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Fisiologia Humana Profa. Juliana S.

do Valle

SISTEMA RESPIRATÓRIO

• ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL: A função básica do SR é suprir o organismo com


O2 e remover o produto gasoso do metabolismo celular, o CO2.

- seres unicelulares: trocas entre o meio ambiente e a célula ocorre por difusão simples
- seres multicelulares: a difusão é lenta (↑ distância a ser percorrida); como as células
captam O2 rapidamente ocorre uma inadequação de O2 no interior da massa celular.
Ocorreram então, várias adaptaçãoes para contornar esse tipo de problema
(desenvolvimento dos pulmões)

PULMÕES

• fornecem O2 e retiram excesso de CO2 : a superfície pulmonar responsável pelas trocas


gasosas tem cerca de 70m2 (maior a área de contato do organismo com o ambiente) -
essa área está distribuída por cerca de 300 milhões de alvéolos pulmonares. Para que
ocorra uma troca gasosa eficiente, a circulação pulmonar precisa ser grande e o contato
entre o vaso e a unidade de realização de troca gasosa deve ser muito estreito.
• atuam no equilíbrio térmico → quanto maior a ventilação pulmonar, maior a perda de
calor e H2O
• auxiliam na manutenção do pH plasmático dentro da faixa fisiológica, regulando a
eliminação de ácido carbônico na forma de CO2
• circulação pulmonar também filtra possíveis êmbolos trazidos pela circ. venosa evitando a
obstrução da rede vascular arterial de outros órgãos.
• aparelho respiratório também é usado na fonação (passagem de ar pelas cordas vocais)

O SR de mamíferos encontra-se dividido em:

• ZONA DE TRANSPORTE GASOSO: vias aéreas superiores e árvore traqueobrônquica:


encarregadas de acondicionar e conduzir o ar até os pulmões. Nas vias aéreas
superiores, o ar inspirado é umidificado e aquecido até equilíbrio com a temperatura
corporal, são filtradas particulas em suspensão devido ao contato com o muco que
reveste as vias. As partículas são eliminadas quando o contínuo batimento dos cílios
traqueais impulsionam o muco em direção à glote onde é deglutido.

• ZONA DE TRANSIÇÃO: localizada entre as duas outras, é onde começam as trocas


gasosas. porém em níveis não significativos. Inicia-se a nível de bronquíolo que é
caracterizado pelo desaparecimento das células ciliadas. Apresenta, espassadamente,
sacos alveolares, a partir do último ramo do bronquíolo surgem os dutos alveolares que
terminam num conjunto de alvéolos (sacos alveolares). Não há trocas simples entre
sangue capilar pulmonar e o ar até ser atingida a porção respiratória; o volume de ar
acumulado da traquéia até os bronquíolos é de cerca de 150ml. Esse volume mais o
volume acumulado nas vias aéreas superiores é conhecido como espaço morto
anatômico.

• ZONA RESPIRATÓRIA: onde efetivamente ocorrem as trocas gasosas (sacos alveolares e


alvéolos)

Fig 1.: Ilustração esquemática de um saco alveolar.

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MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

A renovação constante do gás alveolar é assegurada pelos movimentos do tórax.

INSPIRAÇÃO:

• Dos músculos envolvidos na inspiração o diafragma é o mais importante, sua inervação


é feita pelos nervos frênicos originados nos segmentos cervicais 3, 4 e 5. Durante sua
contração, o abaixamento do músculo faz com que o conteúdo abdominal seja forçado
para baixo e para frente, provocando um aumento da caixa torácica no sentido
longitudinal. A expansão da caixa torácica no repouso é de cerca de 1-2cm, durante o
exercício intenso pode ser de até 10cm.

• Os músculos intercostais ao contrairem projetam as costelas para cima e para frente,


provocando o aumento da caixa torácica no sentido ântero-posterior e látero-lateral. Sua
inervação é feita pelos nervos intercostais originados na coluna torácica.

