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o 158 — 11 de Julho de 2003

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, uma área de 40,8250 ha, ficando a mesma com uma
DESENVOLVIMENTO RURAL E PESCAS área total de 345,4014 ha, conforme plana anexa à pre-
sente portaria e que dela faz parte integrante.
2.o A presente anexação só produz efeitos, relativa-
Portaria n.o 553/2003 mente a terceiros, com a instalação da respectiva
sinalização.
de 11 de Julho
3.o A sinalização dos terrenos agora anexados deve
A Portaria n.o 142/2003, de 10 de Fevereiro, que esta- obedecer ao disposto nas alíneas d) do n.o 2.o e b) do
beleceu medidas fitossanitárias temporárias de emer- n.o 3.o e nos n.os 4.o a 7.o da Portaria n.o 1103/2000,
gência destinadas a impedir a introdução e a dispersão de 23 de Novembro, e ainda no n.o 8.o da Portaria
da bactéria de quarentena Clavibacter michiganensis n.o 1391/2002, de 25 de Outubro.
(Smith) Davis et al. ssp. sepedonicus (Spieckermann et Pelo Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural
Kotthoff) Davis et al. no território nacional relativas e Pescas, Fernando António de Miranda Guedes Bianchi
a batata-semente originária da Dinamarca. de Aguiar, Secretário de Estado do Desenvolvimento
Tendo em conta que essas medidas, estabelecidas com Rural, em 24 de Junho de 2003.
carácter temporário, tinham em vista a defesa fitossa-
nitária do País, garantindo que durante o período de
plantação de batata pudesse ser utilizada batata-semente
dinamarquesa devidamente rastreada em relação à refe-
rida bactéria, e que, em consequência, o resultado das
inspecções fitossanitárias, bem como dos testes labo-
ratoriais efectuados durante aquele período, não revelou
a presença ou suspeitas da presença daquela bactéria,
torna-se desnecessário manter tais medidas em vigor,
uma vez ultrapassado o risco da sua introdução no ter-
ritório nacional, na presente campanha, pelo que
importa proceder à revogação da citada portaria.
Assim:
Nos termos do n.o 2 do artigo 1.o do Decreto-Lei
n.o 14/99, de 12 de Janeiro, na redacção que lhe foi
dada pelos Decretos-Leis n.os 517/99, de 4 de Dezembro,
63/2000, de 19 de Abril, 160/2000, de 27 de Julho,
269/2001, de 6 de Outubro, e 172/2002, de 25 de Julho:
Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas, o seguinte:
1.o É revogada a Portaria n.o 142/2003, de 10 de
Fevereiro.
2.o A presente portaria entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação.
Pelo Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural
e Pescas, Fernando António de Miranda Guedes Bianchi
de Aguiar, Secretário de Estado do Desenvolvimento
Rural, em 23 de Junho de 2003. MINISTÉRIO DA SAÚDE

Portaria n.o 554/2003 Portaria n.o 555/2003


de 11 de Julho de 11 de Julho

Pela Portaria n.o 302/2002, de 19 de Março, foi con- Considerando que o Regulamento dos Internatos
cessionada ao Clube de Caçadores Fernandense a zona Complementares estabelece a obrigatoriedade de revi-
de caça associativa do Montinho do Lobo (processo são quinquenal dos programas de formação das espe-
n.o 2790-DGF), situada na freguesia de Gomes Aires, cialidades médicas;
município de Almodôvar, com uma área de 304,5764 ha. Atendendo às alterações preconizadas pela União
A concessionária requereu agora a anexação à refe- Europeia para a duração mínima da especialidade de
rida zona de caça de um prédio rústico com uma área Saúde Pública;
de 40,8250 ha. Sob proposta do Conselho Nacional dos Internatos
Assim: Médicos e da Ordem dos Médicos:
Com fundamento no disposto no artigo 12.o, alínea a), Ao abrigo do disposto nos artigos 7.o e 8.o do Decre-
e no n.o 1 do artigo 36.o do Decreto-Lei n.o 227-B/2000, to-Lei n.o 128/92, de 4 de Julho, bem como nos arti-
de 15 de Setembro, com as alterações introduzidas pelo gos 23.o, 24.o e 25.o do Regulamento dos Internatos
Decreto-Lei n.o 338/2001, de 26 de Dezembro, e ouvido Complementares, aprovado pela Portaria n.o 695/95, de
o Conselho Cinegético Municipal: 30 de Junho:
Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura, Manda o Governo, pelo Ministro da Saúde, o
Desenvolvimento Rural e Pescas, o seguinte: seguinte:
1.o É anexado à zona de caça associativa criada pela 1.o São aprovados os Programas de Formação do Inter-
Portaria n.o 302/2002, de 19 de Março, o prédio rústico, nato Complementar das Áreas Profissionais Médicas de
situado na freguesia e município de Almodôvar, com Anatomia Patológica, Cardiologia Pediátrica, Cirurgia
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Geral, Medicina Nuclear, Nefrologia e Saúde Pública, e) Aparelho Genital Feminino, incluindo a Mama;
anexos a esta portaria e que dela são parte integrante. f) Citologia Exfoliativa Ginecológica e não Gine-
2.o A aplicação e desenvolvimento dos Programas cológica;
compete aos órgãos e agentes responsáveis pela for-
mação nos internatos, devendo assegurar a maior uni- 3.1.3.3 — 3.o ano:
formidade a nível nacional.
a) Patologia Sistémica II: Aparelho Urinário e
Pelo Ministro da Saúde, Adão José Fonseca Silva, Genital Masculino; Pele e Anexos Cutâneos;
Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Tecidos Moles, Ossos e Articulações; Tireóide;
em 11 de Junho de 2003. Patologia da Gestação;
b) Citologia Ginecológica e não Ginecológica;
Programa de Formação do Internato Complementar da Área c) Exames Intra-Operatórios;
Profissional Médica de Anatomia Patológica
3.1.3.4 — 4.o ano:
1 — Duração do internato — 60 meses.
2 — Estrutura: a) Patologia Sistémica III: Hematopatologia; Cabeça
2.1 — As vertentes básicas de formação, que, como e Pescoço; Hepatologia; Nefrologia; Sistema
tal, são de frequência obrigatória, distribuem-se ao longo Endócrino e Órgãos dos Sentidos;
dos 60 meses que correspondem à duração do internato b) Biópsia Aspirativa;
e englobam:
2.1.1 — Necrópsias; 3.1.3.5 — 5.o ano:
2.1.2 — Histopatologia;
2.1.3 — Citopatologia; a) Patologia Sistémica IV: Músculo Esquelético;
2.2 — Admite-se, com carácter facultativo e em fun- Sistema Nervoso-Periférico e Central;
ção das características da estrutura formadora e das dis- b) Ultra-Estrutura;
ponibilidades existentes para formação, que o período c) Patologia Molecular;
de formação básica comporte 54 meses e seja comple- d) A Investigação Científica em Anatomia Pato-
tado por um período de formação complementar de lógica;
6 meses numa área específica constante do Programa
de Formação, com o objectivo de proporcionar ao 3.2 — Formação específica — os serviços hospitalares
interno o aprofundar de conhecimentos nessa área e com responsabilidade de formação organizarão cursos
tendo em conta opções estratégicas do serviço e ou o e seminários de formação específica, cuja frequência
interesse do interno. será valorizada curricularmente.
3 — Sequência: 4 — Duração da formação:
3.1 — Formação básica: 4.1 — O período de formação básica terá uma dura-
3.1.1 — O período correspondente à formação básica ção de 60 meses;
decorre ao longo dos 60 meses da duração do internato; 4.2 — O período de formação básica terá a duração
3.1.2 — As características próprias das vertentes de de 54 meses quando houver frequência de estágios
formação básica e as disponibilidades das estruturas for- opcionais e, nestas circunstâncias, a duração máxima
madoras não admitem qualquer hierarquização sequen- destes será de 6 meses.
cial. Todavia, a aprendizagem das autópsias deverá ocor- 5 — Locais de formação:
rer, sobretudo, nos primeiros 36 meses, a da histopa- 5.1 — Os estágios de formação básica e complementar
tologia ao longo dos 60 meses a da citologia exfoliativa são feitos nos serviços de anatomia patológica capa-
nos primeiros 36 meses e a da citologia aspirativa dos citados para o efeito.
36 aos 54 meses. 6 — Objectivos:
3.1.3 — Sem prejuízo para as características de cada 6.1 — Objectivos de desempenho — são objectivos de
serviço formador, também se aceita, preferencialmente desempenho, para cada ano de formação e de acordo
e como orientação geral, a seguinte distribuição sequen- com a respectiva sequência programática, os seguintes:
cial do programa de formação teórico e consequente 6.1.1 — Na área da Histopatologia:
avaliação teórico-prática no fim de cada ano de for- a) Descrever com rigor peças e biópsias cirúrgicas
mação: e proceder de modo apropriado à colheita de
3.1.3.1 — 1.o ano: amostras para processamento histológico. Esta
a) Métodos de Observação e Estudo em Anatomia colheita deve atender aos protocolos recomen-
Patológica; dados que têm em vista não só a caracterização
b) Biopatologia Geral; diagnóstica da lesão como também a avaliação
c) Mecanismos Gerais de Doença; de parâmetros com valor prognóstico e de orien-
d) Observação e Interpretação Macroscópica de tação terapêutica;
Peças Cirúrgicas e Produtos de Biópsia; b) Solicitar e saber justificar as técnicas comple-
e) Introdução à Citologia Ginecológica; mentares, nomeadamente histoquímicas, imu-
f) Técnicas Morfológicas Complementares de Diag- nocitoquímicas, ultra-estruturais e de patologia
nóstico Histológico e Citológico; molecular, necessárias para a identificação pre-
cisa do tipo lesional e saber interpretar crite-
riosamente os resultados fornecidos por aquelas
3.1.3.2 — 2.o ano:
técnicas;
a) Patologia Sistémica I; c) Redigir um relatório descritivo da lesão, que
b) Aparelho Digestivo; deve ser conciso e preciso, permitindo a iden-
c) Aparelho Respiratório; tificação compreensível das suas características
d) Aparelho Cardiovascular; e que se conclua por uma proposta diagnóstica;
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d) Realizar exames intra-operatórios e reconhecer preensão global das doenças, seus mecanismos de pro-
as suas indicações e limitações; dução e perfil evolutivo.
e) Conhecer e saber utilizar sistemas internacio- 7 — Avaliação:
nais de codificação dos diagnósticos, nomeada- 7.1 — A avaliação dos conhecimentos e do desem-
mente os sistemas SNOMED e ICD; penho processa-se de duas formas:
f) Participar em reuniões clínico-patológicas, docu- a) Avaliação contínua;
mentando as lesões e os diagnósticos através de b) Avaliação no fim de cada período de formação;
material visual adequado, expressando considera- c) Os períodos de formação têm, em regra, a dura-
ções sobre a etiologia, patogénese e patologia das ção de 12 meses; podem, contudo, ter duração
doenças e identificando o valor e limitações das inferior;
técnicas e métodos anátomo-patológicos para o
esclarecimento da situação em análise; 7.2 — A avaliação contínua tem como objectivos
aferir:
6.1.2 — Na área da Citopatologia:
a) O desempenho individual;
a) Rastrear e diagnosticar de forma qualificada b) O nível de conhecimentos dos internos;
espécimes citológicos de esfregaços cérvico-
-vaginais, de sedimentos de líquidos orgânicos, 7.2.1 — A avaliação contínua do desempenho reali-
de expectoração e de lavados e escovados; za-se durante o decorrer de cada ano de formação e
b) Descrever os esfregaços provenientes das bió- visa permitir aos internos e ao orientador de formação
psias aspirativas, elaborando conclusões diag- conhecer a evolução formativa e o nível do desempenho
nósticas quanto à natureza e tipo de lesões. atingidos, com base no acompanhamento permanente,
Deve, também, ser capaz de executar tecnica- tutorial e personalizado da formação;
mente as punções-biópsias aspirativas; 7.2.2 — Para a avaliação contínua do desempenho o
c) Supervisar o trabalho dos citotécnicos e enqua- orientador de formação terá em conta, obrigatoria-
drar programas de rastreio e de controlo de mente, os seguintes parâmetros com a ponderação que
qualidade; se apresenta:
a) Capacidade de execução técnica e de interpre-
6.1.3 — Na área da Necrópsia: tação das lesões observadas — ponderação 4;
b) Interesse pela valorização profissional — pon-
a) Executar autópsias com rigor técnico nos seus
deração 4;
diversos tempos, procedendo à dissecção das vís-
c) Responsabilidade profissional — ponderação 4;
ceras e, quando tal se justifique, ao exame de
d) Relações humanas e de trabalho — pondera-
áreas anatómicas específicas (exemplo: medula
ção 2;
espinal, olho, ouvido médio, seios perinasais,
ossos longos) e à colheita de líquidos orgânicos
7.2.3 — A classificação da avaliação contínua do
e de amostras para exame bioquímico, toxico- desempenho tem como base:
lógico ou microbiológico;
b) Descrever com precisão as alterações morfoló- a) A informação do orientador de formação;
gicas, macro e microscópicas e atribuir-lhes con- b) O relatório final, de elaboração obrigatória pelo
teúdo interpretativo sob a forma de um diag- interno;
nóstico das lesões observadas;
c) Integrar os diagnósticos formulados no contexto 7.2.4 — A classificação a que se refere o número ante-
clínico em que decorreu a epicrise, discutindo rior será expressa numa escala de 0 a 20 valores. Uma
com os clínicos assistentes a causa de morte e classificação negativa, inferior a 10 valores, obrigará à
o curso evolutivo da(s) doença(s); repetição do ano de formação ou estágio;
7.3 — A avaliação no fim de cada período de for-
6.2 — Objectivos de conhecimento — as áreas de for- mação tem como objectivos:
mação básica e complementar do internato de Anatomia 7.3.1 — Avaliar o conhecimento e atitudes adquiridos,
Patológica destinam-se a formar especialistas com capa- de acordo com os objectivos e o Programa de Formação
cidade autónoma para o exercício da actividade de diag- correspondentes ao período definido;
nóstico anátomo-patológico, tal como é usualmente 7.3.2 — A avaliação de conhecimentos referida no
entendido. São objectivos do conhecimento em cada ano número anterior é expressa numa escala de 0 a 20 valo-
ou estágio de formação, de acordo com a respectiva res, com arredondamento às décimas, e inclui:
sequência programática, os seguintes: a) Uma prova prática (observação, elaboração de
6.2.1 — Adquirir os conhecimentos de morfologia um relatório e propostas de diagnóstico de lâmi-
normal, biologia celular e molecular, genética, imuno- nas de histologia e citologia; execução de uma
logia, fisiopatologia e epidemiologia; autópsia com relatório macroscópico, diagnós-
6.2.2 — Conhecer as técnicas e métodos histológicos, tico histológico e síntese clínico-patológica);
histoquímicos, imunomorfológicos, ultra-estruturais, de b) Uma prova teórica (resolução de problemas
biologia molecular e interpretar os respectivos resul- próprios da especialidade sob a forma de dia-
tados; positivos e exposição teórica de temas constan-
6.2.3 — Reconhecer os quadros lesionais macro e tes do Programa);
microscópicos dos diferentes órgãos e sistemas e o res-
pectivo diagnóstico diferencial; 7.4 — Avaliação final de internato:
6.2.4 — Realizar o enquadramento clínico dos diag- 7.4.1 — Prova curricular — com uma duração não
nósticos anátomo-patológicos, por forma a ter uma com- superior a duas horas e trinta minutos, durante esta
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prova os candidatos deverão ser interrogados por, pelo em que conste a sua pretensão com a concordância aver-
menos, três membros do júri. Os comentários e inter- bada dos respectivos director de serviço e orientador
rogatório de cada membro do júri não deverá exceder de formação.
os quinze minutos, para que o candidato disponha de
igual tempo de resposta; Programa de Formação do Internato Complementar da Área
7.4.2 — Prova prática — a prova prática destina-se a Profissional Médica de Cardiologia Pediátrica
avaliar a capacidade do candidato na resolução de pro- 1 — Duração — 60 meses.
blemas de diagnóstico decorrentes da prática profissio- 2 — Estrutura — a estrutura do internato reparte-se
nal da anatomia patológica. Consta das seguintes partes: por dois períodos:
7.4.2.1 — Prova de lâminas, com a duração de duas 2.1 — Formação básica em Pediatria Geral — 24
horas e trinta minutos, consta da observação, relatório meses;
descritivo e propostas de diagnóstico de: 2.2 — Formação complementar — 36 meses de for-
a) 10 casos/problema apresentados em lâminas de mação em Cardiologia Pediátrica, incluindo-se neste
histologia. O número máximo de lâminas his- período estágios em Cardiologia Pediátrica, Cirurgia
tológicas é de 25; Cardíaca, Arritmologia/Laboratório de Exercício e um
b) 8 casos/problema apresentados em 8 lâminas de estágio opcional:
citologia; 2.2.1 — O estágio opcional, com a duração de três
meses, poderá ser escolhido de entre os seguintes:
7.4.2.2 — Discussão dos relatórios, com uma duração a) Genética Médica;
máxima de duas horas e trinta minutos: b) Anátomo-Patologia Cardiovascular;
a) Discussão do relatório de uma autópsia feita c) Cardiopatias Congénitas do Adolescente e do
durante o último trimestre do internato. A esta Adulto.
autópsia deverá assistir um dos elementos do
júri alheio à instituição a que pertence o can- 3 — Sequência dos estágios:
didato. Esse membro do júri (ou o director do 3.1 — 1.o e 2.o anos — estágio em Pediatria Médica
serviço) entregará, em envelope fechado, aos Geral:
restantes membros o relatório elaborado pelo 3.1.1 — O 2.o ano do estágio deve incluir seis meses
candidato e uma informação escrita sobre a qua- em Neonatologia com cuidados intensivos neonatais
lidade do seu desempenho técnico e das res- 3.2 — 3.o, 4.o e 5.o anos:
postas dadas ao interrogatório que tiver feito, a) Estágio em Cardiologia Pediátrica;
o qual se deverá limitar à interpretação das b) Estágio opcional;
lesões encontradas, à interpretação anátomo- c) Estágio em Cirurgia Cardíaca;
-clínica do caso/problema e aos problemas direc- d) Estágio em Arritmologia/Laboratório de Exer-
tamente relacionados com a autópsia; cício;
b) Leitura e discussão dos relatórios da prova de
lâminas; 4 — Duração de cada estágio:
4.1 — Pediatria Médica Geral — 24 meses;
7.4.3 — Prova teórica: 4.2 — Cardiologia Pediátrica — 27 meses;
a) A prova teórica tem a duração máxima de 4.3 — Estágio opcional — 3 meses;
noventa minutos (quinze minutos para cada 4.4 — Cirurgia Cardíaca — 3 meses;
caso) e consta de interrogatório sobre seis temas 4.5 — Arritmologia/Laboratório de Exercí-
identificados através da projecção de imagens cio — 3 meses.
que documentem iconograficamente outros tan- 5 — Local de formação:
tos problemas sobre os quais se quer interrogar 5.1 — Estágio de Pediatria Médica Geral — depar-
o candidato; tamento ou serviço de pediatria de hospital central;
b) O número de imagens correspondentes a cada 5.2 — Estágio de Cardiologia Pediátrica — serviço de
caso, mostradas com o recurso aos meios áudio- cardiologia pediátrica;
-visuais disponíveis (diapositivos, fotografias, 5.3 — Estágios opcionais:
programa computorizado de projecção de ima- 5.3.1 — Genética Médica — serviço ou unidade de
gens), fica ao critério do júri. As imagens a mos- genética médica;
trar devem ser variadas e podem incluir aspectos 5.3.2 — Anátomo-Patologia Cardiovascular — ser-
de macroscopia, imagiologia, histologia conven- viço de anatomia patológica;
cional, citologia, histoquímica, imunocitoquí- 5.3.3 — Cardiopatias Congénitas do Adolescente e do
mica, ultra-estrutura, e patologia molecular. Adulto — serviço de cardiologia;
5.4 — Estágio de Cirurgia Cardíaca — departamento
8 — Disposições finais: ou serviço de cirurgia cardiotorácica com experiência
8.1 — O presente Programa entra em vigor em 1 de pediátrica;
Janeiro de 2004 e aplica-se aos internos que iniciarem 5.5 — Estágio de Arritmologia/Laboratório de Exer-
o internato a partir dessa data; cício — unidade de arritmologia e laboratório de exer-
8.2 — Poderá também ser aplicado aos internos que cício com experiência pediátrica.
tenham iniciado o internato em data anterior à referida 6 — Objectivos dos estágios:
no número anterior, desde que estes manifestem o 6.1 — Objectivos gerais — os estágios do internato de
desejo de optar pelo Programa agora aprovado. Nesse Cardiologia Pediátrica destinam-se a formar profissio-
caso, os interessados deverão entregar na direcção do nais que diagnostiquem e tratem (não cirurgicamente)
internato do seu hospital, no prazo de dois meses a doentes pediátricos com doenças cardiovasculares, con-
partir da publicação deste Programa, uma declaração génitas ou adquiridas, perturbações da condução e ou
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ritmo cardíacos e perturbações primárias ou secundárias c) Familiarização com as técnicas de cardiologia


