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Apresentação
Marta Gil*
"A deficiência é uma dentre todas as possibilidades do ser humano
e daí dever ser considerada, mesmo se as suas causas e
conseqüências se modificam, como um fato natural que nós
mostramos e de que falamos, do mesmo modo que o fazemos em
relação a todas as outras potencialidades humanas" (UNESCO,
1977).
"Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos
impossibilitem de reconhecer as suas habilidades. As
características mais importantes das crianças e jovens com
deficiência são as suas habilidades" (Hallahan e Kauffman, 1994).
"Uma criança deficiente não é respeitada se for abandonada à sua
deficiência, do mesmo modo que não é respeitada se se negar a
realidade da sua deficiência. É respeitada se a sua identidade, a
sua originalidade, da qual a deficiência também faz parte, for
favorecida e quase provocada, isto é, se ela for levada a
desenvolver-se. Tal é a atitude realista ativa, em situação e em
relação. Se for ao contrário, temos o realismo inerte" (Canevaro,
1984).
Vivemos um momento histórico caracterizado por mudanças,
turbulências e crises, mas também pelo surgimento de
oportunidades.
Esta situação pode ser constatada na área da Deficiência, entre
outras. Basta olhar à nossa volta: há mais pessoas com deficiência
nas ruas e locais públicos; elas aparecem com mais freqüência no
noticiário, inclusive no esportivo: nas últimas Paraolimpíadas,
conquistaram muito mais medalhas (inclusive de ouro e prata) que
os nossos atletas brasileiros ditos "normais"... Elas se destacam na
música (podemos citar o reggae d' "A Tribo de Jah", por exemplo),
ganham as passarelas, como modelos fotográficos, como Mara
Gabrilli e Ranulfo, e também escrevem livros, como Feliz Ano
Velho, de Marcelo Rubens Paiva. O Pirata, que ganhou este apelido
por ter uma prótese na perna, continua surfando e ensinando
portadores de deficiência a surfar; a Equiperneta, composta por
jovens com diferentes tipos de deficiência física, foi praticar
esportes radicais no Nepal, há uns dois anos, façanha que foi
mostrada na televisão.
Estes exemplos (e muitos outros mais) indicam que há um processo
social em curso, denominado "inclusão" pelos estudiosos: de um
lado, a sociedade começa a perceber a existência de pessoas
portadoras de deficiência e a se organizar, para acolhê-las e, de
outro, as próprias pessoas com deficiência começam a se mostrar,
a reivindicar seus espaços, a exercer seu papel de cidadãs.
Como todo processo social, este também é complexo e acontece de
forma gradual. Afinal, para que a inclusão aconteça é preciso
modificar séculos de história, de preconceitos muito arraigados, de
ambos os lados - e isso não acontece de um dia para o outro.
A inclusão ocorre nas escolas, nas lanchonetes, nos shopping
centers, no trabalho, nas igrejas - enfim, em todos os espaços de
interação humana. Nesta série do Salto para o Futuro/TV Escola,
vamos focalizar principalmente o que está acontecendo nas
escolas, com a Educação Especial, que passa a se chamar
Educação Inclusiva. É nosso propósito apresentar material para
reflexão dos que estão envolvidos com o processo pedagógico.
Como pensar em incluir e, mais ainda, como exercer a inclusão, se
não conhecemos estas pessoas, se não temos informações sobre
elas - enfim, se elas ainda não existem para nós? Estes e outros
temas serão debatidos nos cinco programas da série Espaços de
inclusão, que será apresentada no programa Salto para o Futuro,
da TV Escola, de 22 a 26 de abril de 2002.
Temas que serão abordados na série Espaços de Inclusão
PGM 1: O QUE É INCLUSÃO SOCIAL?
