao caso concreto. É a
fungibilidade entre os procedimentos possessórios. E a lei, ao tratar disso (art. 920 CPC) deixa
isso claro.
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça
do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.
Pode acontecer também de entre o momento em que você ingressou com a ação
possessória pela ameaça e a manifestação do juiz, já ter havido a turbação. Não haverá problema
algum, ou seja, não precisará ela ingressar com outra ação. O art. 920 prevê a possibilidade de o
juiz adequar o procedimento possessório ao caso concreto.
Processo Civil IV André Barreto 2010
112
Tinha previsão no CC/16, mas não foi contemplado no CC/2002. O art. 924 CPC vai
dizer que seguirá o procedimento especial desde que a ação seja ingressada até 1 ano e dia da
ciência da data da turbação, esbulho ou ameaça. Depois disso seguirá o procedimento ordinário.
O que tem de especial nesse procedimento está no art. 928. Trata-se da liminar
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Ele vai demonstrar os requisitos na petição inicial. Primeiro vai preencher os requisitos
genéricos (art. 282...), e os requisitos específicos do art. 927.
I - a sua posse;
Às vezes fica difícil fazer prova. Aí o juiz não defere a liminar, marcando audiência de
justificação, somente depois de ouvir a outra parte.
Atenção!! O que tem de diferente nesse rito (que o torna especial) é a possibilidade da concessão
da liminar e a audiência de justificação.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou
a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
V – Liminar
Precisamos ficar atentos ao fato de que não precisa seguir esse rito especial. Poderá
seguir o rito ordinário se a parte quiser. Inclusive pode ser feito pelo juizado. Será possível até a
tutela antecipada, mas será a tutela do art. 273. Aí os requisitos serão outros. Deverá aí mostrar a
urgência etc. Os requisitos do art. 273.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para contestar
contar-se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar.
Deferido ou não a liminar o autor vai pedir a citação do réu nos 5 dias subseqüentes.
Havendo a justificação prévia, a intimação se dará na audiência.
Importante!! Deferida ou não a liminar, o autor vai oferecer os elementos para que o réu seja
citado. A resposta dele (contestação) será em 15 dias.
No caso da audiência de justificação ele será intimado, mas não é para levar na audiência
a contestação. A partir da audiência, caso o juiz decida a liminar ali mesmo, é que flui o prazo
(exclui aquele dia e passa a contar do dia seguinte).
Se o juiz não decidir na hora, isto é, for para conclusão, quando houver a publicação o réu
será intimado para contestar. Terá 15 dias após a citação dele.
Havendo audiência de justificação o réu será citado para comparecer à audiência. O prazo
para contestar só vai fluir depois da decisão, que poderá ser na própria audiência ou depois de ir
à conclusão.
Se ele deferir a liminar, o réu é citado para contestar direto (após a juntada do mandado
de citação). Não haverá audiência de justificação, pois essa audiência quando o juiz entender que
não há elementos suficientes para conceder de plano (conceder a liminar). O réu somente será
citado na hora no caso da audiência.
Atenção!!! Essa decisão liminar é decisão interlocutória, então, pode o réu ir direto ao Tribunal
para pedir efeito suspensivo.
VI – Procedimento
VII – Sentença
Sentença de Procedência:
VIII – Execução
IX – Recursos
Obs.: Se a sentença confirmar a liminar em face do réu, o autor oferecerá apelação. Sabemos que
a apelação tem efeito suspensivo (art. 530). O inciso VII diz que não tem efeito suspensivo a
sentença, isto é, será recebida apenas na forma devolutiva. Isso porque você tem a liminar
concedida a partir de cognação sumária, como você vai dar efeito suspensivo à sentença depois
de uma cognição exauriente?
Trata-se de ação de consignação. O CPC prevê no art. 981 que é o local de pagamento, só que
estamos diante de ação de locação (lei 8245/91 – lei de locações – Ela sofreu alterações pela lei
12.112/2009 – alguns aspectos da ação de despejo, principalmente.). Quando se trata de ação de
locação, a regra de competência é do foro de situação da coisa (art. 58. II da lei 8245/91). O
critério é relativo.
I – INTRODUÇÃO: Serve para embargar obra nova que prejudique um prédio vizinho ou que viole
leis municipais.
O que vai ser avaliado no mérito é o tipo de interesse que está em jogo. São casos
específicos.
