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As Sociedades Anônimas e Seus Órgãos

Elias Saltoratto
Aluno do 2º ano do curso de Direito da UNESP (Franca –SP)

Resumo: A dinâmica econômica mundial exige empresas cada vez mais


profissionalizadas e voltadas para a satisfação de seus clientes e proprietários.
Nesse contexto as sociedades anônimas, objeto do presente estudo, surgem
como uma das boas possibilidades para o cumprimento desses objetivos.
Caracterizar, do ponto de vista jurídico, as sociedades anônimas como um todo
e especialmente estudar como seus órgãos internos podem colaborar para o a
plena efetivação das metas de resultado econômico, satisfação dos
proprietários (acionistas) e de responsabilidade sócio-ambiental é o que
pretende este trabalho.

Sumário: 1. Sociedades Anônimas: seu histórico. 2.


Caracterização Jurídica. 3. Órgãos das Sociedades Anônimas. 4.
Conclusão. Bibliografia

1. Sociedades Anônimas: histórico e caracterização jurídica

Conforme Ascarelli1 as sociedades anônimas ou companhias tem sua


origem com as companhias colônias, sendo a inicial a Companhia Holandesa
das Índias Orientais, em 1602.

Já na sua origem possuíam as características básicas que hoje


observam-se nas S.A.’s: responsabilidade limitada dos sócios e divisão do
capital em ações. Isso resulta numa possibilidade de participação de vários
sócios cuja figura, individualmente falando, é indiferente à companhia visto que
os títulos representativos da sua propriedade são passíveis de cessão a
terceiros.
Logo após o seu surgimento os títulos passaram a circular rapidamente
impulsionados pelas perspectivas de riquezas que poderiam advir dos negócios
como Extremo Orientes e do Novo Mundo então descoberto.

A disciplina da administração das companhias nessa fase inicial, como


não poderia deixar de ser, não era regulada pelo poder público. Como fruto de
uma nova necessidade econômica, a sociedade com agilidade cria os
instrumentos necessários a sua plena efetivação. Já Estado, necessita de um
tempo de gestação bem maior para verificar como se sedimentou aquela
atividade e só então produzir a regulamentação que considerar necessária.

Desta forma, após sua instituição e mediante à autorização para


funcionamento e regras de relacionamento com o Estado, dentre elas a
possibilidade de exploração do negócio em regime privilegiado, inclusive em
caráter de monopólio, cada companhia tinha seus próprios regulamentos

_____________________________________

1
ASCARELLI, Túllio. Problemas das Sociedades Anônimas e Direito Comparado. 1. ed.
Campinas: Bookseller, 2001. pág. 452

internos a respeito da sua administração (normalmente reservada aos


grandes acionistas2), dos órgãos sociais que a constituiriam, quando à
distribuição do lucros, etc.

A natural evolução da atividade econômica e o concorrente


desenvolvimento das Sociedades Anônimas resultou numa maior
especialização quanto à sua organização interna. A distinção entre acionistas e
órgãos sociais, os conceitos de exercício social e a distribuição periódica de
lucros, o advento das ações ao portador e a melhor conceituação da
responsabilidade limitada e do capital social foram incorporadas à estrutura das
companhias com o passar dos anos.

Já no início do século XIX, através do código Napoleônico, a concessão


individual das cartas de autorização dá lugar a apenas uma autorização
administrativa que estava regulada por uma legislação de caráter geral.
Cumprindo-se as exigências legais, nenhum impedimento seria imposto para a
criação de uma Companhia. Era o fim dos monopólios e o triunfo da livre
concorrência.

A partir de então, após a implementação desse conceito por toda Europa


e América Latina, houve um grande avanço no que diz respeito ao número de
empresas criadas nessa sistemática sendo, então, o modelo adotado como
típico das grandes empresas, sem, contudo, sua exclusão para as médias e
como meio de transformação dos pequenos negócios individuais em familiares
ou sociais. Segundo Ascarelli3:

“De instrumento jurídico “excepcional”, a sociedade anônima passou a constituir um


forma jurídica “normal” da empresa econômica e a sua adoção se espalhou pari passu
com a industrialização dos vários países.”

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2
ASCARELLI, Túllio. ob. cit. pág. 455

3
ASCARELLI, Túllio. ob. cit. pág. 459

Desta forma o surgimento e a evolução das sociedades anônimas


acompanhou o desenvolvimento econômico mundial. Foi fator primordial para a
exploração econômica dos novos recursos advindos do comércio marítimo com
o extremo oriente e do descobrimento da América.

O caráter dinâmico da transferência da propriedade e a responsabilidade


limitada dos sócios (a grande maioria alijados das decisões estratégicas da
empresa) foram fatores que, sem dúvida contribuíram para a plena aceitação
pela sociedade e pelo Estado do modelo de sociedade anônima.

