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UNIÃO DA VITÓRIA/PR
2010
1
UNIÃO DA VITÓRIA/PR
2010
2
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Msc. MARILUCIA FLENIK (Orientadora)
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu
_______________________________________________________
Prof. Msc. JOÃO MARCELO BORELLI MACHADO (Co-orientador)
Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Paraná
_____________________________________________
Prof. GRAZIELA SOARES
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu
_____________________________________________
Prof. ELVIS JACKSON MELNISKI
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu
3
A
Donivir e Lúcia,
meus amados pais.
Licínio e Jenoveva,
meus queridos avós.
Klaus e Klessio,
meus adorados irmãos.
Gliese,
meu querido.
4
AGRADECIMENTOS
A Professora Ms. Marilúcia Flenik todo meu carinho e reconhecimento diante da sua
honrosa e especial orientação, que com carinho conduziu-me nos momentos de
dificuldades.
5
(Coríntios 13:12)
6
RESUMO
ABSTRACT
The human person is of great importance for the society and for the Law. The social
development depends on individuals living a fully of dignified life and on the
preservation of the Human Dignity Principle. The health is a fundamental aspect of a
dignified life, implying the right to health is an element of universalism of the social
rights, essential for the development of the society. Citizens without full physical,
mental, emotional and also spiritual conditions are unable to contribute plenty for the
State’s grow and progress. On the other side, the State has the obligation to respect,
protect and promote the conditions to enable a dignified life. But to supply the proper
health care, is necessary to consider the Reserve of the Possible and Existential
Minimum principles, protecting the government budget. The State promotes the
health care financed by the Federation, States, Federal District and Municipalities,
together with the contribution of the people. So, the right to health becomes effective
when the State creates public policies capable to reach all the population, supplying
the needed clinics, hospitals, prevention programs, pharmaceuticals, and more.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9
2 OS DIREITOS HUMANOS E O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA ....................................................................................................................... 12
2.1 O SER HUMANO E A PESSOA ............................................................................... 12
2.2 OS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................... 16
2.2.1 Os direitos fundamentais ...................................................................................... 19
2.3 O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................................... 25
3 A RESERVA DO POSSÍVEL, O MÍNIMO EXISTENCIAL E AS POLÍTICAS
PÚBLICAS ..................................................................................................................... 32
3.1 A RESERVA DO POSSÍVEL .................................................................................... 32
3.2 O MÍNIMO EXISTENCIAL ........................................................................................ 36
3.3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS ...................................................................................... 40
3.3.1 A finalidade e os meios da implantação das políticas públicas ........................... 44
4 O DIREITO À SAÚDE: UM DIREITO ESSENCIAL PARA A EFICÁCIA JURÍDICA
DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA............................................. 47
4.1 A SAÚDE ................................................................................................................. 48
4.2 OS FUNDAMENTOS DO DIREITO À SAÚDE ......................................................... 49
4.2.1 O Direito à Saúde e a Seguridade Social ............................................................. 53
4.2.2 O Sistema Único de Saúde - SUS ........................................................................ 55
4.3 A PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO NA EFETIVAÇÃO DO DIREITO A SAÚDE ... 57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 59
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 62
9
1 INTRODUÇÃO
1
DONNE, John. Meditação XVII, escrita em 1624. Disponível em <http://www.citador.pt/citacoes.
php?John_Donne=John_Donne&cit=1&op=7&author=415&firstrec=0>. Acesso em 14 de outubro de
2010.
2
Ser humano em geral; mamífero bípede, dotado de inteligência.
13
3
DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação. 2. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2002.
4
Teoria Monista: segundo DUSSEL é a teoria pela qual não se distingue corpo e alma, estando
correlacionados não podendo existir um isoladamente do outro.
5
Teoria Dualista: segundo DUSSEL é a teoria que sugere a existência do corpo e da alma, de
formas distintas. O físico e o espiritual.
14
aos animais selvagens, e a toda a terra, e a todos os répteis que se movem sobre a
terra.”6
A partir desta concepção sagrada acerca do homem, buscou-se ao longo dos
séculos a valorização da pessoa humana. A crença na existência de um Deus
próximo do homem e semelhante a ele transportava o respeito despendido a este
Deus, a cada pessoa existente. Inicia uma nova fase, a relação entre criatura e
criador: a religião7.
