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Subscritores
Telmo Correia
João Sande e Castro
Maria Orísia Roque
João Paulo Castanheira
João Gonçalves Pereira
Silvino Rodrigues
Pedro Morais Soares
Diogo Moura
Pedro Castelo
Carlos Pinheiro
Filomena Alves
Lizette Teixeira do Carmo
André Carreira
António Carlos Monteiro
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A Reforma da Administração Pública
Índice:
1. Preâmbulo
2. Diagnóstico
3. Reformar a Administração Pública
4. A Reforma dos Municípios
5. As Finanças Locais
6. Os Orçamentos de Base Zero
7. As Empresas Municipais
8. A Reforma das Freguesias
9. A Recusa da Regionalização
10. A Extinção dos Governos Civis
1º Subscritor
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A Reforma da Administração Pública
1. Preâmbulo
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Hoje, não é a Administração Pública (a começar pelo Governo) que serve o País, é
o País que serve a Administração Pública e em especial o Governo e a
administração.
O nosso modelo tem em vista que a administração funciona em prol do Governo (e
até do Partido do Governo) e não da sociedade, serve o “Chefe” e não o cidadão.
Quantos cidadãos que participaram ou ganham com o actua mapa de Freguesias e
Câmaras? Quantos cidadãos conhecem e entendem a criação de tantas
Fundações, como, por exemplo, a Fundação Côa Parque?
A reforma que o CDS propõe não deve ter, no entanto, uma visão estritamente
economicista mas, pelo contrário, definir o caminho que permitirá ganhar eficiência e
massa crítica, reduzindo a burocracia, para melhor servir os cidadãos. O caminho
que propomos consiste assim em propostas como sejam: a recusa de mais
entidades políticas como resultaria das regiões; a extinção dos Governos Civis; a
redução do número de Municípios e Freguesias; uma lógica de exigência quanto
aos Institutos e Fundações municipais, cujos conselhos de administração deveriam
ter no máximo um presidente e dois vogais; e a exigência de rigor nas empresas
municipais que só devem existir se forem efectivamente empresas e tiverem
viabilidade económica.
Mas, antes do mais, passemos ao diagnóstico…
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2. O Diagnóstico
A Administração Pública, neste caso a Local mas o que a seguir se diz aplica-se a
toda ela, existe exclusivamente para servir as populações. Não se justificando a ela
própria senão através da avaliação da qualidade e eficiência desse serviço, a
Administração Pública não deve estar fora dos objectos de reforma para um
Portugal mais moderno. Antes pelo contrário. Num tempo de novas tecnologias e
novas velocidades, e num tempo em que a própria economia e sociologia têm
fornecido novas respostas para a análise do fenómeno da escolha pública, a
Administração Pública é um objecto essencial de reforma. E a sua reforma deve ser
orientada por uma simples questão: tal como está, esta Administração que temos
serve eficazmente os cidadãos?
Para chegarmos a essa resposta temos de olhar para a Administração Local que
temos. 308 Municípios. 308 Executivos camarários. 308 Assembleias Municipais.
4260 Freguesias. 57.445 Eleitos autárquicos. 343 Empresas Municipais. 132.000
Funcionários da Administração Local.
Um município, um executivo e uma assembleia por cada 33 mil portugueses. Uma
freguesia por cada 2340 portugueses. Um Eleito Local por cada 175 portugueses.
Mais do que uma empresa municipal por município. Um Funcionário Municipal por
cada 76 portugueses.
