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1.

ORIGEM ETIMOLÓGICA DA PALAVRA “FALÊNCIA”


- palavra latina falece – faltar com a palavra, enganar – falimento = falha, falta e
omissão.

2. HISTÓRICO

Na antiguidade romana - morte real ou civil;


- Lex Praeteria Papiria – o patrimônio do devedor é que
responde pelas suas dívidas;
Brasil – Código Comercial 1850; 11.101/2005

3. CONCEITO DE FALÊNCIA

Falência é um processo de execução concursal movido contra empresário insolvente,


com reflexos na ordem pessoal, patrimonial e contratual.

4. CONCEITO DE DIREITO FALIMENTAR

O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal


do devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil.
A falência importa, a rigor, em um tratamento mais benéfico do devedor exercente de
atividade econômica sob a forma de empresa em relação ao tratamento que o direito concede
às demais pessoas.
São duas as maiores diferenças entre o regime de execução civil e o comercial:
a) Recuperação de empresa – faculdade aberta exclusivamente aos devedores que
se enquadram no conceito de empresário ou sociedade empresária.
b) Extinção das obrigações – o devedor empresário, em regime de execução
concursal, tem suas obrigações julgadas extintas, com o rateio de mais de 50%
após a realização de todo ativo, ao passo que as obrigações do devedor civil, em
regime de execução concursal somente se extinguem com o pagamento integral de
seu valor.

5. DESTINAÇÃO LEGAL

Os institutos da falência destina-se somente ao empresário regular ou irregular.

5.1 Casos de não – incidência


A lei falimentar prevê exceções, ou seja, nem todos os empresários estão sujeitos a
falência:

5.1.1 Absoluta – empresa pública; sociedade de economia mista; entidades de previdência


complementar.
5.1.2 Relativa - cabe ao poder executivo, buscar o saneamento da atividade, autorizando a
falência em determinadas hipóteses determinadas em lei. Instituições Financeiras, públicas,
privadas ou equiparadas; sociedades operadoras de plano de assistência a saúde; sociedades
seguradoras;

6. LEGITIMIDADE ATIVA – devedor (empresário) ; credor (pode ser empresário deve ser
regular ou não) ; cônjuge sobrevivente; herdeiro do devedor; inventariante; sócio da sociedade.

7. PRESSUPOSTOS PARA A INSTAURAÇÃO DO PROCESSO FALIMENTAR


Para que se instaure o processo de execução concursal denominado falência, é
necessária a ocorrência de três pressupostos:
a) Devedor empresário – art. 966 do CC, em princípio estará sujeito à falência todo e
qualquer exercente de atividade empresarial.
b) Insolvência – trata-se de insolvência entendida em sentido jurídico que a lei
estabelece. A insolvência não se caracteriza por um determinado estado
patrimonial, mas sim pela ocorrência de um dos fatos previstos em lei.
- Impontualidade injustificada no cumprimento de obrigação líquida.
- Incorrer em execução frustrada. O devedor não paga, não deposita e não nomeia
bens a penhora – nesse caso o credor deve extrair certidão das circunstancias
mencionadas no juízo da execução e requerer no juízo competente a falência.
- Praticar ato de falência. Ex. alienação do estabelecimento empresarial sem a
anuência dos credores.

c) Sentença declaratória de falência.

PROCESSO FALIMENTAR

O processo de falência compreende três etapas distintas:


a) o pedido de falência, também conhecido por etapa pré-falencial, que tem início com
a petição inicial de falência e se conclui com a sentença declaratória de falência;
Tanto o empresário devedor (autofalência), quanto o cônjuge sobrevivente, os
herdeiros, o sócio e o credor possuem legitimidade para requerer a falência.
b) a etapa falencial, propriamente dita, que se inicia com a sentença declaratória da
falência e se conclui com o encerramento da falência; esta etapa objetiva o conhecimento
judicial do ativo e passivo do devedor, a realização do ativo apurado e o pagamento do
passivo admitido;
c) a reabilitação,que compreende a declaração da extinção das responsabilidades de
ordem civil do devedor falido.