Os ensinamentos de Jesus Cristo remetiam ao pensamento de fraternidade e
igualdade entre os homens. Com ensinamentos pacificadores, o Cristo buscou
inserir uma consciência de respeito entre as pessoas.
Em uma de suas passagens bíblicas, indagado sobre como reagir a uma
agressão, ele contrariou a lei de Talião, dizendo: “(...) Eu, porém, digo-vos que não
resistais ao (que é) mau; mas, se alguém te ferir na tua face direita, apresenta-lhe
também a outra.”8
Era o início de um pensamento voltado para a fraternidade e para a harmonia
entre os povos evitando que ações violentas gerassem outras e assim
sucessivamente.
Entretanto, com o passar dos séculos, o humanismo colocou o homem como
o centro de toda ação e o agente principal de todas as transformações sociais.
Mesmo o humanismo não renegando o cristianismo, vale ressaltar que nesta época
iniciam os movimentos críticos à igreja católica.
A partir daí o homem passa fazer a sua própria história, com fundamento no
contexto histórico de cada época, que marcou profundamente cada geração e a
convivência social de cada uma delas.
Diante das concepções sobre o ser humano, e a complexidade deste ser, que
foram levantadas ao longo dos séculos, surgem indagações acerca de termos
usados em relação ao ser humano, com a finalidade de nomeá-lo e conceituá-lo. A
esse respeito, BALLONE escreve:
6
BÍBLIA SAGRADA. Livro do Gênesis, cap. 1, ver. 26.
7
Religar: o homem se religando à Deus.
8
BÍBLIA SAGRADA. Evangelho Segundo Mateus, cap. 5, ver. 39.
15
O autor supra diz que o termo pessoa existe para definir um ser humano, sem
se referir a ele apenas como uma espécie animal. O termo pessoa tem a intenção de
indicar um ser humano dotado de capacidade de interagir com outras espécies e
principalmente, de relacionar-se com outras pessoas e refletir sobre si.
Seguindo a linha de pensamento de BALLONE, ele descreve o termo pessoa
de melhor forma:
Pessoa é um termo mais específico, que tem a ver com o mundo civilizado
ou, se preferirmos, com a constelação dos valores morais, éticos e jurídicos
próprios da civilização.
Portanto, ao nos referirmos ao indivíduo da espécie humana merecedor da
consideração ontológica e ética devemos dizer Pessoa, não apenas, Ser
Humano, Homem, menos ainda Indivíduo e muito menos ainda Elemento,
11
como no jargão policial.
9
BALLONE Geraldo J. O Indivíduo, o Ser Humano e a Pessoa. Disponível em
<http://gballone.sites.uol.com.br/voce/pessoa.html. Acesso em 15 de agosto de 2010.
10
Idem.
11
BALLONE Geraldo J. Op. cit.
16
12
GUIMARÃES, Marco Antonio. Direitos humanos. Curitiba: Juruá, 2006. p.56-57.
17
13
SARTRE, Jean Paul. O Diabo e o Bom Deus, 1964. Disponível em <http://www.
/citaccitador.ptoes.php?Jean_Paul_Sartre=Jean_Paul_Sartre&cit=1&op=7&author=19&firstrec=0>.
Acesso em 04 de agosto de 2010.
14
ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA DO BRASIL PUBLICAÇÕES LTDA. Rio de Janeiro – São Paulo.
v. 6. 1982. p. 306.
18
15
VISVANATHAN, Christianne González et al. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Disponível em: <http://pessoas.hsw.uol.com.br/declaracao-universal-direitos-humanos.htm>. Acesso
em 14 de outubro de 2010.
16
FOLMANN, Melissa. Direitos Humanos: os 60 anos da declaração universal da ONU. Curitiba:
Juruá, 2009. p.284.
19
17
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e proclamada pela Resolução
217 A (III), da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.
18
Idem.
19
MUNIZ, Antonio Walber Matias. Direitos Humanos: os 60 anos da Declaração Universal da ONU.
Curitiba: Juruá, 2009. p.49.
20
MUNIZ, Antonio Walber Matias. Op. Cit.