Este termo "inclusão social" tem sido bastante veiculado e discutido,
em substituição ao conceito utilizado anteriormente, de "integração
social", em muitos países, não apenas no Brasil. Porém, há várias
acepções deste termo, que introduz um novo paradigma em nossa
sociedade e assinala outra etapa no processo de conquista dos
direitos por parte das PPD - Pessoas Portadoras de Deficiência e
de simpatizantes desta causa. Neste programa, abordaremos este
conceito, através de perguntas "provocadoras" e mantendo, sempre
que possível, o foco sobre a situação nas escolas: O que significa
inclusão? Quem são, realmente, as pessoas portadoras de
deficiência? Por que elas estavam "invisíveis", até há pouco tempo?
o Ausência de fala;
o Dificuldade em estabelecer relações com outro;
o Tendência ao isolamento pela falta de comunicação;
o Comportamentos estereotipados ou autistas;
o Utilização do choro, gemidos e movimentos corporais como
formas de comunicação.
Quando a família percebe a surdez
É freqüente que os pais confirmem a existência da surdez por volta
de 1 ou 2 anos de idade da criança.
Isso implica uma dificuldade maior na transmissão de significados
simbólicos às experiências do bebê. Um exemplo: o bebê chora, e a
mãe procura acalmá-lo conversando com ele - sem que ela saiba,
sua voz não chega até ele para tranqüilizá-lo, acalmá-lo e marcar a
presença materna. Somente ao vê-la ele pode se assegurar de sua
proximidade.
À medida que se repetem experiências desse tipo, o bebê pode
desenvolver sentimentos de insegurança e abandono, o que mais
tarde pode ter como conseqüência uma auto-estima rebaixada.
Por outro lado, quando descobre a surdez do filho, a grande maioria
das mães passa a usar menos a voz para se comunicar com ele ou
até deixam de utilizar a palavra. Todos caem no silêncio.
As atitudes maternas de desânimo ou de superproteção podem ser
compreensíveis, mas não incentivam o desenvolvimento da criança.
Os pais (e, principalmente, a mãe, pois ela tem contato mais intenso
e freqüente com o bebê) devem compreender que há muitas formas
de comunicação com o bebê, além da linguagem oral: toques,
sorrisos, carinhos. Todas essas linguagens devem ser utilizadas no
trato com o bebê, inclusive a oral. Deve-se falar sempre de frente,
para que a criança possa ir percebendo que esta forma de
comunicação também existe.
O diagnóstico precoce
É de grande importância que a surdez seja diagnosticada o mais
cedo possível. Assim que é constatada, é possível começar seu
atendimento, que inclui o trabalho não só com a criança, mas
também com os pais.
No trabalho de estimulação precoce, o primeiro aspecto a ser
lembrado é que a criança surda, em seus primeiros meses de vida,
é um bebê com necessidades peculiares, pois a ausência da
audição, interferindo na aquisição da linguagem e na maneira de
conhecer o mundo, deixará marcas para o resto da vida.
Principalmente nos casos em que se pode suspeitar desse tipo de
quadro - como nascimento de alto risco, casos de surdez hereditária
na família, casamentos consangüíneos, ocorrência de rubéola na
gravidez ou um quadro de meningite após o nascimento - é
fundamental que o bebê seja encaminhado para avaliação médica o
quanto antes.
Como evitar/prevenir a perda auditiva em crianças?
Quando pensamos sobre a surdez e as limitações que lhe são
associadas, é natural que procuremos conhecer as causas que a
provocam e os meios de evitá-las.
O estudo das causas da deficiência auditiva demonstra a
importância da prevenção primária na área da saúde uma vez que,
segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, 1,5% da
população dos países em desenvolvimento têm problemas relativos
à audição.
A prevenção primária refere-se às ações que antecedem o
problema da surdez, evitando sua ocorrência e deve ser realizada
por meio de:
o Campanhas de vacinação das jovens contra a rubéola;
o Acompanhamento à gestante (pré-natal);
o Campanhas de vacinação infantil contra: sarampo, meningite,
caxumba etc.;
o Não dar remédio sem receita médica; se for antibiótico, verificar
se contém aminoglicosídeo, substância que geralmente prejudica a
audição de forma irreversível;
o Palestras e orientações às mães.
