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2- Recordemos os antecedentes:
2.4- Nessa mesma reunião foi decidido fazer um sítio da internet com a documentação
relativa ao tema da reforma administrativa da cidade.
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nomeadamente à “Transcrição integral da conferência/debate”, às “Intervenções dos
representantes dos Grupos Municipais da Assembleia Municipal de Lisboa”, às
“Intervenção dos especialistas convidados”.
Acresce ainda que seria desejável que esta importante matéria fosse mais debatida nas
freguesias. Foram apenas realizados até agora 5 debates, organizados por 9 freguesias,
alguns deles sem a presença de todos os proponentes de propostas sobre a matéria, o
que limitou obviamente o debate democrático das alternativas. E o número de
intervenções do público no sitio da internet disponibilizado pela AML foi de 73, a
grande maioria das quais (56, ou seja, 77%) sobre a criação da freguesia do Parque das
Nações. Ou seja, no essencial a intervenção dos cidadãos foi feita onde já havia uma
intervenção organizada dos moradores e comerciantes para a criação de uma nova
freguesia. Acresce que nesta sessão da Assembleia Municipal, que tinha como objectivo
central ouvir os cidadãos, apenas compareceram 26 dos 40 inscritos.
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consulta da população, tendo em vista obter exclusivamente a legitimação de uma
proposta que não colheu unanimidade nem na Câmara nem nesta Assembleia Municipal
de Lisboa. E a realidade é que (com poucas e honrosas excepções) tem havido uma
manifesta falta de vontade dos partidos do Bloco Central na dinamização e
aprofundamento das questões em debate. Ainda hoje recebi uma mensagem do eleito do
BE na Assembleia de Freguesia de Alcântara, dando conta que, apesar de a Assembleia
de Freguesia já ter aprovado uma proposta do BE para que o tema da reforma
administrativa fosse discutido nessa Assembleia, tal não aconteceu até agora. E que,
questionado sobre a razão da não realização da sessão, o Presidente da AF de Alcântara
esclareceu que, como a proposta PS/PSD não punha em causa a existência da freguesia
e pelo contrário pretendia até aumentar as suas competências, não tinha visto
necessidade de agendar o debate. Ou seja, dava-se como consumada a aprovação da
proposta do Bloco Central, como se não houvesse outras sobre a mesa, e negava-se a
possibilidade de discutir o tema…
Consideramos que a importância do tema que temos estado hoje a analisar justificaria a
abertura de um grande debate em Lisboa, que deveria ser levado aos bairros e
freguesias da cidade, de forma a suscitar a participação dos cidadãos. E consideramos
indispensável reafirmar que, de forma a enriquecer esse debate e permitir o
contraditório que é timbre dos debates democráticos, devem ser disponibilizadas aos
lisboetas as várias propostas que sobre esta temática foram formuladas.
Por isso queremos voltar a deixar claro que pretendemos que este período alargado de
discussão que agora propomos venha a permitir que sejam levadas à consideração dos
lisboetas não só a proposta do Bloco Central, aprovada em reunião de Câmara
Municipal, como também todas as restantes propostas apresentadas, quer na referida
sessão de Câmara, quer na citada sessão desta Assembleia. Bem como as propostas que
outras forças políticas, grupos de cidadãos ou simples cidadãos venham a formular.
5- Será que a prorrogação do período de discussão que agora propomos poderia ter
algum efeito negativo, pela dilação que poderia introduzir, a um processo de delegação
de novas competências para as freguesias? A resposta é NÃO.
A eventual extinção e criação de novas freguesias só terá efeitos práticos nas eleições
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gerais para as autarquias locais seguintes à publicação da lei da sua criação (nos termos
do artigo 9.º da Lei n.º 8/93, de 5 de Março), pelo que a reforma administrativa a ser
feita nestes moldes será necessariamente diferida no tempo. Só poderá entrar em vigor
no início de 2014.
Pelo que a prorrogação por mais sessenta dias do processo de discussão pública (em
curso em Fevereiro/Março de 2011) não trará quaisquer prejuízos à eficácia temporal da
proposta, considerando a legislação vigente.
Será incómoda para o PS porque tornará ainda mais clara a falta de legitimidade
programática, a falta de legitimidade democrática do apoio do PS à proposta de reforma
administrativa em discussão. Porque o PS propôs uma coisa no seu programa eleitoral
(propôs que a reforma administrativa assentasse na associação voluntária de freguesias,
com o fez o BE) e em seguida subscreve uma proposta que não respeita esse
compromisso.
Seria incómoda para o PSD porque tornaria ainda mais patentes as profundas divisões
que a apresentação da proposta em discussão originou. Um dos críticos da proposta, o
líder do PSD (ou melhor, do PPD/PSD) na vereação de Lisboa, Pedro Santana Lopes,
em artigo publicado no “Sol” da outra semana falava da “concertação política, em várias
matérias, entre António Costa, a distrital de Lisboa do PSD e a chefia da bancada do
PSD na Assembleia Municipal. Concertação que tem uma agenda conforme me foi
comunicado pelo próprio presidente da Câmara que inclui variadas e relevantes
matérias”. Se isto não é o Bloco Central eu não sei o que é um Bloco Central…