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Revista Eletrônica

PARA ALÉM DOS PARAÍSOS ARTIFICIAIS


HÁ TRATAMENTO POSSÍVEL NAS TOXICOMANIAS?1

ALEXANDRA VIANNA
Mestranda em Psicologia Clínica pela PUC-Rio. Pesquisadora do LIPIS/PUC-Rio
agvianna@gmail.com

Resumo: O presente artigo aborda as dificuldades enfrentadas não somente pelo paciente mas também pelo
terapeuta no tratamento das toxicomanias na tentativa de responder à questão: há tratamento possível nas
toxicomanias? Para tanto, é necessário primeiramente discutir sobre a metodologia de tratamento. É possível
exigir do toxicômano a abstinência como condição para que o tratamento dê início? Quais são as implicações
dessa exigência? Para refletirmos sobre o curso do tratamento, cito três momentos de crise nas toxicomanias
para os quais é preciso estarmos atentos: quando ele se descobre dependente de drogas, durante as recaídas e
nos períodos de abstinência. Em seguida, abodarei quais são os principais tipos de demanda que encontramos
na clínica das toxicomanias. Por fim, farei uma análise sobre de que forma o objeto da compulsão se
apresenta e como o aspecto social pode dificultar a entrada do paciente em tratamento.
Palavras-chave: toxicomanias, psicanálise, tratamento, compulsão.

Abstract: The present article boards the faced difficulties not only for the patient but also for the therapist in
the treatment of the drug addictions in the attempt of responding to the question: is there a possible treatment
in the drug addictions? For so much, it is necessary firstly to talk about the methodology of treatment. Is it
possible to demand of the drug addict the abstinence as condition so that the treatment begins? What are the
implications of this demand? In order to think about the course of the treatment, I quote three moments of
crisis in the drug addictions for which it is necessary to be attentive: when he discovers dependant of drugs,
during the relapses and in the periods of abstinence. Next, I board what are the principal types of demand of
treatment that we find in the clinic of the drug addictions. Finally, I will do an analysis on from what forms
the object of the compulsion shows up and how the social aspect can make difficult the entry of the patient in
treatment.
Key words: drug addiction, psychoanalysis, , treatment, compulsion

1
Este artigo é parte da dissertação de mestrado que venho desenvolvendo no Programa de Pós-Graduação de
Psicologia Clínica da PUC-Rio, sob orientação da Professora Junia de Vilhena.
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“Para se tratar, não existe pessoa mais ingrata, mais desleal, mais insuportável”
Durand-Dassier, In. Désintoxication et psychothérapie institutionnelle

O que fazer com os pacientes toxicômanos que são levados por familiares e não
apresentam demanda de tratamento? Como lidar com estes sujeitos que freqüentemente
colocam suas vidas e a de outros em risco?
Na minha visão, o tratamento pautado somente na exigência de abstinência não
basta para que haja uma mudança de posição do sujeito na sua relação com a droga, pois o
que move a drogadicção está além do poder da lei. Embora o aspecto da delinqüência esteja
presente em alguns casos, e precisa ser barrado pela justiça, é preciso que olhemos para o
toxicômano como alguém que estabeleceu uma relação de dependência química e
psicológica com a substância, para que a partir daí seja possível alguma intervenção
terapêutica.
Contudo, por vezes torna-se necessário agir de forma diretiva e prescritiva com essa
clínica no estabelecimento de certas condições para a viabilização do tratamento, como
proibir que o paciente fique de posse de dinheiro ou cartões de banco, sair com amigos da
época de ‘ativa’ e freqüentar os mesmos lugares que antes. Aos poucos eles podem
reconquistar sua autonomia, através do que alguns pacientes chamam de fortalecimento,
para que seja possível retomar suas atividades de uma outra maneira. Tudo isso requer o
auxílio dos familiares. Assim, o trabalho com toxicômanos exige a convocação da família
no tratamento, pois sem ela os profissionais de saúde têm sua prática limitada. Vale
ressaltar que estou me referindo ao dependente químico, também conhecido como
toxicômano, que se difere do usuário de drogas que não estabelece uma relação de
dependência com a substância tão grave a ponto de prejudicar sua vida em família, nos
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estudos e no trabalho. Ao contrário, o laço social dos toxicômanos é extremamente frágil e