II – CABIMENTO:
CAPÍTULO VI
DA AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
I - ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de obra nova em imóvel vizinho
Ihe prejudique o prédio, suas servidões ou fins a que é destinado;
II - ao condômino, para impedir que o co-proprietário execute alguma obra com prejuízo ou
alteração da coisa comum;(ou seja, cabe também entre condôminos).
O art. 935 fala da possibilidade, sendo o caso urgente, de fazer o embargo extrajudicial.
Depois ele vai pedir (em 3 dias) a ratificação em juízo.
Art. 935. Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o embargo extrajudicial,
notificando verbalmente, perante duas testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para
não continuar a obra.
Parágrafo único. Dentro de 3 (três) dias requererá o nunciante a ratificação em juízo, sob pena de
cessar o efeito do embargo.
Atenção!!! A obra não poderá ter sido concluída. Pois, se já tiver sido concluída será por
procedimento ordinário, com pedido de demolição/desfazimento (é a ação demolitória). Esse é
um instrumento típico de tutela inibitória.
Art. 936. Na petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do art. 282, requererá o
nunciante:
I - o embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal reconstituir, modificar ou demolir
o que estiver feito em seu detrimento; Pedido para paralisar a obra e, ao final, que seja restaurado o
estado anterior (obrigação de fazer – demolindo, por exemplo).
Art. 937. É lícito ao juiz conceder o embargo liminarmente ou após justificação prévia. (isso era
um instrumento com diferencial grande, para a redação originária do CPC). Agora não representa
mais tanta especificidade assim.
Ele pode deferir sem audiência, quando os elementos são evidentes e consistentes, ou ele
vai marcar uma audiência de justificação para colher prova oral.
Art. 938. Deferido o embargo, o oficial de justiça, encarregado de seu cumprimento, lavrará auto
circunstanciado, descrevendo o estado em que se encontra a obra; e, ato contínuo, intimará o construtor
e os operários a que não continuem a obra sob pena de desobediência e citará o proprietário a contestar
em 5 (cinco) dias a ação.
1º - O oficial de justiça que vai cumprir. Ele que vai no local para obstar a obra. Ele
primeiro vai descrever de modo pormenorizado a obra, para depois mandar parar. Ele descreve
primeiro para poder saber depois o jeito que a obra estava. Assim poderá saber depois se foi
descumprida a ordem.
2º - Ele vai citar o réu, para querendo se insurgir (em 5 dias. Esse é o prazo para resposta.
Aplica-se a regra do art. 241, II. O prazo para resposta flui a partir da juntada do mandado
cumprido aos autos). Citação formal.
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado
cumprido;
Atenção!!! É ato contínuo. No mesmo momento ele descreve detalhadamente, manda parar e
cita o réu. (se o diretor ou responsável não estiver lá, ele vai até o endereço indicado da
empresa.)
O legislador fala no art. 938 que o oficial de justiça, quando vai cumprir um mandado
liminar, com ou sem justificação prévia, vai para citar. Isso é um problema. Ele não define a
atividade do oficial de justiça para fazer a intimação se não for deferido o embargo. Já pensou-se
anteriormente que seria extinto o processo. Mas hoje, justificando que não é cognção exauriente,
mas sumária, aproveita-se o mesmo.
Art. 940. O nunciado poderá, a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, requerer o
prosseguimento da obra, desde que preste caução e demonstre prejuízo resultante da suspensão dela.
Ele presta caução e continua a obra, pois pode acreditar que a obra parada é muito mais
prejudicial a ele.
§ 2o Em nenhuma hipótese terá lugar o prosseguimento, tratando-se de obra nova levantada contra
determinação de regulamentos administrativos. Quando quem pede o embargo é o município, nesse
caso, mesmo que preste caução, não será possível o prosseguimento da obra.
Atenção!!! O município nunca usa isso, pois ele alega o exercício do poder de polícia. Diz
que se violou o código de postura da cidade, vai lá e derruba tudo. A pessoa que vá atrás de
perdas e danos.
AÇÃO DE USUCAPIÃO
I – Introdução:
Essa ação sofreu uma reforma considerável em 1994. Havia previsão de uma audiência de
justificação da posse. As partes eram citadas para justificar a posse. O juiz já avaliava ali, e se
não ficasse evidente, o juiz extinguia sem resolução de mérito. O legislador modificou isso, pois
a posse pode ser demonstrada num procedimento mais amplo.