da função cardíaca. nuclear, ressonância magnética e tomografia;
Finalmente, destina-se também a formar profissionais
que tenham um papel determinante na prevenção das 6.2.2.3 — Objectivos de desempenho do 5.o ano:
doenças cardiovasculares;
6.2 — Objectivos por estágio: a) Diagnóstico, tratamento, seguimento, reabilita-
6.2.1 — Estágio em Pediatria Médica Geral (1.o e 2.o ção e prevenção das diferentes patologias do
anos de internato): foro cardiovascular pediátrico;
6.2.1.1 — Objectivos de desempenho do 1.o ano: b) Realização independente das técnicas de diag-
nóstico e terapêutica pertinentes à especiali-
a) Acompanhar e orientar o desenvolvimento nor- dade, sobretudo ecocardiografia e cateterismo
mal da criança e adolescente e das suas varian- cardíaco;
tes;
b) Executar as técnicas básicas de reanimação em 6.2.2.4 — Objectivos de conhecimento do 3.o ano:
pediatria;
a) Conhecimento da anatomia e fisiologia do cora-
o ção e grandes vasos, em condições normais e
6.2.1.2 — Objectivos de desempenho do 2. ano:
patológicas;
a) Diagnosticar, tratar e acompanhar integral- b) Etiologia, sintomatologia e diagnóstico diferen-
mente as situações mais frequentes da patologia cial das cardiopatias congénitas e adquiridas;
pediátrica;
b) Assistência no parto e reanimação; 6.2.2.5 — Objectivos de conhecimento do
c) Saber observar e orientar o recém-nascido nor- 4.o ano — para além dos objectivos indicados para o
mal. Diagnosticar e tratar as situações que 3.o ano, compreensão das bases teóricas e suas aplicações
requerem cuidados especiais e orientar e esta- práticas no que respeita aos diferentes exames com-
bilizar as que necessitem de cuidados intensivos, plementares pertinentes à especialidade;
executando, nestas últimas situações, as técnicas 6.2.2.6 — Objectivos de conhecimento do
básicas de diagnóstico e terapêutica; 5.o ano — para além dos objectivos indicados para o
4.o ano, aquisição de um bom conhecimento dos pro-
6.2.1.3 — Objectivos de conhecimento do 1.o ano: blemas psicossociais das crianças e adolescentes com
cardiopatias, incluindo respectivos familiares;
a) Criança e adolescente normal; crescimento e 6.2.3 — Estágios opcionais:
desenvolvimento; alimentação e nutrição; 6.2.3.1 — Genética Médica:
pediatria preventiva; 6.2.3.1.1 — Objectivos de desempenho e conheci-
b) Noções básicas de emergência médica, epide- mento — diagnóstico e orientação adequada dos doen-
miologia e metodologia da investigação cien- tes portadores de síndromes genéticos;
tífica; 6.2.3.2 — Anátomo-Patologia Cardiovascular:
6.2.3.2.1 — Objectivos de desempenho — observação
6.2.1.4 — Objectivos de conhecimento do 2.o ano: e eventual participação nas autópsias de cadáveres com
cardiopatias;
a) Patologia dos vários aparelhos e sistemas; tera-
6.2.3.2.2 — Objectivos de conhecimento — conheci-
pêutica das situações patológicas mais frequen-
mento da embriopatologia de peças de arquivo com mal-
tes; interpretação de exames complementares
formações cardiovasculares;
de diagnóstico;
6.2.3.3 — Cardiopatias Congénitas no Adolescente e
b) Em neonatologia — adquirir conhecimentos no
no Adulto:
diagnóstico e orientação terapêutica das situa-
6.2.3.3.1 — Objectivos de desempenho e conheci-
ções patológicas que requerem cuidados inten-
mento — diagnóstico e orientação adequada de doentes
sivos;
neste grupo etário;
6.2.4 — Estágio de Cirurgia Cardíaca:
6.2.2 — Estágio em Cardiologia Pediátrica (3.o, 4.o 6.2.4.1 — Objectivos de desempenho — conheci-
e 5.o anos do internato): mento das indicações e possibilidades das diferentes
6.2.2.1 — Objectivos de desempenho do intervenções cirúrgicas, bem como do tratamento pré
3.o ano — adquirir a capacidade de observação clínica,
e pós-operatório, e consequências a curto e longo prazos
diagnóstico, terapêutica, prognóstico, prevenção e rea-
da cirurgia cardiovascular;
bilitação de doentes do foro da cardiologia pediátrica,
6.2.4.2 — Objectivos de conhecimento — adquirir
quer em regime de internamento hospitalar (com serviço
conhecimento das operações mais frequentes em idades
de urgência de cardiologia pediátrica) quer em regime
pediátricas, bem como da orientação pós-cirúrgica;
de consulta externa;
6.2.5 — Estágio em Arritmologia/Laboratório de
6.2.2.2 — Objectivos de desempenho do
Exercício:
4.o ano — para além do aperfeiçoamento dos objectivos
6.2.5.1 — Objectivos de desempenho — treino dife-
indicados para o 3.o ano, realização e interpretação dos
renciado na execução e interpretação das técnicas de
exames complementares da especialidade, nomeada-
diagnóstico e terapêutica inerentes, nomeadamente
mente:
monitorização electrocardiográfica contínua e estudos
a) Electrocardiografia, ecocardiografia transtorá- electrofisiológicos, e determinação de consumos de
cica, transesofágica e fetal; oxigénio;
b) Radiologia cardíaca, angiografia, técnicas de 6.2.5.2 — Objectivos de conhecimento — adquirir
cateterismo cardíaco de diagnóstico e de inter- conhecimentos sobre a etiologia, diagnóstico e trata-
venção em idades pediátricas; mento das alterações do ritmo e ou condução cardíacas,
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bem como da resposta biológica e fisiopatológica ao declaração em que conste a sua pretensão com a con-
exercício. cordância averbada dos respectivos director de serviço
7 — Breve descrição de desempenho: e orientador de formação.
7.1 — Durante o treino, o interno deve adquirir sóli-
dos conhecimentos em: Programa de Formação do Internato Complementar da Área
Profissional Médica de Cirurgia Geral
a) Anatomia normal e patológica;
b) Embriologia do coração e grandes vasos; 1 — Duração do internato — 72 meses.
c) Fisiologia e fisiopatologia do aparelho circu- 2 — Estrutura, duração e sequência dos estágios;
latório; 2.1 — O internato de Cirurgia Geral é constituído
d) Etiologia e prevenção das cardiopatias congé- por cinco estágios obrigatórios de Cirurgia Geral e qua-
nitas e adquiridas; tro estágios opcionais;
e) Farmacologia do âmbito das doenças cardio- 2.1.1 — O estágio de Cirurgia Geral tem a duração
vasculares; de 60 meses, subdividindo-se em cinco períodos de dura-
ção de 12 meses.
2.1.2 — Cada um dos estágios opcionais tem a dura-
7.2 — O interno deve, igualmente, adquirir prepara- ção de três meses, tendo lugar a partir do 2.o ano de
ção técnico-prática da área da clínica global da espe- internato, de preferência em tempo que não interrompa
cialidade e capacidade técnica no domínio dos exames os períodos anuais do estágio de Cirurgia Geral:
complementares de diagnóstico e métodos terapêuticos 2.1.2.1 — Os estágios opcionais poderão ser escolhi-
no âmbito das cardiopatias congénitas e das doenças dos de entre os seguintes:
cardiovasculares adquiridas no ser humano em desen-
volvimento; a) Anatomia Patológica (deve ser efectuado no 2.o
7.3 — O interno deve ser interessado na apresentação ou 3.o ano do internato);
e publicação de trabalhos de carácter clínico ou de inves- b) Cirurgia Pediátrica (deve ser efectuado no 3.o
tigação e na colaboração em cursos de aperfeiçoamento, ou 4.o ano do internato);
inquéritos e trabalhos de campo; c) Cirurgia Plástica (deve ser efectuado no 3.o ou
7.4 — O interno deve adquirir hábitos de trabalho 4.o ano do internato);
em equipa, colaborar na organização e manutenção do d) Cirurgia Cardiotorácica (deve ser efectuado no
arquivo clínico e da biblioteca e familiarizar-se com os 4.o ou 5.o ano do internato);
problemas psicossociais do doente e respectiva família. e) Cirurgia Vascular (deve ser efectuado no 4.o
8 — Avaliação: ou 5.o ano do internato);
8.1 — Avaliação de desempenho: f) Cuidados Intensivos Polivalentes (deve ser efec-
tuado no 2.o ou 3.o ano do internato);
8.1.1 — A avaliação será formalizada no final de cada
g) Gastrenterologia (deve ser efectuado no 2.o ou
estágio e nos estágios com duração superior a 12 meses, 3.o ano do internato);
ao fim de cada 12 meses de formação; h) Ginecologia (deve ser efectuado no 3.o ou
8.1.2 — Ponderação a atribuir para a classificação 4.o ano do internato);
final de cada estágio: i) Imagiologia (deve ser efectuado no 2.o ou
a) Capacidade de execução técnica — 4; 3.o ano do internato);
b) Interesse pela valorização profissional — 2; j) Neurocirurgia (deve ser efectuado no 4.o ou
c) Responsabilidade profissional — 4; 5.o ano do internato);
d) Relações humanas no trabalho — 4; k) Oncologia Cirúrgica (deve ser efectuado no 4.o
ou 5.o ano do internato);
8.2 — Avaliação de conhecimentos: l) Ortopedia (deve ser efectuado no 3.o ou 4.o ano
8.2.1 — Estágio de Pediatria Médica Geral e Cardio- do internato);
logia Pediátrica — avaliação de 12 em 12 meses, através m) Urologia (deve ser efectuado no 3.o ou 4.o ano
de: do internato).