• É inspiração é denomidada de processo ativo pois envolve contração da musculatura


inspiratória (diafragma e intercostais

• A contração dos mms responsáveis pela inspiração depende de impulsos originados nos
centros respiratórios (tronco cerebral), ás vezes diretamente de áreas corticais
superiores e também da medula (em resposta à estímulos reflexos originados nos fusos
neuromusculares)

• O aumento em tamanho da caixa torácica provoca a expansão dos pulmões. Devido à


interdependência entre as estruturas pulmonares ocorre a expansão dos alvéolos. O
aumento do volume alveolar provoca uma queda da sua pressão interna, que torna-se
sub-atmosférica. Isso permite a entrada de ar no sistema respiratório por diferença de
pressão.

EXPIRAÇÃO:

• Durante o processo de expiração o diafragma e músculos intercostais voltam a posição


normal. Ocorre então uma desativação paulatina, gradual, da musculatura inspiratória o
que ocasiona uma expulsão suave do gás dos pulmões

• É denominada de processo passivo pois não há contração de musculatura, Dura de 1,3


a 1,4 vez o tempo da inspiração e segue (normalmente sem pausa) a inspiração. Durante
exercício, hiperventilação e algumas pneumopatias a expiração é ativa. Os músculos
abdominais são os mais importantes (retos, obliquos internos e externos e transverso),
em contração puxam as costelas para baixo e para dentro, flexionam o tronco e
aumentam a pressão intra-abdominal empurrando o diafragma. Tais músculos contraem-
se fisiologicamente durante tosse, vômito e defecação.

• Durante o relaxamento da musculatura ocorre a redução do volume da caixa torácica e,


consequentemente, do volume pulmonar. Os alvéolos cheios de ar agora passam por um
aumento da sua pressão interna para valores supra-atmosféricos. Isso permite a saída
de ar do sistema respiratório por diferença de pressão.

AUTOMATISMO DO CENTRO RESPIRATÓRIO: Estímulos nervosos gerados no Centro


Respiratório mantém o ritmo normal da respiração, que pode ser modificado por estímulos
de outros locais do SNC, bem como por alterações químicas no sangue e/ou líquido
cefaloraquidiano (líquido que bnha o SNC).
Durante certo tempo a respiração pode ser intencionalmente acelerada, lentificada ou
mesmo interrompida, mas esse estado não se mantém por muito tempo já que induzirão
distúrbios na homeostase e o Centro Respiratório comandará respostas compensatórias
que suplantarão os estímulos corticais.

VENTILAÇÃO: Processo mecânico, automático, rítmico regulado pelo SNC. Definida por
movimentos físicos de entrada e saída de gás nos pulmões.

VENTILAÇÃO ALVEOLAR: Quanto de ar novo chega aos alvéolos por intervalo de tempo e
que fica disponível para troca gasosa. (VC - EMA) x FR

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FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR): Número de ciclos respiratórios (inspiração +


expiração) realizados por intervalo de tempo. Ocorrem no repouso com uma freqüência de
12 a 18 ciclos por minuto.

VOLUME CORRENTE (VC): quantidade de gás mobilizada a cada ciclo respiratório.


Quantidade de ar que entra e sai dos pulmões a cada ciclo respiratório durante a ventilação
basal (normal). A cada ciclo respiratório que executamos, um certo volume de ar entra e sai
de nossas vias respiratórias durante uma inspiração e uma expiração, respectivamente. Em
uma situação de repouso, em um indivíduo jovem ,saudável e adulto, aproximadamente 500
ml de ar entram e saem a cada ciclo.