1. RITO – FASE PRÉ- FALENCIAL

1.1 Autofalência – art. 105


O pedido deve ser instruído com a lista de documentos prevista em lei, Se a PI estiver
regularmente instruída o juiz sentencia a quebra o requerente. Se não estiver o juiz deve
determinar a sua emenda.
O juiz só não decreta a quebra no caso de desistência tempestiva, retratação
apresentada pelo devedor antes da sentença.

1.2 Rito do art. 94


Petição inicial (instruída com documentos que autorizem a possibilidade da falência);
Defesa (deve ser apresentada no prazo de dez dias);
Modalidades:
-contestação;
-contestação e depósito elisivo;
- depósito elisivo
-pedido de recuperação judicial.

Depósito elisivo; É o depósito em dinheiro correspondente ao valor do crédito reclamado.

2. COMPETÊNCIA E UNIVERSALIDADE DO JUÍZO FALIMENTAR.


Competente para conhecer o pedido de falência, decretá-la e processá-la é o juiz do
local em que está situado o principal estabelecimento da sociedade empresária devedora no
Brasil.
Principal estabelecimento para o direito falimentar é aquele em que a devedora
concentra o maior volume de seus negócios. Eventualmente, não coincide com a matriz
(estabelecimento sede mencionado no contrato social ou estatuto).
O juízo falimentar é universal, porque atrai todas as ações da sociedade falida e da
massa falida. A atratividade do juízo falimentar não se verifica às ações não reguladas pela Lei
de Falências de que seja autora ou litisconsorte ativa a massa falida, às que demandam
quantia ilíquida, as reclamações trabalhistas ou às execuções fiscais.

3. SENTENÇA

3.1 Sentença Declaratória da falência


A sentença declaratória da falência não é declaratória, mas constitutiva, porque altera
as relações entre os credores em concurso e a sociedade devedora falida, ao fazer incidir
sobre elas as normas específicas do direito falimentar.
Deve ter o conteúdo genérico de qualquer sentença judicial e o específico que a lei
falimentar lhe prescreve: 458 CPC e 99 da LF.

Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta
do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe
submeterem

Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras


determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que
forem a esse tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90
(noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial
ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta
finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias,
relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e
classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob
pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto
no § 1o do art. 7o desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido,
ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do
falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se
houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do
devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput
deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses
das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus
administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime
definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da
falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da
decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea
a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e
outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do
falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos,
observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da
assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo
ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na
recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta
às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o
devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.

O termo legal da falência é o lapso temporal correspondente às vésperas da


decretação da quebra que serve de referencia para a auditoria que o administrador judicial
deve realizar nos atos praticados pelos representantes legais da sociedade empresária falida.
A publicidade da sentença declaratória deve ser publicada por edital, isso quer dizer
que não apenas o dispositivo da sentença, mas o seu inteiro teor é transcrito no Diário Oficial.
Ademais, se já constar dos autos a relação dos credores, também ela será feita a
publicação junto com a sentença.
Da sentença declaratória cabe, sempre, o recurso de agravo por instrumento – prazo
10 dias, deve ser instruído de acordo com a lei processual.
Cabe também recurso de embargos de declaração, sempre que presentes os
pressupostos que o autorizam como a omissão, obscuridade ou contradição.

3.2Sentença Denegatória de Falência


A denegação da falência pode ter dois diferentes fundamentos: a elisão do pedido pelo
depósito ou o acolhimento da contestação da sociedade empresária devedora. No primeiro
caso sucumbe a requerida, que reconhece de modo implícito a procedência do pedido; no
segundo, sucumbe o requerente, cujo pleito não poderia ter sido atendido.

4. ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA

Para a administração da massa falida, atribui a lei determinadas funções a três


agentes:
a) O magistrado
b) O representante do Ministério Público
c) Órgãos de falência, (administrador judicial, assembléia de credores e comitê de
credores)
Ao juiz compete presidir a falência, superintendendo as ações do administrador
judicial.
Já o representante do Ministério atua como fiscal da Lei.
O administrador judicial é o agente auxiliar do juiz, que, em nome próprio, deve
cumprir com as funções cometidas pela lei.
Dentre os atos processuais de responsabilidade do administrador judicial, devem ser
destacados quatro de importância para o desenvolvimento do processo falimentar. São eles:
a) Verificação dos créditos;
b) Relatório inicial, este ato deve examinar as causas e circunstâncias que acarretaram a
falência, bem como apresentar uma análise do comportamento do falido;
c) Contas mensais;
d) Relatório final, contém o valor do ativo e do produto de sua realização, bem como o do
passivo e dos pagamentos feitos, e, se não forma totalmente extintas as obrigações do
falido, o saldo cabível a cada credor, especificando justificadamente as
responsabilidades com que continua o falido.

Além de auxiliar o juiz na administração da falência, o administrador judicial é também


o representante da comunhão de interesses dos credores (massa falida subjetiva). Pode
ser pessoa física ou jurídica. Trata-se de profissional de inteira confiança do juiz . Deixa a
função por substituição ou destituição. Tem direito a uma remuneração arbitrada pelo juiz,
percentual do valor do ativo realizado. Ele tem perante a massa falida crédito
extraconcursal.

A assembléia de credores tem competência para: a) aprovar a constituição do comitê de


credores e eleger os seus membros; b) adotar modalidades extraordinárias de realização do
ativo do falido; c) deliberar sobre assuntos de interesse geral dos credores. É órgão integrado
por todos os credores da massa falida.
Finalmente o comitê de credores – órgão consultivo e de fiscalização, facultativo. Existe
quando o juiz determina a sua instalação em sentença ou deliberada em assembléia. é
composto por um representante dos efetiva e dois suplentes de cada classe. Sua função mais
importante é a de fiscalizar o administrador judicial.

5. EFEITOS DA FALÊNCIA

- dissolução da sociedade empresária;


- o falido perde o direito de administrar a sociedade;

O falido não é um incapaz. Apenas que sua capacidade jurídica sofre restrição no
tocante ao direito de propriedade. A partir da decretação da falência, o devedor perde o direito
de administrar e dispor de seu patrimônio. Não perde a propriedade de seus bens, senão após
a venda deles na liquidação. A administração de seus bens compete aos órgãos da falência a
partir da decretação da quebra.
Não pode o falido ausentar-se do lugar da falência, sem razão justificadora e
autorização do juiz, constituindo em qualquer caso, procurador com poderes para representá-lo
nos atos processuais.
Na sentença declaratória da falência, o juiz deve se pronunciar sobre a continuação
provisória das atividades do falido ou a lacração do seu estabelecimento.
A continuação provisória das atividades do falido se justifica em casos excepcionais,
quando ao juiz parecer que a empresa em funcionamento pode ser vendida com rapidez, no
interesse da otimização dos recursos do falido. Se pela tradição da marca explorada, ou pela
particular relevância social e econômica da empresa, parecer ao magistrado, no momento da
decretação da quebra, que o encerramento da atividade agradará não só o prejuízo dos
credores como poderá produzir efeitos deletérios a economia regional, local ou nacional,
convém que ele autorize a continuação provisória dos negócios.

FASE FALIMENTAR

1. VERIFICAÇÃO DO CRÉDITO
Decretada a quebra da empresa (falência) o administrador judicial será responsável
pela administração da empresa no tocante a realização da falência.
A relação de credores contém nome, classificação dos créditos (ex.: trabalhistas,
tributários, etc.) e valor destes.
Caso o credor não concorde com a relação publicada (valor, por ex.), poderá
apresentar a divergência em 15 (quinze) dias, perante o administrador judicial (não é
necessária a representação por advogado).
Não constando o nome na lista publicada, pode o credor requerer a habilitação no
prazo de 15 (quinze) dias (observe que a habilitação pode ser requerida em outra fase da
falência).
Caso a administrador considere procedente o pedido dirigido, terá no prazo de 45
(quarenta e cinco) dias, republicar a relação (lista) de credores.
Divergindo o credor da republicação, poderá impugná-la em 10 (dez) dias,
apresentando-a ao juiz da falência (necessita de advogado).
Após a impugnação os demais credores poderão se manifestar em 05 (cinco) dias
sobre ela. Apresentada as manifestações o juiz acolhe ou aceita a impugnação. Na sequência
o juiz homologará a relação de credores.