Já a prevenção secundária refere-se às ações que atenuam as
conseqüências da surdez e são realizadas tanto na área da Saúde,
como na área da Educação:
o Na área da Saúde, por meio do diagnóstico, da protetização
precoce da criança (colocação do aparelho auditivo) e do
atendimento fonoaudiológico;
o Na área da Educação, por meio do atendimento na Educação
Infantil, principalmente através do Programa de Estimulação
Precoce (para crianças de zero a três anos).
A prevenção terciária refere-se às ações que limitam as
conseqüências do problema da surdez e melhoram o nível de
desempenho da pessoa como, por exemplo, aquelas que compõem
o atendimento realizado pela Educação Especial.
Depois do diagnóstico, o que fazer?
É fundamental que a surdez seja diagnosticada o mais cedo
possível. Quando a perda auditiva é detectada precocemente, a
preocupação inicial do profissional (médico, psicólogo ou
fonoaudiólogo) deve ser a de fornecer informações aos pais, para
que eles saibam o que fazer e, principalmente, possam acolher este
filho e aprender a lidar com esta situação inesperada.
A estimulação precoce realizada no ambiente doméstico, aliada ao
trabalho educacional de profissionais, permitirá que a criança
adquira condições de se comunicar da melhor forma possível,
situando-se melhor na sociedade.
Após o médico fazer o diagnóstico de que a criança tem uma perda
auditiva e de que grau, a família deve tomar as seguintes medidas:
o Iniciar o tratamento fonoaudiológico integrado, feito pelo
fonoaudiólogo e a equipe que for considerada necessária;
o Utilizar o aparelho auditivo, se for adequado para o caso.
Infelizmente, nem sempre essa avaliação é feita precocemente; na
maior parte das vezes, a criança fica sem atendimento até o
momento de ir para a escola. Quanto mais tempo passa, maiores
são as dificuldades de desenvolvimento - tanto no campo da
linguagem quanto nos níveis social, psíquico e cognitivo.
Inicialmente, a criança não precisa utilizar a linguagem oral para
comunicar-se com sua família; o fundamental é utilizar a
sensibilidade, que se traduz em um toque, uma expressão de
felicidade. Os pais devem compreender que, ao invés de ficarem
desesperados, podem e devem participar da educação de sua
criança e que o futuro dela vai depender de sua atuação em
parceria com profissionais, como fonoaudiólogo e
otorrinolaringologista.
O processo de desenvolvimento da criança surda
Durante muito tempo e ainda mesmo em nossos dias, a deficiência
auditiva tem sido confundida com a deficiência mental; seus
portadores são chamados erroneamente de "mudos" ou "surdos-
mudos". Sabemos, hoje, que a surdez não afeta o desenvolvimento
cognitivo das pessoas e que estas pessoas não são mudas, isto é,
elas emitem sons; muitas vezes não falam, por medo que caçoem
delas, por não ouvirem, por não terem recebido treinamento para
falar ou outro motivo.
Saber em que momento se instalou a surdez é fundamental para
planejar as necessidades de estimulação da criança, seja qual for a
idade. Mas também são necessárias outras informações, tais como:
o Se a surdez foi detectada nos primeiros anos de vida e em que
fase isso aconteceu;
o Se aconteceu antes ou depois do nascimento ou durante o parto;
o Qual o grau da perda auditiva - leve, moderada, severa ou
profunda;
o Se recebeu atendimento especializado (e se foi indicada a
utilização de aparelho de amplificação sonora individual);
o Como a audição foi estimulada, desde o início;
o Qual a reação da família e que tipo de assistência ela recebeu
nesse momento;
o Se a surdez está ou não associada a outra deficiência ou a
problemas de saúde.
O profissional precisa conhecer a história de cada pessoa - época
em que ocorreu a surdez e qual foi o grau da perda, tipo de
atendimento reabilitacional recebido, oral ou oral com sinais/gestos,
estimulação feita para a aquisição da linguagem, aproveitamento
dos resíduos auditivos e outras informações mais, para poder
prestar o melhor atendimento possível, tanto na área da Educação
quanto na de Saúde.
