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EUROCÓDIGO 2 – EN1992-1-1

Júlio Appleton
1. Introdução

O Eurocódigo 2 Parte 1.1 (EN1992-1-1, Dezembro 2004) será publicado brevemente em português juntamente
com o Anexo Nacional e em paralelo com as outras Euronormas necessárias para a sua implementação no
dimensionamento e verificação da segurança de estruturas.

No que se refere às estruturas de betão há a considerar as seguintes normas:


EN1990 – Bases para o dimensionamento de estruturas (Segurança)
EN1991 – Acções nas Estruturas
EN 1997 – Dimensionamento Geotécnico
EN1998 – Dimensionamento de Estruturas em Regiões Sísmicas
EN13670 – Execução de Estruturas de Betão
EN206 – Betão – Comportamento, produção, colocação e critérios de conformidade

O Eurocódigo 2 inclui 4 normas

EN1992. Parte 1.1 – Regras gerais


Parte 1.2 – Dimensionamento de Estruturas para a Acção do Fogo
Parte 2 – Pontes de Betão Armado e Pré-Esforçado
Parte 3 – Estruturas para Armazenamento de Líquidos ou outros Produtos

Nesta primeira fase serão publicadas as partes 1.1 e 1.2 e posteriormente serão publicadas as partes 2 e 3 da
EN1992 e respectivos Anexos Nacionais.

Neste artigo apenas se analisa a parte 1.1 do Eurocódigo 2.

2. A Estrutura do Eurocódigo 2 e Aspectos a Salientar

Naturalmente que tendo a teoria do comportamento das estruturas de betão armado sido estabelecida no início do
século XX e a filosofia de dimensionamento das estruturas aos estados limites sido estabelecida nos anos 60
(1960) é natural que uma nova regulamentação não introduza alterações profundas mas apenas alguns
refinamentos e actualizações. De entre estas referem-se a evolução nas propriedades dos materiais
(nomeadamente o aumento da classe de resistência dos betões) e o tratamento da durabilidade das estruturas.

Importa salientar que este Eurocódigo não inclui as disposições especiais em zonas sísmicas as quais são tratadas
no EC8. Assim o capítulo do REBAP sobre estruturas de ductilidade melhorada (Cap XII) (que estabelece
conceitos e critérios básicos para um dimensionamento adequado em zonas sísmicas) não tem equivalente no
EC2 mas sim no EC8.

Por outro lado a matéria relativa à execução de estruturas (Cap XIII e XIV do REBAP) também não é tratado no
EC2 mas sim na EN13670.

De uma forma global pode afirmar-se que em termos de resultados práticos a alteração do REBAP para o EC2
não é significativa. Ou seja uma estrutura bem concebida e dimensionada de acordo com o REBAP também, a
menos de pequenos pormenores, estará bem dimensionada de acordo com o EC2.

O Eurocódigo 2 está organizado nos seguintes capítulos e anexos.

CAP. 1 – Generalidades
CAP. 2 – Bases para o projecto
CAP. 3 – Materiais
CAP. 4 – Durabilidade e recobrimento das armaduras
CAP. 5 – Análise estrutural
CAP. 6 – Estados limites últimos
CAP. 7 – Estados limites de utilização (SLS)
CAP. 8 – Disposições construtivas relativas a armaduras para betão armado e de pré-esforço – Generalidades
CAP. 9 – Disposições construtivas relativas a elementos e regras particulares
CAP. 10 – Regras adicionais relativas a elementos e estruturas pré-fabricadas de betão
CAP. 11 – Estruturas de betão leve
CAP. 12 – Estruturas de betão simples ou fracamente armado
Anexo A – Modificação dos coeficientes parciais relativos aos materiais
Anexo B –Extensões de fluência e de retracção
Anexo C – Propriedades das armaduras compatíveis com a utilização do presente Eurocódigo
Anexo D – Método de cálculo pormenorizado das perdas de pré-esforço devidas à relaxação
Anexo E –Classes indicativas de resistência para durabilidade
Anexo F – Expressões relativas às armaduras de tracção para estados planos de tensão
Anexo G – Interacção entre o terreno e a estrutura
Anexo H – Efeitos globais de segunda ordem nas estruturas
Anexo I – Análise de lajes fungiformes e paredes de contraventamento
Anexo J – Disposições construtivas relativas a casos particulares

Seguidamente salientam-se alguns aspectos relativos a estes capítulos do EC2.

Um aspecto formal relevante é a alteração significativa da nomenclatura e simbologia adoptada no EC2 em


relação à adoptada no REBAP.

