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Apresentação

Foi lançado hoje, 19 de março de 2009, o Vocabulário Ortográfico da Língua


Portuguesa (Volp), cravando algumas alterações em relação à nova ortografia.
Este simples manual está dentro de todas as normas estabelecidas.
Na sequência, seguem publicados trechos de nota enviada pela Academia
Brasileira de Letras, responsável pela elaboração do vocabulário.

Pelo autor

__________________________

Nota explicativa da ABL

Sobre os procedimentos metodológicos seguidos na elaboração da 5ª edição


do Volp, em consonância com o que dispõe o novo acordo ortográfico da língua
portuguesa e a nota explicativa que lhe serve de adendo como anexo II,
aprovado em Lisboa em 1990.
O sintético e enxuto texto oficial do novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa levou esta Comissão e sua Equipe de Lexicografia a procederem a
minuciosa análise de suas Bases para que o numeroso repertório lexical que
integra a 5ª edição do VOLP correspondesse com rigor aos propósitos
unificadores e simplificadores das delegações oficiais signatárias do supracitado
texto. Preliminarmente, cabe insistir no propósito de o novo Acordo Ortográfico
proporcionar razoável simplificação no uso de sinais diacríticos auxiliares do
sistema ortográfico, especialmente no emprego mais parcimonioso de acentos
gráficos com função de diferenciação semântica e gramatical, como começara,
no Brasil, nas alterações aprovadas em 1971, algumas das quais já correntes em
Portugal, sancionadas pelo texto oficial de 1945.
São as seguintes principais medidas tomadas por esta Comissão:
1)- Restabelecer o acento gráfico nos paroxítonos com os ditongos ei e oi
quando incluídos na regra geral dos terminados em –r: Méier, destróier, blêizer.
2)- Restabelecer o acento circunflexo nos paroxítonos com o encontro ôo
quando incluídos na regra geral dos terminados em –n: herôon.
3)- Incluir na regra geral de acentuação os paroxítonos terminados em –om:
iândom, rádom (variante de rádon).
4)- Incluir o emprego do acento gráfico na sequência ui de hiato, quando a
vogal tônica for i , como na 1ª pessoal do singular do pretérito do indicativo:
arguí.
5)- Limitar as exceções de emprego do hífen às palavras explicitamente
relacionadas no Acordo, admitindo apenas as formas derivadas e aquelas
consagradas pela tradição ortográfica dos vocabulários oficiais, como
passatempo.
6)- Incluir no caso 1º da Base XV o emprego do hífen nos compostos
formados com elementos repetidos, com ou sem alternância vocálica ou
consonântica de formas onomatopeicas, por serem de natureza nominal, sem
elemento de ligação, por constituírem unidade sintagmática e semântica e por
manterem acento próprio, bem como as formas deles derivadas, conforme
preceitua o texto oficial: blá-blá-blá, reco-reco, trouxemouxe, zigue-zaguear.
7)- Incluir no caso 3º da Base XV, relativo às denominações botânicas e
zoológicas, as formas designativas de espécies ou produtos afins e derivados,
conforme prática da tradição ortográfica: azeite-de-dendê, bálsamo-do-canadá.
8)- Excluir do emprego do hífen as formas homógrafas de denominações
botânicas e zoológicas que têm significações diferentes àquelas: bico de papagaio,
“nariz adunco”, “saliência óssea”.
9)- Excluir o prefixo co do caso 1º, a), da Base XVI por merecer do Acordo
exceção especial na Obs. da letra b) da mesma Base XVI e por também poder
ser incluído no caso 2º, letra b), da Base II (coabitar, coabilidade, etc.). Assim,
por coerência, co-herdeiro passará a coerdeiro.
10)- Incluir, por coerência e em atenção à tradição ortográfica, os prefixos re-,
pre- e pro- à excepcionalidade do prefixo co- , referida na Obs. da letra b)- do
caso 1º da Base XVI: reaver, reeleição, preencher, proótico.
11)- Registrar a duplicidade de formas quando não houver perda de fonema
vocálico do 1º elemento e o elemento seguinte começar por h-, exceto os casos
já consagrados, com eliminação desta letra: bihebdomadário e biebdomadário,
carbo-hidrato e carboidrato, mas só cloridrato.
12)- Incluir entre as locuções, portanto não hifenadas, as unidades
fraseológicas constitutivas de lexias nominalizadas do tipo de deus nos acuda,
salve-se quem puder, faz de conta , etc.
13)- Excluir o emprego do hífen nas expressões latinas quando não
aportuguesadas: ab ovo, ad immortalitatem, carpe diem, in octavo, mas in-
oitavo.
14)- Excluir o emprego do hífen com o prefixo an- quando o 2º elemento
começar por h- , letra que cai, à semelhança dos prefixos des- e in-: anistórico,
anepático. Na forma a- usa-se o hífen e não se elimina o h- ahistórico.
15)- Excluir o emprego do hífen nos casos em que as palavras não e quase
funcionam como prefixos: não agressão, não fumante, quase delito, quase irmão.
Está claro que, para atender a especiais situações de expressividade estilística
com a utilização de recursos ortográficos, se pode recorrer ao emprego do hífen
nestes e em todos os outros casos que o uso permitir. É recurso a que se
socorrem muitas línguas. Deste não hifenado se serviram no alemão Fichte e
Hegel para exercer importante função significativa nas respectivas terminologias
filosóficas: nicht-sein e nicht-ich, de que outros idiomas europeus se apropriaram
como calcos linguísticos. Não é, portanto, recurso para ser banalizado.
É evidente que tais propostas, sempre dimanadas de escrupulosa leitura e
interpretação do texto do Acordo e de sua Nota Explicativa, estão sujeitas ao
juízo crítico dos especialistas para sugestões e emendas que esta Comissão
recolhe e agradece antecipada e cordialmente.