Assim, o grau e o tipo da perda de audição, assim como a idade em
que esta ocorreu, vão determinar importantes diferenças em relação
ao tipo de atendimento que o aluno irá receber. Quanto maior for a
perda auditiva, maiores serão os problemas lingüísticos e maior
será o tempo em que o aluno precisará receber atendimento
especializado.
Existe uma diferença significativa no desenvolvimento da linguagem
e da comunicação de crianças que sofrem perda auditiva antes dos
2 anos de idade, em comparação com as que ficam surdas após
terem adquirido a linguagem (por exemplo, no caso de surdez
causada por meningite, depois dos 4 anos de idade). As maiores já
tiveram a oportunidade de estruturar a memória auditiva e um
sistema lingüístico próprio.
"Embora não se possa afirmar que a surdez afete o
desenvolvimento intelectual dos indivíduos, provoca neles, sem
dúvida, dificuldades de conceituação, pela ausência do código
lingüístico normalmente usado no contexto social dos ouvintes. O
pensamento, em decorrência, se organiza de forma bem distinta da
usual dos ouvintes, da mesma idade, devido à privação da audição
ou por experiências frustrantes vividas pelos surdos desde o
contexto sócio-familiar."
Que língua ensinar para a criança surda?
Esta é uma pergunta difícil e polêmica. As respostas são várias e
dependem da postura assumida pelo profissional, das expectativas
da família, da natureza da criança, do grau de deficiência auditiva e
dos recursos existentes no lugar onde que ela mora.
A educação da criança surda em fase de socialização, nos seus
primeiros anos de vida, precisa se adequar a suas características
pessoais. A observação de suas respostas aos primeiros
atendimentos escolares e clínicos (estimulação auditiva,
sociabilização etc.), servirá para indicar o caminho a seguir: optar
pelo ensino especializado (escola e classe especial), ou pelo ensino
comum.
Cada criança deve receber atendimento de acordo com sua
realidade, para poder vivenciar e explorar ao máximo suas
potencialidades.
Algumas crianças surdas têm possibilidade de adquirir e
desenvolver a linguagem oral, utilizando a fala para se comunicar.
Outras, por características pessoais e também em decorrência do
ambiente familiar em que cresceram, apresentam linguagem oral
mínima, que deve ser complementada com outras formas de
comunicação (escrita e por sinais).
A construção da linguagem oral no indivíduo com surdez profunda é
uma tarefa longa e bastante complexa, envolvendo aquisições
como: tomar conhecimento do mundo sonoro, aprender a utilizar
todas as vias perceptivas que podem complementar a audição,
perceber e conservar a necessidade de comunicação e de
expressão, compreender a linguagem e aprender a expressar-se.
Na abordagem oralista, ainda hoje adotada por algumas
instituições, a comunicação se baseia na fala; não se aceita a
utilização dos gestos ou sinais para representar ou indicar coisas,
objetos etc. No oralismo, os resíduos de audição servem como
parâmetros para a aquisição da fala e da linguagem, sendo
associados à leitura da expressão facial.
O bilingüismo é a abordagem mais recente e defende a idéia de que
ambas as línguas - de sinais (LSB - Língua de Sinais Brasileira) e a
oral (português) sejam ensinadas e usadas sem que uma
interfira/prejudique a outra, em situações diferentes.
Entre os mais jovens, e particularmente entre aqueles que
apresentam perdas auditivas severas e profundas, existe um
movimento para que assumam a própria surdez. Lutam por seus
direitos e buscam divulgar a Língua de Sinais Brasileira, mostrando
que se trata de uma língua com regras próprias, como a Língua
Portuguesa.
Os que adotam essa linha valorizam sua fala, levando em conta que
é uma fala diferente e valorizam também seu direito de usar
recursos variados para se comunicar, na busca de uma melhor
participação social. Rejeitam o termo 'deficiente', que embute um
conceito de déficit, e defendem uma atitude na qual seja dado valor
ao indivíduo e não à deficiência da qual ele é portador.
