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“1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça (REsp nº 604.945, Rel. Min. Felix Fischer), assim ementado:
O paciente foi condenado pelo júri popular à pena de 13 (treze) anos e 8 (oito) meses de
reclusão pela prática dos crimes previstos no art. 121, §§ 1º e 2º, III e IV, e art. 121, caput,
c/c art. 14, II, na forma do art. 69, todos do CP (fls. 65-66).
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul deu provimento
em parte a ambos apelos: “o defensivo, para rebaixar a pena do homicídio qualificado
consumado para 10 anos de reclusão; e o ministerial, para majorar a sanção concernente ao
homicídio simples tentado para 03 anos e 06 meses de reclusão. Julgaram prejudicados os
recursos em relação aos demais aspectos neles contidos. Regime. Suprindo a omissão da
sentença, fixa-se em inicial aberto o regime de cumprimento da sanção relativa ao
homicídio simples tentado e em inicial fechado o regime de cumprimento da pena referente
ao homicídio qualificado consumado” (fl. 71).
O Superior Tribunal de Justiça deu provimento a recurso especial interposto pelo Ministério
Público, determinando o cumprimento da pena de homicídio qualificado em regime
integralmente fechado.
Dessa forma, tendo em vista a contradição entre o presente caso e a jurisprudência reiterada
da Corte a quo, entendimento que, em juízo prefacial, reputo relevante, tenho por presente
o fumus boni iuris.
Verifico, além disso, que em 19.12.2003 foi concedida, ao paciente, a progressão ao regime
semi-aberto (fl. 175), regime esse que somente foi modificado para integralmente fechado
em 20.12.2004, em razão da comunicação do trânsito em julgado da decisão do STJ (fl.
287). Esse fato, acrescido a documentos nos autos que demonstram estar o paciente
estudando e trabalhando(fls. 180-216), indicam que a conduta do paciente é compatível ao
regime semi-aberto.
3. Ante o exposto, defiro a liminar para suspender os efeitos do acórdão proferido nos
autos do REsp 604.945 pela Quinta Turma do STJ, com o encaminhamento do paciente de
volta ao regime semi-aberto, até a decisão final do presente writ.
Comunique-se, com urgência, ao Juízo da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto
Alegre/RS.
Estando os autos suficientemente instruídos, colha-se a manifestação da Procuradoria-Geral
da República.
Publique-se.
Brasília, 28 de dezembro de 2004”.