2.1. Materiais

3.1 Betão (Cap. 3.1 e 11.3.1)


O Eurocódigo 2 acompanhando a evolução das características dos materiais considera que as disposições
normativas são aplicáveis para as características indicadas na norma, ou seja para os betões:

Betões de peso normal da classe C12/15 a C90/105


Betões leves das classes LC12/13 a LC80/88

Verifica-se assim também uma mudança na terminologia (C12/15 significa um betão com uma resistência
característica de 12 MPa obtida em provetes cilíndricos ou 15 MPa obtida em provetes cúbicos), sendo
também de realçar as diferenças, em relação ao REBAP, entre os valores referidos a cubos e cilindros.

Se se adoptarem betões de muito alta resistência (superior a C60/75 ou LC 55/60) deverão os intervenientes
ter uma atenção especial a todos os aspectos do comportamento desses betões, uma vez que não existe
experiência significativa em Portugal na sua utilização (ver figura 1).
σ [MPa]
70

60 C90

C80
50
C70

40 C60
C55
C50
30
C35
20
C20
10

0
0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
ε [‰]
Figura 1 – Diagrama parábola-rectângulo de cálculo para σ - ε de betão

No que se refere à fluência e retracção do betão o Eurocódigo indica no capítulo 3 os modelos de cálculo
desses efeitos a longo prazo (t = ∞) apresentando no Anexo B os modelos que permitem calcular esses
efeitos no tempo.

Neste contexto importa referir que para a retracção o modelo apresentado evidencia a contribuição de duas
parcelas – a retracção autogéna e a retracção de secagem.

No que se refere aos diagramas de cálculo importa referir que para os estados limites últimos a resistência de
cálculo passa a ser dada por
fcd = fck/γc (γc = 1.5) em vez do valor de 0.85 fcd adoptado no REBAP.

É também indicada uma formulação que permite avaliar o efeito do confinamento no aumento da resistência
à compressão (fck,c) sendo de realçar que para uma tensão de confinamento igual a fck a resistência á
compressão fck,c vem dada por 3.325 fck.

3.2. Aço
O EC2 está preparado para ser aplicado em estruturas com armaduras nervuradas e com uma resistência
entre 400 a 600 MPa.

Enquanto não existirem normas específicaas para a avaliação e reforço de estruturas importa salientar que
algumas das estruturas mais antigas foram executadas com aços lisos e de resistencia igual a 235 MPa. As
indicações do EC2 são de um modo geral aplicáveis a essas estruturas requerendo no entanto algumas
adaptações como seja a avaliação do comportamento em serviço (estimativa de fendas e de deslocamento).

Por outro lado importa salientar que os aços são classificados em 3 tipos – A, B e C conforme apresentado
no Anexo C.

Não há razões para que se utilizem em Portugal os aços do tipo A. Em armaduras ordinárias deverão
adoptar-se aços tipo C e em malhas electrossoldadas aços do tipo B ou C.

A ductilidade do aço medida pelo valor de extensão associada à força máxima εuk vai aumentando do tipo A
(≥ 2.5%) para o tipo C (≥ 7.5%)

No que se refere aos aços de pré-esforço são apresentadas 3 classes de relaxação devendo utilizar-se aços de
classe 2 (2.5% para 1000 horas para fios e cordões) e de classe 3 (4% para 1000 horas para barras).

2.2. Durabilidade e Recobrimento das Armaduras

Com os requisitos da durabilidade pretende-se assegurar que as estruturas de betão mantêm a satisfação dos
requisitos de comportamento, de resistencia e de estabilidade durante o período de vida sem requererem
trabalhos de manutenção excepcionais.

O Eurocódigo está calibrado para um período de vida de referência de 50 anos.

Na EN1990 estabelece-se que para obras públicas e edifícios relevantes o período de vida considerado como
referência deve ser de 100 anos.

A durabilidade das estruturas de betão deve ser garantida tendo em conta as condições de agressividade ambiental
e sua interacção com a estrutura, o que envolve a satisfação de requisitos relativos às características do betão e
ao recobrimento das armaduras, podendo nalguns casos de elevada agressividade ser necessário adoptar medidas
complementares como sejam a utilização de armaduras de aço inox ou a adopção de protecções superficiais.

Sobre esta matéria os requisitos indicados no EC2 para o recobrimento das armaduras devem ser complementadas
com os requisitos da norma EN206 (e especificações LNEC 464, 465) relativas às características do betão.