20
21
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros,
2009. p. 178.
22
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.p. 513.
21
São para a manutenção de uma sociedade livre e protegida que tais direitos
existem, desta forma fazendo um Estado Democrático de Direito. A democracia
depende de uma sociedade equilibrada, sem conflitos.
Para melhor compreender a sua significância, BULOS define direitos
fundamentais como sendo:
Eis uma definição louvável, que mostra o real sentido da existência destes
direitos.
23
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 25.
24
SCHMITT, Carl. apud BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo:
Malheiros, 2008. p. 561.
25
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit. p. 512.
22
26
SILVA, José Afonso da. Op. cit. p. 180.
27
SILVA, José Afonso da. Op. cit. p. 184.
28
MORAES, Alexandre de. Op. cit. p. 26.
23
29
SILVA, José Afonso da. Op. cit. p. 179.
30
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit. p. 513.
31
MORAES, Alexandre de. Op. cit. p. 27.
24
32
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit. p. 513.
33
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 741.
25
34
BONAVIDES, Paulo. Op. cit. p. 578.
35
MELO, Nehemias Domingos de. O Princípio da Dignidade Humana e a Interpretação dos
Direitos Humanos. Disponível em <http://www.saraivajur.com.br/menuEsquerdo/doutrinaArtigosDetal
lhe.aspx? Doutrina=1075>. Acesso em 26 de março de 2010.
26
Esse entendimento que o ser humano é um ser frágil diante dos fenômenos
deste mundo é compartilhado com outros autores que asseveram a essencialidade
do princípio da dignidade humana para concretização da aplicação das garantias
fundamentais. É justamente pautado neste princípio que as pessoas têm um
fundamento para exigir e se fazer cumprir aquilo que é essencial para sua
existência.
Partindo das concepções, monista e dualista37, elas descrevem o ser humano
como um ser constituído de dois planos: físico e metafísico. Acompanhando o
raciocínio, pode-se identificar quatro elementos relacionados aos planos supra, que
formam o ser humano: corpo, mente, emoção e espírito.
Só está em “estado de dignidade” o indivíduo que goze, livre, plena e
continuamente destes quatro elementos. Quando um deles é abalado ou suprimido,
coloca-se em risco aquilo que dá ao ser humano a qualidade de pessoa, ou seja, “a
substância humana”.
A substância humana é o sopro da vida. E esta dá ao ser humano a condição
de pessoa humana. Tudo o que abale ou possa impedir a vida, atenta contra a
dignidade da pessoa humana.
Destarte, entendemos que a dignidade está em como a pessoa se vê e como
ela é vista, pois não há como se manter a dignidade humana sem a participação da
36
DAMASIO, Antonio Rosa. O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. Disponível
em <http://pt.wikiquote.org/wiki/Dignidade>. Acesso em 26 de março de 2010.
37
Teorias de DUSSEL já comentadas no capítulo anterior.
27
sociedade, mas também, sem excluir o interesse e a vontade do indivíduo. Eis uma
situação complexa.
Devemos reconhecer que o homem sempre lutou diante de tantos fatos
negativos (escravidão, perseguições, opressão), sempre buscando defender sua
dignidade enquanto ser humano.
Todavia, com o passar dos anos, a sociedade evoluiu sedenta por novas
descobertas, mas emersa em sangrentas batalhas pelo poder, retrocedendo no
processo da valorização da vida humana.
Da Guerra de Tróia às duas últimas Grandes Guerras Mundiais, o homem
vem percebendo o valor da dignidade através do sofrimento moral, pela dor física,
ou seja, situações catastróficas que levaram a humanidade a uma consciência e a
exigências de novas regras de respeito à vida com dignidade. No ensinamento de
COMPARATO:
Com as inúmeras perdas humanas que a sociedade teve ao longo dos anos,
a dignidade da pessoa humana passou a ser fundamento de alguns Estados, dentre
eles, o Brasil. Dessa conquista, que tornou a dignidade da pessoa humana um
princípio constitucional, buscou-se elevar a sociedade a um estado de igualdade,
seguindo ainda o autor supra:
38
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003. p. 37.
28
39
COMPARATO, Fábio Konder. Op. cit., p. 01.
