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4º Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia // 1º Congresso de Engenharia de Moçambique

Art_5.05

FECHO DE UMA ABERTURA NUMA


LAJE EXISTENTE

Edgar Nascimento
Moçambique

1. INTRODUÇÃO
Neste artigo descreve-se o processo de construção duma laje maciça para fechar uma abertura
com 8m de largura por 15.3m de comprimento, existente numa laje dum edifício de 7 pisos
(cave, rés-do-chão, sobreloja, 1o andar, 2o andar, 3o andar e terraço), tendo este sido
reabilitado para funcionar como instalações da Direcção do Plano e Finanças da Cidade do
Maputo. A reabilitação e as alterações que se pretendiam fazer no edifício, ocupando uma
área aproximada de 570 m2 (em planta), tinham como objectivo transformar e adequar o
edifício a novas funções, devendo em cada piso passar a funcionar um serviço distinto e
autónomo, dividido por vários compartimentos.
É considerado o sistema de apoio da laje, o seu dimensionamento por cálculo automático e as
técnicas de junção dos pilares da estrutura existente à nova laje e respectivas vigas.

2. DIMENSIONAMENTO DA LAJE
2.1. Sistema Estático da Laje
Para o cálculo estrutural da laje foi necessário averiguar o estado da estrutura existente, mais
concretamente, dos pilares e da caixa de escadas, uma vez que os referidos elementos foram
considerados como apoios da estrutura da nova laje. Não existiam documentos desenhados ou
escritos referentes ao projecto original do edifício. Desta forma, todas as decisões tomadas
tiveram como base as observações efectuadas durante o levantamento do edifício.
A laje foi considerada como sendo maciça, com uma espessura de 20 cm.
Para a determinação das armaduras da laje partiu-se do pressuposto que a laje existente se
apoiava em vigas segundo a menor direcção do edifício, ou seja, que esta estava armada numa
direcção, segundo o vão de 3.83 m. Deste modo, determinou-se o momento máximo positivo
do painél de laje com 3.83 x 8 m2, obtendo-se a armadura necessária para a laje de
fechamento. Por razões de segurança considerou-se a mesma armadura na outra direcção, uma
vez que o sistema estático real usado no projecto original do edifício era desconhecido.
Na Figura 1 apresenta-se o esquema de apoio da laje. As vigas novas eram os pórticos 1 a 4
(bem como as vigas de reforço colocadas na caixa de escadas CE) e a restante estrutura,
pilares P e caixa de escadas CE eram existentes. As vigas foram consideradas como sendo
contínuas, apoiadas nos pilares existentes.
Para garantir uma maior rigidez da ligação entre a laje e as vigas, estas foram consideradas
como estando encastradas. O mesmo foi seguido na ligação laje - caixa de escadas.

Maputo-Moçambique, 30Ago-1Set 2005 767


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Figura 1 – Esquema de apoio da laje

2.2. Programa de Cálculo


Tendo-se constatado que os pilares e a caixa de escadas se encontravam em boas condições
estruturais partiu-se para a modelação estrutural da laje, tendo-se, para tal, usado o programa
de cálculo automático CYPECAD que funciona com base no método de elementos finitos
triangulares.

2.3. Materiais
Os materiais considerados foram o betão da classe B25 e aço da classe A400.

2.4. Cargas
Para o dimensionamento da laje foram consideradas as seguintes acções:
1) Acções permanentes – resultantes do peso dos elementos estruturais e de revestimento.
Estas acções foram deduzidas dos pesos específicos que a seguir se apresentam a
partir das dimensões dos desenhos de arquitectura e ou estrutura.

Peso específico do betão = 25 kN/m3;


Peso específico da betonilha = 20 kN/m3;
Peso específico do reboco = 0.20 kN/m2;
Peso específico de paredes de alvenaria = 14.50 kN/m3;
Peso específico do aço = 78.5 kN/m3.
2) Acções variáveis
Sobrecarga em pavimento = 5.0 KN/m2.

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2.5. Regulamentos
Para a elaboração do projecto estrutural foram obedecidos os preceitos dos regulamentos
aplicáveis em vigor em Moçambique, a saber:
a) Regulamento de Solicitações em Edifícios e Pontes;
b) Regulamento de Estruturas de Betão Armado e
c) Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios.
Nos casos omissos ou pouco claros nos regulamentos referidos foram aplicados, para as
acções, o “Regulamento de Segurança e Acções em Estruturas de Edifícios e Pontes” e, para o
dimensionamento das estruturas de betão, o “Regulamento de Estruturas de Betão Armado e
Pré-esforçado”. Estes regulamentos, no país de origem – Portugal - revogaram os
regulamentos anteriormente referidos.

