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Direito Público e Privado - UVB

Aula 04
Particularidades da Lei no Tempo
e no Espaço
Objetivos da aula:

• Trabalhar os conceitos: promulgação, publicação, vigência


e revogação da lei;
• Identificar o critério de aplicação espacial ou territorial da
lei;
• Levar o aluno a refletir sobre a questão do tempo: passado,
presente e futuro;
• Chamar a atenção do aluno para o fato natural de um ato
no presente, apresentar conseqüência futura, e poder, até
mesmo, só se concretizar no futuro;
• Levar o aluno a perceber que no desenvolver do ato poderá
haver modificação de lei, devido ao dinamismo do Direito,
colocado na primeira aula;
• Capacitar o aluno a identificar as particularidades que
definem qual a lei que será aplicada ao ato.

Vamos estudar o espaço ou local, ou ainda, o território em que uma lei


é aplicada e assim entender que, embora exista a chamada soberania
de um Estado, por vezes este Estado aplica em seu território lei de
outro país, ou ainda, a lei de nosso país é aplicada em outro, sem que
isto diminua a soberania de ambos.

O tempo também será objeto de nosso estudo. Vamos perceber que a


passagem do tempo também afeta o mundo jurídico e os negócios.

Já sabemos que o direito é dinâmico e que novas leis surgem. Pois

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bem, vamos constatar que um ato jurídico pode iniciar-se em um


determinado espaço de tempo, perdurar e concretizar conseqüências
no futuro.

O ordenamento jurídico determina critérios para aplicação da lei


considerando esses dois fatores, critérios esses absolutamente
necessários para a segurança social e econômica.

Vamos entender esses critérios e responder às perguntas lançadas


na aula web, para isso, vamos iniciar nossa aula com a definição de
alguns conceitos importantes em relação a este tema.

Definições Iniciais
1. Promulgar

Ato pelo qual o chefe do Executivo reconhece que uma norma jurídica
existe e que a mesma foi elaborada de acordo com as formalidades
cabíveis.

Uma série de formalidades são observadas para elaboração de uma


lei. Uma vez cumpridas, essa lei irá para a apreciação do Executivo,
que poderá vetá-la ou aceitá-la.

Ao aceitá-la, o Executivo estará reconhecendo o cumprimento das


formalidades legais; irá então promulgá-la.

A promulgação, de uma certa maneira, atesta a existência formal da


lei.
É o momento em que, formalmente, a lei surge.

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2. Publicar

Tornar pública a lei, após a promulgação. A norma deverá ser publicada


no Diário Oficial.

A publicação é ato absolutamente essencial para tornar pública a


existência de uma nova lei.

Após a publicação, em tese, esta lei pertence ao domínio público,


ou seja, todos têm condições de tomarem ciência desta lei e de seu
conteúdo.

Outra função importantíssima da publicação é a data de vigência


desta lei.

Na própria publicação será determinada a vigência da lei.

3. Vigência

A vigência é a existência social e jurídica da norma. Entrou em vigor,


deve ser obedecida ou aplicada.

A vigência é o que vincula todos à lei; ela não só existe formalmente


como deve ser aplicada a todo caso concreto que se enquadre na
situação ali tratada.

Dizer que uma determinada lei está em vigência ou entrou em vigor


significa dizer que essa lei deve, obrigatoriamente, ser respeitada.
Significa que aqueles que não a observarem estarão sujeitos às
penalidades previstas.

A vigência, portanto, está relacionada com o tempo. Na publicação,


verificamos quando aquela lei será considerada obrigatória ou quando
aquela lei entrará em vigor.

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Vale aqui a observação de que, em geral, a data em que passará a


viger coincide com a data de sua publicação.

4. Revogação
Em sentido genérico, é um ato que invalida ou torna sem efeito um
ato anterior.

Uma determinação a ser cumprida dentro da empresa, por exemplo,


pode, posteriormente, ser revogada por outra pessoa ou pela própria
pessoa que havia determinado o ato.

A revogação da lei retira sua vigência ou eficácia, portanto não deve


mais ser aplicada. Aquela determinação não está mais revestida de
obrigatoriedade a partir da data de revogação.

Dizer que uma lei foi revogada significa dizer que ela não está mais
em vigor e que não precisa mais ser obedecida. Significa que aquela
lei, da forma em que estava redigida, não encontra mais necessidade
ou aplicação prática.