______________

Implantação

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990 pela


Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para unificar as grafias nos
oito países de língua portuguesa e dar maior visibilidade ao idioma, que é o
sétimo mais falado em todo o mundo, utilizado por 230 milhões de pessoas. É o
idioma oficial de Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.
O Brasil é o primeiro país da CPLP a adotar o novo acordo, regulamentado
em 29 de setembro de 2008, por meio de decreto do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
A transição será gradual e ocorrerá até 2012. Até lá, as duas regras serão
aceitas, inclusive em provas de concursos públicos e vestibulares. A antiga
ortografia só será considerada incorreta a partir de 2013. A partir deste ano as
editoras devem passar obrigatoriamente a publicar o material didático de acordo
com a nova ortografia e com as alterações impostas pelo Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp).
É importante ressaltar que o acordo é ortográfico, portanto, não altera a
pronúncia.

Fontes:
Ministério da Educação e Cultura Academia Brasileira de Letras
______________
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O
alfabeto completo passa a ser:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

As letras k, w e y são utilizadas em várias situações:


a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), w (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela
deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Antes - Agora:
agüentar - aguentar
argüir - arguir
bilíngüe - bilíngue
cinqüenta - cinquenta
delinqüente - delinquente
eloqüente - eloquente
ensangüentado - ensanguentado
eqüestre - equestre
freqüente - frequente
lingüeta - lingueta
lingüiça - linguiça
qüinqüênio - quinquênio
sagüi - sagui
seqüência - sequência
seqüestro - sequestro
tranqüilo - tranquilo

Observação: o trema permanece nas palavras estrangeiras e em suas


derivadas, como: Hülse, Müller, mülleriano.

Mudanças na acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Antes - Agora:
alcalóide - alcaloide
alcatéia - alcateia
andróide - androide
apóia (verbo apoiar) - apoia
apóio (verbo apoiar) - apoio
asteróide - asteroide
bóia - boia
celulóide - celuloide
clarabóia - claraboia
colméia - colmeia
Coréia - Coreia
epopéia - epopeia
estréia - estreia
estréio (verbo estrear) - estreio
geléia - geleia
heróico - heroico
idéia - ideia
jibóia - jiboia
jóia - joia
odisséia - odisseia
paranóia - paranoia
paranóico - paranoico
platéia - plateia
tramóia - tramoia
Exceção: segundo o Volp, a regra não vale para paroxítonos terminados em r.
Exemplos: destróier e Méier.
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Continuam a
ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos:
papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos


quando vierem depois de um ditongo.

