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Tópico Especial

Cooperação Mínima utilizando o Pêndulo


de Hilgers
Minimal Compliance using Hilger´s Pendulum Appliance

Resumo Infelizmente, embora muitas vezes a


Os autores discorreram sobre a utili- indicação de aparelhos seja uma escolha
zação do aparelho Pêndulo de Hilgers do profissional, estamos nas mãos de
na prática ortodôntica contemporânea. pacientes que muitas vezes não apresen-
Foram considerados os aspectos relati- tam a mesma determinação. Bons resul-
vos ao conceito de cooperação mínima, tados ortodônticos resultam da interação
o manejo clínico desta terapia, seus efei- de três fatores: a severidade da má-oclu-
tos no complexo dentofacial, suas indi- são, o correto diagnóstico e plano de
cações e contra-indicações e intercor- tratamento por parte de profissional e a
rências clínicas mais comuns. colaboração irrestrita por parte do pa-
ciente, seguindo as recomendações pres-
INTRODUÇÃO critas.
O Pêndulo de Hilgers (1991, 1992, Se um destes fatores não for adequa-
1998) se encaixa na categoria de apa- do, o resultado final do tratamento esta-
relhos que necessitam de colaboração rá aquém do ideal e muitas vezes, até do
mínima, isto é, demandam do paciente aceitável.
um mínimo de dedicação e assiduidade O termo colaboração (compliance)
no seu uso. Normalmente, um profis- descreve a extensão ou o grau em que
sional que tenha tido uma formação um paciente altera seu comportamento
ortodôntica adequada, utilizando meios para implementar recomendações clíni-
de diagnóstico eficientes, é capaz de ela- cas de profissionais de saúde (SACKETT;
borar um plano de tratamento compatí- HAYNES, 1976). Especificamente em
vel com os problemas que o paciente Ortodontia, a colaboração maior está na
possa apresentar. Entretanto, existe manutenção de uma higiene bucal ade-
uma grande diferença entre o que deve quada, no uso de Aparelhos extra-bu-
e o que pode ser feito. Fatores como acei- cais (AEB), aparelhos removíveis que in-
tação do paciente e seus pais, opinião terferem na estética ou dicção do paciente
de irmãos, colegas e amigos, podem in- e elásticos intermaxilares.
fluenciar mais o uso de um aparelho que A não-cooperação com as recomen-
as recomendações do profissional. dações do profissional acomete pelo

Weber Ursi *
Guilherme de Araújo Almeida **
Palavras-chave: * Mestre e Doutor em Ortodontia pela FOB-USP; Prof. Doutor da Faculdade de Odontologia de São José dos
Maloclusão de Classe II. Campos - UNESP; Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD - São José dos Campos - SP.
Pêndulo. ** Mestre e Doutor em Ortodontia pela FOB-USP; Prof. Adjunto Doutor da Faculdade de Odontologia da Universi-
dade Federal de Uberlândia; Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO - Uberlândia - MG.

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menos 1/3 dos pacientes, mesmo na- instruíram seus pacientes a usarem não cooperador é difícil de ser altera-
queles que apresentam patologias seus aparelhos 15 horas por dia. Ini- do, senão impossível. Deve-se buscar
graves. Os pacientes e/ou seus pais cialmente, 55% dos pacientes cola- portanto, sempre que indicado reali-
geralmente superestimam o uso de boraram com o tempo recomenda- zar um tratamento que demande um
aparelhos, não sendo incomum que do. Após 6 meses, apenas 35% dos mínimo de colaboração por parte do
o ortodontista se veja numa situação pacientes mantinham o mesmo pa- paciente, procurando diminuir o tem-
de confronto quando questiona este drão de colaboração. Resultados se- po do tratamento convencional e uti-
aspecto. Muitas vezes, a predição “a melhantes foram obtidos por lizando aparelhos que possam ser uti-
priori” de quais pacientes serão bons Barstch et al. (1993) com 77 pa- lizados dentro da rotina do paciente,
colaboradores é difícil, devendo-se cientes acompanhados por 4 meses, sem que se transforme num proble-
concentrar na identificação de uma verificando uma freqüência de 55%, ma que atrapalhe o desenvolvimento
possível redução nos índices de não- quando 9 horas de uso eram reco- do tratamento. Nosso papel é o de ten-
cooperação. É quase um consenso mendadas. tar realizar um tratamento dentro de
que geralmente encontram-se pacien- Por estes trabalhos, podemos ve- um tempo razoável, utilizando apare-
tes bons colaboradores em pré-ado- rificar que o problema da falta de uso lhos eficientes, melhorando a
lescentes e naqueles que se dedicam dos aparelhos removíveis é endêmico, predizibilidade do tratamento e procu-
mais aos estudos. Nanda e Kierl e não restrito aos que mais afetam a rando limitar o uso de aparelhos que
(1992) observaram o efeito positivo estética do paciente. Esta falta de co- demandem maior cooperação por par-
que um elogio verbal feito aos pacien- laboração leva a um aumento no tem- te do paciente a períodos isolados e
tes e seus pais tem sobre o nível de po de tratamento; gera um descon- absolutamente necessários. Se não
dedicação ao uso destes aparelhos. forto na relação pacientes/pais/profis- podemos tornar todos os pacientes
Uma das más oclusões mais fre- sional; aumenta o risco de iatrogenias; ótimos colaboradores, devemos tornar
qüentes no consultório de Ortodon- os resultados obtidos ficam aquém do nossos tratamentos menos dependen-
tia é a Classe II. Na população em ideal, resultando numa insatisfação tes de sua colaboração.
geral, acomete de 25-30%, chegan- por parte do ortodontista. De maneira geral, podemos clas-
do a 60% dos pacientes ortodônti- Qual seria a postura do ortodon- sificar os aparelhos ortodônticos de
cos (BACETTI et al., 1997), em fun- tista com relação a este aspecto? Pos- acordo com a necessidade de cola-
ção do grande desequilíbrio funcio- sivelmente, seria de nossa alçada re- boração que demandam, podendo ser
nal e estético que desencadeia. Den- forçar positivamente pacientes pre- de colaboração máxima, moderada
tre os métodos mais comuns para seu dispostos a colaborarem, embora a e mínima. Dentre os de colaboração
tratamento estão o uso de aparelhos influência em pacientes com níveis de máxima estão o AEB de uso contí-
Extra-bucais e os Aparelhos Ortopé- responsabilidade e atitude inadequa- nuo, a máscara facial para tração
dicos Funcionais (AOF). dos perante o tratamento possa apro- reversa da maxila e os aparelhos fun-
Quanto ao Extra-bucal, o uso mais ximar-se do insuficiente, em função cionais removíveis. Estes aparelhos
recomendado pelos clínicos e na lite- do efeito pouco duradouro de refor- interferem nas atividades diárias e são
ratura, varia de 12 a 20 horas ços periódicos. Na adolescência, a esteticamente anti-sociais, dificultan-
(GROSS et al., 1985). Para se acom- influência de amigos e colegas é mais do a aceitação por parte do paciente
panhar sua utilização, vários métodos significante nas atitudes, comporta- e seus familiares, tornando o paciente
têm sido sugeridos, como registros mento e rotinas que as recomenda- alvo de brincadeiras e apelidos nem
pelo próprio paciente, por meio de grá- ções de profissionais e até mesmo da sempre positivos. No grupo de apa-
ficos ou tabelas, e até dispositivos ele- família. Devemos procurar então, relhos de colaboração média geral-
trônicos que registram o número de motivar todos os pacientes de ma- mente são citados os elásticos inter-
horas de uso. Utilizando um destes dis- neira irrestrita, embora saibamos que maxilares, os aparelhos extra-bucais
positivos, Clemmer e Hayes (1979) alguns serão impermeáveis a qual- de uso noturno, aparelhos removí-
acompanharam 20 pacientes por 9 quer influência externa que seu pró- veis em geral, contenções removíveis
semanas, observando uma colabora- prio querer. Os adolescentes geral- e placas miorelaxantes. Estes inter-
ção de 55% dos pacientes com o tem- mente se interessam muito por ferem menos nas atividades diárias
po recomendado de uso. Em 1993, tecnologia e tudo que é novo, assim, e na estética do paciente, sendo me-
Cureton et al., encontraram uma fre- devemos procurar melhorar nossa lhor aceitos socialmente. Por último,
qüência de 54,2%, em 28 pacientes comunicação e empatia com este pú- os aparelhos de colaboração mínima,
acompanhados por 3 meses. blico, procurando atenuar e evitar a que por serem fixos e portanto, de
No caso de aparelhos funcionais, instalação de uma relação autocráti- uso contínuo, reduzem a colabora-
dispositivos eletrônicos similares tem ca e de distanciamento. ção dos pacientes às orientações de
sido testados. Sahm et al. (1990) Sabe-se que um comportamento higiene bucal e a um pequeno perío-