a) Discussão do relatório de actividades; 3 — Local de formação:


b) Discussão de um caso clínico (desde a anamnese 3.1 — Os estágios de Cirurgia Geral serão desenvol-
ao seguimento), entre três previamente selec- vidos em serviços de cirurgia geral;
cionados pelo interno; 3.2 — Os estágios opcionais serão desenvolvidos em
c) Interrogatório livre; serviços hospitalares que tenham a mesma denominação
do estágio.
8.2.2 — Estágios Opcionais, Cirurgia Cardíaca e 4 — Objectivos dos estágios:
Arritmologia/Laboratório de Exercício: 4.1 — Estágios de Cirurgia Geral:
4.1.1 — Estágio de Cirurgia Geral I (12 meses):
a) Discussão do relatório de actividades de cada 4.1.1.1 — Objectivos de desempenho — durante os
estágio; 12 meses de duração deste período o interno deve
b) Interrogatório livre sobre temas desses estágios. desempenhar as actividades próprias da:
4.1.1.1.1 — Enfermaria:
9 — Disposições finais:
9.1 — Este Programa aplica-se aos internos que ini- a) Visita diária aos doentes internados;
b) Colheita de história clínica e exame objectivo;
ciaram o internato a partir de 1 de Janeiro de 2004;
9.2 — Pode, facultativamente, abranger os internos
4.1.1.1.2 — Serviço de urgência:
já em formação, que iniciaram o seu internato em 2002
e 2003 e, nesse caso, os interessados deverão entregar a) Triagem do doente cirúrgico;
na direcção do internato do seu hospital, no prazo de b) Desenvolvimento da técnica de sutura e penso;
dois meses a partir da publicação deste Programa, uma c) Abordagem da emergência cirúrgica;
3974 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

4.1.1.1.3 — Consulta externa: c) Tempos parciais em intervenções nas vias bilia-


res, tiróide;
a) Efectivação de segundas consultas e de consul-
tas de pós-operados; d) Intervenções radicais da mama, gastroduodenal
b) Realização de pequenas cirurgias; e colorectal, nomeadamente aprendizagem das
suturas manuais do tubo digestivo;
4.1.1.1.4 — Bloco operatório:
4.1.2.1.5 — Durante este período, o interno deve
a) Recomenda-se um número de 150 intervenções, ainda participar activamente nos programas de formação
das quais em 60 como cirurgião (ratio 1/1,5), do serviço;
nas seguintes áreas de intervenção: 4.1.2.2 — Objectivos de conhecimento — anatomia
a1) Cateterização de veias centrais; cirúrgica, técnica cirúrgica e fisiopatologia, de modo
a2) Cirurgia de partes moles; especial a relacionada com o programa de desempenho
a3) Quistos pilonidais; do ano;
a4) Nódulos mamários; 4.1.3 — Estágio de Cirurgia Geral III (12 meses):
a5) Patologia perianal; 4.1.3.1 — Objectivos de desempenho — para além de
a6) Patologia do aparelho genitourinário mas- adquirir capacidades próprias de um cirurgião geral, o
culino; interno deve desempenhar as actividades próprias da:
a7) Amputações e desarticulações; 4.1.3.1.1 — Enfermaria:

b) Considera-se conveniente que o desempenho a) Visita diária aos doentes internados;


deste período inclua: b) Colheita de história clínica e exame objectivo;
c) Desenvolvimento da capacidade de integração
b1) Apendicectomias — 12 como cirurgião; de dados conducentes a um diagnóstico rigo-
b2) ) Herniorrafias — 15 como cirurgião; roso, a um plano de tratamento e a um prog-
nóstico;
4.1.1.1.5 — Durante este período, o interno deve
ainda participar activamente nos programas de formação
do serviço; 4.1.3.1.2 — Serviço de urgência:
4.1.1.2 — Objectivos de conhecimento: a) Triagem do doente cirúrgico;
a) Anatomia cirúrgica, técnica cirúrgica e fisiopa- b) Tratamento de traumatizados;
tologia, de modo especial a relacionada com c) Abordagem da emergência cirúrgica;
o programa de desempenho do período;
b) Cuidados pós-operatórios; 4.1.3.1.3 — Consulta externa:
c) Interpretação de meios auxiliares de diagnós-
tico; a) Efectivação de primeiras consultas, de segundas
d) Ética e responsabilidade médico-legal; consultas e de consultas de pós-operados;
b) Realização de pequenas cirurgias;
4.1.2 — Estágio de Cirurgia Geral II (12 meses):
4.1.2.1 — Objectivos de desempenho — durante os 4.1.3.1.4 — Bloco operatório — o interno deve par-
12 meses de duração deste período o interno deve ticipar num número recomendável de 200 intervenções,
desempenhar as actividades próprias da: das quais em 80 como cirurgião. Destas, 40 devem ser
4.1.2.1.1 — Enfermaria: diversas das que integram o programa do 1.o ano. Pre-
ferencialmente a sua intervenção deve ser nas seguintes
a) Visita diária aos doentes internados;
b) Colheita de história clínica e exame objectivo; áreas:
c) Adequação dos exames complementares neces- a) Prática das intervenções efectuadas nos anos
sários; anteriores;
b) Iniciação à cirurgia das vias biliares, pescoço,
4.1.2.1.2 — Serviço de urgência: gastroduodenal;
a) Triagem do doente cirúrgico;
b) Desenvolvimento da técnica de sutura e penso; 4.1.3.2 — Objectivos de conhecimento — anatomia
c) Abordagem da emergência cirúrgica; cirúrgica, técnica cirúrgica e fisiopatolgia, de modo espe-
cial a relacionada com o programa de desempenho do
4.1.2.1.3 — Consulta externa: ano;
a) Efectivação de segundas consultas e de consul- 4.1.4 — Estágio de Cirurgia Geral IV (12 meses):
tas de pós-operados; 4.1.4.1 — Objectivos de desempenho — para além de
b) Realização de pequenas cirurgias; adquirir capacidades próprias de um cirurgião geral, o
interno deve desempenhar as actividades próprias da:
4.1.2.1.4 — Bloco operatório — recomenda-se a par- 4.1.4.1.1 — Enfermaria:
ticipação num número de 200 intervenções, das quais a) Visita diária aos doentes internados;
em 80 como cirurgião (ratio 1/1,5), nas seguintes áreas b) Colheita de história clínica e exame objectivo;
de intervenção: c) Desenvolvimento da capacidade de integração
a) Prática das intervenções efectuadas no ano de dados conducentes a um diagnóstico rigo-
anterior; roso, a um plano de tratamento e a um prog-
b) Patologia venosa dos membros inferiores; nóstico;
N.o 158 — 11 de Julho de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3975

4.1.4.1.2 — Serviço de urgência: 4.1.5.1.3 — Consulta externa:


a) Triagem do doente cirúrgico; a) Efectivação de primeiras consultas, de segundas
b) Tratamento de traumatizados; consultas e de consultas de pós-operados;
c) Abordagem da emergência cirúrgica; b) Realização de pequenas cirurgias;