2.ARRECADAÇÃO;
O administrador judicial arrecada todos os bens que estão em posse do falido (pode ocorrer
que arrecada bens que não pertencem ao falido. Ex.: Imóvel alugado para a empresa em
falência).
- Pedido de restituição (art. 85 da LF);
O pedido de restituição serve para defesa de bens do proprietário que os teve
arrecadado pelo administrador indevidamente.
3. LIQUIDAÇÃO;
Liquidação é a venda dos bens.
Após arrecadar os bens, o administrador terá que vendê-los para o pagamento das
obrigações.

4.VENDA DOS BENS


4.1. ordinária
Na venda ordinária da empresa ou os bens da sociedade falida, o juiz, ouvido os órgão
da falência, escolhe a melhor alternativa para a massa, observando a seguinte ordem de
preferência ditada pela lei:

I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;

II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas


isoladamente;

III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos


estabelecimentos do devedor;

IV – alienação dos bens individualmente considerados.

4.2 Venda extraordinária

A venda de bens extraordinária da empresa ou bens da sociedade falida, realiza-se por


decisão do juiz, deferindo requerimento fundamentado do administrador judicial, ou em razão
de elevado grau de consenso entre os credores, manifestado em Assembléia.

OS PAGAMENTOS NA FALÊNCIA

Os pagamentos, na falência, serão feitos pelo administrador judicial com observância


da ordem legal, que distingue os credores em espécies e classes. As espécies são quatro: a)
credores da massa; b) restituições em dinheiro; c) credores da falida; d) sócios ou acionistas

CREDORES DA MASSA

As despesas com a administração da falência, inclusive a remuneração do


administrador judicial, são créditos extraconcursais no sentido de que devem ser antes do
pagamento dos credores da sociedade falida. Os credores da massa tem preferência, ademais,
sobre os titulares do direito à restituição em dinheiro.

RESTITUIÇÕES EM DINHEIRO

Os pedidos de restituição devem ser atendidos em dinheiro quando tem por objeto bem
dessa natureza ou se, após a arrecadação foi roubado, furtado ou perdido. Devendo a
restituição ser atendida em dinheiro, constiui-se o crédito correspondente como extraconcursal,
e cabe sua satisfação antes do pagamento dos credores da sociedade falida.

CREDORES DA SOCIEDADE FALIDA


O tratamento paritário dos credores é o principal objetivo do processo falimentar. A
rigor, falência é a tentativa da justa distribuição dos insuficientes bens da sociedade devedora
entre os credores.
A ordem de classificação dos credores da falida distingue essa espécie de beneficiário
de pagamento na falência em oito classes: empregados e equiparados, credores com garantia
real, fisco, credores com privilégio especial, com privilégio geral, quirografários, titulares
derivados, em rate de multas contratuais e penas pecuniárias e, por fim, os credores
subordinados.

a) Empregados e equiparados
Entre os credores da falida, o primeiro pagamento deve beneficiar em rateio, os
titulares de direito à indenização por acidente de trabalho causado por culpa ou dolo do
empregador de créditos trabalhistas e equiparados.
O limite é de 150 salários mínimos por credor, aquele que possui crédito maior que o
teto indicado participa do concurso em duas classes: pelo valor de 150 salários mínimos na dos
empregados e equiparados, e pelo que exceder, na dos quirografários.