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do inicial de adaptação, imediatamen- (APM) (COELHO FILHO, 1998). Em e os resultados são imprevisíveis.
te após a sua instalação. Desta for- função do escopo deste trabalhos, a
ma, os resultados dento-esqueléticos literatura revisada se ateve somente Molas de Compressão
pertinentes a este grupo de aparelhos aos primeiros. As molas de compressão de aço e
serem predominantemente resultado níquel titânio têm sido usadas em con-
da capacidade biomecânica de cada Magnetos junto com vários aparelhos (GIANE-
um, quando correlacionados ao grau A viabilidade do uso de magnetos LLY; BEDNAR; DIETZ, 1991; REINER
de colaboração dos pacientes. Por de alumínio-níquel-cobalto (Al Ni Co) 1992; GREENFIELD, 1995; JASPER;
conta disso, a especialidade tem pro- na Ortodontia foi demonstrada por McNAMARA Jr., 1995; CARANO;
curado desenvolver métodos alterna- Blechmann e Smiley (1978) em ani- TESTA, 1996; PUENTE, 1997).
tivos, que dependam pouco da cola- mais, mostrando-se mecanicamente Gianelly, Bednar, Dietz (1991) descre-
boração por parte do paciente e que eficientes e com desprezíveis efeitos veram a distalização dos molares com
sejam menos conspícuos. biológicos deletérios (BLECHMANN; uso de molas de níquel titânio de 100g,
SMILEY, 1978; BONDEMARK; comprimindo-as entre primeiros mo-
APARELHOS DE COLABORAÇÃO KUROL, 1992). lares e pré molares superiores. Como
MÍNIMA A partir daí, vários autores tem ancoragem, utilizou um botão de
De maneira geral, eles podem se- recomendado sua utilização para dis- Nance modificado, em conjunto com
rem subdivididos, naqueles com apoio talizar molares superiores (ITOH et aparelho fixo, obtendo uma distaliza-
somente na maxila e aqueles com al., 1991; BONDEMARK; KUROL, ção média de 1.0 a 1.5mm por mês.
apoios bi-maxilares. Os primeiros, 1992; BLECHMANN; STEGER, Os molares são distalizados até se
geralmente se caracterizam por utili- 1995; GIANELLY; BEDNAR; DIETZ, conseguir uma sobrecorreção de apro-
zarem, como ancoragem, os elemen- 1991, 1998). Entretanto, um incon- ximadamente 2mm. De acordo com
tos dentários anteriores aos dentes a veniente bastante significante deste os autores essa sobrecorreção é ne-
serem distalizados e a mucosa do sistema é que a força magnética é in- cessária pois normalmente ocorre uma
palato, que recebe um botão de acrí- versamente proporcional ao quadra- perda de ancoragem (20% em média)
lico. Dentre eles destacam-se, por sua do da distância entre os pólos durante a retração da Classe II, variá-
popularidade, o distalizador modular (BLECHMANN; STEGER, 1995) sen- vel de acordo com a idade do pacien-
de Wilson, R. e Wilson, W. (1978), do necessárias reativações freqüen- te, sendo a resposta da distalização
os magnetos de Blechmann e Smiley tes para manter a constância das mais eficaz em pacientes que estejam
(1978) Blachman e Steger (1995), forças (EVERDI; KOYUTURK; no final da dentadura mista. Na pre-
o Aparelho Jones Jig (JONES; WHITE, KUÇUKKELES, 1997; GIANELLY et sença de segundos molares perma-
1992), as molas de Niquel-titânio pre- al., 1998; GIANELLY, 1998). A for- nentes a resposta é variada, sendo que
conizadas inicialmente por Gianelly, ça inicial exercida pelos magnetos é em adolescentes uma ½ Classe II po-
Bednar e Dietz (1991), o Pendex de de 200-225g, caindo bruscamente derá ser corrigida razoavelmente bem,
HILGERS (1991, 1992, 1998) e o para 75g quando 1mm de espaço é o mesmo não acontecendo com uma
Distal Jet (CARANO; TESTA, 1996). aberto entre os magnetos (GIANE- Classe II total. Em adultos, o sucesso
Por meio de algum elemento ativo, LLY et al., 1989). do tratamento é imprevisível.
seja uma mola comprimida de Níquel- Uns dos poucos trabalhos que ava- Jones e White (1992), desenvol-
titânio, magneto de repelição ou um liaram o uso clínico de magnetos são veram um distalizador denominado
helicóide de TMA (titânio-molibdê- os de Gianelly et al. (1989, 1998), Jones Jig. Trata-se de uma mola aber-
nio), desenvolve-se uma força de dis- recomendando uma ativação por se- ta de níquel titânio que libera forças
talização sobre os molares, cuja for- mana e de preferência, antes da que variam de 70 a 75 gramas quan-
ça recíproca, espera-se, seja dissipa- irrupção dos segundos molares. Na do estas são comprimidas de 1 a
da pelos dentes anteriores remanes- ausência dos segundos molares per- 5mm. A aplicação desse aparelho exi-
centes e pelo botão de acrílico contra manentes observaram uma distaliza- ge a presença de um botão de Nance
o palato. No outro grupo, encontram- ção de 80% e 20% de perda de anco- modificado como ancoragem para os
se os aparelhos bi-maxilares, que ragem. Na presença dos segundos dentes anteriores, em relação aos mo-
apresentam elementos ativos tanto molares este percentual, passou para lares que serão distalizados. O apare-
contra a maxila quanto a mandíbu- 65% de distalização e 35% de perda lho é adaptado lateralmente ao arco
la, como o aparelho de Herbst (PAN- de ancoragem. Da mesma forma, na dentário superior na região dos mola-
CHERZ, 1979), o Jasper Jumper ausência dos segundos molares o tem- res e pré-molares, apoiado no botão
(JASPER; McNAMARA Jr., 1995), o po de tratamento fica em torno de dois de Nance (elemento de ancoragem),
Superspring de Klapper (1999) e o a cinco meses, porém quando os mes- enquanto seu apoio posterior locali-
Aparelho de Protração Mandibular mos estão presentes, o tempo aumenta za-se nos tubos duplos das bandas