VOLUME MINUTO (VM) ou VENTILAÇÃO TOTAL: volume de gás ventilado por minuto ou
ventilação global por minuto. VM = VC x FR. Vários são os fatores que podem modificar a
ventilação por alterações de um dos fatores VC, VC e FR (emoções, dor, sono, choro,
fonação, tosse, necessidades metabólicas e também várias entidades mórbidas). Essas
alterações podem levar à:

OBS.: PNÉIA - sufixo relativo à respiração (ventilação): EUPNÉIA = respiração normal, sem
qualquer sensação subjetiva de desconforto

TAQUIPNÉIA: aumento da frequência respiratória


BRADIPNÉIA: diminuição da frequência respiratória
HIPERPNÉIA: aumento do VC
HIPOPNÉIA: diminuição do VC
HIPERVENTILAÇÃO: aumento da ventilação global, mais corretamente, aumento da
ventilação alveolar além das necessidades metabólicas
HIPOVENTILAÇÃO: diminuição da ventilação global, ou seja, diminuição da ventilação dos
alvéolos aquém das necessidades metabólicas
APNÉIA: parada dos movimentos respiratórios ao final de expiração basal
APNEUSE: interrupção dos movimentos respiratórios ao final da inspiração
DISPNÉIA: respiração laboriosa, sensação subjetiva de dificuldade respiratória

ESPAÇO MORTO ANATÔMICO (EMA):

• volume de gás contido nas vias aéreas de condução (nariz → bronquíolos terminais) mas
que não participa de trocas gasosas.
• a cada inspiração, 2/3 do VC alcança os alvéolos e 1/3 fica retido no espaço morto (o ar aí
contido é muito parecido com o ar ambiente)
• o primeiro gás a atingir os alvéolos na inspiração corresponde àquele deixado no espaço
morto pela expiração anterior. Ao final da expiração, a composição do gás no EMA é
similar à do gás alveolar

ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO (EMF):

• corresponde ao EMA mais volumes gasosos que não participam da troca de gases (ex.:
certa região é ventilada mas não é perfundida, logo não pode participar das trocas -
espaço funcionalmente morto)
• EMF é sempre maior que o EMA

OBS: COMPLACÊNCIA ou “Compliance” pulmonar - é o grau de expansão que os


pulmões experimentam para cada unidade de aumento na pressão transpulmonar (Ptp) Ptp=
Pa-Ppl. Ou seja, quanto maior a Ptp, maior a tendência de expansão dos pulmões.
Em indivíduos portadores de FIBROSE CÍSTICA, o tecido conjuntivo fibroso impede que o
pulmão se expanda como deveria e, por isso, sua complacência é menor que a normal.
Em IDOSOS ou pessoas com ENFISEMA PULMONAR, há perda de fibras elásticas e uma
vez expandido, o pulmão não volta à posição inicial o que leva a uma variação de volume
maior, com maior complacência.

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Fig 3.: Curva de complascência pulmonar.

TRANSPORTE DE GASES NO ORGANISMO

As trocas gasosas ocorrem por meio de:


- fluxo de gases
- fluxo de soluções de gases
- difusão de gases através dos tecidos

• A composição de uma mistura gasosa é dada pela porcentagem de cada componente ou


pela fração decimal de cada componente. O ar ambiente, por exemplo, é composto por :
O2 - 20.93%; CO2 - 0.04%; N2 - 79.03% (composição uniforme até 60km altitude) +
outros gases

Fração Decimal de um Gás (x): Fx = X/100


FO2 = 0.2093

• A pressão de um gás num determinado recipiente resulta do choque de suas moléculas


com a parede do recipiente. Assim, quanto maior o número de moléculas, maior o
número de choques, maior a pressão do gás dentro do recipiente
↑n°de moléculas ⇒ ↑n° choques ⇒ ↑pressão

• Em uma mistura gasosa (ex.: ar ambiente): cada gás exerce pressão proporcional ao seu
n° de moléculas ou à sua porcentagem na mistura. Assim, chama-se de PRESSÃO
PARCIAL (px) a pressão que um componente da mistura exerce caso estivesse sozinho