40
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit., p. 499
41
MELO, Nehemias Domingos de. O Princípio da Dignidade Humana e a Interpretação dos
Direitos Humanos. Disponível em <http://www.saraivajur.com.br/menuEsquerdo/doutrinaArtigosDeta
lhe.aspx? Doutrina=1075>. Acesso em 26 de março de 2010.
29
44
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit.
45
BULOS, Uadi Lammêgo. Op. cit..
31
46
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2 ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2001. p. 265.
47
MÂNICA, Fernando Borges. Teoria da Reserva do Possível: Direitos Fundamentais a Prestações
e a Intervenção do Poder Judiciário na Implementação de Políticas Públicas. Disponível em
<http://www.advc om.com.br/artigos/pdf/artigo_reserva_do_possivel_com_referencia pdf>. Acesso em
05 de outubro de 2010.
48
Idem.
49
BARCELLOS, Ana Paula. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais. O Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana. Rio de Janeiro e São Paulo: Renovar, 2002, p. 237.
34
50
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL n. 45, Rel. Min. Celso de
Mello, julg. 29.04.04. Disponível em < http://www.stf.gov.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.
asp?s1=AD PF+45+NAO+S%2EPRES%2E&pagina=2&base=baseMonocraticas>. Acesso em 18 de
outubro de 2008.
35
51
MÂNICA, Fernando Borges. Teoria da Reserva do Possível: Direitos Fundamentais a Prestações
e a Intervenção do Poder Judiciário na Implementação de Políticas Públicas. Disponível em
<http://www.advc om.com.br/artigos/pdf/artigo_reserva_do_possivel_com_referencia_.pdf>. Acesso
em 05 de outubro de 2010.
36
52
RECURSO ESPECIAL nº 874.630/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julg. 21.09.06.
MÂNICA, Fernando Borges. Teoria da Reserva do Possível: Direitos Fundamentais a Prestações e
a Intervenção do Poder Judiciário na Implementação de Políticas Públicas. Op. cit.
53
ADPF 45 - Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
54
Aquilo que o indivíduo pode razoavelmente exigir da sociedade.
37
Ressalta ainda, que estes direitos são exigíveis judicialmente de forma direta.
Entretanto, GUERRA e EMERIQUE destacam sobre a mesma temática que: “(...)
não se deve confundir a materialidade do princípio da dignidade da pessoa humana
com o mínimo existencial, nem se pode reduzir o mínimo existencial ao direito de
subsistir.”57
A complexidade dos direitos sociais acarreta inúmeras dificuldades em função
da magnitude de sua eficácia. Tal fato compromete a confiabilidade na eficácia da
aplicação destes direitos.
De modo geral, a tendência é generalizar e a partir daí deixar de fazer valer
os direitos sociais com a desculpa de que sua aplicação é inviável. O que não deve
ser esquecido em nenhuma circunstância é que o mínimo existencial está unido
àquilo que é intrínseco as condições mínimas da existência humana. É com uma
vida digna que as pessoas podem se organizar e participar da sociedade.
No entendimento de RAWLS, o mínimo existencial deve estar vinculado a
igualdade de oportunidades, deixando de ser meramente um objetivo almejado pelo
55
BARCELLOS, Ana Paula de. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais: O princípio da
dignidade humana. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. p. 245 - 246.
56
BARCELLOS, Ana Paula de. Op cit., p. 305.
57
GUERRA, Sidney; EMERIQUE, Lilian Márcia Balmant. O Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana e o Mínimo Existencial. Disponível em <http://www.fdc.br/Arquivos/Mestrado/
Revistas/Revista09/artigos/Sidney.pdf>. Acesso em 05 de outubro de 2010.
38
Observes que existe, además, otra importante distinción entre los principios
de justicia que especifican los derechos y las libertades básicas en pie de
igualdad y los principios que regulan los asuntos básicos de la justicia
distributiva, tales como la libertad de desplazamiento y la igualdad de
oportunidades, las desigualdades sociales y económicas y bases sociales
del respeto a sí mismo.