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dos primeiros molares superiores (ele- aparelho Edgewise e um botão de por Hilgers (1991, 1992), com o
mento a serem distalizados). A média Nance modificado, com molas de ní- intuito de promover a distalização dos
de tempo para distalização é de qua- quel titânio por vestibular e palatino, molares superiores, necessitando do
tro a seis meses. exercendo força contra os molares mínimo de colaboração do paciente.
Segundo Jones e White (1992), o superiores. O resultado obtido foi o Para tanto, é constituído de um bo-
movimento realizado para distal do movimento de corpo do molar, com tão de Nance, molas de TMA e gram-
molar com esse aparelho é mais den- uma média mensal de distalização de pos de apoio (FIG. 1).
tário que esquelético, sendo contra- 0.45 a 1.0mm. A ancoragem é con- O botão de Nance atua como an-
indicado nos casos de padrão de cres- seguida com os dentes anteriores e o coragem, estende-se com suas bordas
cimento predominantemente vertical, botão acrílico do Nance, porém reco- arredondadas sobre o palato, a uma
uma vez que a extrusão dos molares mendam uma sobrecorreção da Clas- distância recomendável de 5mm. dos
não é restringida. se II, para compensar a posterior dentes superiores, para evitar danos
Greenfield (1995), utilizou pistões perda de ancoragem quando da re- a mucosa palatina e facilitar a higie-
soldados por vestibular e por lingual, tração dos dentes anteriores. nização (FIG. 1) (HILGERS, 1992).
estando incorporado a estes pistões As molas de TMA de 0,032” de
molas de níquel titânio 055’’ supere- Fios de Compressão diâmetro, inseridas ao botão de Nance,
lásticas, produzindo uma força leve e Molas K de titânio molibdênio compõem o elemento ativo deste apa-
contínua, entre 46 e 62g por dente. (TMA) (KALRA, 1995), e fios de ní- relho. Constituem-se de hastes de re-
Forças que excedam esse nível podem quel titânio em estado de compres- tenções ao acrílico e aos tubos linguais
não só causar perda de ancoragem são (GIANELLY; BEDNAR; DIETZ, dos molares a serem distalizados, de
anterior como também, danos à 1991) têm sido utilizados para pro- um helicóide e de uma alça para pe-
mucosa da palato junto ao botão de duzir movimento distal dos primeiros quenos ajustes horizontais (FIG. 1 e
Nance. Para controle da ancoragem molares superiores, sendo a ancora- 2). Originam-se na porção distal do
anterior utilizou-se um botão de Nance gem obtida em ambos com um botão botão de acrílico, ao nível da sutura
modificado, observando movimento de de Nance soldado nos primeiros pré palatina mediana, conformadas pró-
corpo dos molares, com uma média molares. Segundo Kalra (1995) seu ximas e seguindo a curvatura do pa-
mensal de distalização de 1.0mm. dispositivo é capaz de produzir um lato, evitando assim traumatismos à
Carano e Testa (1996), desenvol- movimento de corpo, pois obedece língua (FIG. 3). Este posicionamento
veram o Distal Jet constituído por tu- aos princípios de biomecânica tais permite que os helicóides se situem pa-
bos bilaterais de diâmetro interno de como, magnitude da força e do mo- ralelos ao palato e alinhados à altura
0.36’’ ligados ao botão de acrílico, vimento, proporção momento/força, da porção média dos molares, forman-
com uma trava móvel para regular a constância da força e do movimen- do um amplo arco de ativação
compressão de uma mola de níquel to. Gianelly et al. (1998), descreveu pendular, a partir da linha média do
titânio. O desenho do aparelho faz o uso de fios de níquel titânio palato aos referidos molares superio-
com que a força teoricamente, passe superelástico 018x025’’ comprimidos res, razão de sua denominação (FIG.
pelo ou próximo ao centro de resis- entre os primeiros pré molares e pri- 1) (HILGERS, 1992).
tência do dente, causando movimen- meiro molares superiores, usando Como este tipo de movimento de
to de corpo. A reativação é feita uma “stops” entre estes dentes para ati- distalização pendular tende a cruzar
vez ao mês. Uma vez completada a var o arco, liberando uma força de a mordida, na medida que os mola-
distalização, o aparelho pode ser con- 100g. Quando inserido no tubo mo- res assumem uma porção mais distal,
vertido em ancoragem, bastando iso- lar, o fio superelástico sofre uma de- alças de ajuste foram idealizadas para
lar a mola com resina e liberar os pré- flexão forçando a distalização do que pequenos incrementos horizon-
molares da ancoragem. Segundo molar a uma média de 1-2mm por tais possam ser realizados, adequan-
seus introdutores, o Distal Jet pode mês sem a presença dos segundos do a distância inter-molares às no-
corrigir rotações e uma distalização molares. Comentam ainda que o vas dimensões transversais do arco
unilateral ou bilateral dos molares movimento obtido, tanto no uso das dentário superior, assumida pelos
entre quatro a nove meses de trata- molas de níquel titânio, como dos fios molares em movimento de distaliza-
mento. As vantagens desse apare- de níquel titânio superelásticos, é de ção (FIG. 4) (HILGERS, 1992).
lho incluem boa estética e conforto, inclinação, indicando-se uma sobre- O último componente das molas
simples inserção e ativação e a fácil correção. consiste de dobras de encaixe efetuadas
conversão do próprio aparelho em na outra extremidade do fio de TMA,
acessório de ancoragem. APARELHO PÊNDULO iguais às apresentadas pelas barras
Puente (1997) descreveu a ação Definição transpalatinas, para que as molas pos-
biomecânica do uso combinado do O aparelho Pêndulo foi idealizado sam ser devidamente encaixadas nos