A educação dos surdos no Brasil
Até a década de 60, como na maioria dos países, o Brasil seguia a
orientação dominante, considerando como melhor alternativa, para
o ensino de crianças surdas, o atendimento em separado, já que
seus problemas lingüísticos as diferenciavam das crianças ouvintes.
Assim, apareceram muitas escolas especiais para surdos, onde os
portadores de deficiência auditiva eram educados,
predominantemente, sob o aspecto da reabilitação oral.
A partir dos anos 80, seguindo a tendência mundial de integração,
adotou-se nova orientação no campo da educação dos surdos: a
meta que as escolas passaram a se colocar ultrapassava o campo
clínico/terapêutico, englobando o campo pedagógico e lingüístico,
numa perspectiva integracionista que encontrou respaldo filosófico,
legal e político-educacional na Constituição da República Federativa
do Brasil (1988) que garante, em seu artigo 208, inciso III, "o
atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino"; na
Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); na Declaração de
Salamanca, resultante da "Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade" (1994);
na Política Nacional de Educação Especial (1994); no Plano
Decenal de Educação para Todos (1994).
Assim, a integração do aluno surdo ao sistema regular de ensino,
entendida como um processo resultante da evolução histórica da
Educação Especial, calcada nos direitos humanos, constitui uma
tendência que vem se acentuando nestes últimos anos, no Brasil e
em outros países.
Considerando que a meta atual da educação dos portadores de
deficiência auditiva passou a enfocar também o aspecto acadêmico
e lingüístico, as diretrizes que têm sido traçadas conduzem às
seguintes conclusões:
o A educação dos surdos deve desenvolver-se, preferencialmente,
na rede regular de ensino;
o O conteúdo programático a ser desenvolvido é o mesmo do
ensino regular;
o A orientação educacional permite o acesso, pelo aluno, a duas
línguas: a Língua de Sinais Brasileira e a Língua Portuguesa;
o A reabilitação é parte do aprendizado de Língua Portuguesa, em
sua modalidade oral, própria, principalmente, para o caso de alunos
que iniciaram sua educação na faixa etária de zero a seis anos;
o A aprendizagem da modalidade oral e principalmente da
modalidade escrita do Português constitui tarefa cotidiana dos
professores da classe especial, da sala de recursos e de classe
comum do ensino regular.
Sabe-se que a integração do portador de deficiência auditiva no
sistema regular de ensino representa um processo individual (para
o aluno) e acarreta uma reorganização institucional (para a escola).
Em se tratando do aluno, faz-se necessário estabelecer, para cada
caso, o momento oportuno para que ele comece a freqüentar a
classe comum do ensino regular, se esta for a sua opção.
Aprendendo a conviver na escola
O principal objetivo da educação infantil é favorecer o
desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social de
todas as crianças - ouvintes ou surdas. A escola promove
experiências e conhecimentos, por meio de jogos e brincadeiras,
bem como do convívio com outras crianças e outros adultos, fora do
ambiente doméstico.
A socialização, que se inicia antes dos 3 anos, vai se consolidando
entre os 4 e os 6 anos de idade. Para que possa expressar seus
desejos e suas necessidades, utilizando gestos e/ou sons, a criança
surda deve ser exposta a uma linguagem compreensível para ela,
contribuindo assim para sua socialização.
O desafio do trabalho precoce com a criança surda está em criar
situações de comunicação que favoreçam sua expressão e sua
interação contínua com as pessoas, utilizando-se do olhar, dos
gestos, dos sinais, da linguagem oral etc.
A escola, comum ou especializada, deve preparar a criança surda
para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições de aprender
um código de comunicação que permita seu ingresso na realidade
sociocultural, com efetiva participação na sociedade.