Un principio que especifique los derechos y libertades básicas abarca la
Segunda clase de los elementos constitucionales esenciales. Pero aunque
algún principio de igualdad de oportunidades forma parte seguramente de
tales elementos esenciales, por ejemplo, un principio que exija por lo menos
la libertad de desplazamiento, la elección libre de la ocupación y la igualdad
de oportunidades (como la he especificado) va más ala de eso, y no será un
elemento constitucional. De manera semejante, si bien un mínimo social
que provea para las necesidades básicas de todos los ciudadanos es
también un elemento esencial, lo que he llamado el “principio de diferencia”
58
exige más, y no es un elemento constitucional esencial.
58
RAWLS, John apud PORTELLA, Simone de Sá. Disponível em <http://www.webartigos.com/artic
les/2400/1/Consideraccedilotildees-Sobre-O-Conceito-De-Miacutenimo-Existencial/pagina1. html#ixzz
11CFHRcrK>. Acesso em 06 de outubro de 2010. Tradução livre: Observa que, além disso, há outra
distinção importante entre os princípios da Justiça que especificam direitos e igualdade das
liberdades fundamentais e os princípios que regem a substituição de justiça básica, tais como a
liberdade de circulação e questões de igualdade de oportunidades das desigualdades sociais e
econômicas e bancos de dados sociais respeitarem se mesmo. Um princípio que especifica os
direitos e liberdades fundamentais abrange a segunda classe de elementos constitucionais
essenciais. Mas, apesar de algum princípio da igualdade de oportunidades parte provavelmente
esses elementos essenciais, por exemplo, um princípio que exigem pelo menos liberdade de
circulação, à livre escolha de ocupação e igualdade de oportunidades (como eu tenha especificado)
será mais de plano e não será um elemento constitucional. Da mesma forma, enquanto um mínimo
social que fornecem as necessidades básicas de todos os cidadãos também é essencial, o que eu
tenho chamado o "princípio da diferença" requer muito mais, e não é essencialmente constitucional.
39
59
GUERRA, Sidney; EMERIQUE, Lilian Márcia Balmant. O Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana e o Mínimo Existencial. Disponível em <http://www.fdc.br/Arquivos/Mestrado/
Revistas/Revista09/artigos/Sidney.pdf>. Acesso em 05 de outubro de 2010.
40
60
GUERRA, Sidney; EMERIQUE, Lilian Márcia Balmant. O Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana e o Mínimo Existencial. Op. Cit.
41
61
TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na
Transformação da Realidade. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/ aatr2/a_
pdf/03_aatr_pp_papel.pdf>. Acesso em 11 de outubro de 2010.
62
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:
Malheiros, 2010. p. 814.
42
63
TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na
Transformação da Realidade. Op. Cit.
64
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14. ed. São Paulo:
Malheiros, 2002. p. 821.
43
65
MÂNICA, Fernando Borges. Teoria da Reserva do Possível: Direitos Fundamentais a Prestações
e a Intervenção do Poder Judiciário na Implementação de Políticas Públicas. Op. cit.
66
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Op. Cit., p. 850.
44
67
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. São Paulo:Revista dos Tribunais,
2006. p. 251.
68
TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na
Transformação da Realidade. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/ aatr2/a_
pdf/03_aatr_pp_papel.pdf>. Acesso em 11 de outubro de 2010.
46
69
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:
Malheiros, 2010. p. 814.
70
Idem.
47
71
CASTRO, Fidel. O Pensamento Revolucionário de Fidel Castro: 50 Anos no Poder Buscando
Socialismo apud PIZZINGA, R. D. Disponível em: <http://svmmvmbonvm.org/fidel.pdf>. Acesso em
14 de outubro de 2010.
48
4.1 A SAÚDE
72
REY, Luis apud KNOBEL, Keila A. Baraldi. Para você, o que é saúde?. Disponível em <
http://www.fonoesaude.org/saude.htm>. Acesso em 14 de outubro de 2010.
49
Perante algo tão sublime como a vida humana, o legislador colocou como um
dos fundamentos basilares do Estado brasileiro a dignidade da pessoa humana.
Ao longo do texto da Carta Magna, se ostentou um rol de direitos
fundamentais e sociais com a finalidade de prover uma vida digna às pessoas do
novo Estado que nascia.
No Título VIII, dedicado a Ordem Social, encontram-se os regulamentos que
aprestam o rol dos direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal,
que tem como base constitucional o primando do trabalho e o objetivo do bem estar
e a justiça sociais.