- Usucapião
Urbano – art. 183 CF – lei 10.257/01 – Requisito mais rígido de ter que
estar morando, além de não ter outro imóvel.
II – Procedimento
- Litisconsórcio Necessário (art. 942): A lei fala em citar por edital eventuais
interessados. Há uma discussão se isso é constitucional ou não. Quem são os eventuais
interessados?
Art. 942. O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel,
requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos
confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao
prazo o disposto no inciso IV do art. 232.
Art. 943. Serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da
Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. É obvio
que na localidade em que o imóvel está situado.
Atenção!!! O que tem de especial aqui é a participação dessas pessoas. O resto seguirá o rito
ordinário.
- Prova: Planta do imóvel. Em relação a posse, as provas orais são muito úteis. O
confrontante que é citado, pode chegar e dizer que não tem interesse na causa, alegando que não
está atrapalhando o imóvel dele. Então, esse que foi citado como confrontante (um vizinho
qualquer) pode até ajudar ao autor.
III – Sentença
Transitou em julgado a sentença, o juiz vai mandar expedir um mandado para o RGI fazer
a matricula em nome da pessoa que foi contemplada. Não haverá imposto de transmissão, pois é
aquisição originária. Mas poderá ter algum outro tributo, como IPTU atrasado etc. Art. 945
Art. 945. A sentença, que julgar procedente a ação, será transcrita, mediante mandado, no registro
de imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais.
O art. 13 da lei 10257 vai dizer que o usucapião em defesa é hábito a ser levada a
registro, mas ela pode ser inócua, porque pode sofrer rescisória.
Tem que ser uma ação reivindicatória. Ex.: Deveria ter a entrega do bem, mas não houve.
Se você nunca teve a posse, você não pode entrar com ação posssessória, mas sim com ação
reivindicatória.
Esse usucapião alegado como defesa pode ser levado ao RGI? A súmula 237 STF diz que
a usucapião poderá ser alegada como defesa, mas a jurisprudência não é muito confortável a se
levar à matricula do imóvel no RGI quando de defesa. Isso porque a lei trata de litisconsórcio
necessário, e ainda a necessidade de intimação da fazenda. Como vai se permitir levar ao RGI se
faltaram essas pessoas (litisconsortes e fazenda). Implica na eficácia da sentença.
A súmula diz que é habita a ser usada a usucapião como matéria de defesa, mas não diz
que poderá ser levado ao RGI.
Não haverá coisa julgada dos fundamentos (usucapião alegada como defesa).
Quando o imóvel tem uma delimitação precisa (ex.: um apto) não haverá o problema dos
litisconsortes e da Fazenda. Mas se você está diante de um terreno com titularidade precária etc.,
poderá haver esse problema.
Ex. O Marcelo comprou o imóvel da Ludmila. Só que na escritura tem uma cláusula de
usufruto (por exemplo) comigo. E na própria escritura diz que 6 meses após ter sido firmado
contrato entre o Marcelo e a Ludmila, eu terei que entregar o imóvel. Só que o Marcelo nunca
teve a posse, então, não poderá entrar com nenhuma ação de defesa da posse, mas vai pedir
reivindicação da posse. Aí eu alego que já estou lá há 15 anos e que não vou sair, alego a
usucapião. O Marcelo já denuncia à lide a Ludmila, para inclui-la na ação. Se o juiz dá a causa
para mim, há discussão se posse levar essa sentença para o RGI, pois poderá haver insurgência
dos vizinhos, fazenda.
I – Introdução:
II – Disposições Comuns:
A ação de divisão é para, por exemplo, extinguir o condomínio. Poderá o condômino ter o
interesse de fazer primeiro a demarcação e depois a divisão.
Atenção!! Esses procedimentos são utilizados para imóveis particulares. Ou seja, não poderá
envolver terra pública. Se houver dúvida se a terra é pública ou privada há uma ação para isso. É
chamada de discriminatória. Ela, na verdade, é demarcatória, mas como envolve terra pública
recebe esse nome.
CAPÍTULO VIII
DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES
Seção I
Das Disposições Gerais
II - a ação de divisão, ao condômino para obrigar os demais consortes, a partilhar a coisa comum.
Art. 947. É lícita a cumulação destas ações; caso em que deverá processar-se primeiramente a
demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e condôminos.Primeiro define
os limites, depois divide.
