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I
Cato coisas e desculpas
Recolho velhas fotos e
Espalho novas relembranças
Rebusco músicas
Relembro tua voz
Adivinho tua voz
Quero tua voz
No meu ouvido
Quero teu calor e tuas mãos
Quero o meu desejo
E o meu corpo
No teu corpo.
Falando de Mário à Lindolf
Não a prosa.
Adolescentes eternos,
Somos incapazes de deixar as relações
Amadurecerem.
Como vou lidar com o fato
De você ser diferente de mim ?
Se eu quero sexo
Quando você
Diz não.
Se não concordo com o que você diz,
Devo concluir que somos seres
Insuportáveis um ao outro ?
As relações tem estações...
Depois de todo inverno
Sempre vem a primavera...
As flores, luas, velas
Passageiro
A pouca luz,
A vela
Revela a miséria.
O café e as batatas.
Os rostos
Disformes
Deformados pelo trabalho duro.
Dia a dia,
As mãos calejadas,
Os olhos frios,
Os gestos ausentes,
A luz da vela
Ilumina o quarto
Frio e pequeno,
O céu é de um azul
Cheio de azuis
Em uma quase noite
Sem estrelas.
A casa amarela,
Na esquina da rua
Verde,
Olha pensativa
As pessoas andando pela rua.
No bar ao lado,
Sentado a porta
Um homem bebe.
A casa amarela
Tem janelas verdes.
Segunda impressão
De vizinhos,
De futebol,
De galinha assada,
Maionese,
De menina de roupa engomada,
Brincar de boneca,
Dos mais velhos discutirem política,
Das mães fazerem bolachas,
Se mostrarem os bordados.
Eu nunca entendi porque
Depois da missa o domingo
É tão curto....
Procuro em mim
Procuro em mim
O que há de ti.
O que é das águas
E dos rios
Que correm em mim
Como torrentes.
Procuro em mim
As chuvas lavando a terra,
As folhas molhadas,
O cheiro de terra no ar
Cortando o ar, o som dos pássaros.
Procuro em mim
As águas das chuvas
Trazendo enchentes,
Afogando as almas
E os homens.
Procuro em mim
O sol que põem
As águas no lugar,
Fecunda a terra,
Faz as nuvens.
No retrato que me faço
E as tardes.
Chove para lavar
A alma dos homens,
A terra dos homens,
O nome dos homens.
A chuva chove lentamente
Para deixar que as nuvens
Se desmanchem
Em lágrimas pelo ar.
Nós continuamos
A buscar o porque
Mas só a chuva
Sabe porque chove.
Noturno (III)
O mar é só mar
E seu insolúvel destino
É ser mar.
Sem ter nunca o destino
De querer ser diferente
De ser mar
O mar é só mar
E o seu indissolúvel destino
É ser mar e sonhar...
Antes de tudo ser feito...
Vento sul
Vai o azul
E vem a chuva
Miúda
Fraca
Fria
Folhas voam
Pássaros ocasionais
Nos redemoinhos
Vento sul...
Vai o azul
Dos sonhos
Flutuando,
Arrastado pelas ruas
Nas manhãs
O sol
Vai surgir !...
E o vento
Para onde irá o vento
Depois de roubar os teus pensamentos.
Infinito espaço ...
Infinito espaço.
Horizonte.
Mar.
Onde começas
Se não no meu coração.
Onde terminas,
Se não no mesmo coração
Que pulsa como o mar,
Em ondas,
Em vidas,
Espaços,
Horizonte.
Nota do Autor.