A isto deve somar-se as parcerias público-privadas de âmbito local e ainda a
Administração Central com impacto local. Os Governos Civis, os institutos públicos
desconcentrados e descentralizados. Perante isto, estamos em condições de dizer
que a nossa Administração Pública Local tem uma dimensão racional, tendente à
eficiência e à racionalização da despesa e a melhor alocação da receita? É evidente
que não. A Administração Pública em Portugal é cara, é redundante, está afastada
dos cidadãos e é pouco eficiente:
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e sectores que não correspondiam a necessidades tradicionais dos cidadãos, fez
crescer desmesuradamente a máquina da Administração Pública. Se poderia fazer
sentido em tempos de crescimento económico permitir o crescimento do Estado de
forma a assegurar um serviço aos cidadãos em áreas cada vez mais dispersas, em
tempos de crise a Administração Pública tem de concentrar os meios disponíveis
nos sectores que são prioritários para as pessoas. O Estado fornecer serviços que
não são essenciais aos cidadãos é um luxo que hoje não nos podemos permitir.
Acresce ainda que muitas tarefas do Estado foram delegadas em empresas
públicas que na realidade não constituem verdadeiramente empresas – no sentido
que visam o lucro e concorrem no mercado. Estas entidades empresariais mais não
são que serviços públicos a que o Estado resolveu chamar Empresas mas que
nunca o foram. Os défices crónicos – que tão caro custam ao contribuinte - vêm pôr
em questão se esta será a forma mais económica e mais eficiente do Estado intervir
em cada um destes sectores.
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c) A Administração Pública está afastada dos Cidadãos porque as pessoas
não a sentem como coisa sua. O Estado existe para servir as pessoas e funciona
com o dinheiro dos contribuintes. No entanto, são os próprios cidadãos que olham
com desconfiança para o Estado. A atitude do Estado para com as pessoas é de
superioridade e arrogância. A superioridade de quem sabe estar numa posição à
partida mais favorável e a arrogância de quem não se sente obrigado a prestar
contas. Por outro lado, a atitude das pessoas para com o Estado é de temor pela
sua capacidade de discriminação administrativa e até de suspeita generalizada
sobre os seus agentes.
Este afastamento dos cidadãos para com o Estado não é próprio de uma
Democracia.
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3. Reformar a Administração Pública
Os objectivos da Reforma
Uma das primeiras tarefas que caberá ao futuro Governo será a da reforma da
Administração Pública. Portugal não pode continuar a conviver com uma
Administração Pública que cresceu demasiado para as possibilidades do país e tem
revelado sérias insuficiências no serviço que presta aos cidadãos. O CDS defende,
por isso, uma profunda reforma da Administração Pública.
Uma reforma da Administração Pública que reduza o Estado para um volume que a
dimensão actual da economia portuguesa tenha condições de pagar. A prioridade
deve ser dada à extinção dos serviços públicos supérfluos, daqueles que já não
correspondem a necessidades do país e daqueles que mesmo sendo úteis não
correspondem a uma prioridade no estado actual da economia. Por outro lado, os
meios do Estado devem ser racionalizados de forma a diminuir significativamente os
gastos com a administração dos próprios serviços de forma a concentrar os
recursos disponíveis no apoio às famílias e estímulos à economia.
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Ao nível das Autarquias Locais deve ser redefinido o mapa dos municípios e
freguesias de forma a optimizar recursos, aproximar o poder local dos eleitores,
contribuir para o desenvolvimento económico da totalidade do território nacional e
garantir uma melhor prestação de serviços aos cidadãos.
Não faz sentido manter artificialmente realidades administrativas que não têm meios
financeiros ou humanos para resolver nenhum problema relevante ao cidadão.
Assim, as juntas de freguesia nos meios urbanos devem ser redifinidas e
substituídas por uma delegação da câmara municipal respectiva. Também os
pequenos municípios devem dar lugar a aglomerações que permitam a criação de
autarquias com pelo menos cinco mil eleitores. Por outro lado há que combater a
proliferação de empresas municipais. Estas vêm muitas vezes duplicar os serviços
do próprio município, sem que seja extinto o serviço original. Reconhecemos que
estas empresas apresentam benefícios do ponto de vista da agilidade administrativa
mas quando não têm não têm sustentabilidade financeira autónoma do município
não se justifica a sua existência. Devem antes ser alteradas as normas jurídicas que
impedem os serviços municipais de terem a mesma eficiência administrativa que
têm as empresas municipais.