Art. 949. Serão citados para a ação todos os condôminos, se ainda não transitou em julgado a
sentença homologatória da divisão; e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se proposta
posteriormente. Ele fala da ação que o confinante promoveu para reivindicar ou pedir indenização
dos condôminos pelo fato de ter a sua posse invadida após a demarcação. Isso se a ação não
transitou em julgado.
Parágrafo único. Neste último caso, a sentença que julga procedente a ação, condenando a restituir os
terrenos ou a pagar a indenização, valerá como título executivo em favor dos quinhoeiros para haverem
dos outros condôminos, que forem parte na divisão, ou de seus sucessores por título universal, na
proporção que Ihes tocar, a composição pecuniária do desfalque sofrido. Isso vai acontecer
geralmente quando houver erro na ação de demarcação anterior.
O condômino é a pessoa que faz parte de um condom´nio (bem de propriedade de todos de forma
indivisível).
- Art. 950
Seção II
Da Demarcação
Art. 950. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela
situação e denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão
todos os confinantes da linha demarcanda. Ou seja, tem que colocar todos os conflitantes no pólo
passivo.
Art. 951. O autor pode requerer a demarcação com queixa de esbulho ou turbação, formulando
também o pedido de restituição do terreno invadido com os rendimentos que deu, ou a indenização dos
danos pela usurpação verificada.
O art. 952 diz que qualquer condômino é legitimado a promover ação de demarcação,
mas incluindo os outros condôminos. Incluindo aonde?? No pólo ativo? É legítimo você obrigar
alguém a litigar?? Esse é um fator. E também eu não posso ter o meu direito de acesso à justiça à
comunhão do outro condômino, ou seja, se ele não quiser litigar eu não poderei?
Didier e outros dizem, portanto, que tem que citar no pólo passivo. Mas o professor não
gosta muito disso, não. Para o professor essa citação não é para eles se defenderem, mas sim para
ingressarem como assistentes litisconsorciais (no pólo ativo, portanto). Então, não é um
litisconsórcio necessário, mas sim facultativo. Art. 952.
Art. 952. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum,
citando-se os demais como litisconsortes.
Outro problema, que a jurisprudência entende que a citação tem que ser pessoal, e não por
edital, como diz o art. 953, pois viola o princípio do contraditório (seria, por isso,
inconstitucional). Isto é, não poderá ser por edital, mas por carta precatória. Porque a citação por
edital causa sempre a revelia, pois ninguém toma conhecimento.
Art. 953. Os réus que residirem na comarca serão citados pessoalmente; os demais, por edital.
É muito fácil, por má-fé, o autor mentir, dizendo que não sabe onde está o réu. Por isso, o
juiz demora muito para deferir uma citação por edital, antes ele tenta esgotar todas as
possibilidades.
O art. 954 diz o prazo para contestar. O prazo é comum, e geralmente, esses
confrontantes terão advogados diferentes. Prevalece o entendimento que não se aplica a regra do
art. 191 (quando os réus tiverem diferentes procurados, serão computados os prazo em dobro).
Essa regra, portanto, é específica. Não se aplica a regra do art. 191.
Art. 954. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 20 (vinte) dias para contestar.
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro
os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Procedimento:
Havendo contestação será o ordinário, não havendo, será julgado imediatamente o mérito.
Atenção!!! Tem que ter perícia, mesmo que não tenha resistência (contestação).
Art. 955. Havendo contestação, observar-se-á o procedimento ordinário; não havendo, aplica-se o
disposto no art. 330, II.
Art. 956. Em qualquer dos casos do artigo anterior, o juiz, antes de proferir a sentença definitiva,
nomeará dois arbitradores e um agrimensor para levantarem o traçado da linha demarcanda.
Art. 957. Concluídos os estudos, apresentarão os arbitradores minucioso laudo sobre o traçado da
linha demarcanda, tendo em conta os títulos, marcos, rumos, a fama da vizinhança, as informações de
antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem. Eles vão fazer todo o levantamento
para poder fazer o traçado.
Parágrafo único. Ao laudo, anexará o agrimensor a planta da região e o memorial das operações
de campo, os quais serão juntos aos autos, podendo as partes, no prazo comum de 10 (dez) dias, alegar
o que julgarem conveniente. Apresentado o laudo, as partes apresentaram contestação em 10 dias.
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,
recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
I – Introdução:
Atenção!!! O bem tem que poder ser divido. Caso não seja, (como dividir um apto?) haverá a
ação de alienação de coisa comum.