A saúde ficou seleta ao rol dos direitos sociais, conforme o fixado no texto
constitucional:
73
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p.
1287-1288.
74
Art. 6º, CF/88
50
Em face desta colocação, o autor BULOS75 destaca que a saúde foi elevada à
condição de direito fundamental pela primeira vez no Texto de 1988, vinculada à
Seguridade Social.
BULOS, citando o ministro MELLO, confirma pela jurisprudência sua
colocação:
75
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.p.
1526.
76
Idem.
77
Art. 196, CF/88.
51
78
BULOS, Uadi Lammêgo. Op cit. p. 1527.
79
Art. 197, CF/88.
52
Contudo, quando nos reportamos a situação real e atual afere-se que o Poder
Público embora obrigado a criar mecanismos que viabilizem para as pessoas
prestações de saúde, esconde-se sob a justificativa de déficit no orçamento ou em
promessas irrealizáveis, deixando de suprir a saúde básica, mesmo sendo este um
dever atribuído à ele. Como elucida COSTA:
A sociedade não pode ser impedida de gozar do direito garantido à ela pela
Constituição. Entretanto, de acordo com COSTA, tem que existir uma participação
popular na gestão da coisa pública, permitido a fiscalização da prestação e também
na formulação de políticas públicas que possam atender de forma eficaz e coerente
a situação de cada comunidade:
80
BULOS, Uadi Lammêgo. Op cit. p. 1527
81
COSTA, Nilson do Rosário et al. Demandas Populares, Políticas Públicas e Saúde. v. II.
Manguinhos/RJ: Vozes, 1989. p. 32-33. COSTA, Nilson do Rosário et al. Demandas Populares,
Políticas Públicas e Saúde. v. II. Manguinhos/RJ: Vozes, 1989. p. 32-33.
82
COSTA, Nilson do Rosário et al. Op cit.
53
83
Art. 194, CF/88.
54
Desta forma, o direito à saúde fica enleado numa teia de proteção, deixando
de ser mera falácia, obtendo recursos para seu empreendimento e acesso igualitário
e universal das pessoas às suas necessidades.
84
Art. 195, CF/88.
56
O modelo legal apresentado leva em conta que a questão da saúde não pode
ser vista isoladamente como sendo meramente o tratamento clínico de patologias,
ou seja, “(...) o que se estabelece, é o direito de todos à implementação de políticas
de saúde, não só de natureza preventiva, como ainda curativa.”86, associada às
políticas públicas que viabilizem o saneamento, a educação, a alimentação, o
desenvolvimento tecnológico de medicamentos. Estas são atribuições do SUS que
poucos conhecem, mas está previsto:
85
Art. 198, CF/88.
86
COMPARATO, Konder Fábio. Op cit., p. 352.
57
Tal como o Estado tem o dever de promover as políticas públicas para prover
os administrados no que tange ao direito à saúde, há que se lembrar que um dos
elementos materiais que formam o Estado é o povo.
Cada pessoa que vive no espaço determinado de um Estado - o território - é
parte deste mesmo Estado, e, portanto, é responsável por aquela sociedade.
Quando falamos de garantias, logo atribuímos todo o dever e obrigação a
administração pública esquecendo que fazemos parte de um sistema no qual cada
administrado tem direitos, mas também tem deveres para com o Estado.
É verdade que o direito a saúde está explícito na Carta Magna e que o Poder
Público tem que prover seus administrados, porém, aos administrados existe a
contraprestação de participar efetivamente das políticas públicas seja no seu
planejamento, na sua aplicação e principalmente na sua fiscalização.
Esta participação também está conectada a conscientização da sociedade na
preservação do meio ambiente, na luta contra a sonegação fiscal, na busca pela
87
Art. 200, CF/88.
58
88
Entenda-se insignificante como uma pequena parcela ou uma pequena parte. Por mais miserável
que uma pessoa possa ser, ela jamais será insignificante.
59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante todo o conteúdo exposto neste estudo agregamos a ele a crítica que o
tema despertou.
