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Resumo:
Introdução
A Casa Familiar Rural teve origem na França no ano de 1935, pelo fato de um
rapaz, filho de agricultor, não ter interesse pela escola regular, alguns agricultores
juntamente com o padre da paróquia da comunidade se organizaram e fundaram a Casa
Familiar Rural, com o intuito de oferecer conhecimento elementar (leitura e escrita),
atrelado a vivência do campo. Para dar conta dessa exigência o ensino se constituiu em
períodos na escola e outro na comunidade (família), ou seja, os indivíduos ficavam na
Casa Familiar Rural uma semana no período integral e duas semanas com a família,
onde utilizava o conhecimento adquirido para ajudar na atividade do campo.
Durante duas semanas eles pesquisam com as suas famílias os temas
previstos no Plano de Formação. Em período subseqüente, vão para a
CFR (Casa Familiar Rural) sede- durante uma semana, socializam os
saberes sobre a sua realidade e ampliam o conhecimento técnico-
científico através das Fichas Pedagógicas, visitas técnicas, plano de
estudo, cursos, etc. A finalização de cada alternância é a síntese do
novo conhecimento produzido por todos e o início de outra. São
realizadas 15 alternâncias por turma a cada ano e o curso tem a
duração de três anos. (ALMEIDA, 2006)
É pensando nas questões acima apresentadas que a Casa Familiar Rural Agro
Florestal da cidade de Nilo Peçanha, no Baixo Sul da Bahia, foi implantada. A região
do Baixo Sul tem uma predominância na atividade agrícola, a maioria dos alunos que
frequentam a escola, tem origem rural, no entanto o currículo da escola urbana
desconsidera essa especificidade dos educandos da educação básica. Por isso o interesse
de estar discutindo sobre a educação do campo como uma possibilidade dos alunos não
terem que sair do lugar de origem para estudar e consequentemente afirmar a sua
identidade e profissionalizar-se.
A CFAF na cidade de Nilo Peçanha é voltada para atividade agro florestal, essa
especialização na atividade rural aconteceu em virtude da região atender a essa
demanda, diagnosticada a partir da observação da cultura agrícola local e de entrevista
com os moradores.
A Casa Familiar Rural no Baixo Sul atinge ainda as cidades de Cairu, Igrapíuna e
Tancredo Neves, é financiada pela Fundação Odebrecht e por outras entidades
governamentais como o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da
Bahia (IDES). A iniciativa busca criar um ambiente de reflexões troca de
conhecimentos e aprendizado na área empresarial rural. Para que os jovens e suas
famílias tenham condições de permanecer no lugar de origem e produzir os produtos
agrícolas com qualidade utilizando as mais avançadas técnicas agrícolas atreladas com o
conhecimento que possuem.
O público da CFR de Nilo Peçanha é composto por 32 jovens, sendo 16 mulheres
e 16 homens, entre 16 e 21 anos, que estejam cursando o ensino médio, e os pais
possuam um sítio, ou um terreno produtivo, esse pré- requisito é fundamental, pois os
jovens vão pesquisar, e implementar o conhecimento adquirido na CFR na prática, de
preferência em seu próprio terreno. Isso possibilita o confronto e a comparação da
validade da tecnologia agrícola apreendida com o saber da comunidade, para dessa
forma estar avaliando o papel da CFR na referida localidade. Dessa forma, a proposta é
contribuir para a melhoria das condições técnicas e aumentar a produtividade, além de
organizar, praticar e fortalecer a cooperativa.
Essa é uma das ações que a CFR realiza para ajudar a comunidade a produzir
com qualidade e conseguir escoar a produção com preços satisfatórios, como também
incentivar o trabalho coletivo, através do diálogo e do espírito de solidariedade.
Então a Casa Familiar Rural de Nilo Peçanha, tem atendido dentro da proposta
da Pedagogia da Alternância que segundo (SILVA, 2003) se constitui como:
Considerações finais
A Casa Familiar rural não só qualifica esses jovens para o mercado de trabalho,
mas para viver em sociedade, e respeitar a sua comunidade, os saberes dos seus pais. A
enxergarem que há esperança de melhorias no seu lugar de origem sem que os mesmos,
necessitem procurá-las em outros lugares, e o mais complicado, sem a devida
qualificação. A Casa Familiar forma o jovem para a cidadania e para se notarem
enquanto agentes transformadores.
O que até agora pudemos notar é, que os resultados da instalação dessa instituição
em Nilo Peçanha apresentam retornos significativos. A comunidade aprova e respeita o
trabalho dos monitores, os jovens em sua maioria valorizam a sua formação proveniente
desses espaços, muito mais do que a formação básica mediada pelos espaços formais.
Em virtude disto, é evidente a importância das CFRs em localidades como a
apresentada, pois atua no sentido de levar conhecimento técnico ao campo através da
profissionalização dos futuros multiplicadores desses saberes, e conseguem este feito
através de um currículo flexível e importante para o desenvolvimento da capacidade de
convivência em grupo dessa população, proporcionada pela pedagogia da alternância.
Essa pesquisa não se esgota aqui devido a amplitude e complexidade da discussão e por
entender que necessitamos explicitar a necessidade da Educação do Campo ser discutida
no meio acadêmico e nas comunidades, para que dessa forma seja respeitada e
valorizada na sua diversidade e especificidade, e para que o município e estado
proponham políticas efetivas para a implantação e manutenção da escola no campo.
Referência Bibliográfica
Nota
i
Informação verbal junto monitor W
ii
Informação verbal junto monitor Y
iii
Informação verbal junto monitor W