Obs.: Essa ação poderá ser cumulada com a de demarcação. Primeiro demarca para depois
dividir. Atentar ao fato de que a demarcação deverá ser feita primeiro.
Atenção!!!! Essa ação só existirá quando há resistência, pois caso contrário será feita
amigavelmente por escritura.
II – Cabimento:
III – Legitimados:
IV – Procedimento:
Art. 967. A petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do art. 282 e instruída com os
títulos de domínio do promovente (documento que demonstre a titularidade do bem), conterá:
Art. 968. Feitas as citações como preceitua o art. 953, prosseguir-se-á na forma dos arts. 954 e
955. (lembrar que a citação não pode ser por edital, pois esta é inconstitucional. Deverá ser
pessoal).
V – Sentença:
Art. 974 CPC – Ação reivindicatória daqueles dos confrontantes (vizinhos) em face dos
condôminos ou quinhoeiros se tiver usurpação da área deles.
I – INTRODUÇÃO:
Representam uma ação que é muito comum no cotidiano forense, principalmente, como
processo incidente de execução. Não é raro vermos, em processo de execução, o oferecimento de
embargos de terceiro.
Na intervenção de terceiro o processo existia antes, e ele passa a ser parte no processo.
O embargo de terceiro não tem essa característica, pois se forma uma relação processual
nova.
CAPÍTULO X
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO
Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens
por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação
judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou
restituídos por meio de embargos.
§ 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de
sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial.
§ 3o Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios,
reservados ou de sua meação.
I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o imóvel sujeito a
atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos;
II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou
anticrese.
Embargo de terceiro – Instrumento de defesa da posse para coibir ato judicial. Quando
não for ato judicial, ele utilizará dos meios de defesa da posse (reintegração etc.)
Ex.: Numa execução o oficial de justiça vai na casa do executado e penhora um bem que lá
encontrou. Só que o bem era do irmão do executado. Esse ingressará, portanto, com um
embargo de terceiro.
Ex.: Um imóvel vai à leilão para pagar uma dívida de 30.000. Mas ele é hipotecado, e a
hipoteca está em 140.000. O imóvel é leiloado por 150.000. Então, somente 10.000 iriam para a
dívida, pois a hipoteca recebe antes. Se o credor hipotecário não for intimado, ele utilizará do
embargo de terceiro.
Quando o oficial pega um bem errado na busca e apreensão, p. ex.,caberá embargo de terceiro.
Art. 1.048. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento
enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois
da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. (porque
depois disso entre com ação própria, e não, embargo de terceiro).
Art. 1.049. Os embargos serão distribuídos por dependência (distribuição por dependência é
distribuição vinculada. Quem vai julgar é o mesmo órgão jurisdicional que determinou a
apreensão. Trata-se de critério funcional de competência. Esse critério é absoluto, logo, não
haverá modificação de competência ou prorrogação de competência.). e correrão em autos
distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.
Art. 1.050. O embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art. 282, fará a
prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo documentos (se tiver) e rol de
testemunhas (se quiser testemunha, deverá obrigatoriamente apresentar na inicial. É a mesma
exigência do art. 276. Poderá haver a necessidade de mudar a testemunha. Isso não tem
problema, mas você deverá apresentar um rol na inicial).
Art. 1.051. Julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os embargos e
ordenará a expedição de mandado de manutenção ou de restituição em favor do embargante, que só
receberá os bens depois de prestar caução de os devolver com seus rendimentos, caso sejam afinal
declarados improcedentes. O procedimento é bem similar dos de defesa da posse. Se a parte
conseguir demonstrar cabalmente que a apreensão foi indevida, o juiz poderá decidir através de
uma ação interlocutória, isto é, liminarmente.
VI – DEFERIMENTO LIMINAR:
Art. 1.053. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 (dez) dias, findo o qual
proceder-se-á de acordo com o disposto no art. 803.
Atenção!!! A resposta é em 10 dias. Se tiver deferimento liminar, vai ter que ter citação dos
embargados (são as partes no processo originário).
Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os
fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias.
Podemos ter a produção de outras provas, poderemos ter a AIJ, e depois teremos uma
sentença.
VIII – SENTENÇA:
Entretanto se o juiz indefere a liminar, mas ao final julga procedente, aí a apelação será
provida de efeito suspensivo.