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tubos linguais de 0,36”, previamente grampos de apoio, originou-se o apa- (FIG. 1, 3 e 4), estas alças de ajustes
soldados às bandas do molares em relho Pêndulo com o desiderato de quando ativadas para promover a
Classe II. Entretanto, é importante res- corrigir a relação molar, por meio de devida adequação das novas dimen-
saltar que devido à baixa tolerância das uma força suave e contínua, apoiada sões transversais da distância inter-
ligas de titânio-molibidênio a dobras em em uma ancoragem intra-bucal dento- molares, além de restringirem a ex-
ângulos agudos, um alto índice de fra- muco-suportada. No entanto, consi- pansão a apenas este segmento pos-
turas nestas dobras pode ocorrer derando que um dos componentes da terior, acabam por incorporar uma re-
(KAPILA; SACHDEVA, 1989). Por este Classe II é a atresia lateral da maxila sultante extrusiva a estes dentes sob
motivo, estas podem, por vezes, cons- (BACETTI et al., 1997), a correção distalização, efeito este indesejável na
tituírem-se apenas de encaixes simples, deste tipo de má oclusão exige de for- correção deste tipo de má oclusão. Sob
suficientes para a transmissão da for- ma prévia ou concomitante, a expan- estes aspectos, um parafuso expan-
ça de distalização provenientes dos he- são do arco dentário. Segundo a sor foi instituído ao aparelho, o qual
licóides. idealização do aparelho Pêndulo, este passou a receber a denominação de
Finalmente, os grampos de apoio ensejo estaria a cargo das alças de Pendex (Pêndulo + Expansor)
consistem de fios de aço de 0,036”, ajuste horizontal, presentes na con- (HILGERS, 1992) (FIG. 5).
extendendo-se desde o botão de acríli- formação das molas de TMA, encar- Poderia-se considerar que incor-
co até os primeiros pré-molares supe- regadas desta função expansionista. porando este expansor, as atresias
riores ou antecessores molares decídu- Por outro lado, como as molas de TMA laterais da maxila, comprovadamente
os. Inicialmente, HILGERS (1991, acompanham a curvatura do palato um dos componentes da Classe II
1992, 1998) propunha que estes
grampos de apoio atuassem como ele-
mentos de união somente entre os pri-
meiros pré-molares ou corresponden-
tes molares decíduos, previamente
bandados. Entretanto, para reforçar a
ancoragem, atualmente estes grampos
também tem sido incorporados aos
segundos pré-molares superiores ou cor-
respondentes predecessores decíduos,
podendo tanto estarem fixados aos FIGURA 1 – O aparelho Pêndulo
dentes por meio de soldagem às ban- (HILGERS, 1992). Figura 3A.
das, como atuarem diretamente como FIGURA 2 – Representação esquemá-
tica da mola de TMA: (A) haste de
agentes de união entre o aparelho e os retenção ao acrílico; (B) helicóide; (C)
referidos dentes, por meio de colagem alça de ajuste horizontal; e, (D) has-
te de retenção ao tubo lingual
direta com resina. (HILGERS, 1992). Figura 2A.
A este conjunto de componentes;
botão de Nance, molas de TMA e

FIGURA 5 – Aparelho Pendex (Pên-


FIGURA 3 – Vista látero-superior do
dulo + Expansor) (HILGERS, 1992). Fi-
aparelho Pêndulo (HILGERS, 1992). Fi-
gura 5A.
gura 1.

FIGURA 4 – Mecanismo de ação da


alça de ajuste horizontal (HILGERS,
1992). Figura 9B.

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(BACETTI et al., 1997; McNAMARA mente, tubos lingual e triplo, como braço da mola assuma uma posição
Jr., 2000), poderiam ser prontamente acessórios (FIG. 7). praticamente paralela à sutura pala-
corrigidas concomitante ao restabe- Devidamente posicionadas, o pa- tina mediana e perpendicular ao cor-
lecimento da relação molar normal. ciente é submetido à moldagem do po do aparelho (FIG. 8) (ALMEIDA
No entanto, estas atresias quando es- arco superior para posterior confec- et al., 1999; BORTOLOZO et al.,
queléticas, necessitam de aparelhos ção do modelo de trabalho e do apa- 2001; BUSSICK, 1997; BYLOFF;
devidamente rígidos, capazes de pro- relho propriamente dito (FIG. 7), DARENDELILER, 1997; GIANELLY,
moverem uma expansão lateral pre- como bem descreve Almeida et al. 1998; HILGERS, 1992, 1998).
dominantemente ortopédica. Sendo (1999). Levando-se em consideração que
assim, considerada a flexibilidade da a liga de titânio-molibidênio apresenta
liga de titânio-molibidênio, questiona- Instalação do Aparelho o dobro da flexibilidade e a metade
mento sobre a sua efetividade na ca- Após profilaxia, o aparelho é ci- do módulo de elasticidade dos fios de
pacidade de promover a expansão mentado com ionômero de vidro. Em aço (HILGERS, 1992; KAPILA;
ortopédica na região dos molares, casos onde os pré-molares superio- SACHDEVA, 1989), tem sido concluí-
poderia ser levantado. Por este moti- res ou predecessores molares decíduos do que aproximadamente 1/3 da ati-
vo, Hilgers (1998) sugere para os não receberam bandas, a colagem vação realizada é dissipada pelas pró-
casos com atresia esquelética, um fio subseqüente à cimentação das ban- prias propriedades físicas deste tipo
de aço de 0,036 ou 0,040” seja inse- das deverá ser feita preferencialmente de liga metálica. Conseqüentemente,
rido bilateralmente desde a porção com algum tipo de resina híbrida com a uma disposição do braço da mola,
látero-posterior do botão de acrílico até adequada resistência à abrasão e às formando um ângulo de 90° com re-
a região anterior aos tubos linguais forças mastigatórias. lação à sua posição inicial passiva, a
dos molares, fixando-os a estes den- força efetivamente liberada corres-
tes por meio de solda às bandas. Este Seqüência Clínica ponde a uma ativação hipotética pro-
artifício permitiria uma maior rigidez A seqüência clínica para o manejo veniente de um ângulo de ativação
do aparelho, quando sob o intento de destes tipos de aparelhos (Pêndulo, de 60°, o que em termos numéricos
promover uma adequada expansão Pendex e T-Rex) compreende a requisi- produz uma força aproximada de
ortopédica do arco superior. Ao apa- tos referentes à ativação das molas, a 200 a 230g. (FIG. 9).
relho sob este novo elemento incor- expansão dentária e/ou esquelética da Realizado este tipo de ativação
porado, o autor atribuiu o nome de T- maxila, à quantidade de correção da re- externa, para os aparelhos Pêndu-
REX (FIG. 6) (HILGERS, 1998). lação molar, ao tempo de tratamento ati- lo e Pendex, sua cimentação é feita
vo, aos recursos para contenção dos com as molas liberadas dos tubos
Confecção do Aparelho molares e aos tipos de retração a serem linguais. Somente após a completa
Independente do tipo de distali- utilizados para os demais dentes (pré- instalação do aparelho é que as
zador preconizado por Hilgers molares ou molares decíduos). molas são devidamente posiciona-
(1991, 1992, 1998), a confecção das por meio de um alicate 139 ou
do aparelho compreende no míni- Ativação da Mola Weingart, auxiliados ou não por um
mo a bandagem dos molares supe- A ativação da mola de TMA pode fio cordonê 00 (ALMEIDA et al.,
riores permanentes, caso os dentes ser realizada externa ou internamen- 1999; BORTOLOZO, 2001).
de ancoragem venham a ser cola- te. Externamente, a ativação da mola Segundo Almeida et al. (1999),
dos aos grampos de apoio. As ban- é feita antes da instalação do apare- uma outra alternativa de ativação
das devem incorporar, preferencial- lho, abrindo-se o helicóide até que o externa seria a utilização de molas

FIGURA 6 – Aparelho T-Rex, eviden- FIGURA 7 – Confecção do Aparelho FIGURA 8 – Posicionamento das mo-
ciando os elementos de união entre Pêndulo, utilizando apenas os primei- las pré-ativadas (HILGERS, 1992). Fi-
o acrílico e as bandas dos primeiros ros pré-molares bandados, como an- gura 7.
molares superiores permanentes. coragem dentária (HILGERS, 1992). Fi-
gura 4A.