4.1.4.1.3 — Consulta externa: 4.1.5.1.4 — Bloco operatório — o interno deve par-


ticipar num número recomendável de 200 intervenções,
a) Efectivação de primeiras consultas, de segundas das quais em 80 como cirurgião. Destas, 60 devem ser
consultas e de consultas de pós-operados; diversas das que integram o programa do 1.o ano;
b) Realização de pequenas cirurgias; 4.1.5.2 — Objectivos de conhecimento — anatomia
cirúrgica, técnica cirúrgica e fisiopatologia, de modo
4.1.4.1.4 — Bloco operatório — o interno deve par- especial a relacionada com o programa de desempenho
ticipar num número recomendável de 200 intervenções, do ano;
das quais em 80 como cirurgião. Destas, 40 devem ser 4.2 — Desempenho cirúrgico nos estágios de Cirurgia
diversas das que integram o programa do 1.o ano. Pre- Geral:
ferencialmente a sua intervenção deve ser nas seguintes 4.2.1 — Os valores mínimos para o desempenho cirúr-
áreas: gico no conjunto da formação dos estágios de Cirurgia
Geral deve incluir as seguintes intervenções como
a) Prática das intervenções efectuadas nos anos cirurgião:
anteriores;
a) Herniorrafias — 75;
b) Desenvolvimento na cirurgia biliar, do pescoço, b) Apendicectomias — 60;
gastroduodenal, cólica e radical da mama; c) Lobectomias da tiróide — 5;
d) Cirurgia radical da mama — 4;
4.1.4.2 — Objectivos de conhecimento — anatomia e) Gastrectomias — 5;
cirúrgica, técnica cirúrgica e fisiopatologia, de modo f) Vagotomias — 5;
especial a relacionada com o programa de desempenho g) Enterectomias — 3;
do ano; h) Colectomias — 5;
4.1.5 — Estágio em Cirurgia Geral V (12 meses): i) Cirurgia radical do recto — 4;
4.1.5.1 — Objectivos de desempenho — para além de j) Colecistectomias — 30;
adquirir capacidades de desempenho próprias de um k) Anastomoses biliodigestivas — 2;
cirurgião geral, o interno deve desempenhar as acti- l) Histerectomias — 10;
vidades próprias da: m) Cirurgia do baço — 2;
4.1.5.1.1 — Enfermaria: n) Cirurgia de varizes — 10;
o) Amputações major — 10;
a) Visita diária aos doentes internados;
b) Colheita de história clínica e exame objectivo; 4.2.2 — Para casos particulares, é aceitável o não cum-
c) Desenvolvimento da capacidade de integração primento devidamente justificado dos valores recomen-
de dados conducentes a um diagnóstico rigo- dáveis, desde que derrogados em favor de outra cirurgia
roso, a um plano de tratamento e a um prog- da listagem anterior;
nóstico; 4.2.3 — A listagem das intervenções apresentadas no
n.o 4.2.1 deve ser confirmada pelo director do respectivo
4.1.5.1.2 — Serviço de urgência: serviço, e os elementos nela constantes devem precaver
uma eventual identificação do doente. Dessa listagem
a) Triagem do doente cirúrgico; deve constar o número da operação, o número do pro-
b) Tratamento de traumatizados; cesso hospitalar, a data da operação, o tipo de anestesia
c) Abordagem da emergência cirúrgica; e o nome e grau de carreira do 1.o ajudante. Exemplo:

Número Número Data


Diagnóstico Tipo de operação Tipo de anestesia 1.o ajudante
da operação de processo hospitalar da operação

72 P-148/93, Hospi- . . ./. . ./. . . Litíase vesicular . . . . . Colecistectomia . . . . . Ráqui . . . . . . . . . . . . . J. Soares, assistente
tal . . . hospitalar.

4.3 — Estágios opcionais: pelos colégios de especialidade de Anatomia Patológica


4.3.1 — Estágio em Anatomia Patológica: e de Cirurgia Geral, sendo os cursos de âmbito regional;
4.3.1.1 — Objectivos de desempenho — contacto e 4.3.2 — Estágio em Cirurgia Vascular:
participação nas técnicas de anatomia patológica, par- 4.3.2.1 — Objectivos de desempenho:
ticularmente no campo da oncologia, necessária à prá- a) História clínica do doente vascular;
tica de cirurgia geral: exame macroscópico das peças, b) Participação nas técnicas complementares de
inprints, exames extemporâneos e citologia; diagnóstico na doença vascular;
4.3.1.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição c) Participação e execução das técnicas operatórias
de conhecimentos na área de anatomia patológica, da cirurgia vascular, mormente em situações de
necessários à prática de cirurgia geral; urgência: suturas arteriais, trombo-embolecto-
4.3.1.3 — Este estágio pode ser substituído pela fre- mias, by-pass, amputações, tratamento cirúrgico
quência de curso de Anatomia Patológica patrocinado de varizes;
3976 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

4.3.2.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição em causa, em particular nas situações de urgên-


dos conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí- cia, devendo o interno adquirir um esquema de
nicos da área da cirurgia vascular, nomeadamente: actuação;
c) Aquisição da capacidade de interpretação da
a) Patologias de aterosclerose, outras isquemias,
radiologia convencional, ecografia, tomografia
doença de Buerger, aneurismas, fibrodisplasia,
axial computorizada e ressonância magnética;
trombose essencial e vasculites;
d) Considera-se importante que o interno se aper-
b) Amputações (indicações, níveis, técnica, e rea-
ceba que as informações fornecidas pelo clínico
bilitação);
ao radiologista são determinantes na qualidade
c) Fisiopatologia da doença venosa, terapêutica
da resposta que este irá fornecer;
trombolítica e anti-trombose;
d) Indicações e limites da arterioplastia percu-
4.3.6 — Estágio em Urologia:
tânea;
4.3.6.1 — Objectivos de desempenho:
e) Neuropatia isquémica;
a) Participação e execução das técnicas próprias
4.3.3 — Estágio em Cirurgia cardiotorácica: da urologia necessárias à prática de cirurgia
4.3.3.1 — Objectivos de desempenho: geral, mormente em situações de urgência;
b) Patologias dos genitais externos (escroto agudo,
a) Actividade de enfermaria e de consulta sob
criptorquidia, parafimose), cólicas renais (diag-
orientação de médico especialista, não devendo
nóstico diferencial), manejo de sondas uretrais,
existir mais de um estagiário por cada equipa
cistostomia suprapúbica;
médica de trabalho;
c) Participação em cirurgias da bexiga e ureteres,
b) Participação e execução de técnicas próprias de
em cirurgia do traumatizado renal e na cirurgia
cirurgia cardiotorácica necessárias à prática de
dos genitais externos;
cirurgia geral, nomeadamente execução e encer-
ramento de toracotomias, ajudas em interven-
4.3.6.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição
ções de cirurgia electiva, participação activa no
de conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí-
tratamento dos traumatizados torácicos e na
nicos na área de urologia, necessárias à prática de cirur-
patologia da parede costal e pleura;
gia geral;
c) Participação em videotoracoscopia;
4.3.7 — Estágio em Neurocirurgia:
4.3.7.1 — Objectivos de desempenho:
4.3.3.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição
dos conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí- a) Participação e execução das técnicas próprias
nicos, necessários ao diagnóstico de patologia torácica da neurocirurgia necessárias à prática de cirur-
geral: pulmão, mediastino e pleura; gia geral, mormente em situações de urgência:
4.3.4 — Estágio em Cirurgia Pediátrica: avaliação clínica dos traumatizados crânio-en-
4.3.4.1 — Objectivos de desempenho — participação cefálicos, necessidade ou não de investigação
e execução das técnicas próprias de cirurgia pediátrica complementar imediata, participação no seu
necessárias à prática de cirurgia geral, mormente em tratamento;
situações de urgência, em especial nos quadros abdo- b) Actuação nos traumatizados graves;
minais agudos próprios da criança (apendicite aguda, c) Participação activa no tratamento neurocirúr-
hérnia encarcerada, torção testicular, invaginações), nas gico, em especial da patologia traumática;
malformações congénitas, e na estenose hipertrófica do d) Aprendizagem de trépanos exploradores;
piloro;
4.3.4.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição 4.3.7.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição
dos conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí- de conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí-
nicos da área da cirurgia pediátrica necessários à prática nicos na área da neurocirurgia, necessários à prática
de cirurgia geral, nomeadamente nas patologias que, de cirurgia geral, nomeadamente no protocolo de exame
fora dos hospitais pediátricos, devem ser tratadas pelo neurológico e na fisiopatologia da hipertensão intra-
cirurgião geral (hérnia encarcerada ou estrangulada, craniana;
apendicite aguda, ectopia testicular, invaginação), e 4.3.8 — Estágio em Cirurgia Plástica:
fisiopatologia do equilíbrio hidroelectrolítico na criança; 4.3.8.1 — Objectivos de desempenho — participação
4.3.5 — Estágio em Imagiologia: e execução das técnicas próprias da cirurgia plástica
4.3.5.1 — Objectivos de desempenho — o desempe- necessárias à prática de cirurgia geral, nomeadamente
nho deverá incidir particularmente sobre a ecografia técnica básica de cirurgia plástica (enxertos e retalhos),
e sobre os actos de imagiologia de intervenção, nomea- abordagem do grande queimado, tratamento local de
damente nos feitos com fins de diagnóstico e ou tera- pequenas queimaduras, cirurgia da mão, reconstrução
pêuticos em doentes do foro da cirurgia geral. Con- mamária;
sidera-se fundamental que o interno se aperceba das 4.3.8.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição
limitações das diferentes técnicas; de conhecimentos das técnicas em cirurgia plástica,
4.3.5.2 — Objectivos de conhecimento: necessárias à prática da cirurgia geral: princípios básicos
da cirurgia plástica (enxertos e retalhos), fisiopatologia
a) Noção das possibilidades que a imagiologia
do doente queimado;
poderá dar como meio auxiliar de diagnóstico
4.3.9 — Estágio em Ginecologia:
e das cada vez maiores possibilidades de exame
4.3.9.1 — Objectivos de desempenho:
de intervenção na terapêutica de algumas situa-
ções; a) História clínica e exame ginecológico;
b) Noção do escalonamento com que devem ser b) Participação e execução das técnicas próprias
pedidos os vários exames consoante a patologia da ginecologia necessárias à prática de cirurgia
N.o 158 — 11 de Julho de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3977

geral, em particular na urgência e emergência c) Conhecimento da metodologia dos ensaios clí-


