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RESUMO
O presente artigo tem por objetivo a abordagem de dois institutos previstos em nossas
legislações pátria que afeta diretamente todo cidadão, mesmo àqueles que não militem na área
jurídica. Buscamos trazer a baila algumas divergências e convergências de alguns autores, no
que tange à prescrição e decadência contida na Lei 5.172/66 – CTN, dando ênfase às
diferenças entre eles na seara do Direito Tributário, apresentando se não todas, as principais
situações, em que fica caracterizada a sua ocorrência. Abordando o marco inicial da contagem
do prazo que venha fulminar tal evento, considerando como divisor de águas o lançamento
pelo fato de que antes deste ocorre a decadência e somente após o lançamento poderá ocorrer
a prescrição. De modo, que iniciaremos o presente trabalho abordando os fenômenos da
prescrição e decadência dentro do Direito Civil, conceituando-os e apresentando algumas
diferenças entre eles nesta seara. Posteriormente adentraremos ao objeto deste artigo
conceituando e apresentando algumas considerações acerca da prescrição e decadência. Ao
final apresentaremos as diferenças entre a prescrição e decadência no Direito Tributário
Brasileiro.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por finalidade tratar de dois temas polêmicos constantes nas
doutrinas e jurisprudências, os institutos da prescrição e decadência.
Este modesto trabalho cientifico esta disposto em 4 topicos, de acordo com o tema
abordado: 1) Prescrição e decadência no Direito Civil; 2) Decadência no Direito Tributário; 3)
Prescrição no Direito Tributário; 4) Diferenças entre Prescrição e Decadência no Direito
Tributário Brasileiro.
Os institutos da decadência e da prescrição tributários, entabulados nos artigos
173 e 174 do CTN, diversamente do que se verifica na regra geral do direito privado, têm
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paz social e ordem jurídica o legislador vem restringindo o lapso de tempo para o exercício de
direitos. Em um passado mais longínquo o prazo era de 30 anos, com a chegada do Código
Civil de 1916, tal prazo fora reduzido pra 20 anos e posteriormente com a publicação do
Código Civil Brasileiro de 2002, Lei 10.406/2002, foram fixados em 10 anos, conforme artigo
205, abaixo transcrito:
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
Podemos observar, que à muito tempo, quem não exerce seu direito dentro de um
determinado prazo, previamente estabelecido em Lei perde a oportunidade de fazê-lo pelo
decurso de tempo, fenômenos denominados prescrição e decadência.
Atualmente todos os prazos constantes do Capítulo I, do Título IV, do Livro III,
da Parte Geral, do Código Civil Brasileiro de 2002, são de prescrição. Assim, atualmente
todos os prazos constantes do Capítulo I, do Título IV, do Livro III, da Parte Geral, do CC de
2002, são de prescrição. Deste modo, os que ai não estiverem, seja na Parte Geral, seja na
Parte Especial, são de Decadência.
A doutrina aponta a origem do termo prescrição do vocábulo latino praescriptio,
derivado do verbo praescribere, formado por prae e scribere, que significa escrever antes ou
no começo.
Segundo Venosa1 (2004, v1:633), para Clóvis Beviláqua (1980:286), “ prescrição
é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em
conseqüência do não-uso delas, durante um determinado espaço de tempo”.
Para Figueiredo2”prescrição é a perda do direito de ingresso de ação, atribuída a
um outro direito, e de toda a sua capacidade defensiva, como conseqüência pela não-
utilização dessa capacidade durante determinado tempo.
Nas palavras de Venosa3, “decadência é a ação de cair ou o estado daquilo que
caiu. No campo jurídico, indica a queda ou perecimento de direito pelo decurso do prazo
fixado para seu exercício, sem que o titular o tivesse exercido”.
Já Figueiredo4 “decadência trata-se da perda do direito propriamente dito, ou seja,
é a morte da relação jurídica pela falta de exercício em tempo hábil.
1
VENOSA, S.V. Direito Civil: parte geral. Coleção Direito Civil; v.1 – 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2004,
p.633.
2
FIGUEIREDO, F. V. Direito Civil 1- 1. ed. – São Paulo: Saraiva, 2009, p. 52.
3
VENOSA, S.V. Direito Civil: parte geral. Coleção Direito Civil; v.1 – 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2004,p 636.
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4
FIGUEIREDO, F. V. Direito Civil 1- 1. ed. – São Paulo: Saraiva, 2009, p. 55.
5
RIZZARDO, Arnaldo. Direito Civil: parte geral,2 ed. Rio de Janeiro, Forense, 2003, p. 629.
6
VENOSA, S.V. Direito Civil: parte geral. Coleção Direito Civil; v.1 – 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2004,p 639.
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Todavia o artigo 208 do Novo Código Civil atribui uma exceção à regra dos
prazos decadências, qual seja não corre decadência contra os absolutamente incapazes (art.
198, I), e tem os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas ação contra os seus assistentes
ou representantes legais que deram causa à decadência ou não a alegram oportunamente (art.
1950.
Quanto a distinção apresentada por Venosa no item 7 acima apresentada, em
comentário ao artigo 209 do Novo Código, Nestor Duarte diz que:
Diante do que foi dito, nos resta afirmar que a prescrição alcança o direito de ação
e indiretamente o direito, e a decadência extingue diretamente o direito, e com ele, a ação que
o protege.