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de TMA removíveis, encaixadas em ressaltar que mesmo quando as formação parabólica do arco supe-
tubos telescópicos de 10mm., de aço molas são ativadas externamente, rior exige incrementos variáveis na
inoxidável, da marca TECNIDENT, ajustes internos poderão ser solici- distância entre os molares, quando
inseridos na porção médio-posterior tados, na medida que ativações sob movimento de distalização.
do botão de Nance (FIG. 10). Segun- adicionais venham a ser exigidas Especificamente para os aparelhos
do os autores Almeida et al. (1999), para a correta obtenção da relação Pendex e T-Rex, a realização da ex-
este tipo de recurso permitiria um molar normal. pansão do arco superior permitiria
melhor controle e ajustes das molas, uma neutralização na tendência à
durante as ativações, evitando mo- Expansão Dentária e/ou Orto- mordida cruzada entre os molares,
vimentos indesejáveis de rotação, pédica da Maxila evitando ajustes compensatórios nas
expansão, extrusão ou intrusão aos Admitindo que a atresia lateral da alças das molas de TMA, já citadas a
molares, sem qualquer tipo de des- maxila compõem uma das caracte- incorporarem uma resultante de ex-
conforto ao paciente (FIG. 10). rísticas da Classe II (BACETTI et al., trusão aos molares. Segundo a lite-
Internamente, as ativações são 1997; McNAMARA Jr., 2000), fica ratura pertinente (ALMEIDA et al.,
realizadas com alicates 139 ou fácil perceber que este tipo de proce- 1999; BORTOLOZO et al., 2001;
Weingart, em uma única etapa ou dimento terapêutico deve incorporar HILGERS, 1991, 1992), quando fo-
sucessivamente, exigindo maior to- a maioria dos planos de tratamento calizado apenas este objetivo, ativações
lerância do paciente e habilidade do a serem estabelecidos para a corre- de ¼ de volta/dia ou a cada 3 dias,
profissional, devido ao acesso re- ção deste tipo de má oclusão. Inde- seriam suficientes para tal intento.
duzido, capaz de provocar lesões à pendente do seu envolvimento, den- Entretanto, quando atentado para
mucosa do palato mole. Há de se tário ou esquelético, a própria con- o fato que esta atresia da maxila pode

FIGURA 9 - Gráfico representativo da quantidade de força proveniente de uma


deflexão real de 60° no braço da mola de TMA (HILGERS, J.J. 1992. Figura 3B).

A B C
FIGURA 10 – Vistas dos tubos telescópicos (A), das molas pré-ativadas (B) e encaixadas no corpo do aparelho Pêndulo
(C) (ALMEIDA, R.R. et al. 1999. Figuras 14, 13 e 12A).

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apresentar um caráter predominante- 1989; SILVA FILHO; VILABOAS; oclusal (tip back) (FIG. 13) Byloff,
mente esquelético, percebe-se que este CAPELOZZA FILHO, 1991; SN- Darendeliler (1997); Hilgers (1992),
protocolo de ativações pode tornar-se ODGRASS, 1996; TIMMS; VERO, amenizando inclusive a tendência de
insuficiente para a obtenção da devi- 1981) sobre o tempo de contenção rotação nos molares. Segundo alguns
da resposta ortopédica, principalmente para este tipo de conduta clínica, pa- autores, Almeida et al., 1999;
quando considerada a limitada rigidez rece razoável aceitar que um período Bortolozo et al., 2001; Byloff;
do aparelho Pendex, na região dos entre 1 a 2 meses seria suficiente Darendeliler, 1997, destacaria-se a do-
molares, ofertada pela flexibilidade da para que a sutura palatina mediana bra disto-oclusal, no sentido sagital, pela
liga de titânio-molibidênio. atingisse uma condição satisfatória aparente capacidade de promover a ver-
Sob este enfoque, poderia-se as- no seu processo de neoformação ós- ticalização dos molares, ainda que isto
sumir que o ideal seria o estabeleci- sea que pudesse permitir o início da acarrete em um aumento de 64,1%,
mento de uma maior rigidez a este tipo distalização dos molares. Para tan- na duração de todo o processo de dis-
de aparelho, como acontece com o T- to, ao final deste intervalo de tempo, talização destes dentes, segundo Byloff;
Rex, capaz de suportar ativações mais os elementos de união entre o botão Darendeliler (1997).
intensas e de maior efetividade na de Nance e as bandas dos molares, Entretanto, embora estas suges-
obtenção de respostas ósseas. Con- presente no T-Rex, seriam removidos tões sejam oportunas e válidas, a
forme estabelecido nas expansões rá- com um alta rotação, proporcionan- menos que a haste de retenção no
pidas da maxila (SILVA FILHO; do ainda um grau de rigidez no apa- tubo lingual tenha sido confecciona-
VALADARES NETO; ALMEIDA, relho suficiente para a reparação fi- da com a mesma conformação exis-
1989; SILVA FILHO; VILABOAS; nal da rafe palatina (FIG. 11). tente nas barras transpalatinas, a
CAPELOZZA FILHO, 1991; SN- diferença acentuada entre a espes-
ODGRASS, 1996; TIMMS; VERO, Quantidade de Correção da Re- sura do fio de TMA(0,032”) e a área
1981), ½ volta ou 1 volta completa, lação Molar interna do tubo lingual (0,36”) re-
divididas ou não em 2 turnos, até que O movimento de distalização dos duzirá significantemente a efetivida-
uma sobrecorreção na oclusão poste- molares, proveniente dos aparelhos de destes recursos mecânicos acima
rior fosse obtida, permitiria não só a Pêndulo, Pendex e T-Rex, assume citados.
neutralização da tendência de mordi- uma conformação geométrica pendu- De uma forma quase unânime, o
da cruzada entre os molares, evitan- lar em ambos os sentidos transver- que a literatura (ALMEIDA et al.,
do a necessidade de ajustes nas alças sal (FIG. 1) e ântero-posterior (FIG. 1999; BORTOLOZO et al., 2001;
horizontais; como também, facilitaria 12 A, B), com o eixo de rotação po- BYLOFF; DARENDELILER, 1997;
a distalização dos molares, pela redu- sicionado próximo ou coincidente à GHOSH; NANDA, 1996; HILGERS,
ção de interferências oclusais. Além região apical dos mesmos. Conse- 1991, 1992, 1998; URSI et al.,
disso, as atresias transversais da qüentemente, a movimentação des- 2000, 2001) embora relativamen-
maxila, com ou sem a presença de tes dentes é essencialmente de incli- te escassa, recomenda é a sobrecor-
mordidas cruzadas posteriores seriam nação das coroas para distal. reção dos molares em uma super
prontamente corrigidas, previamente Assumindo que esta disposição do Classe I, já considerando alguma re-
à distalização dos molares. longo eixo para a distal, incompati- cidiva na seqüência do tratamento.
O que restaria a ser questionado biliza a correta dissipação de forças
seria o devido tempo de contenção e mastigatórias e que na seqüência do Tempo de Tratamento Ativo
a possibilidade de interferências dos tratamento ortodôntico estes dentes Segundo a literatura Bussick,
efeitos inerentes deste tipo de condu- serão utilizados como ancoragem (1997); Ghosh, Nanda (1996);
ta terapêutica, na correção da má para a retração do segmento ante- Hilgers (1991), o tempo médio de tra-
oclusão de Classe II. Segundo rior, um grande potencial de recidiva tamento com estes tipos de aparelhos
Snodgrass (1996), avaliando paci- se faz presente. é de 3 a 5 meses, desconsiderando a
entes submetidos à distalização dos Com a finalidade de atenuar este realização de expansão da maxila, no
molares com ou sem a concomitante tipo de possibilidade, alguns autores caso do T-Rex. Diretamente propor-
expansão da maxila, este tipo de pro- tem sugerido a incrementação de uma cional à quantidade de distalização a
cedimento não foi capaz de introdu- angulação de 7° para a distal no posi- ser efetuada, a duração deste tipo de
zir efeitos que diferenciassem as res- cionamento dos tubos linguais conduta terapêutica giraria em torno
postas obtidas em cada grupo, ao fi- (BORTOLOZO et al., 2001; BYLOFF; de 0,75 a 1,5mm ao mês. De acordo
nal do tratamento. DARENDELILER, 1997) ou uma con- com alguns autores (BUSSICK, 1997;
Diante disso, considerando reco- tra-angulação de 15° na haste de re- BYLOFF; DARENDELILER, 1997;
mendações da literatura (SILVA FI- tenção da mola ser inserida no tubo CARANO; TESTA, 1996; EVERERDI;
LHO, VALADARES NETO; ALMEIDA, lingual, em direção vestibular e disto- KOYUTURK; KUÇUKKELES, 1997;