Processo Civil IV André Barreto 2010
137
Indeferido a Liminar + Mas a sentença foi procedente = Apelação com Efeito suspensivo.
Ação Monitória
I – INTRODUÇÃO:
O procedimento especial vai ter lugar dependendo da atitude do réu. Porque se o réu se
insurge, o procedimento vai seguir o rito ordinário. Só vai ter rito diferente se ele paga ou fica
inerte.
II – CABIMENTO:
DA AÇÃO MONITÓRIA
Art. 1.102.a - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de
título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem
móvel.
Requisito da prova escrita sem eficácia de título executivo. (art. 1102-a). Isso porque
se tivesse eficácia de título executivo caberia ação de execução, e não ação monitória.
Art. 1.102.b - Estando a petição inicial devidamente instruída, o Juiz deferirá de plano a expedição do
mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo de quinze dias.
Art. 1.102-C. No prazo previsto (15 dias da juntada aos autos do mandado- que tem característica
de citação) no art. 1.102-B, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado
inicial. Se os embargos não forem opostos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial,
convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo-se na forma do Livro I, Título
VIII, Capítulo X, desta Lei.
Esses embargos independem de prévia segurança de garantia do juízo. Está escrito aí,
porque poderia se pensar que como a lei denominou essa forma de resistência como embargos,
poderia se chegar a conclusão de que deveria haver a garantia do juízo, pois antigamente se
previa isso.
§ 2o Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos,
pelo procedimento ordinário.
Atenção!!! A reconvenção tem que ser interposta junta com a contestação. Isso quando ele
contesta, pois ele pode não contestar. Poderá reconvir sem contestar. Isso porque há preclusão
consumativa. (Art. 299)
É possível ação monitória em face da fazenda? Sim. O STJ já definiu isso na súmula 339.
“é possível ação monitória em face da Fazenda Pública.”
V – RECURSOS:
VI – EXECUÇÃO:
Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o
efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de
dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei,
expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.
I – INTRODUÇÃO:
II – CARACTERÍSTICAS:
Pode ter duas fases nítidas. Com sentenças. Isso porque quando há resistência a prestar
contas, pois esteja fazendo uma prestação de contas equivocada.
O juiz decide que realmente aquele réu tem que prestar contas. Vai determinar que ele
preste contas em 48 horas. Há a possibilidade de recurso. Prestando contas ou não, o autor será
intimado a prestar contas.
1º - Tem uma fase onde se vai verificar se há mesmo o dever de prestar contas. Se o juiz
disser que não tem que prestar contas, termina tudo ali.
2ª Fase – Após a prestação de contas do réu haverá a prestação de contas do autor a fim
de se contrapor uma com a outra. Se sobrar ou faltar algum valor, o que faltar poderá ser cobrado
na própria sentença em ação de execução.
Atenção!!! Ainda que o réu não preste contas, o juiz mandará ao autor prestar contas. O juiz
poderá se valer de um perito. Achando pertinente, ainda que sem a prestação do réu, poderá
condenar a este sob a prestação de contas do autor.
CAPÍTULO IV
DA AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS
I - o direito de exigi-las;
II - a obrigação de prestá-las.
Art. 915. Aquele que pretender exigir a prestação de contas requererá a citação do réu para, no
prazo de 5 (cinco) dias, as apresentar ou contestar a ação.
§ 1o Prestadas as contas, terá o autor 5 (cinco) dias para dizer sobre elas; havendo necessidade de
produzir provas, o juiz designará audiência de instrução e julgamento; em caso contrário, proferirá desde
logo a sentença (recurso será apelação).
§ 2o Se o réu não contestar a ação ou não negar a obrigação de prestar contas, observar-se-á o
disposto no art. 330 (julga imediatamente); a sentença, que julgar procedente a ação, condenará o réu
a prestar as contas no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (recurso será apelação), sob pena de não
Ihe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.
Art. 916. Aquele que estiver obrigado a prestar contas requererá a citação do réu para, no prazo de
5 (cinco) dias, aceitá-las ou contestar a ação.
§ 1o Se o réu não contestar a ação ou se declarar que aceita as contas oferecidas, serão estas
julgadas dentro de 10 (dez) dias.
Art. 917. As contas, assim do autor como do réu, serão apresentadas em forma mercantil,
especificando-se as receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo; e serão
instruídas com os documentos justificativos.
