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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DE GEOGRAFIA (2010.2)
Prof. Msndo Glauber Barros Alves Costa.
Aluno: Aline Ferraz Alves.

Fichamento I

Referência bibliográfica:
SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. O ofício, a oficina e a profissão: reflexões sobre o lugar
social do professor. Campinas, São Paulo, 2005.

Autor:

Manoel Fernandes de Sousa Neto possui graduação em Licenciatura em Geografia pela


Universidade Federal do Ceará (1992), graduação em Bacharelado em Geografia pela
Universidade Federal do Ceará (1993), mestrado em Geografia (Geografia Humana) pela
Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela
Universidade de São Paulo (2004). Atualmente é professor doutor do Departamento de
Geografia da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em
História do Pensamento Geográfico, atuando principalmente nos seguintes temas: geografia,
educação, políticas públicas, história da geografia e geografia política.

Objeto:
Este texto discorre sobre o ofício do professor e o papel deste enquanto ser social,
partindo do aspecto histórico e da dimensão social da profissão.

Objetivos:
CONHECER a historicidade e lugaridade do ofício.
ENTENDER como se dá a relação entre ofício, oficina e ferramentas.
COMPREENDER o papel social do professor.

Principais conceitos utilizados pelo autor:


“que as profissões não são coisas isoladas. Sua existência não se dá apenas como uma
espécie de artefato individual, mas muito mais que isso, resulta de uma série de relações sociais
com estatuto identitário.” (SOUSA NETO, 2005, pg 254)
“Por isso o ofício é antes de tudo um dever e exige uma certa disciplina, uma dose de
trabalho, ao ponto de se esperar que o profissional seja melhor que o amador, porque não faz
apenas uma vez ou outra, quando deseja ou quando lhe convém. Por ofício temos a obrigação de
fazer o melhor que pudermos aquilo que nos identifica como profissional em uma determinada
área.” (SOUSA NETO, 2005, pg 254)

“a sociedade não pode permitir que certas profissões sejam exercidas por pessoas que
não possuem certos valores para desenvolvê-las.” (SOUSA NETO, 2005, pg 254)
“os oficios exigem que haja certos códigos e rituais comuns, a partir dos quais se constituem
juízos de valor moral e se estabelece aquilo que é bom e ruim para todos e para cada um. [...]
não basta um saber-fazer, é preciso também um saber-ser cultural, social e historicamente
situado. [...] os profissionais da educação, nomeadamente os professores e professoras, por
intermedio da sala de aula, tiveram e têm grande responsabilidade sobre os destinos que a
sociedade tomou e toma.” (SOUSA NETO, 2005, pg 256)

“essa é uma das profissões que mais tem crescido nesses anos ora considerado como os
da sociedade do conhecimento. Em todos os setores e situações o processo de formação
permanente tem se tornado uma necessidade ao exercício de qualquer profissão, por isso
poderíamos até dizer que para as milhões de coisas que há para fazer com os novos artefatos
técnicos e científicos é preciso que haja professores.” (SOUSA NETO, 2005, pg 256)

Principais conclusões do autor:


Na parte inicial do texto Sousa Neto defende o ofício como sendo algo necessário para o
andamento da sociedade, que é quem determina os diversos ofícios existentes, porque existem
para suprir suas necessidades. E estabelece a relação existente entre o ofício, o lugar onde este
se dá (a oficina), as ferramentas e por fim a identidade de quem executa ou realiza as atividades
pertinentes a um dado ofício.
A dinâmica do aparecimento e desaparecimento dos oficios ocorre de acordo
com as necessidades da sociedade em certo momento, e a importância que essa deposita em um
dado ofício. Neste viés, admite-se então, o ofìcio do professor como sendo indispensável para o
bom funcionamento da sociedade, visto que, todo profissional tem que passar, primordialmente,
por um professor. Existem ainda, segundo o autor, aquelas profissões que sofrem mudanças, de
acordo com o avanço tecnológico, ou a transformação da sociedade (e da busca por novos
conhecimentos).
Cada profissão tem seu lugar de acordo com o grau de importância que lhe dá a
humanidade. Por isso, inclusive, a existência de tantos ofícios, porque muitas são as vontades da
sociedade, e há de se haver uma identidade, no sentido de que cada ofício possa ser único.
Porque os amadores podem praticar esse ou aquele ofício, mas jamais abandonaram sua
profissão original, porque é dali que tiram seu sustento, seu soldo.
Nesse sentido - o da necessidade social - o ser professor exerce essencial impôrtancia,
porque são eles “que ensinam aos outros aquilo que eles ainda não sabem, ou ainda não sabem
que sabem, ou apenas sabem de modo a-sistemático ou que temos de aprender com eles o que
sabem” (SOUSA NETO, 2005, pg 255), e talvez, por isso, alguns se tornam professores, porque
há de haver aqueles que ensinam. E talvez por este mesmo motivo continuem a sê-lo.

Comentário pessoal:
A abordagem trazida pelo autor no que tange o ofício, a oficina e a profissão, é sem
dúvida de suma importância para estabelecer uma relação com o papel do professor. Na parte
inicial do texto o autor afirma que cada ofício tem um realizador, um espaço (oficina) e
ferramentas que o identifique e o complete como sendo um todo. Quer dizer, de que valeria um
oficio, senão existisse um espaço, a matéria-prima, e as ferramentas para sua realização ou, se
não houvesse a necessidade de sua existência?
Não se pode pensar em um oficio, sem estabelecer uma ligação com a oficina e as
ferramentas necessárias, além de um executador capaz de reproduzir certos objetos, ou
objetivos. O saber-fazer, tão debatido pelo autor, que defende a ideia de que aquele que opta por
uma determinada profissão deve fazê-lo não somente por dever, mas por conhecimento real das
atividades e necessidades que este ofício lhe impõe.
Daí a necessidade da escola, enquanto oficina, e é por isso que o saber-fazer do
professor é tão importante, porque é por intermédio deste que a sociedade pode estabelcer
relações entre os diversos ofícios existentes. Afinal, como afirma o autor “qual o professor que
nunca encontrou um de seus ex-alunos ou ex-alunas no caixa do banco, na máquina registradora
do supermercado, no balcão da farmácia, como garçom em algum restaurante?” (SOUSA
NETO, 2005, pg 256).
É evidente que o autor tem razão quando afirma a respeito da força social e política dos
profissionais da educação no Brasil, o professor precisa estar muito bem preparado, e dotado de
um saber-fazer, porque é formador, não somente de profissionais, como também de cidadãos. É
preciso que o professor esteja apto a formar cidadãos críticos, reflexivos e participativos, o que
é indispensável em um país em desenvolvimento.
Se qualquer ofìcio deve ser exercido movido pelo dever de cumprir com as funções a
que se destina o mesmo, o ofício de professor não é diferente. Se todos os professores
descontentes, desestimulados, desapegados de sua profissão, pensassem em cumprir com seu
dever, e papel de formador direto, talvez a educação tivesse outro viés.
Mas muitos já interiorizaram a ideia, de que ser professor não é tão “magestoso” –
quanto ser um advogado, um médico, um engenheiro, entre outros, se esquecendo, por sua vez,
que todos esses profissonais passam antes pelos, magestosos, professores – e por suas
frustrações com a profissão acabam exercendo seu dever de maneira descomprometida, e
porque não, até imprópria, justificando sua insensibilidade e descompromisso com os baixos
salários e uma má condição de trabalho, provocando um comprometimento do labor, inclusive,
daqueles que, realmente, se dedicam às suas profissões.
É preciso que se admita o verdadeiro valor do professor, entendendo isso como um
ofício, um trabalho, para que se possa promover esse profissional, tanto quanto se promove um
advogado, médico ou engenheiro.

Palavras-chave:
Ofício, profissão, professor, educação, ensino.

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