Lei de Dalton: Ptotal = Σ px

• PRESSÃO ATMOSFÉRICA ou BAROMÉTRICA (PB): pressão exercida pela coluna de ar em


determinado ponto da Terra. Ao nível do mar (Equador) a PB = 760mmHg

PB = pO2 + pCO2 + pN2

• quanto maior a altitude menor a pressão barométrica (porque menor é a coluna de ar). A
pressão parcial dos gases atmosféricos cai com a altitude e o ar fica mais “rarefeito” (pO2
menor)

1000m (Teresópolis) = 674mmHg


4000m (La Paz) = 462mmHg
9000m (Everest) = 231mmHg

DIFUSÃO GASOSA ATRAVÉS DA BARREIRA ALVÉOLO-CAPILAR

A composição do gás alveolar resulta de um equilíbrio entre o aporte de O2 e a remoção de


CO2 pela ventilação e a remoção de O2 e adição de CO2 pela perfusão (circulação capilar)

SANGUE ARTERIAL: composição gasosa semelhante à do gás alveolar. pO2 > pCO2

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SANGUE VENOSO: as pressões parciais dos gases no sangue venoso resultam das trocas
gasosas entre sangue e tecido periférico. pCO2 > pO2

DIFUSÃO: As trocas gasosas a nível pulmonar ocorrerão entre ar alveolar e sangue capilar
(circulação pulmonar)

Lei de Fick: a velocidade de transferência de um gás através de um tecido é diretamente


proporcional à área do tecido e ao gradiente de pressão parcial do gás entre os dois lados e é
inversamente proporcional à espessura do tecido

Assim, segundo a Lei de Fick, a difusão será mais rápida quanto maiores forem a área da
região de troca, o gradiente de pressão e quanto menor for a espessura da barreira a ser
transposta.

Contrariamente, a velocidade de difusão será menor quanto menores forem a área de troca,
o gradiente de pressão dos gases e maior for a barreira a ser transposta.

• A barreira alvéolo-capilar é adaptada para tornar a troca gasosa (difusão) o mais


eficiente possível. A área de troca pulmonar = 70-100m2 e a espessura do tecido que
separa o ar alveolar do sangue capilar corresponde à 0.5µm (condições extremamente
favoráveis à difusão dos gases).

ORGANIZAÇÃO DA BARREIRA ALVÉOLO CAPILAR

líquido que banha os alvéolos



epitélio alveolar

membrana basal do epitélio

interior alveolar

membrana basal do endotélio

endotélio capilar

plasma

membrana da hemácia

interior da hemácia

• 0.75s é o tempo de permanência de uma hemácia em contato com a barreira alvéolo-


capilar durante repouso

Gradiente de PO2 (PO2 alveolar-PO2venosa) = 60mmHg


Gradiente de difusão de CO2 (PCO2 venosa-PCO2alveolar) = 6mmHg

• esses gradientes são suficientes para equilibrar as pressões parciais desses gases entre o
alvéolo e o sangue capilar pulmonar em apenas 2,5s

• exercíco físico: ocorre aumento do débito cardíaco e diminui o tempo de passagem da


hemácia (menos de 2,5s), portanto, diminui o tempo para trocas (mas em indivíduos
normais isso não causa queda da pO2 detectável)

• há alterações na barreira alvéolo-capilar que interferem na transferência de O2,


lentificando a difusão - o indivíduo pode não apresentar distúrbios durante o repouso mas
durante esforço sim

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Fig. 4 : Representação esquemática do processo de HEMATOSE

TRANSPORTE DE GASES PELO SANGUE

OXIGÊNIO (O2):
-dissolvido
-combinado à Hemoglobina (Hb)

O2 DISSOLVIDO: pequena porção transportada em solução simples no plasma (maior parte


combinado com Hb). A quantidade de O2 dissolvido é diretamente proporcional à sua pressão
parcial no sangue, p/ cada mmHg de pO2 há 0.003ml de O2/100ml sangue ou 0.003vol%
- sangue arterial normal (pO2 = 100mmHg): há somente 0.3vol% de O2 dissolvido
- indivíduo respirando O2 puro ao nível do mar a pO2 eleva-se para um máximo teórico de
673mmHg, a pO2 arterial excede 600mmHg e o O2 dissolvido aproxima-se de 2vol%
- câmaras hiperbáricas: aumento da pressão total para níveis maiores que a pressão
atmosférica, P = 3atm / pO2 alveolar = 2000mmHg / O2 dissolvido é de
aproximadamente 6vol%