Art. 918. O saldo credor declarado na sentença poderá ser cobrado em execução forçada (art. 475-
J – cumprimento de sentença). (poderá ser tanto de um lado quanto de outro). Há uma
característica dúplice. Pode acontecer de quem promoveu a ação, ao final, esteja devendo.
Inventário e Partilha
I – Introdução
O procedimento e partilha tem 3 finalidades básicas. Quando uma pessoa falece. Nós
temos um fato que tem repercussão no mundo jurídico, logo, é um fato jurídico. Falecendo,
haverá a sucessão patrimonial, além de obrigações transferidas para os herdeiros (obrigações
tributárias – pagar os impostos de transmissão – e obrigações aos credores do falecido). Será
partilhado com os herdeiros e meeiros.
Atenção!! Há pouco tempo foi instituído um procedimento extrajudicial para alguns casos.
1 – Acervo patrimonial;
2 – identificar os herdeiros;
Poderá ser feito isso tudo de forma amigável (arrolamento sumário. Hoje podendo ser
feito até no cartório). Mas não sendo amigável a coisa complica um pouco mais. Tendo incapaz
ou litígio o procedimento será comum ou ordinário de inventário. Esse é mais demorado, pois
pode ter impugnação, terá avaliação, poderá ter impugnação da avaliação etc.
Essa lei alterou o art. 982 passando a permitir, em caso de herdeiro único ou consenso
entre eles, que se possa fazer através da via extrajudicial (Lei 11.441/2007 – RES 35 CNJ).
Quando essa lei entrou em vigor o Câmara sustentou que com a criação do inventário
extrajudicial, nessa hipótese (herdeiro único ou com consenso) não poderá mais usar a
forma judicial. Inclusive se for usado tem que ser extinto. Mas o CNJ editou a resolução 35
dizendo que é opção, isto é, a pessoa poderá usar a forma judicial ou extrajudicial.
A lei 11.441/2007 estabelece gratuidade à pessoa que não tem condição de pagar.
Lei 11.965/2009
Essa lei alterou §§ do art. 982, permitindo que a Defensoria Pública participasse dessa
partilha extrajudicial, e não apenas o advogado.
Ultrapassou 60 dias, sem um dos legitimados (art. 987 e 988) autoriza ao juiz a
fazer de ofício. (art. 989).
Art. 987. A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no
art. 983, requerer o inventário e a partilha.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.
I - o cônjuge supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
I - o cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão, desde que estivesse convivendo
com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge supérstite
ou este não puder ser nomeado;
Art. 987 ao 989 CPC: Aqui é legitimidade para requerer a abertura de inventário.
O art. 987 e 988 fala dos legitimados. O art. 989 fala que o juiz pode abrir de ofício.
Art. 987. A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no
art. 983, requerer o inventário e a partilha.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.
I - o cônjuge supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
Atenção!!!! O art. 1757 CC fala que o companheiro sobrevivente (união estável) pode levantar
inventário.
Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas
mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal.
III – Inventariante
Não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade de ser parte (de estar em juízo).
I - o cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão, desde que estivesse convivendo
com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge supérstite
ou este não puder ser nomeado;
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência como se seus fossem;
III - prestar as primeiras e últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao
espólio;
Vll - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz Ihe determinar;
Quando o inventariante comete erros ou age de má-fé, por exemplo. Estão no art. 995.
Poderá ser:
a) Ofício
II - se não der ao inventário andamento regular, suscitando dúvidas infundadas ou praticando atos
meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano bens do espólio;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, deixar de cobrar dívidas ativas ou não
promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
Atenção!! Não havendo ninguém que queira ser inventariante, ele nomeará um dativo. Mas é
difícil acontecer.
IV – Procedimentos
Art. 1.036. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 2.000 (duas mil) Obrigações
do Tesouro Nacional - OTN, o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao
inventariante nomeado, independentemente da assinatura de termo de compromisso,
apresentar, com suas declarações, a atribuição do valor dos bens do espólio e o plano da
partilha.
O fator determinante para ser arrolamento comum é o valor do acervo. Até 2000
OTN.
Art. 1.031. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 2.015 da Lei
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, será homologada de plano pelo juiz, mediante
a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, com
observância dos arts. 1.032 a 1.035 desta Lei.
Dá-se no caso de partilha amigável ou no caso de herdeiro capaz único. Você escolhe
se faz o arrolamento sumário ou inventário extrajudicial
• INVENTÁRIO JUDICIAL
Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as questões de fato, quando este se
achar provado por documento, só remetendo para os meios ordinários as que demandarem alta
indagação ou dependerem de outras provas.