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A B C

D E F

G H I

FIGURA 11 – Paciente Classe II, divisão 1, subdivisão direita, com mordida


cruzada posterior unilateral direita, em máxima intercuspidação habitual. Vis-
tas intrabucais iniciais (A, B, C, D); após a cimentação do T-Rex (E, F); e, pós-
expansão (G, H, I, J).

A B
FIGURA 12 – Telerradiografias, em norma lateral, antes (A) e depois (B) da
distalização dos primeiros molares permanentes, evidenciando o movimento
pendular, também no plano sagital.

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GIANELLY et al., 1989; GIANELLY; rencialmente retangular e o arco con- laboração do paciente, em momen-
BEDNAR; DIETZ, 1991; GIANELLY tínuo com ômega amarrado, atuaria to tão crucial do tratamento, isto
et al., 1998; GIANELLY, 1998; mantendo o comprimento do arco ocorreria em um menor espaço de
GHOSH; NANDA, 1996), esta vari- dentário superior, estabelecido pela tempo, comparado ao que seria ne-
ação na taxa de movimentação po- nova posição dos molares distaliza- cessário caso toda a distalização dos
deria ser explicada não só pela indi- dos, possibilitando a movimentação molares tivesse que ser obtida com
vidualidade de cada paciente mas, dos pré-molares ou molares decíduos este tipo de aparelho.
principalmente, pela presença ou para a distal. O último método, talvez o mais
não dos segundos molares superio- Uma outra maneira de se con- oportuno, seria a utilização imedi-
res permanentes. ter os molares seria por meio de um ata de um botão de Nance, após a
aparelho extra-bucal, até que os de- retirada do aparelho distalizador.
Recursos para Contenção dos mais dentes do segmento posterior Sua instalação envolveria a confec-
Primeiros Molares Superiores atingissem a sua devida relação ção de um ou dois segmentos de
Permanentes oclusal com os respectivos antago- fio de aço 0,032 ou 0,036” de diâ-
Após a devida distalização dos nistas. Embora possa parecer in- metro, encaixados nos tubos lin-
molares, a manutenção de seu po- congruente requerer a máxima co- guais da mesma forma que as
sicionamento torna-se essencial
para o sucesso do tratamento. Se-
gundo Hilgers (1991, 1992, Mola sem dobra de
1998), este procedimento pode ser pré-ativação

feito por meio de um arco utilida-


de, um arco contínuo com ômegas
justos e amarrados, um aparelho
extra-bucal ou pela utilização de
um botão de Nance(Quick-Nance) Mola com dobra de
FIGURA 14 – Arco utilidade utilizado
pré-ativação
instalado em uma única sessão, para a manutenção do comprimento
imediatamente após a retirada do do arco superior, após a distalização
FIGURA 13 – Represenção esquemáti- dos molares (HILGERS, 1992).
aparelho Pêndulo, Pendex ou T- ca da contra-ângulação na haste da
mola de TMA, de 15° para a vestibular
Rex. e, no sentido da seta, para a disto-
O arco utilidade (FIG. 14), prefe- oclusal (ALMEIDA et al., 1999).

A B C

D E F
FIGURA 15 – Vista oclusal antes (A); após a instalação do T-Rex (B); pós-contenção da expansão da maxila e ínicio da
distalização dos primeiros molares permanentes (C); ao término desta distalização (D); segmentos do botão de Nance
devidamente adaptados (E); e, botão de Nance instalado (F).