Por fim, sabemos que será impossível reduzir o peso do Estado se não forem
reduzidos os recursos humanos a ele afectos. Não pode, no entanto, o Estado
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faltar ao compromisso que assumiu com os trabalhadores da Administração Pública
de garantir o respectivo vínculo. Seria defraudar expectativas legitimamente
construídas por quem investiu grande parte da sua vida no serviço público. Para
mais quando esse vínculo e a garantia que ele assegurava compensava o baixo
salário praticado. Assim, propomos um modelo de concessão de licenças sem
vencimento aos funcionários públicos que estejam interessados em fazer algum
tempo de carreira no sector privado, a concessão de licenças sabáticas para
aqueles que pretendam valorizar-se academicamente e trabalho em tempo parcial
para situações de pré reforma.
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4. A Reforma dos Municípios
Portugal tem 308 municípios, com realidades muito distintas, que vão de diferentes
tamanhos geográficos a diferentes dimensões humanas, desde os grandes centros
urbanos, com centenas de milhares de habitantes, a municípios rurais com poucos
milhares e mais pequenos que muitas freguesias.
Hoje em dia, em muitos municípios do interior, as câmaras municipais são o maior
empregador do concelho, quando não o único, o que é demonstrativo da falta de
capacidade da economia local e da asfixia da sociedade civil. Esta lógica de
“agência de emprego político” dos municípios é um dos sinais mais preocupantes da
crescente dependência da sociedade local em relação ao poder do presidente de
câmara. Pois atrofia a liberdade, fidelizando e cativando o eleitorado, ao mesmo
tempo que burocratiza e aumenta a despesa pública não reprodutiva. Os municípios
estão, por isso, cada vez mais dependentes das lógicas de poder dos partidos
centrais e, infelizmente, cada vez menos ao serviço das populações.
Por outro lado, os municípios têm, ao mesmo tempo falta de escala, o que não lhes
permite gerir da forma mais eficiente os recursos públicos de forma a fornecerem o
conjunto de serviços básicos às populações. A sua falta de dimensão condiciona
também a capacidade para competir, entre si, e no espaço europeu, pela atracção
de investimento e de populações. A criação das áreas metropolitanas e das
comunidades intermunicipais (leis 47/2008 e 45/2008 de 27 de Agosto) não resolveu
este problema, continuando estas a ser realidades ficcionais, desprovidas de real
poder político e com falta de legitimidade própria.
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descentralização, para não repetir erros do passado, deve ser feita com regras
claras que melhorem a eficiência da gestão municipal.
Para tal ser possível é preciso repensar a sua dimensão, o seu modelo e escala de
funcionamento. Grande parte dos municípios não tem capacidade para por si só
fazer face às competências que lhes cabem em matérias como a atracção de
investimento, os transportes, a gestão dos resíduos sólidos urbanos, o
abastecimento de água e tratamento de águas residuais, para citar apenas algumas,
pelo que são pouco eficientes e conduzem ao desperdício dos escassos recursos
públicos. Essa escala deve ser a referência para a sua reorganização: se não
têm dimensão para fazer a gestão destas competências, deverão ser
reagrupados de forma a terem a dimensão suficiente para tal.
É possível gerir de forma mais eficiente e com regras mais claras, basta estudar o
modelo de gestão de algumas capitais europeias, como, por exemplo aqui bem
perto, Madrid, para percebermos que não temos que nos conformar com o actual
estado de coisas.
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Defendemos por isso que os municípios devem ter quadros de pessoal permanente
reduzidos, muito qualificados, que garantam a execução das opções políticas dos
eleitos locais e a gestão e prestação de serviços às populações deverá ser feita
recorrendo à concessão, por concurso, de grandes contratos públicos. A
competência inspectiva, fiscalizadora e reguladora no âmbito municipal deverá, no
entanto, permanecer em exclusivo na autarquia.