Ex.: uma discussão sobre vinculo de parentesco sairá do inventário para a via
comum.
VI – Competência
- Art. 96 CPC
A regra é que é no último domicílio do de cujos. Mas essa regra é relativa. Poderá ser
na do local dos bens etc. Se não houver apontamento de algum interessado, irá prorrogar a
competência.
Art. 983. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da
abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais
prazos, de ofício ou a requerimento de parte
I - o cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão, desde que estivesse convivendo
com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge supérstite
ou este não puder ser nomeado;
- PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
Art. 993. Dentro de 20 (vinte) dias, contados da data em que prestou o compromisso, fará o
inventariante as primeiras declarações, das quais se lavrará termo circunstanciado. No termo, assinado
pelo juiz, escrivão e inventariante, serão exarados:
Os interessados estão nas primeiras declarações. Caso algum não esteja, ele se
habilita por petição.
Art. 1.000. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo comum de 10
(dez) dias, para dizerem sobre as primeiras declarações. Cabe à parte:
Art. 1.001. Aquele que se julgar preterido poderá demandar a sua admissão no inventário,
requerendo-o antes da partilha. Ouvidas as partes no prazo de 10 (dez) dias, o juiz decidirá. Se não
acolher o pedido, remeterá o requerente para os meios ordinários, mandando reservar, em poder do
inventariante, o quinhão do herdeiro excluído até que se decida o litígio.
Art. 1.003. Findo o prazo do art. 1.000, sem impugnação ou decidida a que houver sido oposta, o
juiz nomeará um perito para avaliar os bens do espólio, se não houver na comarca avaliador judicial.
Parágrafo único. No caso previsto no art. 993, parágrafo único, o juiz nomeará um contador para
levantar o balanço ou apurar os haveres.
- NOMEAÇÃO DE AVALIADOR
- REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO
Art. 1.009. Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que sobre ele se manifestem as partes
no prazo de 10 (dez) dias, que correrá em cartório.
§ 1o Versando a impugnação sobre o valor dado pelo perito, o juiz a decidirá de plano, à vista do
que constar dos autos.
Art. 1.013. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no prazo comum de 5 (cinco)
dias, que correrá em cartório e, em seguida, a Fazenda Pública.
§ 1o Se houver impugnação julgada procedente, ordenará o juiz novamente a remessa dos autos ao
contador, determinando as alterações que devam ser feitas no cálculo.
VIII – Partilha
Art. 1.022. Cumprido o disposto no art. 1.017, § 3o, o juiz facultará às partes que, no prazo comum
de 10 (dez) dias, formulem o pedido de quinhão; em seguida proferirá, no prazo de 10 ( dez) dias, o
despacho de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que
devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário.
Art. 1.023. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a decisão, observando nos
pagamentos a seguinte ordem:
I - dívidas atendidas;
II - meação do cônjuge;
IX – Sentença
DECLARATÓRIA (MACATO): Ele diz isso alegando que quando ocorre a morte de uma
pessoa os bens são transmitidos aos herdeiros, então, ele diz que esse provimento é meramente
declaratória.
Art. 1.029. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário
ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada, por dolo, coação, erro
essencial ou intervenção de incapaz. Esse artigo fala da partilha amigável. Acontecendo algum vício
do consentimento, a partilha amigável pode ser passível de anulação. Seguirá o procedimento
comum.
Parágrafo único. O direito de propor ação anulatória de partilha amigável prescreve em 1 (um)
ano, contado este prazo:
Aqui é caso de partilha judicial. Nessas hipóteses teremos a ação rescisória. Além dessas
hipóteses, acontecendo uma das hipóteses do art. 485 haverá a ação rescisória.
DA AÇÃO RESCISÓRIA
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as
partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada
na própria ação rescisória;
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a
sentença;
O segundo trabalho, para o professor (da apelação) é o mais importante. É para fazer
uma apelação da questão nº 4. Ir ao site da ordem e pegar um espelho da resposta para
compreender, e depois montamos uma peça.
- Legitimidade,
- Competência;
- Liminar;
- Sentença;
- Recursos.
2 – Processo Coletivo
- Bens jurídicos;
- Legitimidade;
- Liquidação e Execução.
3 – Procedimentos Especiais