O2 COMBINADO COM Hb: 95% do O2 fornecido aos tecidos é transportado em associação


com a Hb essa quantidade ultrapassa 99% durante exercício
- 1/3 da composição da hemácia (glóbulos vermelhos) é Hb

Hemoglobina (Hb):

1. Porção Polipeptídica:

• Hb normal adulto (HbA) = 4 cadeias de aminoácidos (2 α de 141aa e 2β de 146aa)


• Hb Fetal (HbF): 2 cadeias α e 2 cadeias λ (maior afinidade por O2 em relação à HbA)
• mais de 30 Hb anormais que diferem da HbA por apenas um único aminoácido na cadeia
α ou β (HbS - anemia falciforme)

2. Grupamento Heme:

• complexo formado por protoporfirina mais um íon ferro em estado Ferroso


• O2 se associa a esse íon ferroso para ser transportado formando a Oxiemoglobina (HbO2)
• Hb + CO (monóxido de carbono)
• Carbaminoemoglobina (HbCO2)
• afinidade da Hb pelo CO é 200-300x maior q pelo O2 e é irreversível, portanto, a ligação
com CO impede ligação com O2

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• o estado do íon Fe é importante : Quando o Fe em estado férrico forma-se a


metemoglobina (não combina com O2), comumente produzida nas intoxicações com
nitrito e nas reações tóxicas com medicamentos oxidantes. Também há a forma congênita
onde o indivíduo possui uma deficiência na metemoglobina redutase - reduz o Fe ferrico.
Portanto, há acúmulo de metemoglobina

Fig 5: Representação esquemática de uma molécula de


Hemoglobina do adulto (HbA)

• COMBINAÇÃO DA HEMOGLOBINA COM O O2: A característica mais importante da


molécula de hemoglobina é sua capacidade de se ligar de forma frouxa e reversível ao
O2. Normalmente, cerca de 97% do O2 transportado dos pulmões para os tecidos são
carregados em combinação com a hemoglobina presente nas hemácias. Os 3% restantes
são carregados na forma de oxigênio dissolvido no plasma e no citoplasma.
A reação de ligação da hemoglobina com o O2 pode ser simplificadamente representada
como se segue:

HbH+ (aq) + O2 (g) ↔ HbO2 (aq) + H+ (aq)

O O2 liga-se ao grupamento heme da molécula de hemoglobina (Fe++). Quando a pO2 é


alta, como nos capilares pulmonares, o O2 se liga à hemoglobina. Quando a pO2 é baixa,
como nos capilares dos tecidos, o O2 se dissocia da hemoglobina.
Quanto maior a pressão parcial do O2 no sangue maior a sua associação com a Hb. Por
exemplo, no sangue arterial a pO2 é de cerca de 95mmHg e encontramos 97% de Hb
saturada (ligada) com O2 ; contrariamente, no sangue venoso a pO2 é de aproximadamente
40mmhg e nesse caso, encontramos 75% de Hb saturada. A porcentagem de Hb ligada ao
O2 pode ser expressada por uma curva denominada de CURVA DE DISSOCIAÇÃO DA
HEMOGLOBINA ou CURVA DE SATURAÇÃO DA HEMOGLOBINA COM O2 .

• O sangue de uma pessoa normal contém, em cada 100ml, aproximadamente 15 g de Hb.


Cada grama de Hb pode se ligar a 1,34 ml de O2. Assim, quando 100% saturada, a Hb
contida em 100ml de sangue pode combinar-se, em média, com aproximadamente 20ml
de oxigênio. Essa quantidade é usualmente expressa como 20 volumes por cento (20
vol%).