b) Credores com garantia real


Os titulares de garantia real integram a categoria dos credores não sujeitos a rateio.
A parcela do crédito com garantia real correspondente ao produto da venda do bem
onerado goza de preferência sobre o crédito fiscal. A parcela remanescente tem a natureza de
crédito quirografário.
c) Fisco
São créditos titularizados pelo Estado ou por ente ao qual a lei estende as garantias e
prerrogativas deste. Engloba, assim, os créditos fiscais e os parafiscais.
O crédito fiscal goza de garantia de não participar de concurso de credores. Assim a
execução fiscal ajuizada antes da falência não se suspende, nem se encontra o fisco inibido de
promove-la mesmo após a quebra da devedora. Em decorrência, dependendo da tramitação
dos feitos, pode ocorrer de o Poder Público ter o seu direito atendido antes dos trabalhistas e
equiparados.

d) Credores com privilégio especial


Na classe dos credores com privilégio especial, o crédito será satisfeito
preferencialmente com o produto da venda de determinados bens da sociedade falida. O saldo
eventualmente não coberto por esse produto é reclassificado como quirografário.

e) credores com privilégio geral


São credores sujeitos a rateio. Estão nessa classe os debenturistas titulares de
debêntures com garantia flutuante, na falência da sociedade emissora; o advogado; seja a
falida cliente ou parte sucumbente.

f) credores quirografários
São credores sujeitos a rateio. É sem dúvida a mais extensa. Estão nessa classe os
credores de títulos de crédito; debênture sem garantia;

g) credores subquirografários
Nessa classe, há duas subclasses: a das multas contratuais e penas pecuniárias por
infração à lei penal ou administrativa e os credores subordinados em geral.

ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA

Após fazer o último pagamento, o administrador judicial deve apresentar sua prestação
de contas. O prazo é de 30 dias. Processadas e julgadas as contas, ele tem 10 dias para
submeter ao juiz seu relatório final. Nele, informará o valor do ativo e o do produto de sua
realização, bem como o do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores. Também do
relatório final devem constar as responsabilidades que continuam imputáveis à sociedade
falida, isto é, o saldo não pago dos créditos admitidos.
Em seguida a apresentação do relatório final, se não houver mais nenhuma outra
pendência, o juiz profere a sentença de encerramento da falência.
Contra essa decisão terminativa do processo falimentar cabe apelação.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

INTRODUÇÃO

No Brasil, a lei contempla duas medidas judiciais com o objetivo de evitar que a crise
da empresa acarrete a falência de quem a explora. De um lado a recuperação judicial; de outro,
a homologação judicial da recuperação extrajudicial. Os objetivos delas são iguais: saneamento
da crise econômico-financeira e patrimonial, preservação da atividade econômica e dos seus
postos de trabalho, bem como atendimento aos interesses dos credores. Diz-se que,
recuperada, a empresa poderá cumprir a sua função social.

VIABILIDADE DA EMPRESA

Nem toda empresa merece ou deve ser recuperada. A reorganização de atividades


econômicas é custosa. Alguém há de pagar pela recuperação, seja na forma de investimentos
no negócio em crise, seja na de perdas parciais ou totais de crédito. O crédito bancário e os
produtos e serviços oferecidos e consumidos ficam mais caros porque parte dos juros e preços
se destinam a socializar os efeitos da recuperação de empresas.
Em outros termos, somente as empresas viáveis devem ser objeto de recuperação
judicial.
O exame de viabilidade deve ser feito, pelo Judiciário, em função de vetores como a
importância social, a mão-de-obra e tecnologia empregadas, o volume do ativo e passivo, o
tempo de existência da empresa e seu porte econômico.

MEIOS DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESA

A lei contempla lista exemplificativa dos meios de recuperação da atividade econômica


(LF, art. 50). Nela se encontram instrumentos financeiros, administrativos e jurídicos que
normalmente são empregados na superação de crises em empresas.
Como se trata de lista exemplificativa, outros meios de recuperação da empresa em
crise podem ser examinados e considerados no plano de recuperação. Normalmente, alíás, os
planos deverão combinar dois ou mais meios, tendo em vista a complexidade que cerca as
recuperações judiciais.

ORGÃOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

São três órgãos específicos da recuperação judicial:


a) Assembléia geral dos credores - é órgão deliberativo responsável pela manifestação do
interesse ou da vontade predominantes entre os quais titularizam crédito perante a sociedade
empresária requerente da recuperação judicial sujeitos aos efeitos desta. Compete à
assembléia de credores: a) aprovar, rejeitar e revisar o plano de recuperação judicial; b)
aprovar a instalação do comitê e eleger seus membros; c) manifestar-se sobre o pedido de
desistência de recuperação judicial; d) eleger o gestor judicial, quando afastados os diretores
da sociedade empresária requerente; e) deliberar sobre qualquer outra matéria de interesse de
credores.

b) Administrador judicial – em toda recuperação judicial, como auxiliar do juiz e sob sua direta
supervisão, atua um profissional na função de administrador judicial.

c) Comitê – é órgão facultativo da recuperação judicial. Sua constituição e operacionalização


dependem do tamanho da atividade econômica em crise. Ele deve existir apenas nos
processos em que a sociedade empresária devedora explora empresa grande o suficiente para
absorver as despesas com o órgão. Quem decide se o órgão deve existir ou não, são os
credores da sociedade em recuperação judicial, reunidos em assembléia. A principal
competência do comitê é fiscal.
PROCESSO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O processo da recuperação judicial divide-se em três fases bem distintas:

a) fase postulatória – a sociedade empresária em crise apresenta seu requerimento do


benefício. Só tem legitimidade ativa para o processo de recuperação judicial quem é legitimado
passivo para o de falência, isto é, o empresário e a sociedade empresária. A recuperação
judicial tem lugar apenas se o titular da empresa em crise quiser.
As sociedades em comum, de economia mista, cooperativa ou simples não podem
pleitear a recuperação judicial exatamente porque nunca podem ter a falência decretada.
Para legitimar-se ao pedido de recuperação judicial, contudo, não basta ser exercente
de atividade econômica exposta ao risco da falência. Deve a sociedade empresária atender a
mais quatro requisitos: a) não pode estar falida; b) deve existir regularmente há mais de dois
anos; c) não pode ter obtido o mesmo benefício há menos de 5 anos; d) o seu sócio
controlador e administradores não podem ter sido condenados pela prática de crime falimentar.
Estando em termos a documentação exigida para a instrução da petição inicial, o juiz
proferirá o despacho mandando processar a recuperação judicial. No despacho de
processamento de recuperação judicial, o juiz nomeia o administrador judicial, determina a
suspensão de todas as ações e execuções contra o devedor e a intimação do Ministério
Publico.
É temporária a suspensão das ações e execuções em virtude do despacho que manda
processar o pedido de recuperação judicial. Cessa esse efeito quando verificado o primeiro dos
seguintes fatos: aprovação do plano de recuperação ou decurso do prazo de 180 dias.

b) fase de deliberação – a fase de deliberação do processo de recuperação judicial inicia-se


com o despacho de processamento. O principal objetivo dessa fase é a votação do plano de
recuperação do devedor. O plano de recuperação judicial deve ser apresentado no prazo de 60
dias, cabe a assembléia de credores discutir e votar o plano de recuperação.

c) fase de execução – dá-se o cumprimento do plano de recuperação judicial aprovado em


juízo.
O devedor em recuperação judicial não tem suprimido sua capacidade ou
personalidade jurídica. Sofre uma única restrição: os atos de alienação ou oneração de bens ou
direitos do ativo permanente só podem ser praticados se úteis à recuperação judicial.
Durante toda a fase de execução, a sociedade empresária agregará ao seu nome a
expressão “em recuperação judicial”, para conhecimento de todos que com ela se relacionam
negocial e juridicamente. A omissão dessas expressões implica responsabilidade civil direta e
pessoal do administrador que tiver representado a sociedade em recuperação no ato em que
ela se verificou.
De duas formas diferentes se encerra a fase de execução do processo de recuperação
judicial: cumprimento do plano de recuperação no prazo de até dois anos ou pedido de
desistência do devedor, que poderá ser apresentado a qualquer tempo e está sempre sujeita à
aprovação pela assembléia geral de credores.

CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA

Dá-se a convolação da recuperação judicial em falência em quatro hipóteses:


a) deliberação dos credores reunidos em assembléia, pelo voto da maioria simples do
plenário, quando a situação de crise econômica, financeira, ou patrimonial da sociedade
devedora é de suma gravidade e que não há sentido em qualquer esforço de reorganização;
b) não – apresentação do plano devedor no prazo, que não pode ser prorrogado;
c) rejeição do plano pela assembléia dos credores;
d) descumprimento do plano de recuperação.

RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Até 2005, a lei brasileira não estimulava soluções de mercado para a recuperação das
empresas em estado crítico. Isso porque sancionava como ato de falência qualquer iniciativa
do devedor no sentido de reunir seus credores para uma renegociação global das dívidas. A
sociedade empresária que se arriscasse a convocar os credores para lhes submeter um plano
qualquer de recuperação podia ter a falência requerida e decretada, frustrando-se assim a
solução de mercado que tentara encaminhar. A lei falimentar atual é mais sensata nesse ponto
e não qualifica irregular a convocação de todos ou parte dos credores para a apresentação de
proposta de renegociação.
Alcançado todos os credores, o instrumento contratual firmado entre eles e a sociedade
devedora já é suficiente para a produção de todos os efeitos pretendidos pela iniciativa de
recuperação. Quer dizer, se a sociedade imagina que pode superar a crise com a dilação dos
prazos de pagamento de determinadas obrigações, procura os credores desta e obtém deles a
concordância para a prorrogação, o instrumento de aditamento ao contrato ou contratos que
formalizar a nova condição de pagamento será suficiente para alcançar o objetivo pretendido.
Em outras palavras, não é necessário aqui que a sociedade requeira a homologação judicial.
As partes se entenderam livremente e compuseram os seus interesses. Se de fato a medida
contratada for eficaz para a recuperação da empresa em crise, não deverá sobrevir a falência
da sociedade empresária que a explora. O requerimento de homologação judicial nesse caso é
facultativo.
Muitas vezes pode ocorrer de a recuperação judicial depender da revisão de
determinados créditos, cujos titulares resistem a qualquer proposta de renegociação. Se esses
credores representam uma minoria do passivo da empresa em crise, não é justo que se frustre
a recuperação pela falta de apoio deles. A recuperação representa a possibilidade de todos os
credores virem a receber seus créditos, em razão do sacrifício que eles ou arte deles
concordam em suportar. Não se justifica o comprometimento dessa possibilidade por força da
negativa de uma parcela minoritária dos credores em aderir ao plano de recuperação. Para
evitá-lo prevê a lei que o plano de recuperação extrajudicial apoiado pela maioria dos credores
atingidos pode ter seus efeitos estendidos aos demais, mesmo contra a vontade destes. Aqui, a
homologação judicial é obrigatória. Adesão de credores titulares de pelo menos 60% do valor
de cada espécie do passivo.
Quando a lei estabelece requisitos para a recuperação extrajudicial,ela está se
referindo apenas ao devedor que pretende, oportunamente, levar o acordo à homologação
judicial. Requisitos o at. 48.
Alguns credores estão preservados da recuperação extrajudicial, mesmo a homologada
judicialmente. São sujeitos que não podem renegociar os créditos que detêm perante a
sociedade empresária por meio da recuperação extrajudicial.
A) trabalhistas
B) tributário – o credor tributário somente mediante lei pode conceder remissão ou
anistia, ou prorrogar o vencimento da obrigação do contribuinte. Princípio da
indisponibilidade do interesse público.Lei específica disciplina o parcelamento
desse crédito , em determinadas condições.

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