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INCUBADORA DE COOPERATIVAS
ACIEPE
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DA INCOOP...........................................................................3
5. NA ALDEIA.....................................................................................................9
ECONOMIA ALTO-XINGUANA..........................................................................20
7. DESCRIÇÃO DAS TROCAS INDIVIDUAIS.............................................................21
8. DESCRIÇÃO DO ULUKI INTERTRIBAL................................................................22
11. COMENTÁRIOS...............................................................................................28
12. AUTO-AVALIAÇÃO..........................................................................................29
13. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................32
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1) APRESENTAÇÃO DA INCOOP.
PROFISSIONAIS.
brasileira.
do auxílio dos profissionais da InCoop – que trabalham buscando que este vínculo
Franco Neto e Marina Pereira Novo sob a supervisão da Profa. Dra. Marina D.
Xingu, nordeste do estado de Mato Grosso) para criar uma Associação indígena
oportunidade para a comunidade designar dois membros da tribo para virem fazer
em anexo).
nossas necessidades.
atividades se estenderam por mais um semestre para que isso fosse observado
na aldeia por um dos componentes da equipe que acompanharia por três meses
na e pela comunidade.
foi a ACIEPE para eles, explicando a todos, passo a passo, cada um dos termos e
fora do PIX.
indígena alto-xinguana.
Enfim encerrando esta parte mais voltada para a gestão, seria apresentado
e as apropriações de custo.
capacitação a explicarem melhor o conteúdo que seria exposto com mais detalhe
para suas famílias. Num outro dia, as lideranças convocariam uma outra reunião
5) NA ALDEIA
espírito é apenas visível aos olhos dos xamãs é preciso fazer as máscaras rituais
para que ele se torne visível a todos da comunidade (“Por que se faz as
máscaras?” “Oras! Para que todos vejam”.), isto é, para que seja possível trocar
peixes e beijus que são levados àqueles que estão trabalhando na fabricação das
máscaras. Depois que as máscaras estão prontas, qualquer indivíduo pode usá-
las, ou melhor, ser usado pelo habitus do espírito para percorrer de casa em casa
pedindo por meio de toques de uma flauta que expressam exatamente o tipo de
alimento desejado (peixe, beiju, mingau, etc.) que quando ganhados são levados
doenças aos que sempre se negarem a dar alimentos neste ritual. Diariamente, do
aldeia pedindo alimentos perdurando neste ritmo por alguns meses. Depois que a
dívida está quitada, as máscaras, cujas matérias primas são palha e madeira, são
queimadas, mas isso não implica que o espírito deixe de estar presente, ele
maior quantidade e produzir mais beijus para comer com os peixes assados.
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quanto também não houve aulas na escola indígena – a qual eu estava incumbido
de dar as aulas.
um que eles cumpriam a função de aliados da etnia Matipu e nos outros dois como
trabalho na UFSCar:
que tenha morrido. Outras pessoas podem ser homenageadas junto com esta
pessoa importante, mas não se organiza um Kwarup para qualquer um que tenha
festa não ocorre. Assim que a festa é aprovada os caciques assumem o papel de
e dois acompanhantes) diferentes para cada uma das aldeias a serem convidadas
assim como o dono da festa (que deve ser alguém da família do homenageado).
Estes convidadores, um dia antes da festa (com exceção das aldeias mais
discurso especial (anetü itaginhu, anetü akitsu) em sua própria língua, o que
chama os demais caciques para que juntos eles possam decidir quem serão os
três coordenadores (ugihongo) desta aldeia (que devem ser da família de um dos
língua que é respondido pelos convidadores através de outro discurso (em sua
entendam.
levarem seu povo no dia seguinte, para a festa. Depois disso, eles voltam para
sua aldeia.
meio da aldeia onde o dono da festa levará cauim e perguntará como foi a viagem.
O convidador conta para todos da aldeia e isso se repete até que todos os
Neste dia as pessoas da aldeia se juntam para realizar uma dança (aûguhi
e atanga: as mesmas que são feitas desde a morte da pessoa, quando são feitas
eventualmente, até o momento do Kwarup, quando são feitas todos os dias), com
Param há certa distância onde são recebidos pelos mesmos convidadores que
foram até sua aldeia no dia anterior. Os convidadores levam comida e fazem um
pessoas da aldeia anfitriã podem levar comida para seus amigos, conhecidos ou
parentes.