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barras transpalatinas e com dobras fase, recomenda-se que os segmen- seu grau de estiramento normal e pro-
retentivas para a resina, em sua por- tos posteriores sejam conjugados, re- movendo o fechamento ou uma signi-
ção anterior (HILGERS, 1992, 1998). forçados ou não pela ancoragem de ficante redução dos espaços interpro-
No caso de dois segmentos, estes te- uma barra transpalatina removível, ximais recentemente criados (FIG. 17K,
riam como elemento de união o pró- para que a retração anterior possa N, Q) (HILGERS, 1992).
prio material resinoso (FIG. 15). ser realizada. À exceção das más Considerando que este processo
Especificamente, a resina recomen- oclusões acompanhadas por uma so- acontece às custas de princípios pu-
dável para esta situação consiste de um bremordida acentuada, elásticos de ramente biológicos, sem a influên-
material fotopolimerizável, utilizado Classe II poderão ser utilizados nesta cia de forças mecânicas, percebe-se
para o reembasamento de próteses to- etapa do tratamento ortodôntico, des- que quanto menor a tonicidade dos
tal ou removível, fabricado pela de que o arco inferior já esteja sendo músculos elevadores da mandíbula
Dentisply e denominada “Triad alinhado e nivelado por um fio re- e a interferência dos contatos oclu-
Transheet”. tangular. sais, mais propícia será a condição
De fácil e rápida confecção, este tipo para que tal processo de distaliza-
de procedimento acarreta apenas os TIPOS DE RETRAÇÃO PARA OS ção, regido por este tipo de fibras
cuidados de se arredondar as bordas DEMAIS DENTES (PRÉ-MOLA- periodontais, venha a ocorrer.
da resina com um instrumento Le Cron RES OU MOLARES DECÍDUOS) Por este raciocínio, pode-se afirmar
(FIG. 16), alisar a sua superfície exter- A retração dos demais pré-mola- que este tipo de retração é mais apro-
na com a própria luva do operador, res ou molares decíduos pode ser re- priado durante o período inter-transi-
devidamente umidecida pela saliva do alizada pela própria ação das fibras tório da dentadura mista, onde o grau
paciente e de se resfriá-la com jato de transeptais interdentárias (HILGERS, de desgaste provocado pela atrição fi-
ar/água, devido a sua propriedade 1992), por meio de alastic em ca- siológica, presente nesta fase, favore-
exotérmica, durante o seu tempo de deia (HILGERS, 1992, 1998) ou pela ceria a movimentação dos molares de-
presa, aproximadamente de 1 minuto. retração individual de cada um dos cíduos para a distal (BUSSICK, 1997).
Este dispositivo de ancoragem dentes.
deverá permanecer na cavidade bu- Alastic em cadeia
cal até que todos os pré-molares su- Ação das fibras interdentárias Outro tipo de procedimento para a
periores ou antecessores decíduos Durante a distalização dos molares, retração dos pré-molares seria a utili-
tenham sido distalizados à sua posi- as fibras transeptais existentes entre zação de elásticos em cadeia (alastic
ção normal. Nos casos de dentadura estes dentes e os contíguos pré-mola- corrente), denominado retração tipo
permanente, após restabelecida a re- res ou predecessores decíduos, tornam- “floating”. Inicialmente proposta por
lação oclusal entre os dentes posteri- se estiradas. Como este estágio de ten- Hilgers, (1992, 1998), a distalização
ores, este botão de Nance deverá ser são não corresponde à condição fisio- dos pré-molares daria-se pela conju-
removido, para que o segmento an- lógica destas fibras, estas são então gação destes dentes aos molares, de
terior envolvendo incisivos centrais submetidas a um processo de repara- cada lado, por meio de alastics em
e laterais, possa ser retraído. Nesta ção e reorganização, restabelecendo o cadeia fixados aos bráquetes, mas sem
qualquer tipo de fio inserido nos res-
pectivos slots (FIG. 18).
A justificativa para tal método se-
ria a ausência de qualquer tipo de atri-
to que pudesse limitar o movimento
de distalização dos pré-molares ou
aumentar a exigência sobre o siste-
ma de ancoragem estabelecido para
os molares. Por outro lado, embora
tenha que se admitir que isto seja uma
realidade, a própria retração simul-
tânea de ambos os pré-molares con-
tra apenas o primeiro molar, já pre-
dispõe este último a alguma recidiva.
Além disso, a ausência de um fio
como guia restringe o controle ade-
FIGURA 16 – Material utilizado para a confecção do botão de Nance (Quick-
Nance): fio de aço 0,032 ou 0,036”, marcador de fio, resina Triad Transheet, Le
quado sobre a inclinação e a rotação
Cron e alicates weingart, 139, trident, de corte e 325. dos dentes a serem distalizados

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G H I

J K L

M N O

P Q R
FIGURA 17 – Vistas intrabucais lateral direita, oclusal e lateral esquerda. Antes da instalação do T-Rex (A, B, C); após a
expansão rápida da maxila (D, E, F); ao início da distalização dos primeiros molares permanentes (G, H, I); ao final da
referida distalização (J, K, L); 4 meses pós-distalização, com os espaços criados entre os primeiros molares permanen-
tes e os segundos molares decíduos sendo fechados pela ação das fibras interdentárias (M, N, O); e, 8 meses depois,
com os espaços completamente eliminados (P, Q, R).

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A B C

D E F

G H I

J K L

M N O
FIGURA 18 – Vistas intrabucais iniciais (A, B, C); após cimentação do Pendex (D); ao final da distalização dos primeiros
molares superiores (E); com o botão de Nance instalado (F); ao início da retração dos pré-molares, somente com alastic
em cadeia (G, H, I); ao final desta retração, já em fase de alinhamento e nivelamento dentário (J, K, L); e, ao término
do tratamento (M, N, O).

A B C

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D E F

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M N

O P

Q R S
FIGURA 19 – Vistas intrabucais iniciais (A, B, C); após a cimentação do Pendex (D, E); ao final da distalização dos
primeiros molares superiores permanentes (F, G, H, I); ao início da retração dos pré-molares com alastic em cadeia e fio
contínuo (J, K, L); ao final do alinhamento e nivelamento dentário (M, N, O, P); e, ao término do tratamento (Q, R, S).

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A alternativa para suavizar tais Retração individual molar e somente após a sua finaliza-
deficiências seria a implementação Provavelmente, a complementação ção e subseqüente reforço da ancora-
de um fio contínuo ou arcos seg- para um melhor controle sobre a dis- gem, conjugando-o ao molar é que
mentados passivos, o que embora talização dos pré-molares, associada promover-se-ia a distalização do pri-
introduzisse alguma fricção na dis- a uma menor exigência do dispositivo meiro, também associando-o aos de-
talização dos pré-molares, exigin- de ancoragem adotado, seja a reali- mais dentes posteriores, ao final des-
do maior eficiência da unidade de zação de uma retração individual de ta etapa (FIG. 20).
ancoragem, aumentaria o controle cada dente. Independente da utiliza- Embora todo este processo neces-
sobre a disposição do longo eixo e ção de um fio contínuo ou arcos seg- sariamente envolva um maior perío-
a tendência rotacional destes den- mentados passivos de 0,016”, a re- do de tempo, este tende a apresentar
tes (FIG. 19). tração iniciar-se-ia pelo segundo pré- um melhor prognóstico quanto a pre-

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H I J

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L M N

P Q R

T U V
FIGURA 20 – Vistas intrabucais iniciais (A, B, C); ao final da distalização dos primeiros molares superiores (D, E, F, G);
ao início da retração individual dos pré-molares com alastic e fio de aço segmentado (H, I, J, K); em uma fase interme-
diária da retração, com os segundos pré-molares já conjugados aos primeiros molares (L, M, N, O); durante a retração
ântero-superior, com os segmentos posteriores conjugados e sem o botão de Nance (P, Q, R, S); e, ao término do
tratamento (T, U, V).

servação da relação molar e a quali- trabalhos abordando a utilização prin- tivamente pequeno (BORTOLOZO et al.,
dade do posicionamento dos pré-mo- cipalmente dos aparelhos Pêndulo e 2001; BOTELHO, 2000; BUSSICK,
lares, obtido até então. Pendex, resumem-se à descrição dos 1997; BYLOFF; DARENDELILER,
mesmos, a literatura pertinente ao estu- 1997, GHOSH; NANDA, 1996;
REVISÃO DA LITERATURA do dos efeitos dentoalveolares e MARTINS et al., 1996; MOUCACHEN,
Ao considerar-se que os primeiros esqueléticos existe em um número rela- 2001; SNODGRASS, 1996; URSI et

