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PRINCÍPIOS BÁSICOS

DO DIREITO
PROCESSUAL PENAL

PROF. ESP. CLODOVIL MOREIRA SOARES


PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

CONCEITO DE PRINCÍPIO: "Princípio jurídico é o mandamento


nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele,
disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere tônica e
lhe dá sentido harmônico”.(Celso A. Bandeira de Mello)

Os princípios, justamente por fundamentarem toda ordem


jurídica, são orientadores seguros para o trabalho interpretativo
das leis e a atuação concreta do operador do Direito.
MANDAMENTO NUCLEAR DE UM SISTEMA
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Art. 5º, inciso LIV,
da Constituição Federal, o princípio due process of law
determina que "ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal".

► EMANA DO ESTADO DE DIREITO;


► PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DO PROCESSO PENAL, BASE SOBRE A
QUAL TODOS OS OUTROS SE SUSTENTAM;
► GARANTIR UM PROCESSO E UMA SENTENÇA JUSTA;
► DOUTRINA AMERICANA: SUBSTANTIVE DUE PROCESS E O
PROCEDURAL DUE PROCESS.

Em várias oportunidades estamos fazendo referência ao


princípio do devido processo como uma megagarantia dos
direitos fundamentais.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA:
● Previsto no art. 5º, LVII, que estabelece “Ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória”, é o coroamento do due processes of law.
● Súmula 9 do STJ (prisão cautelar por razões excepcionais);
● Doutrina moderna: “Princípio da não culpabilidade”.
● Art. 9º da Declaração dos Dir. do Homem e do cidadão;
● EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA (STF HC 126.292/ADCS
43 E 44);
● Art. 8ª, § 2º da CADH.
● Conseqüências:
I – REGRA PROBATÓRIA/Prova (IN DUBIO PRO REO): quando houver dúvida
deve ser valorada em favor do acusado/cabe á acusação provar que o réu é
culpado.
II- REGRA DE TRATAMENTO: interna ao processo e externa ao processo;
III- Revogação do Art. 393, II, do CPP, lançar o nome do réu no rol dos culpados.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA X A (IN)
CONSTITUCIONALIDADE DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.

- 1º. MOMENTO: AUTORIZAVA A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA


PENA – ART. 637 CPP E SÚMULA 267 DO STJ;

- 2º. MOMENTO: STF – HC 84.078/2009, RELATOR MIN. EROS


GRAUS – EXECUÇÃO DA PENA SÓ APÓS TRÂNSITO EM
JULGADO DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA;

- 3º. MOMENTO HC 126.292/2016, RELATOR MIN. TEORIA


ZAVASCKI – VOLTA A PERMITIR A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA
PENA APÓS CONFORMAÇÃO EM SEGUNDO GRAU;

- 4º. MOMENTO ATUAL: NECESSIDADE DO TRÂNSITO EM


JULGADO/ ADCs: 43, 44 e 54.
A (IN) CONSTITUCIONALIDADE DA EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DA PENA [SITUAÇÃO ATUAL]: Ocorre,
entretanto, que o plenário do STF, em novembro de 2019,
mudou o seu entendimento, assentando que a execução
provisória da pena é inconstitucional. Dessa forma, para
que o condenado possa iniciar o cumprimento da pena é
necessário que se aguarde o trânsito em julgado,
seguindo-se o comando constitucional previsto no art. 5º,
inciso LVII, da CF/1988.

Renato Brasileiro destaca que: “(...) Há, portanto, um requisito de


natureza objetiva para o inicio do cumprimento da reprimenda penal,
qual seja, a formação da coisa julgada, que é obstada pela interposição
de todo e qualquer recurso, seja ele ordinário ou extraordinário, seja ele
dotado de efeito suspensivo ou não.”
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL (PROCESSUAL):
implica que as partes devem empenhar-se na colheita de materiais
probatórios necessários e lícitos para se comprovar, com certeza
absoluta (dentro dos autos), quem realmente enfrentou o comando
normativo penal e a maneira pela qual o fez.
“Se uma justiça penal integralmente ‘com verdade’ constitui utopia, uma justiça
penal completamente ‘sem verdade’ equivale a um sistema de arbitrariedade”
( FERRAJOLI)