O trabalho de linguagem, tanto em Língua Portuguesa (oral) quanto
na Língua de Sinais Brasileira (LSB), é desenvolvido de forma a dar
à criança surda um instrumento lingüístico que a torne capaz de se
comunicar.
Os principais recursos utilizados nesse trabalho são atividades de
imitação, jogos, desenho, dramatizações, brincadeiras de faz-de-
conta, histórias infantis etc. Tais atividades possibilitam, ao mesmo
tempo, a aquisição de linguagem e a aprendizagem de conceitos e
regras de um código de comunicação, aspectos importantíssimos
para o processo de integração escolar.
A criança surda adquire sua linguagem ao relacionar a experiência
que está vivendo com a verbalização e/ou os sinais que ela observa
em outra pessoa (colega, pais, professores etc.), bem como ao
relacionar o que está sendo falado pelo outro com suas próprias
experiências e também ao comunicar seus pensamentos e
experiências de forma oral, escrita ou com sinais.
Qualquer situação comum, especialmente as que se vinculam às
idéias e aos interesses da criança surda, pode ser útil para
estimular e desenvolver seu processo de comunicação. Por
exemplo: se ela gosta de carros, de motos, ou de bonecas, seu
brinquedo predileto pode servir de motivação para que aprenda
seus nomes, reproduza o ruído que fazem, experimente sentir as
vibrações quando os veículos passam pela rua, observe as cores
das diferentes motos ou reproduza com suas bonecas o cuidado
materno, dando nome aos sentimentos - 'eu gosto', 'eu choro', 'eu
estou triste', 'eu estou alegre' etc.
É através da repetição das palavras e da vivência que as crianças
aprendem a compreender uma língua e a usá-la. Isto vale para
crianças ouvintes e para as com perda auditiva. Mas as crianças
com perda auditiva precisam de mais estímulos, de mais repetições
e de mais vivências. A partir do momento em que a criança surda
percebe que cada objeto tem um nome, o progresso torna-se mais
rápido.
A inclusão da criança surda na escola
Quando recebe em sua classe (de ouvintes) um aluno surdo, é
freqüente que a primeira reação do professor seja: Como vou falar
com esse aluno? Não sou especialista! Como posso ensiná-lo?
Não se pode 'jogar' a criança surda em uma escola ou em uma
classe comum, alegando a necessidade de 'inseri-la' na escola
regular; essa atitude mostra que não há um reconhecimento da
necessidade da criança surda de ter um atendimento cuidadoso,
para que desenvolva suas habilidades comunicativas.
Na proposta atual, mais inclusiva, a criança com surdez participa do
sistema educacional, não está fora dele. É esperado que ela, bem
como os professores e toda a escola, conte com dispositivos que
auxiliem seu pleno desenvolvimento escolar, sem sacrifícios.
No entanto, a inclusão na escola comum, principalmente no Ensino
Fundamental, não é a única realidade para todos os portadores de
deficiência. Deve constituir um processo gradativo, que respeite as
diferentes necessidades e interesses de cada um.
A inclusão da criança com surdez em classe comum da escola
regular terá mais chances de sucesso se for gradativa e resultar de
um estudo de cada caso, individualmente.
Inicialmente, é necessário verificar se a criança surda está
preparada para freqüentar uma classe comum, na qual as
diferenças, principalmente as que se referem à linguagem, serão
evidenciadas pela comparação com os colegas ouvintes.
Para isso, o aluno, sua família e seus professores precisam dispor
de dados - parecer médico, resultados das avaliações audiológicas
periódicas, informações da fonoaudióloga e da família etc. - que
permitam entender melhor o que a falta de audição pode acarretar e
que tipo de reação a criança terá no ambiente escolar.
Como condição para participar de uma classe comum, o aluno
surdo precisa ter adquirido um nível de linguagem suficiente para
permitir um diálogo, mesmo que simples, com professores e
colegas, além de contar com um bom vocabulário e com certo
domínio de leitura e escrita. Com esse domínio da linguagem, ele
pode expressar seus pensamentos e sentimentos, e consegue
ainda compreender os conceitos utilizados nas diferentes
disciplinas.
