Sei sulla pagina 1di 7

DIREITO PENAL – 3º/2º SEMESTRE – PROF.

ORLANDO

I. TIPICIDADE.

1. Conceito: É a adequação entre o fato praticado pelo homem e a norma descrita na lei
penal como crime. Trata-se de elemento do fato típico. Se não houver tipicidade, o fato
será atípico e, portanto, não haverá crime.

2. Tipo penal.

2.1. Conceito: é a descrição da conduta que o legislador deseja ver incriminada, ou seja, é a
descrição legal do comportamento proibido. É através do tipo penal que se encontra a
fórmula ou modelo usado pelo legislador para definir a conduta penalmente punível. A
construção do tipo penal é conseqüência do princípio da legalidade, segundo o qual “não
há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. É
necessário, portanto, a descrição ou definição detalhada do que o ordenamento jurídico
entende por fato criminoso. Dessa forma, em vez de dizer genericamente “é proibido
matar”, ou “é proibido furtar”, a lei descreve, pormenorizadamente, o que é crime. O tipo
penal do homicídio, por exemplo, está na descrição que o art. 121 do CP dá: “matar
alguém”, assim como o tipo penal do furto é encontrado no art. 155 do CP: “subtrair para
si ou para outrem coisa alheia móvel”.

2.2. Espécies:

a) incriminadores: são os tipos que descrevem condutas proibidas com imposição de penas.
Ex: art. 121 do CP;
b) permissivos ou justificadores: são os tipos que não descrevem condutas proibidas,
trazendo em seu conteúdo, normas que autorizam o agente a praticar certas condutas
típicas. Ex: art. 23 do CP.
2.3. Espécies quanto aos elementos:

a) fundamentais: são os que contêm os componentes essenciais do crime. Localizam-se no


caput de um artigo. Ex: art. 121 do CP;
b) derivados: são os que se formam a partir do tipo fundamental, mediante o acréscimo de
circunstâncias que agravam ou atenuam a pena. Ex: art. 121, § 1º, do CP, art. 121, § 2º, do
CP, art. 155, § 1º, do CP.

2.4. Elementos do tipo:

a) objetivos: referem-se ao aspecto material do crime. São descritivos. A fórmula do tipo é


composta de um verbo que expressa a conduta. Ex: art. 121 do CP (“matar alguém”);
b) normativos: são aqueles que dependem de um juízo de valor. Referem-se a expressões
usadas pela lei, que exigem uma avaliação do seu significado jurídico ou social, como por
exemplo, os conceitos de documento (art. 297, CP), ato obsceno (art. 233, CP), alheia (art.
155, CP) etc;
c) subjetivos: referem-se a um especial fim de agir do agente quando pratica o fato. Nesse
caso, será necessário que o sujeito, além da vontade de realizar o núcleo da conduta (o
verbo), tenha também a finalidade especial descrita no tipo penal. Ex: no caso do furto (art.
155, CP), não basta a vontade e a consciência de subtrair coisa alheia móvel, sendo
necessário que o agente pratique a subtração com a finalidade especial de assenhorar-se do
bem com ânimo definitivo ou de entregá-lo a terceiro, uma vez que o tipo penal tem esta
finalidade especial como um de seus elementos (“para si ou para outrem”). Se o agente
subtraiu sem intenção de ter o bem para si com ânimo definitivo, ou seja, apenas para usá-
lo e depois devolvê-lo, não haverá crime, por ausência do elemento subjetivo do tipo. No
caso do homicídio, para que ocorra o crime, basta a consciência e a vontade de tirar a vida
de alguém, uma vez que o tipo penal não exige nenhuma finalidade especial (não tem o
elemento subjetivo). Outros exemplos: art. 131, CP (“com o fim de”); art. 158, CP (“com o
intuito de”); art. 288 (“para o fim de”) etc.
Geralmente os tipos penais são compostos só por elementos objetivos que são aqueles que
se referem ao aspecto material (materialidade) da infração penal, como, por exemplo, no
homicídio (“matar alguém”). Noutras, como no exemplo do tipo do furto, aparecem, além
de elementos objetivos (“subtrair coisa móvel”), elementos normativos (“alheia”) e
elementos subjetivos (“para si ou para outrem”).

2.5. Tipicidade indireta: ocorre quando o tipo penal depende de outras normas para se
completar. Na verdade, nem sempre a adequação do fato ao tipo se opera de forma direta,
existindo situações em que é necessário à tipicidade, que se complete o tipo penal com
outras normas contidas na Parte Geral do Código Penal, como ocorre na tentativa (art. 14,
II, CP) e no concurso de agentes (art. 29, CP).
II. ERRO DE TIPO.

1. Conceito: ocorre erro de tipo, quando o agente erra (por engano, desconhecimento ou falso
conhecimento) sobre os elementos do tipo (art. 20, CP).

1.1. Tipo e erro de tipo: Tipo é a descrição legal do comportamento proibido, ou seja, a fórmula
ou modelo usado pelo legislador para definir a conduta penalmente punível. A lei deve descrever
pormenorizadamente, o que é crime. Assim, por exemplo, o tipo do homicídio está na descrição que
o art. 121 do CP dá: “matar alguém”. Ora, como se sabe, o dolo compreende a vontade e a
consciência de realizar o tipo penal. Assim, se o sujeito pensou matar um animal, mas, na verdade,
estava matando um ser humano (“alguém”) por erro, não tinha consciência de realizar o
comportamento punível, isto é, não sabia que estava matando uma pessoa. Há erro em relação ao
elemento objetivo do tipo (“matar alguém”). É para regular tais hipóteses e outras semelhantes que
o art. 20 do CP dispõe que o erro (engano, desconhecimento) sobre elemento constitutivo (seja
elemento objetivo, subjetivo ou normativo) do tipo legal do crime (de sua descrição legal) exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

1.2. Espécies de erro de tipo:

a) essencial: quando o erro recai sobre os próprios elementos do crime. Neste caso, há exclusão
do dolo;
b) acidental: quando o erro recai sobre dados acessórios ou secundários do crime. Não impede
o sujeito de saber que está praticando o crime. O sujeito age com consciência do fato, enganando-se
a respeito de um dado não essencial ao delito quanto à maneira de sua execução. O erro, portanto, é
irrelevante, pois meramente acidental. Não há exclusão do dolo. Ex: o sujeito pensa estar furtando
uma mala com jóias, quando ela contém apenas roupas.
1.3. Erro de tipo essencial.