3. PROCESSO CONSTRUTIVO
3.1. Cofragem
A nova laje foi concebida para estar a uma cota superior em relação à da laje existente, de
modo que esta não fosse cortada em nenhuma área. Teve-se em conta a altura das novas vigas
de modo que a face inferior destas fosse tangente à face superior da laje existente. Todos os
aspectos referidos foram muito importantes para a adequada cofragem da estrutura.
Antes do início dos trabalhos, o empreiteiro montou ao nível da cave prumos sob a laje do
piso do rés-do-chão tendo em consideração as acções que seriam transmitidas pelos prumos e
cofragens que seriam montados para a execução da nova laje, no nível da sobreloja.
Foram colocadas tábuas de madeira nas extremidades dos prumos por causa do punçoamento,
tanto ao nível da cave como do rés-do-chão.

3.2. Armação
Em todo o perímetro da laje foram colocadas vigas, como se pode ver na Figura 1.
Na ligação com as paredes da caixa de escadas, as armaduras das vigas foram dobradas em L,
isto é, as inferiores dobradas para cima e as superiores para baixo, ao longo da altura da viga,
mas com os devidos recobrimentos marcados. Nas paredes onde se efectuou a tal ligação,
foram colocadas vigas de reforço.
Nos pilares, as armaduras das novas vigas atravessaram a secção dos pilares por forma a
garantir a continuidade. Para tal, os pilares foram brocados de modo que as armaduras das
vigas fossem colocadas. Após a brocagem dos pilares, os buracos foram devidamente limpos
através de compressores de ar de modo que todas as impurezas e poeiras fossem eliminadas.
Durante a armação das vigas, consideraram-se os empalmes (correspondentes a 50 vezes o
diâmetro dos varões) de modo alternado entre as zonas inferiores e superiores. Os varões
tanto superiores como inferiores atravessaram os pilares continuamente e os empalmes foram
feitos como se apresenta na Figura 2.
Para a armação da laje também se tiveram em conta os empalmes alternados tanto na face
inferior como na superior.
Para assegurar o recobrimento das armaduras indicado em projecto recorreu-se a calços de
betão, os quais foram intercalados entre as armaduras e a face interior das cofragens.

Maputo-Moçambique, 30Ago-1Set 2005 769


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Para a colagem das armaduras das vigas ao betão dos pilares existentes foi usada uma resina
epóxi – epidermix 396 da ABE.

Figura 2 – Esquema de empalmes nas vigas

3.3. Betonagem
Depois de todas as armaduras estarem aplicadas e verificadas, iniciou-se o processo de
molhagem da estrutura existente em betão de modo que este ficasse saturado e a ligação ao
novo betão fosse boa e não existissem problemas durante a cura.
Antes da betonagem da área, garantiu-se que todas as superfícies a ligar estavam previamente
e convenientemente limpas, e a sua superfície foi preparada conforme recomendado nas
especificações do projecto.
Durante o período de betonagem, evitou-se o mais possível a deslocação e deformação das
armaduras. Foi obrigatória a utilização de arames recozidos a fim de atar os varões das
armaduras, de forma a manter entre os varões o posicionamento e o afastamento indicado em
projecto, como também, de forma a que o conjunto de armaduras apresentasse a rigidez
suficiente para não sofrer deformações, além das tolerâncias admissíveis, quer durante a
betonagem e a respectiva vibração e compactação, quer durante as operações complementares
da betonagem.

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Especial atenção foi dada ao uso dos vibradores de modo que o betão fosse uniformemente
distribuído e não segregasse. A zona do pórtico 1 (ver Figura 1) foi a mais difícil de se
espalhar o betão e encher uma vez que a referida viga estava por baixo de lajetas que faziam
parte da laje em consola do alçado lateral esquerdo do edifício (ver Figura 4).

3.4. Resumo Fotográfico


As imagens apresentadas abaixo mostram resumidamente o processo construtivo da laje,
desde a cofragem até ao aspecto final do pavimento desta.

Lajetas existentes

Figura 3 – Cofragem da laje (vista do rés-do-chão) Figura 4 – Cofragem da laje (vista da sobreloja)

Cofragem da nova laje

Laje existente

Figura 5 – Furação dos pilares para colocação das Figura 6 – Colocação das armaduras das vigas
armaduras das vigas

Maputo-Moçambique, 30Ago-1Set 2005 771


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Armadura da viga

Figura 7 – Armadura da laje Figura 8 – Armadura da laje na ligação com os pilares

Figura 9 – Armadura da laje na ligação com a caixa de Figura 10 – Viga de reforço na caixa de escadas
escadas

Laje nova

Degrau pela diferença de


cotas das duas lajes
Laje existente

Figura 11 – Laje nova betonada Figura 12 – Aspecto final do degrau e do pavimento


das duas lajes
REFERÊNCIAS
-CYPE Portugal, CYPECAD, Versão 2.98, Portugal 1998.
-Decreto-Lei no 235/83, de 31-5, Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e
Pontes, Rei dos Livros, Lisboa 1994.
-Decreto-Lei no 349-C/83, de 30-7, Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado, Rei dos Livros,
Lisboa 1994.

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