ginecológica; nicos em oncologia;
c) Participação em laparoscopia diagnóstica, his-
terectomias abdominais e vaginais; 4.3.13.1.2 — Durante este período de estágio os inter-
nos devem frequentar as consultas externas e de grupo
4.3.9.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição da mama (um mês), cabeça e pescoço, pele e tecidos
de conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí- moles (um mês) e cirurgia digestiva (um mês).
nicos na área da ginecologia, necessários à prática de Simultaneamente devem participar em actos cirúr-
cirurgia geral; gicos, pelo menos duas vezes por semana, e assumir
4.3.10 — Estágio em Ortopedia: responsabilidade no pós-operatório dos doentes em cuja
4.3.10.1 — Objectivos de desempenho: cirurgia participem. Deverão participar em operações
electivas;
a) Abordagem do doente politraumatizado, estudo 4.3.13.2 — Objectivos de conhecimento:
do doente do foro ortopédico ou traumatológico
com o respectivo exame clínico; a) O interno deve conhecer e compreender a bio-
b) Prática de imobilização e contenção; logia tumoral, os mecanismos de propagação e
c) Prática de tração contínua e esquelética; disseminação da doença oncológica, a farma-
d) Cuidados pré e pós-operatórios; cocinética das drogas citostáticas, sobretudo as
e) Atitudes no bloco operatório; utilizadas em esquemas adjuvantes, as conse-
quências biológicas da radioterapia e a meto-
4.3.10.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição dologia semiológica no estadiamento e follow-up
de conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica dos doentes oncológicos;
da coluna vertebral e membros, semiologia clínica e de b) Deve igualmente conhecer os princípios bioéti-
imagiologia; vias de acesso; cos relacionados com a prática da oncologia
4.3.11 — Estágio em Cuidados Intensivos Polivalen- cirúrgica e com a metodologia de controlo de
tes: qualidade em oncologia.
4.3.11.1 — Objectivos de desempenho — contacto,
participação e execução de técnicas próprias do inten- 5 — Avaliação:
sivismo, necessárias à prática de cirurgia geral, nomea- 5.1 — A avaliação deve ser feita no final de cada está-
damente equilíbrio de parâmetros vitais, equilíbrio áci- gio e, quando estes sejam de duração superior a um
do-base e hidroelectrolítico, alimentação parental total, ano, por cada período de 12 meses;
técnicas de reanimação cardiorespiratória, cateteriza- 5.2 — Como suporte à avaliação, deve o interno entre-
ções e desbridamentos; gar ao director de serviço três exemplares do relatório
4.3.11.2 — Objectivos de conhecimento — aquisição anual de actividades;
de conhecimentos fisiopatológicos, semiológicos e clí- 5.3 — Avaliação de desempenho:
nicos na área do intensivismo, necessários à prática de 5.3.1 — É feita continuamente e visa permitir ao
cirurgia geral, nomeadamente nas áreas da alimentação interno e ao orientador de formação saber da evolução
parenteral total, equilíbrio ácido-base e hidroelectro- formativa e do nível de desempenho atingidos, com base
lítico; num acompanhamento permanente e personalizado da
4.3.12 — Estágio em Gastrenterologia: formação;
4.3.12.1 — Objectivos de desempenho — execução de 5.3.2 — Para esta avaliação entram obrigatoriamente
técnicas necessárias à prática de cirurgia geral, desig- os seguintes parâmetros e respectiva ponderação:
nadamente na endoscopia digestiva e proctológica; a) Capacidade de execução técnica — pondera-
4.3.12.2 — Objectivos de conhecimento: ção 3;
a) Indicações e limites das técnicas terapêuticas b) Interesse pela valorização profissional — pon-
endoscópicas; deração 2;
b) Aquisição de conhecimentos relacionados com c) Responsabilidade profissional — ponderação 4;
técnicas de manometria; d) Relações humanas no trabalho — ponderação 1;
c) Abordagem fisiopatológica, semiológica e clí-
nica das patologias do tubo digestivo relacio- 5.4 — Avaliação de conhecimentos:
nadas com a cirurgia geral; 5.4.1 — Tem por finalidade apreciar a evolução do
interno relativamente aos objectivos do programa de
4.3.13 — Estágio em Oncologia Cirúrgica: formação.
4.3.13.1 — Objectivos de desempenho: 5.4.2 — Nos estágios com duração igual ou superior
4.3.13.1.1 — O treino deve ser realizado em ser- a um ano, é obrigatória a realização de prova teórica
viço/departamento de oncologia cirúrgica, onde a mul- e de prova prática, em moldes sobreponíveis aos vigentes
tidisciplinaridade seja uma prática de rotina. O interno para as mesmas provas da avaliação final, sendo avaliado
deve familiarizar-se com todos os aspectos da oncologia por três elementos, sendo dois deles o director do serviço
moderna nomeadamente: e o orientador de formação;
5.4.3 — Nos estágios opcionais (três meses), a ava-
a) Processo de decisão multidisciplinar no planea- liação de conhecimentos é incluída na avaliação anual
mento estratégico do tratamento do doente, de conhecimentos.
com ênfase na interacção com outros especia- 6 — Disposições finais:
listas no sentido de assegurar os cuidados totais 6.1 — O presente Programa entra em vigor em 1 de
do doente oncológico; Janeiro de 2004 e aplica-se aos internos que iniciam
b) Compreensão dos princípios, âmbito e limita- o internato a partir dessa data;
ções das outras modalidades terapêuticas: radio- 6.2 — Pode, facultativamente, abranger os internos
terapia e quimioterapia; já em formação, desde que tal não obrigue a prolon-
3978 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

gamento do internato, devendo os interessados entregar e) Dosimetria e radioprotecção;


na direcção do internato do seu hospital, no prazo de f) Conhecimento das propriedades físicas e bio-
dois meses a partir da publicação deste Programa, uma lógicas dos radiofármacos de uso corrente,
declaração em que conste a sua pretensão, com a con- incluindo a sua produção, marcação, biodistri-
cordância averbada dos respectivos director de serviço buição e controlo de qualidade;
e orientador de formação. g) Estudos in vivo (princípios gerais e aparelha-
gem), RIA, análise de competição, análise de
Programa de Formação da Área Profissional Médica activação, análise imunorradiométrica e por
do Internato Complementar de Medicina Nuclear receptores celulares;
1 — Duração — 48 meses.
2 — Estrutura: 6.2 — Medicina Nuclear Clínica:
2.1 — Formação básica em medicina nuclear — 6.2.1 — Objectivos de desempenho — o interno deve
12 meses; realizar um número mínimo de 3000 procedimentos de
2.2 — Medicina Nuclear Clínica — 36 meses, diagnóstico e terapêutica, o que inclui a sua indicação,
incluindo este período estágios obrigatórios em Radio- realização e interpretação, recomendando-se a seguinte
logia e Cardiologia e opcional em área subespecializada distribuição:
de interesse do interno. 6.2.1.1 — Diagnóstico in vivo:
3 — Sequência dos estágios: a) Sistema nervoso central — 50 (80 % tomografia
3.1 — 1.o ano — formação básica em Medicina de emissão computorizada ou tomografia por
Nuclear; emissão de positrões);
3.2 — 2.o ano — Medicina Nuclear Clínica e estágio b) Sistema osteoarticular — 1000;
em Radiologia; c) Sistema cardiovascular — 500 (50 % tomografia
3.3 — 3.o ano — Medicina Nuclear Clínica e estágio de emissão computorizada ou tomografia por
em Cardiologia; emissão de positrões);
3.4 — 4.o ano — Medicina Nuclear Clínica e estágio d) Aparelho respiratório — 200 (50 % ventila-
opcional em área subespecializada de interesse do ção/perfusão);
interno. e) Aparelho digestivo — 80;
4 — Duração de cada estágio: f) Aparelho genitourinário — 400;
4.1 — Formação básica em Medicina Nuclear — g) Sistema endócrino — 400;
12 meses;
h) Sistema hematopoiético e linfático — 50;
4.2 — Medicina Nuclear Clínica — 30 a 32 meses;
i) Tumores e inflamação — 100 (80 % tomografia
4.3 — Radiologia — dois meses;
de emissão computorizada ou tomografia por
4.4 — Cardiologia — dois meses;
4.5 — Estágio opcional — dois meses. emissão de positrões);
5 — Local de formação: j) Densitometria óssea — 50;
5.1 — Formação básica em Medicina Nuclear —
departamento/serviço de medicina nuclear de hospital 6.2.1.2 — Terapêutica:
central; a) Patologia da tiroideia:
5.2 — Medicina Nuclear Clínica — departa-
mento/serviço de medicina nuclear de hospital central; a1) Doenças benignas — 40;
5.3 — Radiologia — departamento/serviço de radio- a2) Doenças malignas — 20;
logia de hospital central;
5.4 — Cardiologia — departamento/serviço de car- b) Outras terapêuticas — 10;
diologia com unidade de cuidados intensivos;
5.5 — Estágio opcional — área subespecializada de 6.2.2 — Objectivos de conhecimento:
interesse do candidato em unidade hospitalar ou num a) Conhecimentos de etiologia, semiologia e fisio-
serviço de medicina nuclear. patologia das doenças susceptíveis de diagnós-
6 — Objectivos dos estágios: tico e terapêutica em medicina nuclear;
6.1 — Formação básica em Medicina Nuclear: b) Estudos morfológicos e funcionais: princípios
6.1.1 — Objectivos de desempenho: teóricos, instrumentação, tratamento de dados,
a) Manipulação de radiofármacos; sistemas de registo, colimação, tomografia e
b) Marcação de células; reconstrução de imagens;
c) Biocinética dos radiofármacos/radionuclídeos; c) Aplicações terapêuticas: terapêutica metabólica
d) Instrumentação e controlo de qualidade em e intracavitária;
radioimunoanálise (RIA) e em outras técnicas d) Conhecimento dos princípios e efeitos nas áreas
de doseamento in vitro; de radiobiologia e protecção de radiações;
e) Radioprotecção e dosimetria; e) Organização de um serviço de medicina
nuclear: aspectos legais;
6.1.2 — Objectivos de conhecimento — os objectivos
de conhecimento deverão abranger a tomografia por 6.3 — Radiologia:
emissão de positrões nas várias vertentes consideradas 6.3.1 — Objectivos de desempenho — valorização
nas alíneas a), b), c), d), e) e f): dos exames para análise de decisões clínicas;
6.3.2 — Objectivos de conhecimento:
a) Física aplicada à Medicina Nuclear;
b) Conhecimento da instrumentação: princípios a) Princípios e fundamentação dos métodos de
gerais; imagem com especial ênfase para as técnicas
c) Cálculo matemático e estatístico; de ecografia, tomografia computadorizada e res-
d) Radiologia; sonância magnética;
N.o 158 — 11 de Julho de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3979

b) Análise ponderada da complementaridade dos 8 — Avaliação:


exames radiológicos e de medicina nuclear nas 8.1 — Avaliação de desempenho:
decisões diagnósticas. Valorização dos binómios 8.1.1 — A avaliação será formalizada no final de cada
custo/eficácia e risco/benefício; estágio e, nos estágios com duração superior a 12 meses,
ao fim de cada 12 meses de formação;
6.4 — Cardiologia: 8.1.2 — Ponderação a atribuir para a classificação
6.4.1 — Objectivos de desempenho: final de cada estágio:
a) Conhecimentos em técnicas auxiliares como a) Capacidade de execução técnica — 4;
electrocardiografia, incluindo ergometria; b) Interesse pela valorização profissional — 2;
b) Reconhecimento e actuação apropriada em c) Responsabilidade profissional — 4;
situações de emergência cardiovascular; d) Relações humanas no trabalho — 4;

6.4.2 — Objectivos de conhecimento: 8.2 — Avaliação de conhecimentos:


8.2.1 — A avaliação será formalizada no final de cada
a) Conhecimentos de fisiopatologia cardíaca;
estágio e, nos estágios com duração superior a 12 meses,
b) Conhecimentos de electrocardiografia de repouso
ao fim de cada 12 meses de formação;
e esforço;
8.2.1.1 — Estágio de formação básica em medicina
c) Conhecimentos de farmacocinética dos medi-
nuclear:
camentos usados em cardiologia com especial
ênfase nas utilizações em situações de emer- a) Discussão do relatório de actividades;
gência cardíaca; b) Interrogatório teórico sobre um tema relativo
a esse estágio;
6.5 — Estágio opcional:
6.5.1 — Objectivos de desempenho e conheci- 8.2.1.2 — Estágio de Medicina Nuclear Clí-
mento — adquirir e ou aperfeiçoar, de acordo com o nica — avaliação de 12 em 12 meses através de:
previsto no n.o 5.5, técnicas de diagnóstico e ou tera-
pêutica em que o interno tenha especial interesse. a) Discussão do relatório de actividades;
7 — Breve descrição do desempenho: b) Discussão de um caso clínico com aplicação de
7.1 — Durante o internato, o interno deve adquirir: técnicas diagnósticas, de seguimento ou tera-
7.1.1 — Conhecimento das propriedades físicas e bio- pêuticas em medicina nuclear;
lógicas dos radiofármacos de uso corrente, incluindo c) Interrogatório teórico respeitante à alínea b);
a sua produção, marcação, biodistribuição e controlo
de qualidade; 8.2.1.3 — Estágios de Radiologia, Cardiologia e
7.1.2 — Conhecimento da instrumentação básica rele- opcional:
vante para a obtenção de imagens, para os estudos de a) Discussão do relatório de actividades de cada
cinética in vivo e para os estudos realizados in vitro, estágio;
incluindo o controlo de qualidade dos procedimentos; b) Interrogatório teórico sobre os temas desse
7.1.3 — Conhecimento da etiologia, patogénese, fisio- estágio.
patologia e semiologia das doenças susceptíveis de diag-
nóstico e terapêutica em medicina nuclear; 9 — Disposições finais:
7.1.4 — Conhecimento dos princípios, efeitos e apli- 9.1 — O presente Programa entra em vigor em 1 de
cações nas áreas da radiobiologia e protecção de Janeiro de 2004 e aplica-se aos internos que iniciarem
radiações; o internato a partir dessa data;
7.1.5 — Conhecimento dos requisitos legais e que 9.2 — Pode, facultativamente, abranger os internos
regulamentam a utilização de substâncias radioactivas já em formação, que iniciaram o seu internato em 2003,
e seu manuseamento com fins de diagnóstico, terapêu- e, nesse caso, os interessados deverão entregar na direc-
tica e investigação; ção do internato do seu hospital, no prazo de dois meses
7.1.6 — Conhecimento de que os especialistas de a partir da publicação deste Programa, uma declaração
medicina nuclear vão ser responsáveis por serviços de em que conste a sua pretensão com concordância aver-
medicina nuclear e devem estar aptos e certificados para bada dos respectivos director de serviço e orientador
o manuseamento de substâncias radioactivas com fins de formação.
de diagnóstico, terapêutica e investigação;
7.1.7 — Conhecimento de que o especialista de medi-
Programa de Formação do Internato Complementar da Área
cina nuclear detém o conhecimento dos aspectos clí- Profissional Médica de Nefrologia
nicos, científicos e legais do exercício da especialidade;
7.2 — O interno deve participar em trabalhos de 1 — Duração — 60 meses.
investigação e deve ser interessado na apresentação e 2 — Estrutura, sequência e duração dos estágios:
publicação de trabalhos. Deve ser estimulado para o 2.1 — Medicina Interna — este estágio, com a dura-
intercâmbio de conhecimento em áreas de outras espe- ção de 12 meses, deverá realizar-se no 1.o ano do inter-
cialidades (reuniões clínicas), para participar em cursos, nato em serviço de medicina interna, por designação
seminários, simpósios e congressos; da direcção do internato médico, sob proposta conjunta
7.3 — O interno deve, no último ano de formação, do director do serviço de nefrologia e do orientador
participar nos problemas de organização e gestão do de formação;
serviço; 2.2 — Intensivismo — com a duração de três a
7.4 — O interno deve ter conhecimentos que lhe per- seis meses, este estágio decorrerá em unidade de cui-
mitam colaborar na avaliação, prevenção e tratamento dados intensivos que assegure uma adequada formação,
dos acidentes com radiações ionizantes. por designação da direcção do internato médico, sob
3980 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