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7
VITORINO, Cassione; prefácio de Ives Granda da Silva Martins – 17. ed. – São Paulo: Atlas, 2006, pag. 309.
8
MARTINS, I.G.da Silva. Curso de Direito Tributário – 12 ed. – São Paulo: Saraiva, 2010, pag. 222.
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Desta forma, caso tenha ocorrido um fato gerador no dia 1 de janeiro 2005, em
tese a autoridade fiscal já no dia 2 do mesmo ano poderia efetuar o lançamento. Todavia, não
o fazendo o prazo decadencial terá inicio no dia 1 do ano subseqüente ao fato gerador. Deste
modo, ocorrerá a consumação da decadência em 01 de janeiro de 2011.
Podemos observar que o prazo decadencial sofre uma dilação, dependendo da data
do fato gerador, de quase um ano, podendo nesse caso aproximar-se de 6 anos o prazo de
decadência.
A regra pode ser mais bem entendida na leitura da transcrição do renomado autor
Ricardo Alexandre:
Percebe-se que a Administração Pública Tributária acaba tendo mais de cinco
anos para exercer o direito de constituir o crédito. Podendo o prazo chegar
praticamente a seis anos. A parcela da doutrina que tenta explicar porque o
prazo para lançar começar a fluir em momento posterior ao que o direito de
lançar se torna exercitável aduz que o legislador do CTN quis conferir um
prazo razoável para que o Fisco tomasse conhecimento da ocorrência do fato
gerador. A linha mestra de tal teoria é que a decadência somente deve atingir
aquele que “dorme”, não se considerando em tal situação quem
presumidamente não tomou conhecimento do fato que pede uma providência.
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10
VITORINO, Cassione; prefácio de Ives Granda da Silva Martins – 17. ed. – São Paulo: Atlas, 2006, pag. 309.
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O I do artigo 174, acima apresentado, teve sua redação alterada pela Lei
Complementar n. 118/2005, pois antes desta lei o Código previa que a interrupção se daria
com citação pessoal do devedor. Ainda que existisse a Lei 6.830/1980 em seu artigo 8°, § 2°,
que previa em sua redação que “o despacho do juiz, que ordenar a citação, interrompe a
prescrição”. Entretanto, o STJ entendo ser uma Lei ordinária e o CTN já possuindo o status de
Lei Complementar não poderia ser aplicado tal dispositivo.
Diante da lacuna existente no artigo 174, I, do CTN, os devedores de forma
ardilosa fugiam da citação, de forma a manter a fluência do prazo prescricional. Deverás, tal
situação era desonesta para a Administração, que mesmo, praticando atos no intuito de
receber o devido, poderia assistir impotente seu direito perecer. Contudo com a nova redação
do inciso I, não mais existe dúvida sobre a citada regra.
Outras formas que causam interrupção do prazo prescricional são pelo protesto
judicial e constituição em mora do devedor. Contudo, não são na pratica os meios utilizados
pela Administração Pública, no exercício de seu direito em receber a quantia objeto do
lançamento o mais comum é o ajuizamento da ação de execução fiscal.
O inciso IV do artigo 174 não deixa dúvidas quanto ao seu alcance. No entanto,
conforme palavras de Ricardo Alexandre existem duas peculiaridades importantes: “é a única
que pode ocorrer extrajudicialmente e a única que pode se verificar por iniciativa do
devedor”.
É bom esclarecer que, ao ser configurada a interrupção da prescrição apaga-se
todo o tempo decorrido, o qual começara do zero. Diferentemente da suspensão da prescrição,
que apenas paralisa o seu curso enquanto perdurar a causa suspensiva. Desaparecendo a causa
da suspensão o prazo continua em curso.
No que tange a suspensão do prazo prescricional, o Código Tributário não
expressa claramente essa possibilidade. Entretanto, ao analisarmos o artigo 151 do Código,
este estabelece diversos motivos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A lógica
é que, a Fazenda Pública não pode ser punida em razão de estar legalmente impedida de agir.
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É sabido que o processo de execução pode ficar parado por razões diversas. Em
princípio não significa caracterizada a prescrição intercorrente, mas, se a paralisação deu-se
pela inércia do credor, neste caso tem em curso a prescrição.
Em virtude da importância do tema apresentamos abaixo acórdãos da 1ª Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do sul, assim ementados:
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Federal, combinadas com os arts. 109 e 110 do Código Tributário Nacional, não existem
razões para que sejam aplicadas regras de outros ramos do direito.
Assim, diante do que foi dito entendemos que, pode o juiz decretar de ofício a
prescrição e a decadência de ofício.
Outra diferença existente entre prescrição e decadência reside no fato de que o
credor que paga débito alcançado pela decadência tem direito a restituição a ser exercido no
prazo legal. De modo diverso, aquele que paga dívida prescrita não tem a possibilidade da
restituição. Porque a prescrição alcançou apenas o direito de ação e não o direito material.
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
MARTINS, Ives Granda da Silva, coordenador. Curso de direito tributário,12 ed. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
MACHADO, H.B., Curso de Direito Tributário, 29 ed. – São Paulo: Malheiros, 2008.
BRASIL. (Código Tributário Brasileiro), 13 ed. Ver., ampl. E atual. – São Paulo: RT, 2008.
www.stj.jus.br
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