Antes - Agora:
baiúca - baiuca
bocaiúva - bocaiuva
cauíla - cauila
feiúra - feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou


seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Antes - Agora:
Abençôo - abençoo
crêem (verbo crer) - creem
dêem (verbo dar) - deem
dôo (verbo doar) - doo
enjôo - enjoo
lêem (verbo ler) - leem
magôo (verbo magoar) - magoo
perdôo (verbo perdoar) - perdoo
povôo (verbo povoar) - povoo
vêem (verbo ver) - veem
vôos - voos
zôo - zoo
Exceção: segundo o Volp, a regra não vale para paroxítonos terminados em
n. Exemplo: herôon.
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/
pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Antes - Agora:
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele joga pólo. Ele joga polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.

Observação: Permanece o acento diferencial em: pôde/pode. Pôde é a forma


do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do
singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde estar presente, mas hoje ele pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Também a forma
dêmos, do verbo dar no subjuntivo: que nós dêmos importância ao caso.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter
e vir, assim como de seus derivados: (manter, deter, reter, conter, convir,
intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem hoje. / Eles vêm hoje.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/
fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este
exemplo:
– A forma da fôrma é retangular.

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele)
argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
Exceção, segundo o Volp, para arguí (1ª pessoa do singular do pretérito do
indicativo).

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir,


como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc.
Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser
acentuadas. Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam, enxágue,
enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem, delínqua,
delínquas, delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser


acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada
mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam, enxague,
enxagues, enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem, delinqua,
delinquas, delinquam.

Hífen
Algumas regras de uso do hífen foram alteradas pelo novo acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por
prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero,
agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex,
extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan,
pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele,
ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.


Exemplos:
anti-higiênico
anti-horário
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano, subumanidade e coerdeiro, além de elementos cujos
prefixos sejam an, des e in: Exemplos: anistórico, desumano, inabitável (segundo
o Volp).

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal


com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
radioamador
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo
quando este se inicia por o e h: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar,
cooperação, cooptar, coocupante, coabitar, coabitação, coerdeiro (Volp) etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
radiojornal
radiopatrulha
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei,
vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
antirreformista
autorrespeito
autorretrato
autossuficiente
biorritmo
contrarreforma
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
radiorrelógio
radiorreceptor
ultrarresistente
ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento


começar pela mesma vogal. Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
arqui-inimigo
auto-observação
auto-hipnose
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
eletro-ótica
extra-abdominal
intra-auricular
micro-ondas
micro-ônibus
micro-organismo
multi-inseticida
neo-ortodoxo
poli-infecção
pseudo-organismo
semi-internato
semi-interno
sobre-exceder
supra-axilar
tele-educação
tele-entrega
Exceção: segundo o Volp, a regra não vale para os prefixos re, pre e pro.
Exemplos: reeditar, reeleição, preestabelecido.

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo


elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico
Atenção: nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado,
intermunicipal, superinteressante, superproteção.
• Com o prefixo sub ocorrem alguns casos especiais: 1) ganha hífen se o
segundo elemento é iniciado por b: sub-base e h: sub-hepático. 2) mas perde o
hífen quando o segundo elemento é iniciado por p e r: subprefeito, subregião,
subrogar. Segundo o Volp, esta regra poderá mudar.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por
m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano, etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo


elemento começar por vogal.
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, bem, pós, pré, pró, usa-se
sempre o hífen. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
bem-estar
bem-visto
bem-nascido
bem-criado
bem-humorado
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
pós-graduação
recém-casado
recém-nascido
sem-cerimônia
sem-terra
sem-vergonha

Observação: exceções para bendizer, benquerença, benfazejo.


• O prefixo mal admite as seguintes possibilidades: ganha hífen quando o
segundo elemento inicia com vogal e h. Exemplos: mal-estar, mal-afortunado,
mal-humorado; diante de outras consoantes perde o hífen: malcriado,
malnascido, malsoante, malvisto etc.