proposta conjunta do director do serviço de nefrologia c) Capacidade de estabelecer um plano lógico para
e do orientador de formação; avaliação e tratamento imediato e a longo prazo
2.3 — Nefrologia — duração de 36 a 39 meses, repar- do doente;
tidos do seguinte modo: d) Autonomia na avaliação e resolução de situa-
2.3.1 — Nefrologia Clínica — 21 a 24 meses, seguidos ções de urgência do foro nefrológico, o que
ou intercalados, devendo, pelo menos, um dos períodos implica a sua inclusão em escala de urgência
ter uma duração mínima de 6 meses; específica da especialidade;
2.3.2 — Transplantação Renal — seis meses;
2.3.3 — Hemodiálise (e outras técnicas depurativas 4.1.1.2 — Qualidades humanas e ético-deontológicas:
com circuito extracorporal) — seis meses; a) Integridade, respeito e compreensão no con-
2.3.4 — Diálise Peritoneal Crónica — três meses; tacto com o doente e sua família;
2.4 — Estágios opcionais: b) Capacidade de envolvimento e empatia, de
2.4.1 — Este período formativo terá a duração total ganhar a confiança do doente e respeitar os seus
de seis meses e cada um dos estágios opcionais par- desejos e necessidade de informação;
celares não poderá ter duração inferior a três meses; c) Capacidade de compreensão e decisão face aos
2.4.2 — Os estágios opcionais poderão decorrer em: problemas psicológicos, sociais, económicos, éti-
2.4.2.1 — Áreas de Nefrologia: Nefrologia Clínica, cos e deontológicos suscitados pela clínica e pela
Transplantação Renal, Hemodiálise, Diálise Peritoneal prática nefrológica;
Crónica e Nefrologia Pediátrica;
2.4.2.2 — Áreas de exames complementares de diag- 4.1.1.3 — Capacidade técnica — resultará da integra-
nóstico: Imagiologia, Radiologia de Intervenção Vas- ção das habilitações discriminadas nos objectivos de
cular, Medicina Nuclear, Patologia Clínica e Anatomia desempenho dos estágios e compreende o desenvolvi-
Patológica; mento de capacidade consistente para prestar cuidados
2.4.2.3 — Áreas clínicas não nefrológicas: Medicina médicos qualificados, para utilizar, apropriada e eficaz-
Interna, Intensivismo, Infecciologia, Endocrinologia, mente, testes laboratoriais e técnicas diagnósticas e tera-
Cardiologia, Reumatologia e Urologia; pêuticas, tendo sempre em consideração o melhor inte-
2.4.2.4 — Área de investigação básica: laboratório de resse do doente e o seu bem-estar;
investigação básica; 4.1.2 — Objectivos de conhecimento — durante o
2.4.3 — Quando os estágios opcionais recaiam sobre internato devem ser progressivamente adquiridos e
área não contemplada com o reconhecimento de ido- aprofundados os conhecimentos teóricos relativos aos
neidade formativa, a escolha do local de estágio será grandes capítulos da nefrologia. O interno deverá adqui-
designada pela direcção do internato médico, sob pro- rir capacidade crítica e compreender as limitações do
posta conjunta do director do serviço de nefrologia e conhecimento disponível e a necessidade de manter uma
do orientador de formação. actualização constante;
3 — Locais de formação: 4.1.3 — O interno deve participar na elaboração e
3.1 — Serviços ou unidades de nefrologia, nefrologia apresentação de trabalhos científicos. No final do inter-
pediátrica, imagiologia, medicina nuclear, patologia clí- nato, o interno deverá ter realizado pelo menos um
nica, anatomia patológica, medicina interna, intensi- trabalho, como 1.o autor, publicado ou apresentado em
vismo, infecciologia, endocrinologia, cardiologia, reuma- reunião científica de âmbito nacional ou internacional;
tologia, urologia e laboratório de investigação básica; 4.2 — Estágio em Medicina Interna:
3.2 — Os estágios de Transplantação Renal, de 4.2.1 — Objectivos de desempenho e conhecimento:
Hemodiálise e de Diálise Peritoneal Crónica poderão a) Treino na avaliação e tratamento de doentes
decorrer, no todo ou em parte, em unidades públicas com patologia médica diversificada. Treino na
ou privadas a quem tenha sido reconhecida idoneidade execução das diferentes técnicas semiológicas
formativa para o efeito, após estabelecido protocolo de e terapêuticas;
articulação entre estas unidades e o serviço ou unidade b) Avaliação e tratamento de doentes em situações
de nefrologia; de emergência médica, pressupondo actuação
3.3 — Relativamente a áreas não abrangidas pelo em serviços de urgência hospitalar;
reconhecimento de idoneidade formativa, o estágio
deverá decorrer em local designado pela direcção do 4.3 — Estágio em Intensivismo:
internato médico, sob proposta conjunta do director do 4.3.1 — Objectivos de desempenho e conhecimento:
serviço de nefrologia e do orientador de formação.
4 — Objectivos dos estágios: a) Contacto com doentes com falência múltipla de
4.1 — Aspectos gerais: órgãos, sua avaliação e tratamento;
4.1.1 — Objectivos de desempenho — enunciam-se b) Avaliação, prevenção e tratamento das situações
os objectivos considerados indispensáveis. O director de de insuficiência renal aguda em doentes com
serviço e o orientador de formação definirão, se o enten- instabilidade hemodinâmica. Selecção, prescri-
derem, objectivos facultativos que servirão de indica- ção e execução das técnicas de substituição da
dores sobre as opções que o interno poderá tomar função renal nesses doentes;
durante a evolução da sua formação. c) Treino nas técnicas invasivas habitualmente rea-
Considera-se importante que o interno adquira ou lizadas em unidades de cuidados intensivos,
desenvolva: designadamente na entubação oro-naso-tra-
4.1.1.1 — Julgamento clínico adequado: queal;

a) Capacidade de integração dos factos médicos 4.4 — Estágio em Nefrologia:


e dados clínicos; 4.4.1 — Objectivos de desempenho:
b) Ponderação dos riscos e benefícios para o 4.4.1.1 — Nefrologia Clínica — o treino progressivo
doente de qualquer acto médico; será adquirido através da actuação tutelada no inter-
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namento, consulta externa e interna, e serviço de urgên- e) Etiopatogenia, prevenção e tratamento das insu-
cia específico da especialidade (urgência interna do ser- ficiências renais aguda e crónica;
viço de nefrologia): f) Farmacologia clínica: alterações farmacocinéti-
4.4.1.1.1 — O interno deve adquirir treino na preven- cas relacionadas com as modificações da função
ção, avaliação e tratamento das seguintes situações: renal e efeito dos fármacos sobre a estrutura
a) Perturbações dos balanços hidroelectrolítico, e função renal;
ácido-básico e mineral; g) Princípios dietéticos e nutricionais em Nefro-
b) Insuficiência renal aguda; logia;
c) Insuficiência renal crónica e patologia asso- h) Aspectos éticos, deontológicos, psicológicos, eco-
ciada. Tratamento conservador; nómicos e sociais da prática nefrológica;
d) Hipertensão arterial; i) Noções de organização e gestão de um serviço
e) Doenças glomerulares e vasculares do rim; de nefrologia hospitalar;
f) Infecções das vias urinárias;
g) Doenças túbulo-intersticiais; 4.5 — Estágio em Transplantação Renal:
h) Doenças sistémicas com repercussão renal; 4.5.1 — Objectivos de desempenho — o estágio nesta
i) Patologia renal da gravidez; área deve contemplar a actuação no âmbito dos cuidados
j) Nefropatias induzidas por tóxicos; pré e pós-transplantação com aquisição de treino espe-
k) Situações urológicas com repercussão sobre a cífico nas seguintes áreas:
função renal (uropatia obstrutiva, litíase, tumo- a) Avaliação e selecção de candidatos a transplan-
res do aparelho urinário); tação renal;
b) Avaliação pré-operatória do receptor;
4.4.1.1.2 — Treino com aquisição de autonomia pro- c) Abordagem clínica e terapêutica do doente
gressiva na realização das seguintes técnicas: transplantado no pós-operatório imediato
a) Biópsia renal percutânea (mínimo de biópsias (seguimento de pelo menos 10 doentes no pós-
a realizar até ao final do internato — 20 biópsias -operatório imediato);
em rim próprio e 5 de enxerto renal); d) Diagnóstico clínico da rejeição, incluindo treino
b) Observação e interpretação do sedimento uri- na interpretação dos exames complementares
nário; respectivos (laboratoriais, histológico e técnicas
c) Colocação de catéteres centrais para hemodiá- de imagem);
lise em veias jugulares, subclávias e femurais e) Tratamento médico da rejeição; treino na uti-
(número mínimo de catéteres colocados no final lização de terapêutica imunossupressora;
do internato — 80, dos quais 20 com tune- f) Diagnóstico e tratamento médico das compli-
lização); cações cirúrgicas, infecciosas e outras;
g) Seguimento a longo prazo do doente transplan-
4.4.1.1.3 — No final do estágio, o interno deverá tado (o interno deve seguir pelo menos 10 doen-
conhecer as indicações, contra-indicações e complica- tes transplantados durante um período mínimo
ções dos seguintes actos: de seis meses);
h) Realização e interpretação de biópsia percutâ-
a) Análises laboratoriais relevantes para a clínica
nefrológica; nea do enxerto renal;
b) Biópsia renal; treino na observação e interpre- i) Interpretação dos estudos ecográfico, isotópico
tação de biópsias renais; e angiográfico do enxerto renal;
c) Ecografia renal;
d) Urografia de eliminação; 4.5.2 — Objectivos de conhecimento:
e) Angiografia renal; angioplastia; by-pass arterial; a) Biologia da rejeição;
f) Plasmaferese; b) Indicações e contra-indicações para a transplan-
g) Estudos isotópicos (de imagem e de avaliação tação renal;
da função renal); c) Princípios da selecção de receptores e sua
h) Tomografia computorizada e ressonância mag- avaliação;
nética do rim; d) Princípios dos exames de histocompatibilidade;
i) Nefrostomia percutânea; e) Princípios da colheita de órgãos e sua pre-
j) Litotrícia extracorporal; servação;
k) Cistoscopia; f) Complicações a curto e longo prazos da trans-
plantação;
4.4.2 — Objectivos de conhecimento: g) Modo de acção e utilização dos fármacos
a) Anatomia, fisiologia e fisiopatologia renal; imunossupressores;
b) Alterações do metabolismo hidroelectrolítico, h) Histopatologia da rejeição;
ácido-básico e mineral; i) Avaliação, selecção e manutenção de dadores,
c) Conhecimento preciso da história natural, pato- incluindo dador vivo;
génese e terapêutica das doenças do rim e apa- j) Aspectos éticos, deontológicos, legais, psicosso-
relho urinário, quer congénitas quer adquiridas, ciais e económicos da doação de órgãos e da
assim como das doenças sistémicas com poten- transplantação;
cial agressão renal. Conhecimento dos princí-
pios básicos da imunologia e mecanismos imu- 4.6 — Estágio em Hemodiálise (e outras técnicas
nológicos de lesão renal; depurativas com circuito extracorporal):
d) Regulação normal da tensão arterial; patogenia, 4.6.1 — Objectivos de desempenho — o interno
diagnóstico e tratamento da hipertensão; deverá saber avaliar correctamente as várias opções tera-
3982 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