restrito aos parentes que ainda se importam com ele, aos fornecedores de droga e aos
amigos também usuários.
O que chama a atenção tanto dos profissionais da área de saúde quanto da sociedade
de maneira geral é a constatação de que a informação a respeito dos prejuízos acarretados
pelas substâncias, o reconhecimento de sua ineficácia passado o efeito e a ilegalidade não
barram seu consumo. A satisfação momentânea obtida pela droga oblitera a possibilidade
de procura por outros recursos para lidar com o mal-estar. A dependência química que a
droga causa é um aspecto agravante, pois o organismo necessita de doses cada vez mais
fortes para se obter o efeito desejado.
Em 2007, uma série de reportagens sobre jovens de classe média e alta do Rio de
Janeiro que se envolveram com o narcotráfico espantaram a população. Não são somente os
pobres e moradores de favelas que vêem na droga uma possibilidade de ganhar uma grande
quantia de dinheiro em tão pouco tempo, mesmo que às custas da própria vida. Garotos e
garotas que tiveram acesso às melhores escolas e faculdades agora traficam. A ilegalidade
coloca esta forma de compulsão para além da marginalidade, como aponta Melman (1992):

É bem pior que o caso do velho celibatário ou da solteirona. Estes são


marginalizados na periferia. Um toxicômano não é marginalizado, nem
gravita sobre a mesma órbita que aqueles que participam da vida social. É
verdadeiramente, a este respeito, um extraterrestre. (Melman, 1992, p. 92)

É evidente no discurso do toxicômano a exaltação do modo como a droga é


consumida, a quantidade ingerida e o número de overdoses que ele atingiu. Segundo
Melman (1992), esta é uma tentativa de buscar um tipo de fraternidade através da partilha
de seus testemunhos sobre a relação com a droga. Esta característica se estende para os
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centros de tratamento, onde por vezes parece haver uma competição em se afirmar como
aquele que mais próximo chegou da morte e que mais leis infringiu.
Um dos fatores que torna o tratamento das toxicomanias tão árduo é a facilidade
com que a compulsão por um objeto pode se deslocar para outro. Como afirma
Olievenstein (1987), quando um toxicômano dá início ao tratamento ele ainda está em
busca do Graal, ou seja, à procura de uma outra dependência, que pode ser inicialmente
com o próprio terapeuta: “em falta, ele instalará uma relação carnívora contigo ou te
rejeitará; no mínimo, pedirá a droga legal que lhe permita trocar o duo ilegal que ele forma
com o produto, pelo autorizado pela medicina e permitido na instituição” (p. 118). Por isso
a necessidade de estarmos atentos à posição ocupada pelo profissional de saúde no
tratamento das toxicomanias.
As drogas mais associadas às toxicomanias no Rio de Janeiro são a cocaína, a
heroína, o álcool, a maconha e o crack, que teve seu consumo aumentado nos últimos anos
no Brasil. A procura pela cocaína é motivada pelos estados provocados de euforia, bem
estar, elevação do humor e aumento da auto-estima. Já o crack consiste em uma nova via de
administração da cocaína, que potencializa sua rapidez de ação: seus efeitos se apresentam
em aproximadamente 10 segundos e duram apenas 5 minutos (Psicosite2). Passados os
efeitos estimulantes, sobrevêm a depressão, fadiga e torpor. Desse reencontro com a
realidade insuportável surge a ânsia de se drogar novamente, instaurando-se um círculo
vicioso. Assim, vemos que as conseqüências da relação do sujeito com a droga não se
limitam aos efeitos da mesma sobre o corpo.

Algo de uma mudança qualitativa na relação com o produto sugere que o


sujeito passa a fazer uso da droga como uma solução para algo preciso,

2
http://www.psicosite.com.br/tra/drg/crack.htm
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específico que falhou em sua relação ao campo do Outro, uma solução para
algum nível de confronto com a castração. A droga neste contexto parece,
então, funcionar como um ‘tampão’ que adia, protela, por exemplo, a
emergência da angústia. (Castilho, 1993, p. 33).