A escala necessária à gestão e fiscalização destes contratos, deverá ser também
um dos critérios para a reorganização e fusão de municípios. Por outro lado, temos
vindo assistir a uma excessiva presidencialização das Câmaras municipais
resultante da evolução legislativa sucessivamente acordada pelo bloco central PS e
PSD, partidos reféns do caciquismo local e perigosamente conducentes a uma
“república de presidentes de câmara”, o que a iminente limitação de mandatos em
2013, vem por a nu.
Devemos estar atentos e combater as tentativas de alteração, pelo PS e pelo PSD,
da lei eleitoral autárquica que ponham em causa a limitação de mandatos dos
presidentes de câmara, ou que visem diminuir a representatividade ou a
proporcionalidade das diferentes forças políticas nos órgãos municipais. Aliás,
consideramos completamente falso o pretexto, invocado na anterior legislatura, de
falta de governabilidade nos municípios, que redundou na abortada tentativa de
alteração da lei eleitoral autárquica acordada entre PS e PSD, por considerarmos
que o principal problema é, antes pelo contrário, o da sub-representação dos outros
partidos, em particular nas assembleias municipais. Ou seja, o que falta é mais
proporcionalidade, tanto que cerca de metade dos membros das assembleias – os
presidentes de junta - são, na prática, eleitos em círculos maioritários.
Devemos, por outro lado, defender o reforço das competências de fiscalização das
oposições, tanto mais que os mecanismos de tutela de legalidade das autarquias,
face ao actual laxismo legislativo e inspectivo, se têm revelado incapazes de
controlar as insuficiências e a má gestão da coisa pública.
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5. As Finanças Locais
Proteger os contribuintes e a propriedade
Com a actual Lei das Finanças Locais, Lei 2/2007, aumentou a participação dos
municípios nos impostos cobrados pela administração central. Ao imposto municipal
sobre imóveis (IMI), ao imposto municipal sobre as transmissões onerosas de
imóveis (IMT), ao imposto municipal sobre veículos (IMV) e à derrama sobre o IRC,
veio-se somar a participação variável, até 5% do IRS, consagrando-se o princípio de
que na repartição de receitas com Estado, lhe caberão cerca de 25% da receita
proveniente do IRS, do IRC e do IVA.
A realidade demonstrou que, ao longo dos últimos anos, os municípios viram
aumentar de forma muito significativa as suas receitas fiscais, em resultado, não só
deste novo critério legal, mas muito especialmente beneficiaram, sem terem que
sofrer esse custo político, do aumento da carga fiscal decidida pela Assembleia da
República.
Apesar de os municípios poderem reduzir o IRS sobre os seus munícipes até 5%, a
verdade é que a esmagadora maioria não o fez, ao contrário de Ponte de Lima que
liderou a redução de impostos e, por isso, é merecedora do nosso louvor. O mesmo
se pode dizer em relação à derrama sobre o IRC, em que muitos municípios
continuam a aplicar a taxa máxima, indiferentes à crise por que passam as
empresas no seu concelho. A situação no IMI é particularmente demonstrativa do
grau de socialismo a que as finanças locais chegaram - com os actuais critérios de
fixação das taxas, onde mais uma vez a regra é a taxa máxima, com a reavaliação
do valor dos imóveis a contribuir também para aumentar a tributação.
Quem comprou ou compra, uma casa nova, paga uma “renda” à autarquia,
transformando-se em inquilino do que é seu, perante um senhorio arrogante
que é a Câmara. A situação aproxima-se de um claro esbulho da propriedade
privada.