A Lei e o Tempo
A lei civil, assim como toda lei em geral, não tem retroatividade, ou
seja, não age para o passado.

A regra geral é que a lei não será aplicada a situações ou a casos


concretos que aconteceram antes da data de sua vigência, portanto
a lei é criada para o futuro, não sendo o ideal jurídico que a mesma
alcance fatos do passado.

Toda lei em geral é irretroativa.

Nas situações de natureza privada, em geral, existem dois particulares,

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cada qual pretendendo buscar e preservar seu próprio patrimônio


e interesse. E justamente por tratar-se de natureza privada, as
pessoas gozam de muita liberdade, podendo fazer ajustes e firmar
compromissos hoje, que só terão início no futuro.

Vejamos o Exemplo da Aula Web:

Contrato, com validade de 12 meses, celebrado sob a vigência de


uma lei, é surpreendido com a modificação ou revogação desta lei no
sexto mês.

E se a nova lei for mais benéfica? Deverá ser aplicada a este contrato,
a partir do sexto mês, a lei nova ou a lei antiga?

Estamos, portanto, diante de uma situação bastante comum nas


relações sociais e nos negócios, qual seja:

Contrato celebrado em um determinado espaço de tempo, sob a


égide de uma lei, mas que terá efeito no futuro é surpreendido por
nova lei que revoga a anterior. Esta nova lei trata de maneira diferente
da anterior o efeito previsto, desejado e tratado no contrato.

Esta nova lei deve, então, retroagir e ser aplicada ao contrato


anteriormente celebrado?

Como vimos a regra é a irretroatividade, porém, excepcionalmente, a lei


poderá retroagir; ou seja, ser aplicada a atos que se efetivaram no passado
e continuam no futuro. Vale repetir a reflexão proposta na aula web:

Será que não ficaríamos todos inseguros se soubéssemos que:

“Um determinado negócio ou contrato fechado no mês de setembro


de 2004, com aplicação de determinada lei que está em vigor, para
ser cumprido em dois anos, poderia ser atingido por uma nova lei no
futuro?”

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No nosso sistema, não existe uma proibição direta em relação a


existência de leis retroativas, o que existe é um limite ou critério
que, obrigatoriamente, deve ser observado para que uma lei possa
retroagir, ainda que as partes reconheçam que a nova lei é mais
interessante.

Uma nova lei poderá retroagir desde que respeite:

• Ato jurídico perfeito;


• Direito adquirido;
• Coisa julgada;

Cabe, neste momento, o entendimento dessas três figuras jurídicas,


que são as responsáveis pela nossa segurança social e econômica.

O nosso sistema não flexiona a observação jurídica desses preceitos,


sob pena de se instaurar, não só uma insegurança generalizada, bem
como também paralisação de negócios e descrédito total das próprias
leis.

Ato Jurídico Perfeito


Entendemos por ato jurídico perfeito aquele que teve seu início
e já está consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
consumou.

Uma situação concluída, assinatura de contrato, por exemplo, sob


a égide ou vigência de uma lei civil, mesmo que venha a produzir
efeitos no futuro, constitui ato jurídico perfeito, cuja nova lei posterior
não pode retirar.

Esta é uma garantia vital para todos.

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Todo contrato legalmente celebrado deverá ser cumprido em todos


os direitos e obrigações que preconiza, da maneira que as partes
trataram e acertaram. Ora, se o futuro é incerto, acenando com a
possibilidade de modificação da lei, o sistema jurídico deve fornecer
a devida segurança e estabilidade para a manifestação de vontade
existente no contrato celebrado.

Nem mesmo o Estado pode pretender retroagir os efeitos de uma


nova lei para atingir situações definitivamente constituídas.

Direito Adquirido
Considera-se direito adquirido os direitos que o titular ou alguém
em nome dele possa exercer. Incluem-se aqueles cujo começo não
seja imediato, mas tenha data pré-fixada, ou ainda, condição pré-
estabelecida inalterável.

Aquele contrato devidamente assinado e regulamentado, o nosso ato


jurídico perfeito, gerou para as partes direito adquirido de aplicação
da norma que direcionou a formação do contrato.