A escola comum, por sua vez, também precisa dispor de recursos
que tornem viável o processo de inclusão, como por exemplo:
o Assessoria em relação à língua de sinais, se a criança tiver
linguagem oral restrita e às estratégias adequadas para propiciar o
diálogo, na linguagem oral e/ou escrita;
o Material concreto e visual que sirva de apoio para garantir a
assimilação de conceitos novos;
o Contato com professores que tenham vivenciado situações
semelhantes;
o Orientação de professores da Educação Especial - itinerantes ou
de salas de recursos. Podem ser feitas reuniões para trocar
experiências e esclarecer dúvidas.
O que caracteriza o aluno (surdo ou não) é sua capacidade de
aprendizagem e não a deficiência que apresenta. Existe um sujeito
com potencial, no qual se deve investir.
"O obstáculo sensorial auditivo cria situações comunicativas
específicas para o surdo, porém não o impede de adquirir uma
linguagem, nem o desenvolvimento de sua capacidade de
representação. Este processo envolve mecanismos mentais
diferentes daqueles da pessoa ouvinte e, por isso, tornam-se
responsáveis pela construção de esquemas de pensamento e
estratégias intelectuais que dependem da natureza do
desenvolvimento lingüístico-cognitivo que lhes é próprio".2
Tanto no ensino comum quanto no especializado, o aluno precisa
se sentir envolvido no processo de aprendizagem, participar de fato
e ser capaz de fazer escolhas com responsabilidade, programando-
se para o futuro.
O conteúdo curricular a ser desenvolvido para o aluno surdo é
exatamente o mesmo trabalhado com os alunos ouvintes, com base
nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). São necessárias
adaptações curriculares para atender à especificidade da clientela,
seja na escola especial ou na regular. O uso de materiais variados
(jornais, revistas, propagandas, noticiários de TV, computadores
etc.) contribui para motivar os alunos, mantê-los atualizados em
relação aos acontecimentos do mundo e dar-lhes uma visão ampla
dos acontecimentos.
Todos os alunos serão beneficiados se o professor proporcionar
atividades a partir de centros de interesse, integrando diferentes
disciplinas.
Na visão inclusiva, a criança com perda auditiva deve ser acolhida a
partir de uma proposta globalizadora, que valorize a escolaridade,
os hábitos e as atitudes preparatórios para a vida adulta e que
possibilite a ela se tornar responsável pelo próprio processo escolar
e consciente de seus direitos, que são os mesmos dos ouvintes.
Os educadores devem considerar, além da metodologia, as
necessidades específicas dos alunos, com o objetivo de favorecer
sua adaptação e sua integração.
O papel do professor
Compete ao professor:
- Desenvolver o processo ensino-aprendizagem com o aluno surdo,
adotando a mesma proposta curricular do ensino regular, com
adaptações que possibilitem:
o O acesso ao currículo, utilizando sistemas de comunicação
alternativos, como a Língua Brasileira de Sinais, a mímica, o
desenho, a expressão corporal;
o A utilização de técnicas, procedimentos e instrumentos de
avaliação compatíveis com as necessidades do aluno surdo, sem
alterar os objetivos da avaliação e o seu conteúdo, como, por
exemplo, maior valorização do conteúdo em detrimento da forma da
mensagem expressa;
o A supressão de atividades que não possam ser alcançadas pelo
aluno surdo devido à sua deficiência, substituindo-as por outras
mais acessíveis, significativas e básicas. Por exemplo: O "ditado"
cujo objetivo para os alunos ouvintes é verificar a ortografia das
palavras, para o surdo transforma-se em "teste de leitura labial".
Porém, não se justifica a eliminação de conteúdos curriculares.