As promessas das drogas são muitas. Contudo, elas falham. O que leva o usuário de
drogas a procurar ajuda é justamente a percepção de que a solução através do
anestesiamento fracassou, embora ele localize sua queixa inicial na substância e não
naquilo em que foi fracassado.
Uma das características que os próprios pacientes apontam sobre as toxicomanias é
a manipulação. Eles manipulam suas famílias, seus amigos, colegas de trabalho, chefes,
médicos e terapeutas. Devemos estar atentos nesta clínica aos discursos muito prontos,
marcados por falas que ‘os terapeutas gostariam de ouvir’. Estes discursos podem esconder
uma falsa demanda de tratamento, muito presente em adolescentes que são levados pela
família e permanecem apenas porque percebem que é possível obter ganhos secundários,
como um menor controle sobre sua rotina e acesso a dinheiro quando apresentam algum
indício de melhora.
Podemos identificar pelo menos três momentos de crise no sujeito toxicômano:
quando ele se descobre dependente de drogas, durante as recaídas e nos períodos de
abstinência. Geralmente o sujeito se reconhece como dependente químico quando percebe
que a vida sem a droga é insuportável ou sem colorido e nota a gravidade das perdas
sofridas. Nos períodos de recaída, o indivíduo não chega a identificar a repetição de um
comportamento cujas conseqüências são desastrosas, pois contra isso ele se anestesia.
Visto que a drogadicção é uma forma de evitar ou anular o sofrimento, podemos
compreender que a falta da droga, seja por decisão própria, seja por imposição de fora, é
causa de grande angústia para os toxicômanos. Os pacientes se referem muitas vezes a um
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vazio que se instaura dentro deles e as perdas sofridas tomam grande proporção. Ao mesmo
tempo em que este é um período muito crítico para o toxicômano, tornando-se imperativo
que ele seja acompanhado por um equipe especializada, este é também o momento em que
pode emergir uma demanda de tratamento, que somente é possível quando ele percebe que
o prazer ou alívio momentâneo obtido com a droga não compensa os danos provocados
pelo uso. Até então, o sujeito não encara sua relação com a droga como doentia, pois ela
ainda é vista como um recurso eficaz contra a iminência de sofrimento ou ansiedade. Isto
pode impedir que ele cogite a possibilidade de interromper o uso por não encarar a
drogadicção como uma fuga patológica, mas como uma estratégia de vida ilusoriamente
controlável.
Com isso, nos deparamos na clínica das toxicomanias com diversas formas de
encaminhamento nas quais os pacientes não estão implicados. Temos, por exemplo, a
demanda terceirizada quando o paciente vai até o tratamento por imposição da família, da
escola ou pela própria justiça. Neste último caso, na demanda legal, o paciente se dirige ao
local de tratamento apenas para obter um laudo para o INSS ou para a Justiça Terapêutica,
a qual impõe tratamento aos infratores usuários e dependentes de drogas. A princípio, não
há nestes casos uma demanda construída pelo paciente, o que não impede que a partir de
um trabalho em conjunto com a família ou pessoas mais próximas não seja possível que o
paciente se implique e adere ao tratamento. Encontramos também a chamada demanda de
reparação nos casos em que o paciente, motivado pelo sentimento de culpa, procura
tratamento logo após uma recaída na tentativa de reparar os danos causados às pessoas mais
próximas.
É improvável que o indivíduo dependente químico seja capaz de obter um controle a
longo prazo sobre o uso e suas conseqüências, em especial nos casos em que haja um ritual
envolvido, seja dentro de casa ou como condição para se divertir. Para o toxicômano, este
controle pode ser impossível de ser alcançado devido à gravidade da dependência
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psicológica e orgânica. São freqüentes relatos de pacientes que reconhecem que gostariam
de voltar a ser apenas usuários e não dependentes de drogas, ou seja, desejam obter o
controle sobre o uso. Damos a isso o nome de demanda de conciliação, visto que o paciente
busca o local de tratamento não para abrir mão da droga, mas tentar manejar seu uso.
Muitos chegam nas primeiras entrevistas afirmando que precisam parar de usar drogas, mas
logo começam a questionar se realmente são dependentes químicos e se não seria possível
voltar a usar como no início da drogadicção, período conhecido como ‘lua de mel’ com a
droga. No entanto, a partir do momento em que a dependência química se instaura,
dificilmente será possível a ele voltar a usar qualquer tipo de droga, inclusive aquelas
socialmente aceitas, como o álcool.