A medida que buscamos nos aprofundar sobre o tema observamos a enorme
complexidade que o enleava, inclusive no tocante a escassa bibliografia sobre ele, o
que aumenta a dificuldade de explanação.
O ser humano é complexo e é dependente. É complexo por que se determina
por vários fatores: físicos, psicológicos e espirituais. É dependente porque não pode
viver sem interagir com o meio: outras pessoas, outros animais e plantas e etc.
A pessoa humana também é frágil. Justamente o que separa a pessoa
humana do ser vivo da espécie humana é a vida, o “estar vivo”.
A questão do sopro da vida é o liame entre a pessoa e o animal da espécie
humana. Isto mesmo somos animais! Racionais, capazes de amar e criar coisas
geniais. O ser humano se destaca as outras espécies por sua capacidade
intelectual.
Por infortúnio, justamente esta capacidade de intelecto guiou as pessoas, ao
longo da história, em dois rumos antagônicos: o caminho em prol da vida e o
caminho direcionado a autodestruição.
Por gerações, a luta de classes travaram guerras com o único objetivo, o de
atingir o poder sem avaliar as medidas e conseqüências.
Algumas daquelas pessoas que resolveram seguir o caminho da vida
primaram em promover a defesa dos direitos humanos. Isto seria simples se o
interesse individual não prevalecesse.
Neste estudo, a grande personagem é a pessoa. Ela é a razão do Direito
existir, é o fundamento da sociedade. Onde houver pessoas, lá existirá a
necessidade de organizá-las para que vivam dignamente.
E o que é a dignidade da pessoa humana senão a possibilidade do homem ou
da mulher poder viver incólume, sem a ameaça da fome, da doença, da miséria, da
ignorância, do medo. Uma vida digna é o que a sociedade deveria galgar tendo o
Estado e o Direito como instrumentos para a concretização do seu objetivo. Uma
vida digna é o que toda pessoa deveria buscar e postular pra si.
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aplicação de medidas para tornar o ambiente social livre de qualquer ação contrária
a saúde pública, tais como: campanhas de vacinação; orientação educacional
voltada a prevenção de doenças, incluindo preservação do meio ambiente, higiene
pessoal, cultura, prática de esportes; alimentação em quantidade e qualidade
satisfatórias; saneamento básico; fiscalização dos postos de trabalhos e segurança.
Em contrapartida, cada cidadão tem o dever de zelar pela saúde, a sua e a de
toda a sociedade. As pessoas são os sujeitos que agem de forma que as políticas
públicas sejam eficazes. Participando e fiscalizando, a população pode controlar e
usufruir o bem estar, podendo inclusive prolongar esta situação às próximas
gerações criando uma conscientização de que saúde é um direito de todos e um
dever do Estado e da sociedade.
Infelizmente algumas doenças são inerentes à pessoa, seja pela genética ou
fatores individuais que as propiciem. A estas pessoas com necessidades
particulares, deve o Poder Público provê-las diante de seu infortúnio.
Destarte, a maioria dos casos de doenças que acometem a sociedade
brasileira poderiam ser evitadas pela ação do Poder Público em promover um
ambiente incólume, mas também, pela conscientização da população, o que
reduziria em grande escala o gasto com os seus tratamentos, podendo esta
diferença ser usada para prover outras necessidades.
Por fim, em resposta a este estudo fica explícito que o Poder Público tem o
dever de prover o acesso igualitário e universal ao direito à saúde, principalmente
porque grande parcela da sociedade é carente de educação, que também é saúde,
como há tempos demonstrou o personagem “Jeca Tatu” de Monteiro Lobato, o que
precisa ser suprido. Isto deve-se ao fato de que a prestação do Poder Público não
está atrelada tão somente a distribuição de medicamentos ou atendimento médico-
hospitalar, mas sim na implantação de uma série de medidas básicas para uma vida
digna, que tornem o meio social protegido das afecções, respeitando o orçamento
público e dele se utilizando de forma coerente e eficaz.
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REFERÊNCIAS
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2010. 1024 p.
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Paulo: Malheiros, 2002. 937 p.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: Malheiros, 2010. 1119 p.
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MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. São Paulo: RT,
2006, 608 p.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2 ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2001. 165 p.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32. ed. São
Paulo: Malheiros, 2009. 926 p.