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Fig 6.: Curva de dissociação da Oxiemoglobina. (Extraído de Guyton & Hall,


Tratado de Fisiologia Médica)

• FATORES QUE ALTERAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE HB: Vários são os fatores


que podem deslocar a curva de dissociação da Hb para a direita (saturação menos
eficiente) ou para a esquerda (saturação mais eficiente).
EX.:
- as variações do pH sangüíneo podem deslocar a curva para a direita (quando há redução
do pH) ou para a esquerda (aumento do pH).
- Um dos fatores que desloca a curva para a esquerda é a persistência de forma fetal da
Hb que apresenta maior afinidade por O2 .

Fig 7.: Deslocamento da curva de dissociação da oxiemoglobina (Extraído


de Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica)

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2): dissolvido plasma e nas hemácias

• transporte de CO2 na corrente é mais simples do que o transporte de O2, pois mesmo em
condições mais anômalas o sangue transporta quantidades muito superiores de CO2.

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Adicionalmente, a quantidade de CO2 no sangue está diretamente relacionada ao


equilíbrio ácido-básico dos líquidos corporais.

• Em condições normais de repouso cada decilitro de sangue transporta cerca de 4ml de


CO2 dos tecidos para os pulmões.

• Ao sair dos tecidos o CO2 se difunde para a corrente sanguínea. Uma pequena porção
permanece dissolvida no plasma e a maior parte reage com a H2O no interior das
hemácias, formando o ácido carbônico. Essa reação química é catalisada pela enzima
ANIDRASE CARBÔNICA presente no interior das hemácias. Na presença dessa enzima
a reação de CO2 com H2O ocorre cerca de 5000 vezes mais rápido. O ácido carbônico
formado se dissocia em íons hidrogênio e íons bicarbonato, a maioria dos íons H+ se
combina com a hemoglobina presente nas hemácias (Hb é um importante tampão). Os
íons bicarbonatos saem das hemácias para o plasma através de um processo
denominado desvio de cloretos, onde uma proteína de membrana troca Cl- por HCO3- .

Fig 8.: Representação esquemática do transporte de CO2

• O transporte de CO2 faz o pH sangüíneo variar, por outro lado, o sistema tampão
sangüíneo impede que a concentração de H+ varie muito.

pH sangue arterial = 7,41


pH sangue venoso = 7,37

• Essa diferença existe porque nos tecidos, a medida que o sangue capta CO2 dos tecidos o
pH cai para seus valores venosos. Quando nos pulmões o CO2 se difunde para os
alvéolos o pH volta a subir e atinge seus valores arteriais. Isso é explicado pela alteração
do equilíbrio da reação abaixo:

CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ HCO3- + H+

 Assim, nos tecidos, a difusão de CO2 para a corrente sangüínea (aumento da pCO2 no
sangue) faz com que a reação se desloque para a direita o que acarreta um aumento das
concentrações de H+ e, consequentemente, redução do pH. Daí o sangue venoso (↑
pCO2) ter pH mais baixo.

 De maneira oposta, ao chegar nos pulmões, a difusão de CO2 para os alvéolos (redução
da pCO2 no sangue) faz com que a reação acima se desloque para a esquerda, o que
acarreta uma diminuição das concentrações de H+ e conseqüente elevação do pH
sangüíneo. Daí o sangue arterial (↓ pCO2) ter pH mais elevado.

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REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO

• Normalmente o Sistema Nervoso ajusta de modo exato a ventilação às necessidades do


organismo de modo que as pressões parciais de O2 e CO2 no sangue arterial se alteram
muito pouco, mesmo durante exercício intenso e nas situações em que a capacidade do
sistema respiratório é exigida ao máximo.