No que se refere aos recobrimentos das armaduras verifica-se que os valores nominais requeridos pelo EC2 são
superiores aos indicados pelo REBAP sendo também a diferenciação da agressividade mais rigorosa conforme
indicado no quadro seguinte (o valor nominal é o valor mínimo acrescido da tolerância associada ao rigor do
posicionamento das armaduras. Este valor nominal deve ser o indicado nos desenhos e deve ser o adoptado para
a execução dos espaçadores):
X0 XC1 XC2/XC3 XC4 XD1/XS1 XD2/XS2 XD3/XS3
Recob.
Tempo de vida útil do 10 15 25 30 35 40 45
mínimo
projecto de 50 anos (classe
Recob.
estrutural S4) 20 25 35 40 45 50 55
nominal
Recob.
Tempo de vida útil do 20 25 35 40 45 50 55
mínimo
projecto de 100 anos
Recob.
(classe estrutural S6) 30 35 45 50 55 60 65
nominal
Quadro 1 – Recobrimentos mínimos e nominais
Neste quadro indicam-se os valores nominais para 50 e 100 anos,

Nalgumas situações é possível reduzir estes valores conforme indicado no EC2.

De referir ainda que no Anexo E se indicam requisitos nínimos de resistência dos betões em função das várias
classes de esposição.

2.3. Modelação

No capítulo 5 são indicadas as condições de aplicabilidade dos vários modelos de análise para a verificação da
segurança.

Em serviço a análise global da estrutura é em geral realizada com um modelo elástico linear.

Para a verificação da segurança aos estados limites últimos a análise global da estrutura pode ser realizada com
base em modelos elásticos lineares, não lineares ou plásticos.

No capítulo 5 são indicadas as imperfeições a considerar na análise das estruturas e são apresentados modelos
simplificados para a avaliação dos efeitos de 2ª ordem (acréscimo dos esforços associados à deformação da
estrutura, especialmente relevantes em elementos/estruturas com esforço axial relevante).

Para além de um método semelhante ao das excentricidades adicionais do REBAP (método de curvatura nominal
no EC2) essencialmente concebido para a análise de pilares isolados são apresentados métodos de análise global
das estruturas (método geral não linear, método geometricamente não linear com uma rigidez nominal, método
de forças horizontais fictícias – Anexo H).

2.4. Estados Limites Últimos

Para os estados limitres últimos de flexão simples ou composta apenas há a referir a diferença que se obterá
aplicando os valores do EC2 para a resistência máxima de cálculo do betão (fcd em vez de 0.85 fcd no REBAP).

Para o esforço transverso em peças com armaduras transversais o modelo adoptado é designado pelo método da
treliça de inclicação variável não existindo termo correctivo como no REBAP. Para o dimensionamento de
estruturas de betão armado deverá em geral adoptar-se um ângulo θ da ordem dos 30° e para as estruturas de
betão armado pré-esforçado um ângulo θ da ordem dos 25°.

Para o punçoamento a verificação da segurança é realizada num perímetro de controlo situado a 2d da fase do
apoio sendo a capacidade resistente em termos de tensão igual à das peças sujeitas a esforço transverso (sem
armaduras transversais).

O efeito da excentricidade é considerado com base num método plástico da distribuição das tensões de corte o
que conduz em geral a valores da tensão máxima actuante de corte menos gravosas do que as que se obtinham
por aplicação do REBAP.

No capítulo 6 do EC2 estão ainda apresentadas as bases de cálculo do modelo de escoras e tirantes cujo interesse
pedagógico e prático é de salientar. Com efeito nas regiões em que não é aplicável a teoria das peças lineares
estes modelos contituem uma alternativa de cálculo do maior interesse e de uma forma explicita estabelecem a
necessária relação entre o cálculo e a pormenorização das armaduras.

2.5. Estados Limites de Utilização

Os limites considerados para a máxima abertura de fendas são superiores aos adoptados no REBAP.

É introduzido o conceito de armaduras mínimas não só para peças sujeitas à flexão mas para qualquer outra
situação de zonas traccionadas em peças de betão armado. Essa armadura mínima pretende apenas garantir que
quando ocorra a fendilhação a força que era suportada pelo betão à tracção passa a ser absorvida por armaduras
sem que estas entrem em cedência.

Em geral se se pretender garantir uma boa ductilidade às estruturas e se se pretender controlar a fendilhação a
níveis moderados há que adoptar armaduras superiores a esses mínimos sendo para o controlo da fendilhação
apresentados quadros de verificação (7.2 e 7.3 do EC2) que permitem dispensar o cálculo explícito de abertura
de fendas, controlando o valor de tensão no aço e o diâmetro (ou espaçamento) das armaduras.
As fórmulas de cálculo da abertura de fendas diferem das do REBAP sendo no entanto os resultados obtidos
semelhantes.

2.6. Pormenorização das Armaduras

No que se refere ao diâmetro de dobragem das armaduras o EC2 indica os requisitos a verificar para que se
evitem danos no aço (o diâmetro de dobragem deve ser no mínimo 4φ para φ ≤ 16mm e 7φ para φ > 16mm) ou
para que se evite fendilhação no betão quando a zona de dobragem está sujeita a tensões significativas. Neste
caso o diâmetro de dobragem é dado pela expressão 8.1 do EC2 a qual conduz aos valores indicados no quadro 2.