Neste mesmo dia são colocados no centro da aldeia os troncos (titã) que
Depois de posicionados eles são pintados com eûen, anga e urucum e a família
volta dos troncos. Depois disso é a vez dos convidadores chamarem os visitantes
(os homens de cada aldeia, uma de cada vez) para fazerem a mesma dança. Em
frente de cada tronco se acende uma fogueira com a lenha colhida pelos visitantes
carregando a lenha com fogo. Cada aldeia ensaia separadamente e estes ensaios
cada vez. Ao final destes cantos, os cantores da aldeia voltam a cantar, agora até
que amanheça.
terminam, todos os visitantes ensaiam de uma só vez. Neste dia, devem ensaiar
da aldeia, um por um para que formem uma fila com os melhores na frente. Então,
o dono da festa chama os campeões de uma das aldeias que foi escolhida e,
Depois todas as pessoas destas aldeias podem lutar entre si. Isso se repete até
aldeia anfitriã. O momento certo em que isso irá acontecer é decidido pelos
convidadores e os coordenadores.
objetos aos convidadores que foram às suas aldeias e determinam o objeto com o
qual desejam fazer a troca. As trocas são realizadas e, no caso do convidador não
outra ocasião. Depois é a vez dos convidadores oferecerem seus objetos. A troca
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ficar devendo.
cultura só podem oferecer este objeto para ser trocado, mas podem, quando
se pode oferecer cerâmica, assim como para os Mehinaku. As demais aldeias não
mesmo que seja de caraíba. Com o fim das trocas, a festa se encerra e todos
produz os seus artesanatos muitas vezes ajudados por alguém de sua própria
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vendas, pois a saída da aldeia é altamente custosa; b) uma das idéias para
da Associação por ser criada, sendo que esta acrescentaria 10% no valor do
introdução de trabalho coletivo com divisão de tarefas para produzir uma maior
suscitou o questionamento sobre o risco que isso poderia acarretar nas formas
societária aldeão.
artesanal para o comércio é com relação aos possíveis impactos que esta
Não seria interessante introduzir uma fonte de renda numa comunidade que não
detêm terras suficientes para produzirem alimentos mais do que suficientes e rios
realizar estas atividades diárias como pescar e cuidar da roça para trabalhar
Alto Xingu que criaram um sistema de comércio semelhante ao que foi proposto
não ocupou lugar de destaque no interesse aldeão, pois a participação nos rituais
Fiquei quase dois meses e meio sem sequer ouvir falar de cooperativismo
capacitados.
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para o comércio interétnico no Alto Xingu e como peça para comércio no mercado
“branco”.
hugé, inhupehugu, akuku, kãbügape e num local que hoje está fora das
decide se ela encontrará ou não, isto é, não é a pessoa quem acha e sim o
cortado em forma de placas ou ruelas, muito bem lixado e com os furos para se
passar o cordão. O pessoal trazia comida e cordão para este espírito e voltava
Jeika e Ugisé, solicitaram aos caciques que convocassem uma reunião na casa-
artesanal.
nativa, portanto, minha compreensão foi quase nula, mas foi expresso o desejo
FUNASA.
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ECONOMIA ALTO-XINGUANA.
Kalapalo.
Cultural - Todos os
Natureza da
abrangente e membros da aldeia
capacitação restrita à função e
destinada a todos os são formados para a
individual
membros produção de
artesanatos
igualitário para
todos os proporcional ao Coletivo – decisões
participantes do capital investido, tomadas no Centro
Processo decisório
empreendimento; quanto mais capital, da Aldeia (Casa dos
um associado, mais poder de voto Homens)
um voto
Respeito à natureza Tecnologias que Respeito à natureza
RELAÇÃO COM
(defesa do meio poupem trabalho (defesa do meio
A NATUREZA ambiente, e provoquem ambiente,
biodiversidade) desemprego biodiversidade)
Fonte: RECH, Daniel 2000; SINGER, Paul 2000, 2002.
comunidade.
realizam periodicamente.
Quando alguém precisa de alguma coisa pode procurar outra para ver se
ela quer trocar por algo de valor semelhante. Hoje em dia troca-se todo tipo de
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coisa, menos madeira, que cada um deve obter por conta própria. Não são
objetos caraíba, sendo que alguns, como bicicletas, armas de fogo e barbante,
duas aldeias de povos distintos do Alto Xingu, e costuma ocorrer entre os meses
de novembro e março.
cacique, mensageiros vão até a aldeia do povo com o qual será realizada a
cerimônia (e que será a aldeia anfitriã das atividades) comunicar que foi decidida a
anteriormente por outro povo (pois todo uluki deve ser retribuído).
"coordenadores" (que podem ser tanto homens quanto mulheres), que são os
aldeias envolvidas. A condição para que alguém possa ser um ugihongo Kalapalo
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povo Kalapalo) para levar à outra aldeia e trocar com um ugihongo do outro povo.