Não pode um dos contratantes invocar a aplicação de uma lei


posterior, sob o argumento de ser-lhe mais benéfica ou interessante.
Tudo o quanto tratado no contrato é direito adquirido para as partes.

No Direito de família, por exemplo, os direitos de natureza alimentar


e sucessória da(o) convivente somente foram reconhecidos a partir
de 1994.

Assim, as uniões estáveis, extintas antes do advento dessa lei, não


foram atingidas por seus efeitos, razão pela qual a(o) companheira(o)
não poderá invocar a proteção legal, ainda que terminada um dia
antes da entrada da lei em vigor, sob pena de violar o direito adquirido
da outra parte, qual seja, o de não prestar alimentos.

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A nova lei pode ser mais benéfica para uma das partes, porém se
retroagir irá ferir o direito adquirido da outra parte.

Coisa julgada
Chama-se coisa julgada, ou caso julgado, a decisão judicial de que já
não caiba recurso.

Reveste-se tal preceito de importante valor da atuação do próprio


judiciário como instrumento pacificador de interesses divergentes e
solucionador de conflitos. Todo caso concreto, levado à apreciação do
judiciário através de um processo, será julgado.

Ë da natureza humana a inconformidade com a perda, bem como


também é da natureza humana a possibilidade de erro. Desta forma,
existem os recursos cabíveis para que uma decisão seja revista por
outro órgão julgador e, se cabível, a decisão é modificada, total ou
parcialmente.

Naturalmente que uma decisão, ao ser modificada, também modificará


o sujeito vencedor em seu interesse e o sujeito perdedor.

O ordenamento jurídico, através de norma pública processual,


(lembram-se da segunda aula?), determina qual o limite ou recursos
que poderão ser aplicados ao caso.

Em um determinado momento, atingido o limite legal, a decisão não


poderá mais ser modificada, devendo ser executada em todos os
efeitos previstos. Desta forma, a parte vencedora tem plena segurança
que seu direito não será mais modificado, nem mesmo por outro
processo.

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Vale a observação que o respeito ao ato jurídico perfeito, ao direito


adquirido e à coisa julgada é imposição constitucional, explícita no
artigo 5, inciso XXXVI. (Na aula web n. 2 existe link para leitura do
artigo 5....mas você já leu, não é mesmo?)

Portanto, aquele nosso contrato firmado e surpreendido por nova lei, que
trata de maneira diversa o quanto ali acordado, está seguro e garantido.

A nova lei só será aplicada aos novos contratos.

A Lei e o Espaço
Outra problemática é saber se a lei de um país pode ter eficácia, ou
seja, surtir efeitos fora de seu território.

O Estado politicamente organizado tem, sobre o seu território e sobre


os seus habitantes, um poder que não conhece outro maior, chamado
soberania.

Vale aqui lembrar a definição tradicional de Estado: reunião dos


elementos: povo, governo e território.

A soberania traduz-se, dentre vários aspectos, pela não eficácia de


norma de outro Estado em seu território e pela obrigatoriedade de
suas normas no seu território. A simples limitação física do território é
insuficiente para abranger todas as relações jurídicas possíveis em um
mundo em constante interação.

A realidade do cosmopolitismo e mobilidade dos homens foram


fatores determinantes para que os Estados adotassem posição menos
rígida; em outras palavras, surgiu a conveniência de se permitir em
certas circunstâncias que a lei de um Estado soberano fosse aplicada
no território de outro Estado também soberano.

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Esta transigência não diminui ou ofende a soberania desses Estados,


por se tratar de transigência recíproca e por se efetuar com base
em critérios estabelecidos pelos próprios Estados envolvidos, com
aplicação de princípios e de convenções internacionais.

Critérios de Aplicação Espacial de Norma


1. Critério para questões envolvendo direitos da
personalidade e direitos de família
São questões de direitos da personalidade, aquelas que tratam de
direitos que toda pessoa possui, pelo simples e indiscutível fato de
ser pessoa humana. São aqueles direitos que não se separam da
pessoa, são inerentes à pessoa humana, ligados a ela perpétua e
permanentemente.

São eles, os direitos:


• À vida;
• À liberdade física ou intelectual;
• Ào nome;
• Ao corpo;
• À imagem;
• À honra.