Classes do Betão (MPa)


ab
20 25 30 35 40 45 50 ≥ 55
2φ 25,6 20,5 17,1 14,6 12,8 11,4 10,2 9,3
3φ 21,3 17,0 14,2 12,1 10,6 9,5 8,5 7,7
4φ 19,2 15,4 12,8 11,0 9,6 8,6 7,7 7,0
5φ 18,0 14,4 12,0 10,2 9,0 8,0 7,0 6,5
10φ 15,4 12,3 10,3 8,8 7,7 6,8 6,1 5,6
Quadro 2 – Diâmetro de dobragem das armaduras (ab – distância entre eixos de armaduras ou do eixo da
armadura à face)

O comprimento base de amarração dado pela equação 8.3 conduz aos valores indicados no quadro 3.

K
lb,req = K.φ C20/25 C25/30 C30/45 C35/45 C40/50 C45/55 C50/60
40 30 30 25 25 20 20 α=1
A400 55 45 40 40 35 30 30 α = 0,7
50 40 35 35 30 25 25 α=1
A500 70 55 50 50 45 40 35 α = 0,7
Quadro 3 – Comprimento de amarração

No que se refere às emendas o EC2 inclui requisitos importantes para o reforço na zona de emendas quando se
geram forças de tracção relevantes. Assim quando os varões a emendar são de φ > 20mm a zona da emenda deve
ser reforçada com armaduras transversais com uma área total igual à do varão a emendar (ver figura 2).

ΣAst /2 ΣAst /2
l 0 /3 l 0 /3
≤150 mm Fs
Fs

l0
a) varões traccionados
ΣAst /2 ΣAst /2 ≤150 mm
Fs
Fs

l0
4φ l 0 /3 l 0 /3 4φ

b) varões comprimidos

Figura 2 – Armadura transversal para emendas por sobreposição

Nas situações em que mais de 50% das armaduras são emendadas numa mesma secção ou a distância entre
armaduras a emendar é inferior a 10φ as referidas armaduras transversais deverão ter a forma de U, ancoradas no
interior da secção.

No que se refere à pormenorização de armaduras em vigas importa assinalar os seguintes aspectos:

A amarração das armaduras na face inferior de apoios intermédios não requer, em geral, continuidade dessas
armaduras. Naturalmente que se existirem momentos positivos sobre os apoios ou se estabelece continuidade de
armaduras ou é realizada a necessária emenda.
Em secções de grande largura a distância entre ramos de armaduras transversais não devem excerder 60cm, não
sendo no entanto necessário que essa distância seja aplicável a um mesmo estribo. As armaduras transversais de
esforço transverso não necessitam de ser fechadas (estribos fechados) mas nesse caso os ganchos dos estribos
devem estar devidamente ancorados para o interior da secção.

A armadura de pele (Anexo J.1) apenas é exigida quando o recobrimento for superior a 70mm (indicação do
Anexo Nacional).

No que se refere à pormenorização de armaduras em lajes salienta-se que para as lajes fungiformes se estabelece
(cap. 9.4.1.(2) e Anexo I) a necessidade de concentrar 50% de armadura total superior numa zona igual a 0.125
vezes a largura do painel de cada lado do pilar.

No que se refere à pormenorização de armaduras dos pilares importa referir que no Anexo Nacional
introduziram-se requisitos mais exigentes relativos a regras mínimas de pormenorização de armaduras. O
diâmetro mínimo das armaduras longitudinais φL deverá ser 10mm e o espaçamento das cintas na direcção
longitudinal deverá ser inferior a 15φL, bmin ou 300mm, devendo ser na zona de nós inferior a 9φL, 0.6 bmin ou
180mm.

2.7. Estruturas Pré-Fabricadas. Estruturas de Betão Leve e Estruturas de Betão Simples ou Fracamente
Armado

A generalidade do texto do EC2 é também aplicável às estruturas pré-fabricadas.

No capítulo 10 salientam-se alguns aspectos específicos deste tipo de processo construtivo. Assim trata-se do
efeito de cura térmica nas propriedades do betão (conceito de maturidade do betão tratado no Anexo B) e nas
perdas de tensão dos aços de pré-esforço e apresentam-se diversos aspectos relacionados com as ligações entre
elementos e com as condições de apoio.

No capítulo 11 indicam-se as modificações dos vários capítulos do EC2 quando se adoptam betões de agregados
leves.

No capítulo 12 indicam-se as modificações aos vários capítulos do EC2 quando se adoptam estruturas de betão
simples ou fracamente armadas.

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