Como lembra Laurent (2002), a palavra pharmakon designa ao mesmo tempo o
remédio e o mal. Na procura pelo bem-estar do organismo, o sujeito drogado encontra o
vício. Assim, devemos estar atentos ainda ao uso que pode ser feito das medicações, que
também podem se tornar um veneno. A compulsão pelo objeto droga pode se converter em
compulsão por outros objetos, como pelas drogas prescritas pelo médico, o que pode ser
notado quando o sujeito passa a administrar a dosagem de seus medicamentos por conta
própria. Estes casos em que o paciente procura o médico somente pela receita,
caracterizando uma demanda de medicalização, esconde também uma falsa demanda de
tratamento.
Entrando brevemente na questão da ciência como provedora de recursos que,
quando mal utilizados, podem se voltar contra o sujeito, Bentes (1997) escreve que ao
contrário do que o ideal científico propõe como harmonia do corpo, o corpo pulsional,
atravessado pela linguagem, não pode gozar de harmonia: “Se para a medicina o sintoma
fala de uma desarmonia, para a psicanálise ele é harmônico à castração, à falta estrutural da
qual resulta o gozo” (p. 261). Assim, ao medicar sua dor o sujeito se priva da possibilidade
de entendê-la e lidar com ela. É claro que há casos em que o trabalho analítico não basta
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para dar conta da urgência do caso, porém ao excluir o pulsional, a abordagem científica
entra na urgência da própria cultura contemporânea e atropela o sujeito.
A escolha do objeto da compulsão não é absolutamente casual, pois passa pela
especificidade da economia libidinal do sujeito. Sendo assim, muitos estudiosos do campo
concordam com a afirmação de que o toxicômano faz a droga. Da mesma forma que
encontramos adictos a carboidratos, ao cafezinho ou ao tabaco, percebemos na clínica que o
sujeito toxicômano cria uma relação particular com sua droga ao apostar com ela “num
mais além onde o encontro com o real é opacificado pelo encontro com o ideal” (p. 263).
As toxicomanias revelam, assim, uma manifestação do sujeito imerso numa cultura de
consumismo desenfreado às voltas com seu mal-estar, onde o discurso da ciência prevalece
oferecendo toda espécie de fórmula para a felicidade. O discurso da ciência suprime a
linguagem como registro do furo, do mal-estendido, impossibilitando que o sujeito se
apresente à cultura através dos seus sintomas, fazendo desaparecer o sujeito do
inconsciente. Desta forma, não há espaço para esse “passo vacilante que é a neurose” (p.
265), como exprime Bentes (1997).
O aspecto social que recorrentemente envolve o uso de drogas, seja o do álcool nas
festas de família ou o do ecstasy das festas eletrônicas, é causa de grande frustração para o
toxicômano que precisa estar em abstinência, por não ser possível a ele controle sobre a
ingestão da droga. Isto implica a necessidade de recusar convites de familiares, amigos e
colegas do trabalho. É possível que o indivíduo seja capaz de voltar a freqüentar eventos
sociais, mas sempre com o cuidado de ter de enfrentar o estranhamento dos demais com o
fato dele não estar nem bebendo uma cervejinha. Certa vez ouvi de um paciente que sua
vida sem drogas é uma constante renúncia. Para ele, renunciar à droga significa renunciar
ao que dá vida à sua vida. O que podemos oferecer em contrapartida é a escuta do que o
sujeito tem a dizer a respeito da sua relação com a droga, o que permite que algo nessa
relação seja perturbado. Quando é o vazio que se faz ouvir na fala é preciso ir para além
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dela e analisar o que ele não diz, mas que pode revelar o que o levou a preencher seu vazio
com a droga. Sendo assim, é a partir da escuta do que está velado pela toxicomania que o
tratamento se torna possível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUDELAIRE, Charles. (1860) Paraísos artificiais: o haxixe, o ópio e o vinho. Porto Alegre: L&PM,
1998. 220p.
BENTES, Lenita. Toxicomanias antidepressivas. In. ALMEIDA, Consuelo Pereira de; MOURA, José
Marcos (Orgs.) A dor de existir. Rio de Janeiro: Contra Capa livraria, 1997. p.261-268.
CASTILHO, Glória M. Drogar-se: Um imperativo? In. Caderno do NEPAD/UERJ – Ano I – no. 1 – Maio
de 1993. p. 28-34
LAURENT, Eric. Como engolir a pílula? In. Clique – Revista dos Institutos Brasileiros de Psicanálise do
Campo Freudiano, n.1, Abril de 2002. p. 24-35.
MELMAN, C. (1992). Alcoolismo, delinqüência e toxicomania: Uma outra forma de gozar. São Paulo:
Escuta. 164p.
OLIEVENSTEIN, C. (1987). A clínica do toxicômano. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul, 1990.
138p.

Recebido: 28/11/2007
Aceito: 08/01/2008

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