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e


mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente
se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares. Exemplos: Ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
composição. Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
pontapé

Observação: os casos abaixo serão esclarecidos com o Volp em circulação,


pois ainda geram dúvidas em relação ao novo Acordo.
pararraios
paraquedas
paraquedista
parachoque
parabrisa
paralama
Síntese

1. Prefixo terminado em vogal:


• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial,
ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:


• Com hífen diante de mesma consoante:
• inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações:
1. Com o prefixo sub ocorrem alguns casos especiais: 1) ganha hífen se o
segundo elemento é iniciado por b: sub-base e h: sub-hepático. 2) mas perde o
hífen quando o segundo elemento é iniciado por p e r: subprefeito, subregião,
subrogar. Segundo o Volp, esta regra poderá mudar.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por
m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo


quando este se inicia por o e h: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar,
cooperação, cooptar, coocupante, coabitar, coabitação, coerdeiro (Volp) etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de


composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas,
paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-
graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
Esclarecendo outras dúvidas

Ser ou serem?
Há dois tipos de infinitivo: flexionado ou não flexionado. Existem algumas
regras para o uso do infinitivo, que se aplicam ao verbo "ser" também.
Mas a primeira dica é a seguinte: o verbo não será flexionado se você quiser
dar ênfase na ação; mas, ao contrário, o verbo será flexionado se você quiser
enfatizar quem realizou a ação. Veja um exemplo:
1. Foi permitido aos funcionários fazer comentários.
2. Foi permitido aos funcionários fazerem comentários.
As duas frases estão corretas, o que muda é a ênfase dada em cada frase. Na
frase 1, enfatiza-se a ação, enquanto na frase 2 enfatiza-se quem a está
realizando. Veja a seguir algumas regras para o uso do infinitivo:

1. O infinitivo será flexionado quando seu sujeito e o do verbo principal forem


diferentes: Acreditamos (nós) serem os funcionários (eles) muito competentes.
• Pedi (eu) o favor de não chegarem (vocês) cedo.
• O chefe disse estarem atrasados os seus empregados.

2. O infinitivo não será flexionado se o sujeito for o mesmo:


• Declararam (eles) estar (eles) prontos.
3. Não se flexiona o infinitivo quando:
a) Não se refere a nenhum sujeito.
• É preciso defender o direito do consumidor.
• Viver é lutar.
• É proibido fumar.

b) Tem valor de imperativo (ordem, pedido).


• Esquerda, volver! Passar bem, senhores! Cessar fogo!

c) É empregado em locuções verbais (quando há apenas um sujeito).


• Essa lei pretende regulamentar as punições.
• Pretendemos chegar cedo.
• Os meninos querem jogar bola.
• Os amigos costumavam-se reunir aos domingos.
• As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas.

d) Funciona como complemento do adjetivo, precedido geralmente das


preposições de ou a.
• Foi uma questão difícil de resolver.
• A mãe convenceu os filhos a voltar logo.
• Continuamos dispostos a comprar a casa.
• Remédios ruim de tomar.

e) O sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo e o verbo depende dos


verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir; o infinitivo fica no singular,
mesmo que haja mais de um sujeito na frase.
• Deixe-as sair. (as = pronome oblíquo)
• Ouviu os mestres explicar a questão.
• Vi tantos homens perder o juízo.
• Senti-os exalar o último suspiro.

4. Flexiona-se o infinitivo quando:


a) Se quer dar ênfase a um sujeito que não está expresso.
• É prudente não discutirmos mais este assunto.
b) Não se sabe quem é o sujeito da frase (o infinitivo vem sempre na 3ª
pessoa do plural).
• Ouvi atacarem violentamente esse projeto.
• Ouvi cantarem o hino nacional de várias formas erradas.

Haja vista
É uma locução que não varia nem em gênero nem em número.
• Haja vista os acidentes, a prefeitura decidiu melhorar a sinalização da
avenida.
• Haja vista as mudanças, a empresa começou a ter novos lucros.

Temos que X Temos de


Essa dúvida é comum: temos de ou temos que...? Na verdade, as duas formas
são aceitas pela gramática, no entanto, temos que é considerada uma forma mais
moderna e temos de é mais castiça, ou seja, mais pura.

A nível de
É uma expressão desnecessária e condenável. Devemos evitá-la. Há outros
modos de se falar a mesma coisa. Observe um exemplo: É uma resolução a nível
de governo. Melhor seria: É uma resolução governamental.