Nos dias atuais tal modelo continua a evoluir sendo responsável por
significativa parcela da economia mundial. Os grandes conglomerados
mundiais tem por padrão o formato de Sociedades Anônimas.
2. Caracterização Jurídica

Juridicamente as Sociedades Anônimas são regidas pela Lei no 6.404,


de 15 de dezembro de 1976 (LSA). A mesma sofreu alterações originadas da
Lei nº 10.303, de de 2001.

Pela definição legal Sociedades Anônimas (ou companhias) são aquelas


cujo capital é dividido em ações sendo que a responsabilidade dos sócios
(mínimo de 2) ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas. Não importando qual seja o objeto da sociedade, será
ela sempre considerada “mercantil”. Não há a possibilidade de finalidade “civil”.

Conforme Hentz4 “São consideradas sociedades institucionais ou normativas,


diferenciando-se das sociedades contratuais, pois nenhum contrato liga os sócios entre
si.” O que une os sócios são as quotas que possuem da sociedade.

Suas quotas de capital chamadas de “ações” podem ser ou não


negociadas no mercado de valores mobiliários (bolsa de ações) e essa
negociação deverá seguir a regulamentação estabelecida pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) entidade autárquica ligada ao Ministério da Fazenda.
No primeiro caso são chamadas de companhias “abertas” e no segundo de
“fechadas”. Seu capital social poderá ser formado por dinheiro ou bens em
qualquer espécie deste que passíveis de avaliação monetária.

As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a


seus titulares, são chamadas de “ordinárias”, “preferenciais”, ou de “fruição”.
As ordinárias são aquelas com direito à voto nas deliberações da companhia.
Preferências são aquelas que conferem a seus proprietários vantagens como
a prioridade na distribuição de dividendos, ou garantia de uma remuneração

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4
HENTZ, Luiz Antonio Soares. Direito comercial Atual: de acordo com a teoria da empresa.
3.ed. São Paulo: Saraiva, 2000. pág. 143
fixa pelo capital investido ou um dividendo mínimo e/ou prioridade no
reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. As de fruição são ações de
posse e propriedade dos fundadores da companhia, já amortizadas, onde o
titular recebeu, antecipadamente, o valor contábil que elas representam. Não
são objeto de negociação.

A partir da Lei 8.021/90 que alterou o artigo 20 da LSA não é mais


permitida a emissão de ações “ao portador” sendo obrigatório a emissão de
títulos “nominativos”. Esse fato contudo não obsta a livre negociação pois os
títulos continuam sendo endossáveis.

Uma Sociedade anônima constitui-se através de uma assembléia de


constituição que deverá em primeira convocação ter a presença de
subscritores que representem, no mínimo, metade do capital social, e, em
segunda convocação, com qualquer número.

Essa assembléia será presidida por um dos fundadores e secretariada


por um subscritor. Verificando-se que foram observadas as formalidades legais
e não havendo oposição de subscritores que representem mais da metade do
capital social, o presidente declarará constituída a companhia, procedendo-se,
a seguir, à eleição dos administradores e fiscais. A ata da reunião será registra
no Registro Público das Empresas Mercantis do local da sua sede.

Aos acionistas são garantidos direitos que nem o estatuto social nem a
assembléia-geral poderão privar. São eles: participar dos lucros sociais,
participar do acervo da companhia, em caso de liquidação, fiscalizar, na forma
prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais, direito de preferência para a
subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures
conversíveis em ações e bônus de subscrição e retirar-se da sociedade nos
casos previstos em Lei.

A cada ação ordinária corresponde um voto nas deliberações da


assembléia-geral. O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos
de cada acionista. As Ações Preferenciais podem ser privadas alguns dos
direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto.

O acionista controlador é a pessoa, natural ou jurídica, que detém a


maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia e usa efetivamente seu poder para
dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da
companhia. Para tanto deve usar o poder com o fim de fazer a companhia
realizar o seu objeto e cumprir sua função social, tendo deveres e
responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, bem como com
os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua.

3. Órgãos das Sociedades Anônimas


São órgãos das Sociedades Anônimas: a Assembléia Geral Ordinária,
a Assembléia Geral Extraordinária, as Assembléias Especiais (de Acionistas
Preferenciais, de Portadores, de Partes Beneficiárias, de Debenturistas), o
Conselho de administração, A Diretoria (e os Administradores), o Conselho
Fiscal e os Órgão Técnicos ou Consultivos (quando existirem).