pêuticas no tratamento do doente com insuficiência d) Controlo nutricional do doente em diálise peri-
renal, aguda ou crónica, ou com intoxicação, e tornar-se toneal crónica e adaptações posológicas;
progressivamente autónomo na prescrição de cada tipo e) O interno deve acompanhar directamente um
de tratamento. Durante o período de estágio de contacto número mínimo de cinco doentes em diálise
com este meio terapêutico, o interno deverá adquirir peritoneal crónica ambulatória durante um
experiência e autonomia progressiva em: período de três meses;
a) Prescrever e acompanhar cada tipo de técnica 4.7.2 — Objectivos de conhecimento — v., no apro-
depurativa em todas as situações de insuficiência priado, n.o 4.6.2;
renal aguda ou crónica e intoxicações; 4.8 — Estágios opcionais:
b) Avaliar a eficácia de cada tipo de tratamento; 4.8.1 — Objectivos de desempenho e conheci-
c) Acompanhar uma sessão de hemodiálise, pres- mento — dentro dos estágios opcionais possíveis são
supondo uma actuação directa na sala de hemo- definidos como objectivos mínimos:
diálise durante o período do estágio ou ao longo 4.8.1.1 — Áreas de Nefrologia — aprofundamento
do internato; dos conhecimentos e aperfeiçoamento na abordagem
d) Prevenir e tratar as complicações de cada tipo e na avaliação de doentes e nas técnicas diagnósticas
de diálise, incluindo as associadas ao tratamento e terapêuticas da especialidade;
de água; 4.8.1.2 — Áreas de exames complementares de diag-
e) Prevenir, avaliar e tratar complicações médicas nóstico — aprendizagem ou aprofundamento do conhe-
do doente em tratamento de substituição da fun- cimento e das técnicas complementares de diagnóstico
ção renal, quer em situações de insuficiência com relevância em doentes do foro nefrológico;
renal aguda quer em doentes em programa de 4.8.1.3 — Áreas clínicas não nefrológicas — aprofun-
hemodiálise a longo prazo. O interno deve ter damento dos conhecimentos das especialidades, em par-
a seu cargo o seguimento de pelo menos ticular os referentes a patologia comummente observada
10 doentes crónicos durante um período mínimo em doentes com afecção renal, e aperfeiçoamento das
de seis meses; técnicas utilizadas nas especialidades referidas;
f) Prescrever dietas e alimentação parentérica no 4.8.1.4 — Área de Investigação Básica — contactar
doente em diálise; com a metodologia e com as técnicas de investigação
g) Efectuar adaptações posológicas no doente em básica aplicadas à nefrologia, como complemento da
hemodiálise; compreensão da fisiologia e da patologia renais e como
h) Colocação de catéteres centrais para hemodiá- desenvolvimento do espírito crítico na avaliação dos
lise e técnicas afins; reconhecimento e domínio resultados obtidos.
das complicações; 5 — Avaliação:
i) Métodos e técnicas de vigilância e avaliação do 5.1 — Avaliação de desempenho — a avaliação de
funcionamento dos acessos vasculares e de pro- desempenho é feita de forma contínua no decorrer de
filaxia e tratamento das suas complicações ou cada estágio, no final do qual o interno será avaliado,
disfunções; na escala de 0 a 20 valores, levando em conta os seguintes
parâmetros e respectivas ponderações:
4.6.2 — Objectivos de conhecimento: a) Capacidade de execução técnica, com a pon-
a) Princípios físicos da hemodiálise e técnicas afins deração de 4 pontos;
e da diálise peritoneal; b) Interesse pela valorização profissional, com a
b) Conhecimento e familiarização com o modo de ponderação de 3 pontos;
funcionamento dos monitores de hemodiálise c) Responsabilidade profissional, com a pondera-
e dos requisitos de purificação da água assim ção de 2 pontos;
como das características das várias membranas d) Relações humanas no trabalho, com a ponde-
artificiais utilizadas; ração de 1 ponto;
c) Fisiopatologia das várias complicações médicas
relacionadas com os vários tipos de diálise; 5.2 — Avaliação de conhecimentos — a avaliação de
d) Influência dos vários tipos de diálise na far- conhecimentos será efectuada anualmente, na escala de
macocinética; 0 a 20 valores, através de:
e) Aspectos éticos, deontológicos, psicossociais e 5.2.1 — Prova teórica, que incluirá:
económicos relacionados com a diálise crónica; a) Apreciação do relatório de actividades;
f) Familiarização com a organização e gestão de b) Discussão de um trabalho efectuado durante o
um programa de tratamento de insuficientes ano e ou prova de resolução de problemas
renais ambulatórios; clínicos;
4.7 — Estágio em Diálise Peritoneal Crónica: 5.2.2 — Prova prática, que incluirá:
4.7.1 — Objectivos de desempenho:
a) Entrevista e observação de um doente;
a) Compreensão do processo prático da diálise b) Elaboração de relatório escrito onde conste o
peritoneal, designadamente da diálise perito- diagnóstico, pedido de exames, discussão dos
neal nas suas diversas modalidades. Familiari- mesmos, prognóstico e terapêutica.
zação com a colocação de acessos peritoneais;
b) Capacidade de prescrição de diálise peritoneal 6 — Disposições finais:
e avaliação da sua eficácia; 6.1 — Este Programa de Formação aplica-se aos
c) Capacidade de reconhecer, diagnosticar e tratar internos que iniciam o internato a partir de 1 de Janeiro
as complicações da diálise peritoneal, incluindo de 2004;
a peritonite e as complicações relacionadas com 6.2 — Para os internos que tenham iniciado o inter-
o acesso; nato em data anterior à referida no número anterior,
N.o 158 — 11 de Julho de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3983

manter-se-á o Programa definido à data do início do Programa do Internato Complementar da Área Profissional
internato, excepto se os internos manifestarem optar Médica de Saúde Pública
pelo Programa agora aprovado. Nesta segunda hipótese, 1 — Duração — 48 meses.
o tempo total de formação não poderá ultrapassar os 2 — Sequência dos estágios — os vários estágios que
60 meses. compõem o internato são agrupados em unidades for-
Neste caso, os interessados deverão entregar na direc- mativas caracterizadas pela sua duração (12 meses) e
ção do internato do seu hospital, no prazo de dois meses pela conexão estrutural do seu conteúdo.
a partir da publicação deste Programa, uma declaração A sequência das unidades formativas é a expressa
em que conste a sua pretensão com a concordância aver- no quadro seguinte. Poderá ser equacionada uma dife-
bada dos respectivos director de serviço e orientador rente sequência de estágios em situações excepcionais,
de formação. autorizadas caso a caso:

Número
Unidade formativa Designação do estágio Duração dos estágios
de estágios

Ano 1: Comunidade e Cuidados de Saúde . . . . . 1 Estágio em Saúde Comunitária . . . . . . . . . . . . . De 10 a 12 meses.


Ano 2: Fundamentos Teóricos e disciplinas de 1 Curso de Especialização em SP . . . . . . . . . . . . . 12 meses.
Saúde Pública.
Ano 3: Administração de Saúde Pública I . . . . . . 3 a) Investigação Epidemiológica em SP . . . . . . . 5 meses.
b) Estágio de Consultoria em SP . . . . . . . . . . . . De 5 a 6 meses.
c) Estágio opcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . De 2 a 3 meses.
Ano 4: Administração de Saúde Pública II . . . . . 1 Estágio de Intervenção em SP . . . . . . . . . . . . . . 12 meses.

SP — Saúde Pública.

3 — Duração dos estágios — a duração de cada está- 5.1.2 — Objectivos de conhecimentos — no final do
gio é a expressa no quadro anterior. estágio o interno deve ser capaz de demonstrar conhe-
4 — Local de formação: cimentos sobre:
4.1 — Estágio em Saúde Comunitária — centro de
saúde de colocação; a) Epidemiologia;
4.2 — Curso de especialização em Saúde b) Demografia;
Pública — instituição de ensino superior com idonei- c) Estatística descritiva;
dade reconhecida para ministrar curso de profissiona- d) Planeamento em saúde (etapa de diagnóstico
lização para médicos de saúde pública; da situação);
4.3 — Investigação Epidemiológica em Saúde e) Epidemiologia e controlo das doenças trans-
Pública — centro de saúde de colocação; missíveis;
f) Fundamentos e tipos de intervenção em saúde
4.4 — Estágio de Consultoria em Saúde Pública —
ambiental e saúde ocupacional;
instituição, estabelecimento ou serviço de nível sub-re-
g) Factores demográficos, sociais e ambientais que
gional, regional ou nacional onde exerça funções um
influenciam a saúde;
médico de saúde pública;
h) Actividades dirigidas a grupos vulneráveis e de
4.5 — Estágio opcional — instituição, estabeleci- risco;
mento ou serviço de saúde de nível sub-regional, regio-
i) Programas de saúde em execução a nível local,
nal ou nacional; regional e nacional;
4.6 — Estágio de Intervenção em Saúde j) Fontes de informação locais, regionais e nacio-
Pública — centro de saúde de colocação. nais mais frequentemente utilizadas em saúde;
5 — Objectivos: k) Filosofia dos cuidados de saúde primários,
5.1 — Estágio em Saúde Comunitária: estrutura organizativa dos centros de saúde
5.1.1 — Objectivos de desempenho — o desempenho (incluindo sistema de informação) e funções dos
durante esta área de formação deve conduzir a que o seus profissionais;
interno seja capaz de:

a) Descrever e interpretar o nível de saúde da 5.2 — Curso de especialização em Saúde Pública:


comunidade e dos grupos que a integram; 5.2.1 — Objectivos de desempenho e de conhecimen-
b) Identificar os factores demográficos, culturais, tos — no final do estágio o interno deve ser capaz de:
ambientais, sócio-económicos, individuais e de a) Utilizar a Epidemiologia como disciplina básica
utilização dos serviços que condicionam a saúde; da Saúde Pública;
c) Participar, integrado nas equipas que as desen- b) Utilizar as metodologias da administração em
volvem, em todas as actividades do centro de saúde, designadamente para a:
saúde, executando as tarefas que competem ao
médico de saúde pública; b1) Identificação de necessidades;
d) Executar as tarefas do âmbito da autoridade b2) Priorização de problemas;
de saúde; b3) Elaboração e gestão de programas e
e) Utilizar conhecimentos sobre promoção, pro- projectos;
tecção e prevenção em saúde; b4) Avaliação de programas e serviços;
f) Planear, executar, ou participar em actividades b5) Monitorização da saúde e seus determi-
de formação; nantes e de programas e serviços;
3984 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

c) Utilizar as metodologias específicas a uma con- b) Fontes de informação sobre estrutura, processos
sultoria e auditoria em saúde pública; e resultados;
d) Conhecer, participar e utilizar os sistemas de c) Perspectivas dos utentes, prestadores de cuida-
vigilância epidemiológica; dos e administradores sobre medição de pro-
e) Conhecer e utilizar a metodologia da investi- cessos e avaliação de resultados dos programas
gação epidemiológica; de saúde e dos serviços;
f) Planear, executar ou participar em actividades d) Eficácia, eficiência e efectividade;
de formação; e) Avaliação económica de programas e serviços;
g) Elaborar, redigir e apresentar um protocolo de f) Administração de serviços de saúde;
investigação epidemiológica;

5.3 — Investigação Epidemiológica em Saúde 5.5 — Estágio opcional:


Pública: 5.5.1 — Objectivos de desempenho e de conhecimen-
5.3.1 — Objectivos de desempenho — no final do tos — de acordo com a instituição, serviço, área ou pro-
estágio o interno deve ter sido capaz de: grama escolhido como objecto de estágio, são definidos
os seguintes objectivos mínimos:
a) Desenvolver adequadamente o processo de
investigação epidemiológica; a) Conhecer as finalidades da instituição, serviço,
b) Evidenciar um comportamento responsável e área ou programa;
autónomo no desenvolvimento da investigação; b) Conhecer o processo e as actividades que con-
c) Redigir e apresentar relatório de investigação tribuem para aquelas finalidades, bem como os
bem estruturado e com uma apresentação clara, resultados alcançados;
precisa e cuidada; c) Conhecer o sistema de informação interno e
d) Planear, executar ou participar em actividades a sua eventual interface com o exterior;
de formação;
d) Analisar a integração ou enquadramento da ins-
e) Colaborar nas funções do médico de saúde
pública, executando as actividades e tarefas que tituição, serviço ou programa no contexto dos
lhe forem distribuídas; serviços de saúde e a sua contribuição para o
estado de saúde da população;
5.3.2 — Objectivos de conhecimentos — no final do e) Identificar custos e fontes de financiamento;
estágio o interno deve ser capaz de demonstrar: f) Aprofundar conhecimentos na área do estágio;
g) Planear, executar ou participar em actividades
a) A importância para a saúde pública do tema de formação;
escolhido; h) Elaborar documento que caracterize a institui-
b) Conhecimentos sobre a literatura existente rele-
ção, serviço ou programa nos itens anterior-
vante ao tema;
c) Conhecimentos sobre o modo de definir cor- mente mencionados.
rectamente um problema de investigação;
d) Conhecimentos sobre a metodologia de inves- 5.6 — Estágio de Intervenção em Saúde Pública:
tigação, especificamente na aplicação dos méto- 5.6.1 — Objectivos de desempenho — o desempenho
dos epidemiológicos; durante este estágio deve conduzir a que o interno seja
e) Conhecimentos sobre estatística; capaz de:
f) Conhecimentos sobre métodos de pesquisa e
de interpretação de literatura biomédica; a) Identificar factores condicionantes do estado de
g) Conhecimentos sobre a apresentação escrita de saúde, valorizar o seu contributo para a ocor-
um trabalho científico; rência de doença e incapacidade nas populações
e programar a intervenção sobre os mesmos,
5.4 — Estágio de Consultoria em Saúde Pública: estabelecendo prioridades de intervenção;
5.4.1 — Objectivos de desempenho — no final do b) Avaliar a qualidade e a eficácia dos serviços
estágio o interno deve ter sido capaz de: e instituições, no que se refere às actividades
a) Identificar a finalidade da consultoria; de promoção de saúde e prevenção da doença
b) Adquirir a informação necessária ao enquadra- e aos cuidados prestados;
mento do problema; c) Avaliar a execução de programas, em termos
c) Definir os objectivos e os critérios; de resultados e custos;
d) Recolher a informação necessária à análise do d) Definir as actividades e tarefas dos serviços de
problema; saúde, prevendo também o envolvimento dos
e) Proceder à análise da situação com base na recursos da sociedade;
informação recolhida; e) Intervir em actividades de controlo de riscos
f) Elaborar o relatório final, que inclui as reco- ambientais, na execução de rastreios e na exe-
mendações relevantes, tendo em conta a fina- cução de medidas de protecção específica da
lidade inicial da consultoria; população;
g) Planear, executar ou participar em actividades f) Delinear, executar e avaliar programas e pro-
de formação; jectos de educação para a saúde;
g) Planear, executar ou participar em actividades
5.4.2 — Objectivos de conhecimentos — no final do de formação;
estágio o interno deve demonstrar conhecimentos sobre: h) Colaborar em todas as funções do médico de
a) Processos de avaliação, suas vantagens e limi- saúde pública, executando as actividades e tare-
tações; fas que lhe forem distribuídas;
N.o 158 — 11 de Julho de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3985

5.6.2 — Objectivos de conhecimentos — no final do tos e conhecimentos da saúde pública na con-


estágio o interno deve ser capaz de demonstrar conhe- cretização de um trabalho de consultoria ou de
cimentos sobre: auditoria, realizado por proposta de estabele-
a) Administração em saúde; cimento, instituição ou serviço com actividade
b) Epidemiologia aplicada à administração em que contribua para a saúde da população;
saúde; b) Para a realização deste estágio, o interno está
c) Gestão de serviços; sedeado no serviço do responsável de estágio,
d) Monitorização, prevenção e controlo da doença o qual é designado de acordo com o tipo de
e da incapacidade nas populações; consultoria ou auditoria e da área geográfica
e) Reflexos na saúde e no uso dos serviços de saúde em que esta se realiza. A partir deste local de
da cultura e dos estilos de vida; formação, o interno desloca-se ao serviço ou
f) Pedagogia em saúde: modificações de com- instituição onde se realiza a consultoria;
portamento; c) O documento final será redigido e apresentado
g) Capacidade de se manter actualizado através de forma a poder ser utilizado pelo serviço
de formação contínua. objecto do trabalho e a sua divulgação é de cir-
culação restrita;
6 — Descrição do desempenho: d) Se durante este estágio o interno gozar um
6.1 — Estágio em Saúde Comunitária: período de férias superior a 15 dias, este período
a) Treino em actividades de saúde ambiental e será compensado no final do estágio em prejuízo
autoridade de saúde; treino em actividades e do tempo total do estágio opcional;
tarefas que contribuam para o diagnóstico de
saúde e para a monitorização do estado de saúde 6.5 — Estágio opcional:
da população. Treino em actividades de vigi-
a) Pretende-se com este estágio que o interno
lância epidemiológica das doenças transmissí-
conheça a contribuição que os serviços onde
veis; treino em actividades relacionadas com o
Plano Nacional de Vacinação; estagia dão à saúde da comunidade ou adquira
b) Familiarização com os programas em execução competências na utilização de instrumentos
no centro de saúde, com as funções e com as úteis à prática do médico de saúde pública ou,
tarefas dos profissionais que as executam, cola- ainda, que aprofunde conhecimentos em assun-
borando na execução das que são específicas tos relevantes na saúde pública;
ao médico de saúde pública; b) O interno deverá submeter previamente o plano
c) Execução das tarefas que lhe forem distribuídas, do estágio ao orientador de formação e à coor-
tendo em consideração a evolução das suas denação de internato;
capacidades;
d) Treino na elaboração e apresentação de infor- 6.6 — Estágio de Intervenção em Saúde Pública —
mação e relatórios, quer sob a forma escrita pretende-se com este estágio que o interno adquira a
quer sob a forma oral, recorrendo, designada- capacidade de utilizar, de um modo planeado e eficaz,
mente, ao uso de meios electrónicos; todos os recursos da sociedade, de forma a promover,
melhorar e recuperar a saúde da população, de acordo
6.2 — Curso de especialização em Saúde Pública: com as necessidades reais e com a participação dessa
a) Formação teórico-prática, em regime de tempo população.
inteiro, abrangendo as disciplinas da Saúde 7 — Avaliação — todas as avaliações de desempenho
Pública, com especial incidência em Epidemio- incluem, pelo menos, os seguintes parâmetros:
logia, Administração de Saúde e Saúde Ambien- a) Capacidade de execução técnica;
tal;
b) Interesse pela valorização profissional;
b) Elaboração e apresentação de um protocolo de
investigação epidemiológica em saúde pública; c) Responsabilidade profissional;
d) Relações humanas no trabalho.
6.3 — Investigação epidemiológica em saúde pública:
Para cada estágio os factores de ponderação a atribuir
a) Desenvolvimento e apresentação de uma inves- a estes e outros parâmetros constarão na caderneta de
tigação epidemiológica, de âmbito local, distri- internato:
tal, regional ou nacional, no seguimento do pro- 7.1 — Estágio em Saúde Comunitária:
tocolo elaborado no estágio do curso de espe- 7.1.1 — Avaliação de desempenho — a avaliação do
cialização em Saúde Pública. A investigação a
desempenho é contínua e formalizada no final do está-
desenvolver utilizará um dos seguintes tipos de
gio. Para que esta formalização tenha lugar é condição
estudo: de prevalência, ecológico, de caso-con-
trolo, de coorte, experimental; indispensável o cumprimento dos itens mínimos deter-
b) Se durante este estágio o interno gozar um minados para este estágio na caderneta de internato;
período de férias superior a 15 dias, este período 7.1.2 — Avaliação de conhecimentos — é formalizada
será compensado no final do estágio em prejuízo no final do estágio através de prova escrita;
do tempo total do estágio opcional; 7.2 — Curso de especialização em Saúde Pública:
a) A avaliação do curso é da responsabilidade da
6.4 — Estágio de Consultoria em Saúde Pública: instituição que ministra a formação, podendo
a) Pretende-se com este estágio que o interno o orientador de formação do interno participar
adquira treino na utilização de vários instrumen- na mesma;
3986 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 158 — 11 de Julho de 2003

b) A classificação final deste estágio é única e tor- em Conservatório — Escola Profissional das Artes da
nada pública na escala de 0 a 20 valores; Madeira (CEPAM ).
O artigo 5.o do referido diploma previa que a estrutura
7.3 — Investigação epidemiológica em saúde pública: orgânica e a competência dos diversos órgãos e serviços,
7.3.1 — Avaliação de desempenho — baseia-se no bem como o quadro de pessoal, constariam de decreto
acompanhamento do desempenho do interno durante regulamentar regional, o que veio a suceder com a publi-
o estágio e ainda na apreciação do relatório final do cação do Decreto Regulamentar Regional
mesmo; n.o 17/2000/M, de 22 de Março.
7.3.2 — Avaliação de conhecimentos — baseia-se na Três anos volvidos sobre a criação da escola profis-
apreciação do relatório de investigação pela coorde- sional, importava proceder à ampliação das atribuições
nação; do CEPAM, adicionando ao ensino profissional a via
7.4 — Estágio de Consultoria em Saúde Pública: da educação artística vocacional.
Esta ampliação de atribuições permitiria não só racio-
7.4.1 — Avaliação de desempenho — a avaliação do
nalizar e potencializar os recursos humanos e técnicos
desempenho é feita no final do estágio, baseia-se no
existentes como ainda, e sobretudo, dotar a Região
acompanhamento do interno e, fundamentalmente, na Autónoma da Madeira de um estabelecimento de ensino
qualidade do relatório produzido, sendo a classificação moderno capaz de dar as respostas mais adequadas e
da responsabilidade do orientador de formação, ouvido abrangentes no domínio do ensino das artes em geral
o responsável de estágio; e da música em particular.
7.4.2 — Avaliação de conhecimentos — a avaliação Assim, o Decreto Legislativo Regional n.o 2/2000/M,
de conhecimentos é feita no final da unidade formativa de 31 de Janeiro, foi objecto de recente alteração legis-
sob a forma de uma prova oral, integrando a mesma lativa com a publicação do Decreto Legislativo Regional
a coordenação e o orientador de formação, e tendo n.o 21/2002/M, de 16 de Novembro, o qual veio consagrar
em conta o relatório produzido durante o estágio de legalmente a ampliação das atribuições do CEPAM,
consultoria; reconhecendo a possibilidade de este, a par do ensino
7.5 — Estágio opcional: profissional, poder ministrar também a educação artís-
7.5.1 — Avaliação de desempenho — a avaliação do tica vocacional.
desempenho é feita no final do estágio, baseia-se no Com a publicação do Decreto Legislativo Regional
acompanhamento do interno, sendo a classificação da n.o 21/2002/M, de 16 de Novembro, urge rever a orgânica
responsabilidade do orientador de formação, ouvido o do CEPAM de forma a adequá-la a este diploma.
responsável de estágio; Foram observados os procedimentos a que se refere
7.5.2 — Avaliação de conhecimentos — a avaliação a Lei n.o 23/98, de 26 de Maio, e os artigos 54.o, n.o 5,
de conhecimentos é feita no final da unidade formativa alínea d), e 56.o, n.o 2, alínea a), da Constituição da
sob a forma de uma prova oral, integrando a mesma República Portuguesa.
a coordenação e o orientador de formação, tendo em Assim:
conta os documentos produzidos pelo interno durante Nos termos da alínea d) do n.o 1 do artigo 227.o e
este estágio; do n.o 5 do artigo 231.o da Constituição da República
7.6 — Estágio de Intervenção em Saúde Pública: Portuguesa e das alíneas c) e d) do artigo 69.o do Esta-
7.6.1 — Avaliação de desempenho — a classificação tuto Político-Administrativo da Região Autónoma da
resulta do acompanhamento do interno e da apreciação Madeira, aprovado pela Lei n.o 13/91, de 5 de Junho,
do relatório de intervenção; na redacção dada pela Lei n.o 130/99, de 21 de Agosto,
7.6.2 — Avaliação de conhecimentos — a avaliação com a alteração introduzida pela Lei n.o 12/2000, de
de conhecimentos e respectiva classificação resulta da 21 de Junho, conjugados com o Decreto Legislativo
apresentação oral e discussão do processo de interven- Regional n.o 2/2000/M, de 31 de Janeiro, e o Decreto
ção desenvolvido, sendo da responsabilidade da coor- Legislativo Regional n.o 21/2002/M, de 16 de Novembro,
denação e podendo orientadores de formação participar o Governo Regional da Madeira decreta o seguinte:
na sua execução.
8 — Disposições finais — o presente Programa entra Artigo 1.o
em vigor em 1 de Janeiro de 2004 e aplica-se apenas
aos internos que iniciarem o internato a partir dessa A orgânica do Conservatório — Escola Profissional
data. das Artes da Madeira, aprovada pelo Decreto Regu-
lamentar Regional n.o 17/2000/M, de 22 de Março, é
alterada nos termos dos artigos seguintes.

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Artigo 2.o


O artigo 1.o da orgânica do Conservatório — Escola
Presidência do Governo Profissional das Artes da Madeira aprovada pelo
Decreto Regulamentar Regional n.o 17/2000/M, de 22
de Março, passa a ter a seguinte redacção:
Decreto Regulamentar Regional n.o 15/2003/M
Altera a orgânica do Conservatório — Escola Profissional «Artigo 1.o
das Artes da Madeira Natureza e atribuições
o
O Decreto Legislativo Regional n. 2/2000/M, de 1—..........................................
31 de Janeiro, converteu o Conservatório de Música 2 — O CEPAM rege-se pelo disposto no Decreto
da Madeira — Escola Secundária de Ensino Artístico Legislativo Regional n.o 2/2000/M, de 31 de Janeiro,

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