A IDÉIA EQUIVOCADA DA EXISTÊNCIA DA VERDADE MATERIAL LEGITIMA


O SISTEMA INQUISITÓRIO E TODA A BARBÁRIE QUE O ACOMPANHA, NA
MEDIDA EM QUE TEM O PROCESSO COMO MEIO CAPAZ DE DAR CONTA
“DA VERDADE”; E NÃO DE “UMA VERDADE”, NÃO POUCAS VEZES
COMPLETAMENTE DIFERENTE DAQUELA QUE ALI ESTAR-SE-IA A
BUSCAR.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS:

● A publicidade, como garantia, aparece no art. 5º, XXXIII, que


assegura a todos o direito de "receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (...)".

● E no art. 5º, inciso LX, que declara: "a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem".

- A PUBLICIDADE ASSEGURA O CONTROLE INTERNO E


EXTERNO DA ATIVIDADE JUDICIÁRIA;
- PERMITE VERIFICAR A OBSERVÂNCIA DAS GARANTIAS
PRIMÁRIAS;
- FORMA UM MICRO SISTEMAS COM O DEVIDO PROCESSO
LEGAL E A BUSCA DA VERDADE REAL.
NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ( LEI 13.869/19) E O
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
autorizado em lei;
III - (VETADO).
III - produzir prova contra si mesmo ou contra
terceiro: (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem
prejuízo da pena cominada à violência.

ATRIBUIÇÃO DO JUIZ DE GARANTIAS,


conforme Art. 3º-F do CPP.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO:
● O contraditório, como garantia, aparece no art. 5º, LV, que
encerra "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

● EXCEÇÕES: Interceptação telefônica, Quebra de sigilo


bancário e Inquérito Policial*.
De um lado encontra-se a necessidade de dar conhecimento da
existência da ação e de todos os atos do processo ás partes, e.
de outro, a possibilidade de as partes reagirem aos atos que lhes
sejam desfavoráveis. Por isso se diz que há no contraditório
informação e reação (participação), pois é a ciência bilateral
dos atos e termos do processo e possibilidade de contrariá-los.
- A DISCUSSÃO DIALÉTICA DOS FATOS DA CAUSA.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA:
● Garantia com sede constitucional no art. 5º, LV, que expressa
"aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

● O Estado deve proporcionar ao acusado a mais completa


defesa, através de duas possibilidades: a) Defesa Técnica
(indisponível); b) Defesa Pessoal (positiva e negativa) .
● A necessidade de defesa técnica está expressamente consagrada no
Art. 261 do CPP, onde pode ler que nenhum acusado, ainda que
ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
- Súmula 708 e 523 do STF;
- STF em Adin excluiu o Art. 10 da Lei 10.259/2001 do âmbito do
Jecrim, sendo imprescindível a presença de advogado.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA:

● AUTODEFESA (material e genérica): se manifesta no


processo penal de várias formas: a) Direito de audiência; b)
Direito de presença e C) Capacidade postulatória autônoma
do acusado.

EM ALGUMAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DO PROCESSO


PENAL DEFERE-SE AO ACUSADO A CAPACIDADE
POSTULATÓRIA AUTÔNOMA:
- 1. Interpor recursos (CPP, Art. 577, caput);
- 2. Impetrar Habeas corpus (CPP, Art. 654, caput);
- 3. Revisão Criminal (CPP, Art. 623);
- 4. Pedidos relativos a execução da pena (LEP, Art. 195, caput)
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ:

● A imparcialidade do órgão jurisdicional é um princípio supremo


do processo, imprescindível para o seu normal desenvolvimento e
obtenção do reparto judicial justo.

● Possui intima relação com o Sistema Acusatório.

● A abominável figura do juiz inquisidor em algumas normas


processuais: Art. 127, Art. 156, Art. 209, Art. 242, Art. 311, Art. 384
(todos do CPP) e Lei 9.034/95.