Sugestões de apoio ao aluno com deficiência auditiva
o Os alunos com deficiências auditivas devem ficar sempre na
primeira fila na sala de aula. Se possível, o aluno deve utilizar um
recurso acústico (Prótese Auditiva e/ou Sistema de FM), para
amplificar o som da sala;
o Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim, o
professor e os colegas devem falar o mais claramente possível,
evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil
para estes alunos anotarem nas aulas, durante a exposição oral da
matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o
professor fala;
o É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência,
assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina,
para o aluno tomar conhecimento das palavras e do conteúdo da
aula a ser lecionada. Pode também justificar-se a utilização de um
intérprete (uso de linguagem sinais);
o Este estudante poderá necessitar de tempo extra para responder
aos testes;
o O professor deve falar com naturalidade e clareza, não
exagerando no tom de voz;
o O professor deve evitar estar em frente à janela ou outras fontes
de luz, pois o reflexo pode obstruir a visão;
o Quando falar, não bloqueie a área à volta da boca;
o Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual,
primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa
(ex.: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois
e não simultaneamente);
o Repita as questões ou comentários durante as discussões ou
conversas e indique (por gestos) quem está a falar, para uma
melhor compreensão por parte do aluno;
o Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações
importantes, para assegurar que foram entendidas;
o Durante os exames, o aluno deverá ocupar um lugar na fila da
frente para melhor ouvir esclarecimentos do docente. Um pequeno
toque no ombro do aluno poderá ser um bom sistema para lhe
chamar a atenção, antes de fazer um esclarecimento.
Como tratar pessoas surdas
o Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas
surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a
leitura labial, outras não;
o Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver
prestando atenção em você, acene para ela ou toque em seu braço
levemente;
o Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de
maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere.
Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar
mais devagar;
o Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar
mais alto. Gritar nunca adianta;
o Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça
com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo
em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode
também atrapalha;
o Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a
pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral,
suas tentativas serão apreciadas e estimuladas;
o Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem
ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de
alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os
gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do
que você quer dizer;
o Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual,
se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa
terminou;
o Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver
dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se
acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas
não se incomodam de repetir para que sejam entendidas;
o Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O
importante é se comunicar. O método não é tão importante;
o Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete,
dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.
NOTAS:
* Socióloga. Gerente da Rede SACI - Solidariedade, Apoio,
Comunicação e Informação (www.saci.org.br). Consultora desta
série.
1 Carvalho, Rosita Edler. "Integração, inclusão e modalidades da
Educação Especial - mitos e fatos". Revista Integração, v. 2, n. 18,
1997, p. 23.
2 Carla Verônica Machado Marques, "Visualidade e surdez: a
revelação do pensamento plástico", In: Espaço, INES, Rio de
Janeiro, dez./1999, p. 38.
Bibliografia
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o Secretaria de Educação Especial
o Cadernos da TV Escola
o Editados pelo Ministério da Educação
o Secretaria de Educação a Distância
o Revista da FENEIS
o Editada pela Federação Nacional de Educação e Integração de
Surdos
o Revista Brasileira de Educação Especial
o Editada pela Associação Brasileira de Pesquisadores em
Educação Especial
o Revista Con-Tato
o Editada por Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao
Deficiente Visual
o Revista Benjamin Constant
o Editada pelo Instituto Benjamin Constant
o Jornal SuperAção
o Editado pelo Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro
o Revista Distúrbios da Comunicação
o Editada pela Faculdade de Fonoaudiologia PUC/SP.
Sites
o www.saci.org.br
o www.mec.gov.br
o www.mec.gov.br/seed/tvescola/cadernos/default.shtm
o www.defnet.org.br
o www.entreamigos.com.br
o www.feneis.com.br
o www.terravista.pt/copacabana/
o www.niee.ufrgs.br/~lucila
o http://penta.ufrgs.br:80/edu/telelab/edusurdos
o www.ibcnet.org.br
o www.fundacaodorina.org.br
o www.apae.org.br
o www.aacd.org.br
o www.mj.gov.br/corde/webcorde.htm
NOTAS:
* Socióloga. Gerente da Rede SACI - Solidariedade, Apoio,
Comunicação e Informação (www.saci.org.br). Consultora desta
série.