3.1 Assembléia Geral Ordinária (AGO)

A assembléia-geral é ordinária quando tem por objeto tomar as contas


dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras,
deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de
dividendos, eleger os administradores e os membros do conselho fiscal,
quando for o caso, aprovar a correção da expressão monetária do capital social

Deverá ocorrer anualmente, nos 4 primeiros meses seguintes ao


término do exercício social. Para tanto os administradores devem comunicar,
até 1 mês antes da data marcada para a realização da assembléia, por
anúncios, que se acham à disposição dos acionistas o relatório da
administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do
exercício a ser analisado, cópia das demonstrações financeiras, parecer dos
auditores independentes (se houver) e parecer do conselho fiscal, inclusive
votos dissidentes, se houver e demais documentos pertinentes a assuntos
incluídos na ordem do dia.

3.2 Assembléia Geral Extraordinária (AGE)

A assembléia será extraordinária nos casos não elencados no item


anterior. Pode inclusive tratar da reforma do estatuto. Nesse caso somente se
instalará em primeira convocação com a presença de acionistas que
representem dois terços, no mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá
instalar-se em segunda convocação com qualquer número.
É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no
mínimo, das ações com direito a voto (ou número maior se for exigido pelo
estatuto) cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no
mercado de balcão, para: deliberação sobre criação de ações preferenciais ou
aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção
com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto, alteração nas preferências, vantagens e condições
de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou
criação de nova classe mais favorecida, redução do dividendo obrigatório,
fusão da companhia, ou sua incorporação em outra, participação em grupo de
sociedades, mudança do objeto da companhia, cessação do estado de
liquidação da companhia, criação de partes beneficiárias, cisão e dissolução da
companhia.

3.3 Assembléias Especiais

São assembléias que tratam de assuntos pertinentes a determinados


grupos de acionistas. São elas: Assembléias Especiais de Acionistas
Preferenciais, de Portadores, de Partes Beneficiárias e de Debenturistas.

Como modelo descreve-se a Assembléia de Debenturistas:

3.3.1 Assembléia de Debenturistas

Os titulares de debêntures (mesma emissão ou série) podem, a


qualquer tempo, reunir-se em assembléia a fim de deliberar sobre matéria de
seu interesse. A cada debênture corresponderá um voto. A convocação será
feita pelo agente fiduciário, pela companhia emissora, por debenturistas que
representem no mínimo 10% dos títulos em circulação, e pela CVM.

Seguirá os princípios relacionados assembléia-geral e se instalará, em


primeira convocação, com a presença de debenturistas que representem
metade, no mínimo, das debêntures em circulação, e, em segunda
convocação, com qualquer número. Deverá o agente fiduciário comparecer à
assembléia e prestar aos debenturistas as informações que lhe forem
solicitadas.

3.4 Conselho de Administração

As sociedades anônimas podem ser administradas pelo conselho de


administração e pela diretoria, ou somente à diretoria conforme dispuser o seu
estatuto.

O conselho de administração, obrigatório nas companhias abertas e as de


capital autorizado, é um órgão de deliberação colegiada, sendo a
representação da companhia privativa dos diretores. Suas atribuições legais
(bem como as da diretoria) não podem ser outorgados a outro órgão, criado por
lei ou pelo estatuto.

Será composto por, no mínimo, 3 membros, eleitos pela assembléia-


geral e por ela destituíveis a qualquer tempo. O estatuto deverá estabelecer e o
processo de escolha e substituição do presidente do conselho pela assembléia
ou pelo próprio conselho, o modo de substituição dos conselheiros, o prazo de
gestão (não superior a 3 anos, permitida a reeleição), normas sobre
convocação, instalação e funcionamento do conselho, que deliberará por
maioria de votos. O estatuto poderá, ainda, prever a participação no conselho
de representantes dos empregados.

O conselho de administração tem competência para fixar a orientação


geral dos negócios da companhia, eleger e destituir os diretores da companhia
e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto,
fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis
da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de
celebração, e quaisquer outros atos, convocar a assembléia-geral quando
julgar conveniente (ou quando da definição da data da AGO), manifestar-se
sobre o relatório da administração e as contas da diretoria, manifestar-se
previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir,
deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de
bônus de subscrição, autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a
alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e a
prestação de garantias a obrigações de terceiros, escolher e destituir os
auditores independentes, se houver.

3.5 Diretoria

A Diretoria será composta por dois ou mais diretores, eleitos e


destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se
inexistente, pela assembléia-geral. É segundo Hentz5: “... um órgão executivo
do objeto social e representante da sociedade”.

Caberá ao estatuto estabelecer o número de diretores, ou o máximo e


o mínimo permitidos, o modo de sua substituição, o prazo de gestão, que não
será superior a três anos, permitida a reeleição,as atribuições e poderes de
cada diretor. Até um terço dos membros do conselho de administração poderão
ser eleitos para cargos de diretoria.

Caso o estatuto não preveja o contrário e inexistindo deliberação do


conselho de administração restringindo-lhes a competência, competirá a
qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos
necessários ao seu funcionamento regular. O estatuto, ainda, poderá prever
quais assuntos deverão ser tratados via colegiado dos diretores.