A casa X À casa
Esse é um caso muito específico do uso da crase, ou melhor, do não uso:
diante das palavras casa (quando significa lar) e terra (quando indica chão firme)
não se usa acento indicativo de crase. Se especificadas, porém, o acento grave é
necessário.
• O casal de viajantes chegou a casa.
• O casal de viajantes chegou à casa dos pais.

Abaixo assinado X Abaixo-assinado


Não tem certo ou errado, depende do uso: Abaixo-assinado é substantivo
composto; significa petição ou requerimento coletivo. Abaixo assinado (sem
hífen) é adjetivo; indica cada pessoa que assina um abaixo-assinado. Exemplos:
O abaixo-assinado foi encaminhado à diretoria da empresa. Os funcionários
abaixo assinados requerem aumento de salário.

Índio X Indígena
Essas palavras têm raízes diferentes. Índio remonta à origem geográfica (seria
o mesmo que indiano e hindu), já indígena é uma palavra latina (indu quer dizer
"dentro") e é o mesmo que aquele que é natural do país em que habita e
descende das raças que ali sempre viveram.

Televisão à cores, a cores ou em cores


O mais adequado é dizer em cores, por analogia à expressão em preto e
branco. A cores é possível, mas sem o acento grave, pois a crase indica a junção
da preposição com o artigo, se cores está no plural o artigo não poderia estar no
singular e "televisão às cores" inexiste.

Ao encontro X De encontro
Ir ao encontro significa sair em direção a ou ir encontrar-se com alguém,
como em "Fomos ao encontro da comitiva que chegava". Em sentido figurado,
quer dizer corresponder, atender, satisfazer: "Minha proposta vai ao encontro
dos seus interesses". Ir de encontro significa colidir, chocar-se com, ir em
direção oposta a alguma coisa: "O caminhão foi de encontro ao muro". Em
sentido figurado quer dizer estar em desacordo, contrariar: "A mudança de
nome da Petrobras vai de encontro aos interesses do Brasil".

Hoje são X Hoje é


“Hoje são 28 de fevereiro ou hoje é 28 de fevereiro?”
As duas formas são corretas. No primeiro caso, está subentendida a
expressão o dia, assim: "Hoje é (o dia) 28 de fevereiro", oração que equivale a
"Hoje é o 28º dia do mês de fevereiro". No segundo, a oração também
corresponde a outra mais desenvolvida: "Hoje são (passados) 28 (dias do mês) de
fevereiro".

Se acaso X Se caso
Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso o
Brasil for campeão, eu vou...". Mas podemos dizer: "Caso o Brasil seja campeão,
eu vou...".

A princípio X Em princípio
A princípio significa inicialmente, antes de mais nada: Ex: "A princípio, gostaria
de dizer que estou bem". Em princípio quer dizer em tese. Ex: "Em princípio,
todos concordaram com minha sugestão".

À medida que X Na medida em que


As duas expressões existem: À medida que significa à proporção que. Na
medida em que equivale a tendo em vista que. O que não existe é a mistura
dessas duas expressões: à medida em que.

As custas X À custa
As custas só se usa na linguagem jurídica para designar despesas feitas no
processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai", no singular.

Bem vindo X Bem-vindo


Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem
vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-
vindo, sempre com hífen.

À toa X À-toa
À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa inútil, desprezível. Ex: "esse rapaz é
um sujeito à-toa". À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer a esmo,
inutilmente. Ex: "andava à toa na vida".
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Confira alguns exemplos