• O CENTRO RESPIRATÓRIO (CR) é composto por vários neurônios localizados


bilateralmente no bulbo e na ponte (tronco cerebral) e subdivididos em três grupos: (1)
GRUPO RESPIRATÓRIO DORSAL - responsável principalmente pelas inspirações; (2)
GRUPO RESPIRATÓRIO VENTRAL - pode causar tanto inspirações quanto expirações
dependendo dos neurônios estimulados; e (3) CENTRO PNEUMOTÁXICO - que auxilia no
controle da freqüência respiratória e do padrão da ventilação

• Em determinadas situações é preciso alterar os sinais nervosos que controlam a


ventilação para acompanhar a demanda do organismo pelo O2 e pela eliminação de CO2.
Por ex., durante o exercício físico o consumo de O2 e a eliminação de CO2 aumentam
cerca de 20 vezes e faz-se necessário uma adaptação da ventilação.

• Para tanto, o CR é altamente sensível à variações das pressões parciais de O2 e CO2.


Inúmeros quimioceptores distribuídos pelo organismo e RECEPTORES localizados no
PRÓPRIO CR, são responsáveis por captar essas informações e encaminhá-las até o CR.
Além disso, o CR é sensível às variações nas concentrações de íon H+ e HCO3-.

• Os receptores localizados no próprio CR (área quimiossensível) detectam variações


principalmente nas concentrações de íons H+ e na pCO2 . Assim, quando a [H+] aumenta
ou a pCO2 o CR é estimulado diretamente e causa um aumento da ventilação, com o
intuito de aumenta a eliminação de CO2 e normalizar a sua pressão parcial e
indiretamente, o pH sangüíneo.

↑ pCO2 → ↑ [H2CO3 ] → ↑ [H+] → ↓ pH (ACIDOSE RESPIRATÓRIA)

↓ pH → ⊕CR → ↑ FR → ↓ pCO2 até normal

ou

↓ pCO2 → ↓ [H2CO3 ] → ↓ [H+] → ↑ pH (ALCALOSE RESPIRATÓRIA)

↑ pH → ⊕ CR → ↓ FR → ↑ pCO2 até normal

• Além do estímulo direto do CR existe outro modo de se controlar a atividade ventilatória.


Trata-se do sistema de QUIMIOCEPTORES PERIFÉRICOS distribuídos principalmente
em diversas áreas fora do SNC (corpúsculos carotídeos e corpúsculos aórticos) sendo
especialmente sensíveis às variações da pO2 . Esses quimioceptores enviam sinais ao CR
ajudando a regular a ventilação.

• Variações na pO2 no sangue arterial NÃO estimulam diretamente o CR, porém, causa
grande estimulação nos quimioceptores periféricos. Quando a pO2 varia na faixa entre
60 a 30 mmHg (faixa em que a saturação da Hb cai muito) os quimioceptores tornam-se
especialmente sensíveis.

• Quando há ↓ pO2 e ↑ pCO2 e [H+] (como no início do exercício) os quimioceptores


detectam essa diminuição da pO2 e causam uma estimulação da ventilação, para
atender às novas demandas do organismo.

• Quando a pO2 diminui mas as pCO2 e [H+] permanecem normais (como ocorre quando o
indivíduo respira ar rarefeito) as alterações da ventilação são menores do que se
esperaria. Isso ocorre porque ao estimular a ventilação eleva-se a pO2 , mas por outro
lado, a pCO2 e a [H+] diminuem podendo levar a uma alteração do pH sangüíneo.

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Portanto, a estimulação feita pelo O2 sofre uma oposição pelo CO2 que se encontra
normal, reduzindo os efeitos do O2 sobre a ventilação.

• Quando a troca gasosa está comprometida (enfisema, pneumonia, etc) a quantidade de


O2 que se difunde para o sangue é pequena, porém, as quantidades de CO2 e H+
permanecem próximas ao seus valores normais. Nesses casos, a estimulação da
ventilação desencadeada pela baixa pO2 não sofre oposição da pCO2 já que também a
eliminação desse gás fica comprometida devido às alterações da barreira alvéolo-capilar.

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