Poderão os diretores constituir mandatários da companhia, devendo ser


especificados no instrumento os atos ou operações que poderão praticar e a

_______________________________

5
Hentz, L. A. S. ob. cit. Pág. 156
duração do mandato.

A administração da Companhia pela Diretoria (realizada juntamente com


os administradores) deverá seguir alguns princípios tais como o dever de
diligência, o de buscar os objetivos da empresa, de lealdade, o de não
participar de operações que envolvam conflitos de interesse pessoal com os
da companhia, o de informar, no caso de capital aberto, as quantidades de
títulos e de direitos eles relativos à companhia e às empresas coligadas.

Os Diretores e Administradores não são pessoalmente responsáveis


pelas obrigações que contraírem em nome da sociedade e em virtude de ato
regular de gestão. No entanto, responderão civilmente, pelos prejuízos que
causarem agindo com culpa ou dolo ou em desacordo com a lei ou do estatuto.

4.6 Conselho Fiscal

As Sociedades Anônimas deverão possuir um conselho fiscal que terá


no estatuto suas bases de funcionamento. Será composto de, no mínimo, 3 e,
no máximo, 5 membros (e suplentes em igual número), acionistas ou não,
eleitos pela assembléia-geral. Suas funções são indelegáveis.

Sua constituição deverá observar algumas exigências como a presença


de um membro (e seu suplente) eleito pelos dos titulares de ações
preferenciais sem direito a voto (ou com voto restritoe outro dos acionistas
minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% ou mais das ações
com direito a voto. Os demais acionistas com direito a voto poderão eleger os
membros efetivos (e suplentes) que, em qualquer caso, serão em número igual
ao dos eleitos pelos titulares de ações preferências e dos minoritários já
abordados.

Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais,


residentes no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham
exercido por prazo mínimo de 3 anos, cargo de administrador de empresa ou
de conselheiro fiscal (caso não existam pessoas suficientes no local para o seu
exercício poderá o juiz dispensar esse requisito)

Não podem ser eleitos para o conselho fiscal, além das pessoas
enumeradas nos parágrafos do artigo 147 da LSA, os membros de órgãos de
administração e empregados da companhia ou de sociedade controlada ou do
mesmo grupo, e o cônjuge ou parente, até terceiro grau, de administrador da
companhia.

Os membros do conselho fiscal terão sua remuneração (além das


despesas de locomoção e estada que serão obrigatoriamente cobertas)
estabelecida pela assembléia geral não podendo ser inferior a dez por cento da
que, em média, for atribuída a cada diretor, não computados benefícios, verbas
de representação e participação nos lucros.

Ao conselho fiscal cabe fiscalizar, por intermédio de qualquer de seus


membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus
deveres legais e estatutários; opinar sobre o relatório anual da administração;
opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, relativas a
modificações patrimoniais; denunciar, aos órgãos de administração e, se estes
não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem,
sugerindo providências; convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos
da administração retardarem por mais de um mês essa convocação, e a
extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes; analisar, ao
menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras
elaboradas periodicamente pela companhia; examinar as demonstrações
financeiras do exercício social e sobre elas opinar e, finalmente, exercer
essas atribuições durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais
que a regulam.
4. Conclusão

De todo o exposto não se torna difícil a percepção de que, desde a sua


remota origem, as Companhias ou Sociedades Anônimas representaram e
representam o formato típico das grandes corporações. Isso não quer dizer que
as pequenas e médias empresas não possam adotar o modelo. Acontece que,
talvez pela legislação extremamente rígida com relação à diversas
formalidades e exigências e pela existência de órgãos de controle atuantes (no
Brasil, leia-se CVM), aqueles que não representam os grandes capitais
prefiram constituir suas empresas de maneira diversa. Para os “grandes”
representa a ferramenta ideal de alavancagem de negócios através da
captação de recursos sem as desvantagens de que admissão e retiradas
constantes de sócios acarretariam. Juridicamente as Sociedades Anônimas
estão muito bem consolidadas. Desde o seu surgimento, preocupou-se o
Estado em, pelo menos genericamente, regular seu funcionamento. A evolução
história de seu ordenamento jurídico resultou, como vemos hoje, numa classe
de empresas que, representada pelos seus diversos órgãos, serve de
paradigma para os legisladores, tamanha são as minúcias de sua
regulamentação. Tais minúcias, entretanto, nunca impediram o
desenvolvimento das Companhias. Poderá ser este o caminho, o da
regulamentação ao extremo, o mais eficaz para se chegar ao pleno
desenvolvimento econômico?
Bibliografia

ASCARELLI, Túllio. Problemas das Sociedades Anônimas e Direito


Comparado. 1. ed. Campinas: Bookseller, 2001.

HENTZ, Luiz Antonio Soares. Direito comercial Atual: de acordo com a teoria
da empresa. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

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