com a nova ortografia

Acentuação e trema
aguentar/ arguir/ bilíngue/ cinquenta/ delinquente/ eloquente/ ensanguentado/
equestre/ frequente/ lingueta/ linguiça/ quinquênio/ sagui/ sequência/ sequestro/
tranquilo/ alcaloide/ alcateia/ androide/ apoia/ apoio/ asteroide/ boia/ celuloide/
claraboia/ colmeia/ Coreia/ debiloide/ epopeia/ estoico/ estreia/ estreio/ geleia/
heroico/ ideia/ jiboia/ joia/ odisseia/ paranoia/ paranoico/ plateia/ tramoia/ baiuca/
bocaiuva/ cauila/ feiura/ abençoo/ creem/ deem/ enjoo/ leem/ magoo/ perdoo/
povoo/ veem/ voos/ zoo/ para/ polo/ pelo/ pera/
Hífen
anti-higiênico/ anti-histórico/
anti-horário/ macro-história/
mini-hotel/ proto-história/
sobre-humano/ super-homem/ ultra-humano/ autoescola/ autoestrada/
autoinstrução/ coautor/ coedição/ coerdeiro/extraescolar/ infraestrutura/
plurianual/ radioamador/ semiaberto/ semianalfabeto/ semiesférico/ semiopaco/
anteprojeto/ antipedagógico/ autopeça/ autoproteção/ coprodução/ geopolítica/
microcomputador/ pseudoprofessor/ radiojornal/ radiopatrulha/ semicírculo/
semideus/ seminovo/ ultramoderno/ vice-rei/ vice-almirante / antirrábico/
antirracismo/ antirreligioso/antirrugas/ antissocial/ antirreformista/ autorrespeito/
autorretrato/ autossuficiente/ biorritmo/ contrarreforma/ contrarregra/
contrassenso/ cosseno/ infrassom/ microssistema/ minissaia/ multissecular/
neorrealismo/ neossimbolista/ semirreta/ radiorrelógio/ radiorreceptor/
ultrarresistente/ ultrassom/
anti-ibérico/ anti-imperialista/
anti-inflacionário/ anti-inflamatório/ arqui-inimigo/ auto-observação/ auto-
hipnose/ contra-almirante/ contra-atacar/ contra-ataque/ eletro-ótica/ extra-
abdominal/
intra-auricular/ micro-ondas/
micro-ônibus/ micro-organismo/
multi-inseticida/ neo-ortodoxo/ poli-infecção/ pseudo-organismo/ reeditar/
reembolsar/
reencontro/ reescrever/
semi-internato/ semi-interno/
sobre-exceder/ supra-axilar/
tele-educação/ tele-entrega/
sub-base/ sub-hepático/ subprefeito/ subregião/ subrogar/ circum-navegação/
circum-escolar/ pan-americano/ pan-africano/ hiperacidez/ hiperativo/
interescolar/ interestadual/ interestelar/ interestudantil/ superamigo/
superaquecimento/supereconômico/ superexigente/ superinteressante/
superotimismo/ recém-casado/ recém-nascido/ sem-cerimônia/ sem-terra/
sem-vergonha/ além-mar/
além-túmulo/ aquém-mar/
bem-estar/ bem-visto/
bem-nascido/ bem-criado/
bem-humorado/ ex-aluno/
ex-diretor/ ex-hospedeiro/
ex-prefeito/ ex-presidente/
pós-graduação/ pré-história/
pré-vestibular/ pró-europeu/ amoré-guaçu/ anajá-mirim/
capim-açu/ Ponte Rio-Niterói/
eixo Rio-São Paulo/ girassol/ madressilva/ mandachuva/ paraquedas/
paraquedista/pontapé/ autoescola/ antiaéreo/ anteprojeto/ semicírculo/
antirracismo/ antissocial/ ultrassom/
contra-ataque/ micro-ondas/
inter-regional/ sub-bibliotecário/ intermunicipal/ supersônico/ interestadual/
superinteressante/ coobrigação/coordenar/ cooperar/ cooperação/ cooptar/
coocupante/ vice-rei/ vice-almirante/ girassol/ madressilva/ mandachuva/
pontapé/ paraquedas/ paraquedista/
guarda-chuva/ guarda-sol/ bel-prazer/ el-rei/ arranha-céu/cata-vento/
quebra-mola/ beija-flor/espírito-santense/ porto-alegrense/primeira-dama/
segunda-feira/técnico-científico/ quebra-cabeça/azul-claro/ manga-rosa/ carro-
pipa/tamanduá-bandeira/ carro-bomba/pingue-pongue/ zigue-zague/desumano/
inábil/ desarmonia...
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Bibliografia

Parte da pesquisa deste trabalho foi realizada apontando-se como referência


“Michaelis - Guia Prático da Nova Ortografia”, do inesgotável Douglas Tufano,
“Minidicionário da Língua Portuguesa”, do mestre Soares Amora, “Gramática
Construtural da Língua Portuguesa”, de Eurico Back e Geraldo Mattos, e
Academia Brasileira de Letras.

FIM

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