São questões de direitos de família as que se ocupam de


regras para realização de casamento, dissolução do casamento,
restauração do casamento, guarda de filhos, arbitramento de
pensão, etc.

Para estes “direitos”, o critério adotado é o do domicílio da pessoa


envolvida. Ou seja, busca-se resolver os conflitos com a aplicação da
norma do país onde a pessoa fixou-se, onde está vivendo e tem como
referência.

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2. Critério para Questões Envolvendo Bens e Patrimônio

É possível que surja um conflito envolvendo um bem e pessoas que


estejam em diferentes Estados. Todos os conflitos que tenham como
centro um bem ou um patrimônio serão resolvidos com a aplicação
da lei do país onde está localizado o bem.

Assim, no exemplo da aula web:

Uma pessoa, estando no país “A”, vende uma propriedade que está
localizada no país “B”.

Posteriormente, surge um conflito em relação a este contrato de


compra e venda. Para solução deste conflito, será aplicada a norma
em vigor no país “B”.

3. Critério para questões Envolvendo obrigações

A mobilidade das pessoas permite que as mesmas travem relações,


não somente no plano pessoal, mas naturalmente também no plano
obrigacional. Contratos podem ser firmados para cumprimento de
obrigação em mais de um território.

Nestas situações, para administrar essas obrigações e solucionar


conflitos que possam advir, deverá ser aplicada a lei do país onde foi
constituída a obrigação. Vale dizer que, em relação às obrigações que
foram celebradas no estrangeiro, não será aplicada a lei brasileira e
sim a do país onde foi celebrado o contrato.

Deve-se ainda observar que será considerado local de celebração para


aplicação deste critério o local em que reside o proponente, aquele
que figura como oferecedor da proposta.

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Verifiquemos outro exemplo da aula web:

Pessoa que reside em um país, que vem a falecer nesse país e que
deixou bens em outro País.

O critério nacional para solução em caso de sucessão por morte é a


aplicação da lei onde estava domiciliada a pessoa que faleceu, ou “de
cujus”. Assim, se um brasileiro morre quando domiciliado na Itália, a
lei brasileira manda aplicar a lei italiana.

O mesmo ocorre para verificar-se se o herdeiro pode herdar


diretamente. Para essa verificação aplica-se a lei do país onde o
herdeiro tem domicílio.

Por fim vale comentar situação empresarial quotidiana.

Situação Empresarial Quotidiana


Empresa estrangeira presente no Brasil deve também obedecer à lei
do Estado em que se constituíram.

Após a constituição em seu país de origem, poderá ter no Brasil filiais,


agências ou estabelecimentos; para tal, deverá submeter seus atos
constitutivos à aprovação do governo brasileiro.

Estas sucursais, agências ou filiais estarão submetidas à lei nacional.

Fornecemos aqui um panorama bastante generalista, com critérios


simples e básicos, assim como toda relação humana. São múltiplas
as possibilidades, outros critérios mais específicos existem e são
negociados caso a caso.

Vários critérios abrem-se para o legislador quando se trata de


determinar qual a lei aplicável às relações jurídicas.

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Esses problemas de aplicação da norma no espaço são estudados no


Direito Internacional Privado.

Com esta aula, percebemos que não se trata somente de abstração


ou imagem poética a questão de relacionamentos entre pessoas de
diferentes locais.

Praticamente tudo o que acontece no “mundo real” tem um impacto


no “mundo jurídico”.

O nosso objetivo foi o de fornecer uma visão ampla desta questão de


lei, território e tempo. Apontar as particularidades que envolvem uma
lei no momento de ser “utilizada” na prática e dar-lhe condições de
identificá-las e pensar a respeito dessa problemática no seu universo
pessoal e profissional.

Estou aguardando sua sugestão de tema para o nosso Fórum. A sua


participação é muito importante, pois assim podemos todos discutir
um tema que seja de interesse da maioria.

Referências Bibliográficas
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil – parte geral. São
Paulo: Editora Saraiva, 2002.

GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. Rio de Janeiro: Editora


Forense, 2002.

MARTINS, Ives Gandra; PASSOS, Fernando e colaboradores. Manual de


Iniciação ao Direito. São Paulo: Pioneira, 1999.

RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, parte geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2003.

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WALD, Arnoldo. Direito Civil – parte geral. São Paulo: Editora Saraiva,
2002.

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