Juiz imparcial pressupõe juiz independente, e para assegurar a


imparcialidade, a CF/88 estipula garantias (art. 95) e vedações
(art. 95, § único) e proíbe Tribunais de Exceção (art. 5º, XXXVII).
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETENGERE:

● FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
- CADH: ART. 8, ALÍNEA 2 E G: “Direito de não ser
obrigada a depor contra si mesma, nem confessar-se
culpada”.
- CFRB, Art.5º, LXIII;
- Advertência quanto ao direito de não produzir prova
contra si mesmo;
- DESDOBRAMENTOS:
a. direito ao silêncio;
b. direito a não se constrangido a confissão;
c. inexigibilidade de dizer a verdade;
d. não pratica qualquer comportamento ativo que possa
incriminá-lo;
e. não produzir prova incriminadora invasiva.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO “FAVOR REI”:
● Também conhecido como Princípio do “in dubio pro reo”, ou do “favor
libertatis”, é a expressão máxima dentro de um Estado
Constitucionalmente Democrático, pois o operador do direito,
deparando-se com uma norma que traga a possibilidade de duas
posições divergentes que possam gerar dúvidas, deve-se resolver a
demanda a favor do réu, e existindo duas interpretações antagônicas,
deve optar pela que atenda ao Jus Libertatis do acusado.

● Conseqüências Constitucionais:
● Art. 5º, LXIII - consagra o direito de o réu silenciar;
● Art. 5º, XI - determina a infranquabilidade do domicílio;
● Art. 5º, XII - consagra o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas;
● Art. 5º, LXI - restrição a pena privativa de liberdade;
● Art. 5º, XXXVI - consagra o respeito a coisa julgada.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO JUIZ E DO PROMOTOR NATURAL:
● Extrai-se do art. 5º, inciso LIII, da Constituição Federal, o
princípio do juiz natural. "Ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente".
● Completa-se no Art. 5º, inciso XXXVII, quando afirma “Não
haverá juízo ou tribunal de exceção.
● Juiz natural é aquele previamente conhecido, segundo regras
de competência estabelecidas anteriormente á infração penal.

● Igualmente daí se recolhe a idéia do promotor natural, já reconhecida


pelo Supremo Tribunal Federal em interpretação dada a esse cânon e
aos arts. 127 e 129 da CF.
● Possibilidade da Lei 8.625/93: Nomeação pelo PGJ com
concordância do Promotor Titular.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DO PRAZO RAZOÁVEL:
● Previsto no art. 5º, LXXVIII, in verbis: “ A todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação”.

● Mitigação devido a falta de definição de “prazo razoável”.


● Qual a extensão do princípio?

● A razoabilidade do prazo de duração do processo é a garantia


do exercício da cidadania na medida em que se permite que
todos possam ter acesso á justiça, sem que isso signifique
demora na prestação jurisdicional.
• REFERÊNCIAS BÁSICAS:
• AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo :
MÉTODO, 10ª. Ed. 2018.
• LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único - 8. ed. Ver. Ampl.
E atual – Salavador: Ed. Juspodivm, 2020.
• LOPES Júnior, Aury. Direito Processual Penal, 16ª. ed. São Paulo; Saraiva, 2019.
• NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. São Paulo:
Forense, 14ª.ed- 2018.
• ROQUE ARAÚJO, Fábio & NEGRI COSTA, Klaus. Processo Penal - Didático. Salvador;
Editora Jus Podivm, 2ª.Ed.2019.

• REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
• ARAS, Vladimir - Princípios do Processo Penal, in Revista de Direito Penal -
www.direitopenal.adv.br.
• FEITOZA, Denilson. Direito Processual Penal: Teoria, Crítica e Práxis. 6ª.Ed. Nitéroi,RJ:
Impetus, 2009.
• FERNANDES, Antonio Scarance. Processo penal Constitucional. São Paulo: RT, 2000.
• FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão. Editora Revista dos Tribunais. 2002.
• NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2002.
• PRADO, Geraldo. Sistema Acusatório. Rio de Janeiro: Editora: Lumen Juris. 2007.
• POLASTRI LIMA, Marcellus. Manual de Processo Penal, Rio de Janeiro: Editora: Lumen Juris.
2007
• RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 12.ª edição – 884 páginas. Editora: Lumen Juris.
2007.
• TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva. 2006.
Bons Estudos!
Aproveitem bem!
Até a próxima aula!

Professor Clodovil Moreira Soares

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