1.3.1. Espécies:

a) erro inevitável: ocorre quando o agente atuou com erro apesar de ter tomado os cuidados
objetivos. Há exclusão do dolo e da culpa e, portanto, não haverá crime. Ex: Vartúlio que encontra-
se perdido numa floresta, atira numa pessoa acreditando tratar-se de um animal selvagem e bravio,
quando na verdade, era Vantuério. Provando-se que qualquer pessoa, nas condições em que se viu
envolvido, teria a mesma suposição, haverá exclusão do dolo e da culpa;
b) erro evitável ou culposo: ocorre quando o agente poderia tê-lo evitado com as cautelas exigíveis
nas condições em que se encontrava. Neste caso, o erro afasta o dolo, mas, havendo culpa,
responderá por crime culposo, se houver previsão legal.

1.4. Erro provocado por terceiro.

1.4.1. Conceito: erro provocado é aquele causado por terceira pessoa. De acordo com o art. 20, §
2º, do CP, responde pelo crime o terceiro que determina, causa, provoca o erro.

1.4.2. Espécies de provocação:

a) provocação dolosa: se a terceira pessoa que causou o erro agiu dolosamente, com o propósito de
provocar o engano para que o crime ocorresse, houve provocação dolosa e ela responderá pelo
crime na forma dolosa. Ex.: o médico, que desejando matar o paciente, entrega à enfermeira uma
injeção que contém veneno, afirmando que se trata de um anestésico e faz com que ela a aplique. É
óbvio que a enfermeira agiu por erro determinado, provocado por terceiro (o médico), e não
dolosamente (pois não pretendia a matar o paciente). Neste caso, apenas o médico, responderá pelo
crime;

b) provocação culposa: se a terceira pessoa tiver causado o erro por culpa, terá havido
provocação culposa e a pessoa que determinou, causou o erro, responde por crime culposo, mas
se o fato por punível a título de culpa. Ex.: sem verificar se está ou não carregado, Vartúlio
entrega a Vantuério um revólver, afirmando, entretanto, que se encontra sem munição e
induzindo-o a acionar o gatilho. Vantuério dispara o revólver e o projétil atinge Valtiberson, que
morre. O provocador (Vartúlio) responderá por homicídio culposo, pois existiu provocação
culposa, ou seja, o agente provocador, apesar de não agir com dolo, atuou com culpa, ou seja,
com falta do dever objetivo de cuidado.

1.4.3. Situação do provocado: o provocado, ou seja, a pessoa que executou a ação, provocado
por terceiro, não responderá pelo crime, se o erro a que foi levado era inevitável, ou responderá
por culpa, se pudesse ter evitado o erro (o erro era evitável), caso agisse tomando os cuidados
objetivos necessários. Ex.: responderá também por homicídio culposo, o agente que recebendo a
arma, no exemplo anterior, não verifica se ela está ou não carregada, apesar da afirmação do
agente provocador de que se encontra sem balas.

1.5. Erro sobre a pessoa.

1.5.1. Conceito: é o erro do agente que recai sobre a pessoa. Trata-se de erro acidental. De acordo
com o art. 20, § 3º, do CP, o erro do agente, atingindo pessoa diversa da pretendida, não excluirá o
crime doloso. No entanto, de acordo com a lei, não se consideram as condições ou qualidades da
vítima real, mas as da pessoa contra quem o sujeito pretendia agir. Ex.: o sujeito pretende matar o
próprio irmão e, percebendo a aproximação de um vulto e acreditando ser o seu irmão, efetua
disparos vindo, porém, a matar pessoa estranha. Neste caso, responderá pelo crime como se tivesse
matado seu irmão. Como consequência, terá sua pena agravada de acordo com o art. 61, II, e), 3ª
figura, do CP, apesar de ter matado terceiro e não seu irmão. E no exemplo acima, se o sujeito
pretendesse matar uma pessoa estranha e por erro, matasse seu irmão, não haveria a incidência da
agravante.

1.6. Descriminantes putativas por erro de tipo (art. 20, § 1º, CP): ocorrem quando o agente,
levado a erro pelas circunstâncias do caso, supõe agir acobertado por uma causa excludente da
antijuridicidade. O art. 23 do CP prevê as causas de exclusão da ilicitude: estado de necessidade,
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. É possível que em
certas situações o sujeito suponha por erro, encontrar-se em face de uma dessas causas que excluem
a antijuridicidade. Quando isso ocorre, aplica-se o disposto no art. 20, § 1º, 1ª parte, do CP: “É
isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima”. É necessário que o sujeito tenha laborado em erro de tipo
essencial e inevitável, pois haverá exclusão do dolo e da culpa. Tratando-se de erro evitável, se o
agente poderia tê-lo evitado caso tomasse os cuidados objetivos devidos, responde pelo delito
culposo, se previsto em lei a modalidade culposa.

Potrebbero piacerti anche