Se o objectivo da alteração da Lei das Finanças Locais foi o de tornar os municípios
menos dependentes das receitas provenientes do urbanismo, nomeadamente do
IMT, a consequência prática foi, com as actuais taxas de IMI, a de expropriar os
proprietários das suas próprias habitações. Ao aumento da carga fiscal veio somar-
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se o aumento generalizado das taxas e dos preços municipais. O Regime Geral das
Taxas das Autarquias Locais, Lei n.º 53-E/2006, veio permitir que as taxas das
autarquias locais passassem a ser criadas por mero regulamento municipal. Em
consequência os municípios passaram a criar, e a aumentar, as taxas e os preços
de todos os serviços que prestam aos cidadãos: das licenças de construção ao
saneamento, do estacionamento à utilização do subsolo, da venda ambulante à
publicidade, dos resíduos aos enterros, não há realidade, ou actividade, no
município que não tenha de pagar…
Mas, se a generalidade dos serviços prestados pelas autarquias passaram a ser
cobrados aos munícipes, porque é que não houve uma correspondente redução nos
impostos cobrados, que dantes serviam para os financiar?
Não houve a redução da carga fiscal, porque, para além da despesa e de o
endividamento continuarem sem ser controlados, grande parte dos autarcas prefere
desperdiçar dinheiro numa obra para “encher o olho” e promover a sua reeleição, do
que poupar o dinheiro dos contribuintes. Devem-se reforçar as limitações ao
endividamento municipal e exigir uma fiscalização escrupulosa das contas de modo
a garantir orçamentos equilibrados, que não onerem os mandatos seguintes e as
futuras gerações. Quem foi eleito apenas para quatro anos não deve poder
comprometer as décadas seguintes.
Consideramos que, face à actualização das matrizes prediais, deve ser reduzida a
taxa máxima de IMI permitida por lei, defendendo-se a o direito à propriedade
privada que está em risco. Face à actual situação de gravíssima crise económica e
financeira, com as consequências desastrosas que acarretou para o emprego, deve
ser suspensa em todo o território nacional, temporariamente, a derrama sobre o IRC
das empresas.
Deve-se tornar mais transparente para os munícipes forma de fixação da carga
fiscal e para-fiscal de forma a aumentar a responsabilidade política dos autarcas nos
sacrifícios que são pedidos às populações. Deve ser exigido e fixado um limite
máximo à carga fiscal municipal, por referência ao limite geral à tributação que o
CDS tem defendido.
Pelo menos uma vez por mandato, deve ser obrigatória a elaboração de um
orçamento de base zero, de modo a que sejam devidamente reequacionadas e
ponderadas todas as despesas municipais, cortando-se o desperdício.
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6. Os Orçamentos de Base Zero
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excessiva burocratização dos serviços autárquicos, de um lapso de tempo razoável
para a sua elaboração, entendemos que a sua elaboração não deve ser
obrigatoriamente anual.
Assim, o CDS/PP deverá propor, nas instâncias e através dos mecanismos
adequados, a obrigatoriedade de elaboração de, no mínimo, um orçamento de base
zero por cada mandato autárquico, assim se garantido que, por cada mandato, o
executivo foi pelo menos obrigado a repensar toda e cada uma das suas despesas.
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7. As empresas municipais
Mais transparência e Rigor
Ninguém ignora que hoje quase todas as autarquias estão rodeadas de uma
constelação de empresas municipais, intermunicipais, multimunicipais, participações
e associações, etc., que replicam, duplicam, triplicam as suas competências, para
as quais são nomeados correligionários políticos. Essas empresas representam, na
sua maioria, um desperdício de fundos públicos, sendo muitas vezes tratadas como
se fossem meros departamentos municipais acabando por apresentar passivos
incontroláveis, porque em inúmeros casos têm servido para esconder a realidade
financeira da autarquia, ocultando o seu verdadeiro deficit.
Para além de deverem milhões de euros à banca, todos os anos são assinados
contratos programa, também de milhões, para financiar as actividades que as
câmaras municipais executam indirectamente através das empresas municipais e,
mesmo assim, não chega para que, na sua maioria, mantenham a sua estrutura de
capitais próprios positivos.