ambas as aldeais por cerca de uma hora. Primeiro lutam os campeões, e depois
trocas, que pode durar a tarde toda. Primeiro os ugihongo da aldeia anfitriã
oferecem peixe, beiju e mingau para os ugihongo da aldeia visitante, que recebem
de caramujo dos Kalapalo e das cerâmicas dos Waurá e Mehináku, mas, caso não
seja esse o caso, qualquer outro objeto de grande valor pode ser trocado (como,
que querem em troca, para que estes os entreguem aos ugihongo da aldeia
visitante. Estes, por sua vez, mostram aos participantes de sua aldeia o que
troca por cada objeto. Quem se interessar por algum produto deve dar ao
ugihongo de sua aldeia o que o seu dono pediu em troca, que será entregue a um
dos ugihongo da aldeia anfitriã que, por fim, o repassará ao dono do respectivo
produto. O pagamento por um determinado objeto não precisa ser feito na hora: a
pessoa pode esperar outra ocasião para retribuir o que recebeu, que pode ser ou
não um outro uluki. Esses procedimentos prosseguem até que a vez dos
desses duram cerca de meia hora, e a ordem de quem apresenta produtos para
serem trocados vai sendo alternada até que acabem os produtos, até que fique
muito difícil trocar (por questões referentes a diferenças de valor entre os produtos
ofertados) ou até que os coordenadores decidam que já foram feitas muitas trocas
Ao final dessa troca coletiva vão todos para a casa que servirá de
oferecida pelo dono da festa e do peixe, beiju e mingau recebidos pelos ugihongo
da aldeia visitante. Cada visitante deve levar sua rede para dormir.
No segundo dia começa a festa tawarawanã, que dura até o final da tarde.
tocam kagutu e dançam. Os homens que sabem tocar kagutu devem fazê-lo
estas não podem, em hipótese alguma, ver tais instrumentos musicais. Enquanto
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festa.
Nesse dia os donos dos kagutu que forem utilizados é que devem oferecer
comida aos visitantes, juntamente com o dono da festa (que não é o mesmo do
primeiro dia de uluki, mas que também é escolhido pela comunidade pela sua
uma mulher, seu marido é que fica responsável por oferecer comida na festa, pois
esta deve ser levada até a casa-dos-homens (a mulher só deve prepará-la; ela
não pode levá-la até lá, pois poderia ver os kagutu, o que não deve acontecer).
para cantar durante a festa. Existem dois tipos de tawarawanã: uma "de peixe" e
casas para dançar. Saem cinco homens da aldeia visitante tocando takuaga e
das takuaga. Depois disso, eles vão passando pelas outras casa da aldeia, mas
continua até que todos os homens da aldeia visitante já tenham dançado. Nesse
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dia o dono da festa, que é o dono das takuaga, e os ugihongo da aldeia anfitriã
oferecem comida.
uluki.
aldeia.
mostram para o ugihongo os objetos que querem trocar e estipulam o que querem
em troca. Nesse tipo de uluki o que o dono do objeto quer em troca pode ser
negociado.
Quem pega um objeto não precisa retribuir na hora, pois pode fazê-lo em
especialmente para essa finalidade que, nesse caso, começa na casa do "credor"
do proponente.
uma "cacica" (que é a filha de algum dos caciques) assume o papel de ugihongo e
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como no uluki interno dos homens, mudando apenas os tipos de produtos que são
trocados, pois as mulheres não podem trocar objetos que sejam de propriedade
dos homens.
Quando o rapaz tem entre 16 e 18 anos sua mãe pode escolher uma
menina de nove ou dez anos para ser sua noiva. Escolhida a pretendente, os pais
do rapaz devem ir à casa dos pais da menina conversar com eles para saber se
aceitam o noivado.
prima deve ser uma prima cruzada, nunca uma prima paralela, pois estas são
acontece.
Antes do casamento a menina precisa ficar reclusa 1 ano, a partir dos 13, e
só sai em uma festa por decisão dos pais. Para casar essa festa é
preferencialmente o Kuarup. Até lá os noivos não namoram, mas o rapaz pode ver
um irmão ir com a menina até a casa do rapaz buscar sua rede, e irmãos ou irmãs
com colares de caramujo feitos pelo noivo. Em seguida o rapaz vai morar na casa
fazer um pente (handa) com desenhos para dar de presente para a sogra através
de sua esposa.
sexo, nem se relacionar com eles de maneira muito próxima, como, por exemplo,
Depois de casado o rapaz deve ajudar seu sogro no trabalho, tanto na roça
Se o casamento não der certos os presentes dados pelo noivo devem ser
devolvidos.
11) COMENTÁRIOS
importância para os Kalapalo. Não apenas porque este material foi necessário
passa, a partir de agora, a ser público e corre o risco de ser copiado caso ocorra
exclusiva das etnias falantes da língua Karib alto-xinguana, somente estas quatro
com as outras três etnias que fabricam o colar de casca de caramujo e pensar na
12) AUTO-AVALIAÇÃO
Apesar de minha temática de pesquisa na aldeia ser outra, tomo como temática o
"bem de consumo" a ser usufruído de acordo com a lógica política que regula as
a sanar uma espécie de dívida (fiz essa inferência a partir de minha observação
certeza, foi uma experiência que acrescentou na vida de ambos. Os dois fizeram
uma cultura diferente não é apenas uma experiência interessante para nós
“branco”, tanto que, cada vez mais a situação de contato está mais intensa. É
13) BIBLIOGRAFIA
SINGER, Paul. Introdução à economia Solidária. pp. 7-23. São Paulo: Editora Fundação
Perseu Abramo, 2002.
INTERNET
www.socioambiental.org.