As alterações feitas pela Lei 53-F/2006 - Regime Jurídico do Sector Empresarial
Local - que foram anunciadas pelo PS como uma forma de introduzir mais rigor na
criação e gestão das empresas municipais, são insuficientes e não resolveram a
questão, pois não há uma real sanção quando as contas não são equilibradas e os
municípios insistem na manutenção daquelas que estão claramente falidas. Ou seja,
foram introduzidas limitações à criação de empresas mas não há uma solução
eficaz para as empresas que já existem e não têm condições de sobreviver sem
continuarem a onerar o erário público.
Qual deve ser então a solução para não permitir que empresas municipais inviáveis
continuem a existir, onerando o erário público? O Código das Sociedades
Comerciais, na sequência de uma Directiva Comunitária, no seu antigo art.º 35º, que
também era aplicável às empresas municipais, já contemplou a dissolução
automática de uma empresa quando se demonstrasse que tinha perdido metade ou
mais do seu capital social, por dois anos consecutivos, sem que a situação tivesse
sido resolvida.
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Este regime, depois de ser sucessivamente adiado, foi alterado passando a ser uma
opção, ou seja, a ser mais brando. Se em relação a uma empresa privada se pode
admitir que sejam dadas mais opções aos sócios para resolver a situação de
falência técnica, já com as empresas públicas, em particular as municipais, neste
momento de crise nacional, deve voltar a impor-se a sua dissolução automática.
As Câmaras devem ser chamadas a optar claramente: se uma empresa
municipal está falida, ou o município resolve esse problema, ou a
consequência deve ser o seu encerramento compulsivo.
Para tanto, basta que a Assembleia da República legisle, introduzindo na Lei 53-
F/2006 um artigo com a antiga redacção do art.º 35º do Código das Sociedades
Comerciais, prevendo a dissolução automática das empresas municipais quando se
demonstre que perderam metade ou mais do seu capital social, por dois anos
consecutivos. A consequência será as respectivas autarquias terem de assumir nas
suas contas, com verdade e transparência, os passivos que escondem nessas
empresas falidas, tendo como opção, ou reforçarem os capitais próprios dessas
empresas com as devidas consequências na sua despesa orçamental, ou, caso não
o queiram fazer, deixarem-nas ir à falência, compulsivamente, fechando-as. Não
vale a pena continuar a dizer que se quer combater o deficit público e a disciplinar a
despesa nas autarquias locais se não se tiver a coragem de legislar nesse sentido.
Ou será que os aparelhos locais dos partidos colocados nessas empresas têm mais
força que o interesse nacional?
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8. A Reforma das Freguesias
Menos freguesias, melhores cidades
A reforma que propomos visa dar dimensão às freguesias, tem em atenção como
ponto de partida o caso e a proposta que já fizemos relativamente ao modelo de
Lisboa, mas que não esquece que, na realidade rural, o modelo terá de ser distinto.
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Barcelona tem dez distritos para 1,5 milhões de habitantes, Madrid tem 21 distritos
para 3,2 milhões de habitantes, Paris tem 21 arrondissements para 2 milhões de
habitantes, Lyon tem nove arrondissements para 1,1 milhões de habitantes, e Roma
tem 20 rioni para 2,5 milhões de habitantes - distritos, arrondissements e rioni são
unidades territoriais equivalentes às juntas de freguesia -, o que nos permite concluir
que temos em média uma freguesia para cada 150 000 habitantes.
Para o CDS, a reforma tem de ser mais profunda. Não se trata de reduzir por
reduzir, apenas no objectivo de reduzir custos. Trata-se de reduzir através de
critérios de racionalidade destinados a oferecer freguesias ágeis, úteis,
responsáveis e que tragam retorno aos lisboetas.
Esta proposta tem interesse como primeiro passo para outras que se sigam no país,
no entanto, temos consciência que o modelo da capital, ou o que venha a ser
seguido no Porto, não é reproduzível em cidades médias e, muito menos, em
municípios rurais.
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c) É fundamental na reforma das freguesias, proteger a identidade das freguesias
rurais.
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09. A Recusa da Regionalização
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10. Extinguir os Governos Civis
1º Subscritor
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