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al., 2000, 2001). Mesmo assim, res- ção mesial tardia no primeiro molar molares intruíram 1,68mm enquan-
postas referentes à influência deste tipo permanente inferior, o que ajudou na to os segundos pré molares extruíram
de mecânica sobre os molares, os inci- correção da Classe II. A altura facial 0,78mm. Os autores concluíram que
sivos, a unidade de ancoragem(pré- ântero-inferior aumentou 2,79mm, é possível se corrigir deficiências
molares ou molares decíduos), a dimen- sendo que esse ganho foi maior nos transversais em combinação com o
são vertical da face, a possível partici- pacientes que possuíam uma medida movimento de distalização dos mo-
pação dos segundos molares e a época inicial do plano de Frankfort com o lares e que o aparelho não cria mor-
ideal do tratamento(dentadura mista X plano mandibular (FMA) maior que dida aberta dental ou esqueletal. Re-
permanente), ainda que com alguma 24º. Concluíram que este aparelho é latam que a perda de ancoragem dos
divergência, já permite a elaboração de efetivo na distalização de molares su- incisivos é mínima e que os primei-
um escopo capaz de delinear as possi- periores, embora apresente alguns in- ros molares, na presença ou ausên-
bilidades de utilização destes aparelhos. convenientes como perda de ancora- cia dos segundos molares não apre-
Hilgers (1992), ressaltou a ten- gem e aumento de dimensão vertical. sentou diferenças estatisticamente
dência de abertura da mordida, con- Martins et al. (1996) propuseram significantes quanto ao movimentos
seqüente ao movimento distal dos algumas modificações no aparelho de distalização e inclinação.
molares, não sendo preocupante em original, como a introdução de mo- Bussick em 1997 realizou um tra-
pacientes braqui e mesofaciais, reco- las duplas, nos primeiros e segundos balho com 101 pacientes sendo 56
mendando que pacientes com padrão molares e apoios oclusais nos incisi- mulheres e 45 homens ambos com
vertical sejam tratados de maneira vos e caninos superiores. média de idade de 12 anos e um mês
convencional com extrações, AEB Byloff e Darendeliler em 1997 e que utilizaram o Pêndulo por sete
tração alta, Placa Lábio Ativa, ou estudaram telerradiografias de 13 meses em média. Os resultados en-
outros métodos de controle vertical. pacientes (nove mulheres e quatro contrados mostram que os efeitos des-
Ghosh e Nanda em 1996 avalia- homens com média de idade 11 anos se tratamento são muito mais dento-
ram 41 pacientes (26 mulheres e 15 e um mês) que utilizaram o aparelho alveolares que esqueléticos, com au-
homens) que utilizaram o aparelho de Pêndulo por 16,6 semanas, em mé- mento do overjet, diminuição da so-
Pêndulo similar ao descrito por Hilgers dia. Em comparação com os traba- bremordida e a correção da relação
para distalização bilateral dos primei- lhos de Hilgers 1991, 1992, 1998) de molar para uma Classe I. Os efeitos
ros molares superiores e concluíram onde a reativação é raramente ne- dentoalveolares encontrados mostram
que 57% da correção da Classe II foi cessária, neste estudo as molas fo- que os primeiros molares distalizaram
pela distalização dos molares e 43% ram ativadas inicialmente só com 45º 5,7mm inclinaram distalmente 10,6º
por perda de ancoragem. Não obser- medindo uma força inicial de 250 e os primeiros pré-molares mesializa-
varam mudanças significativas no gramas, seguidas por uma ou duas ram em média 1,8mm e inclinaram
sentido vertical da posição do primei- ativações. Isso poderia explicar a di- 1,5º para mesial. No sentido vertical
ro molar, com uma intrusão média de ferença de tempo de tratamento sen- os molares intruíram 0,7mm e os pri-
0,1 mm. A média de distalização dos do que neste estudo a distalização meiros pré molares extruíram 1,0mm.
primeiros molares superiores foi de ocorreu entre quatro a cinco meses e A sobressaliência aumentou 0,8mm
3,37mm com uma inclinação distal de com a técnica de Hilgers (1992), de e a sobremordida diminui de 1,7mm.
8,36º. O movimento recíproco para dois a três meses. Quando termina- Alterações nos tecidos moles foram
mesial dos primeiros pré-molares foi da a distalização dos molares, ao re- suaves, com o lábio superior protruin-
em média de 2,55mm, com uma in- mover o Pêndulo foi instalado imedi- do 0,6mm como resposta do incisivo
clinação mesial de 11,29 e uma ex- atamente um arco de Nance e man- superior que proclinou levemente. Es-
trusão de 1,77mm. Os segundos mo- teve-se o molar em posição no míni- queleticamente as alterações foram
lares quando presentes, distalizaram mo por três meses aguardando a suaves. A inclinação do plano palati-
em média 2,27mm (0,9 menos que migração espontânea para distal dos no permaneceu sem mudanças du-
os primeiros molares), inclinaram dis- pré-molares. Encontramos como re- rante o período de tratamento. O pla-
talmente 11,99º, e sofreram uma sultado que do espaço obtido, 67,5% no oclusal e o plano mandibular au-
intrusão média de 0,47mm. Neste tra- resultou da distalização de molares e mentaram 1,1º e 1,0º respectivamente
balho, 18 pacientes apresentavam se- 32,5% perda de ancoragem. No pla- em relação ao plano de Frankfort. A
gundos molares presentes e 23 não, no sagital os primeiros molares mandíbula sofreu um movimento de
indicando que a erupção dos segun- distalizaram em média 3,39mm, en- rotação para trás e para baixo de 1,0º
dos molares tem mínimos efeitos so- quanto segundos pré-molares mesi- o que ajudou a diminuir a sobremor-
bre a distalização dos primeiros mola- alizaram 1,37mm, abrindo um espa- dida (1,7mm). Como conseqüência
res. No total 17 pacientes estavam na ço entre eles de 5,53mm em média. dessas alterações esqueléticas relata-
dentadura mista tardia, tendo inclina- Em relação ao plano palatino, os das e somando-se a isso o fato do

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molar inferior ter extruído 0,7mm, a pré-molares 1,7mm, enquanto os efetiva no grupo tratado na dentição
altura facial anterior aumentou duran- molares foram distalizados em mista, sem que se notasse diferença
te o tratamento 2,2mm. Houve uma 1,4mm e inclinados em 8o. Não veri- na perda de ancoragem.
diferença estatisticamente significan- ficou ainda, quaisquer mudanças no Bortolozo et al. (2001), revisan-
te no grupo com segundo molar per- perfil de tecido mole e na posição do a literatura e apresentando um
manente no aumento vertical após a mandibular. Concluiu que o aparelho caso clínico constataram que o
distalização do primeiro molar. O au- Pendex é efetivo para a correção da Pendex parece ser efetivo na clínica
tor analisou também as diferenças de Classe II, embora cuidados devam ser diária, particularmente para pacien-
perda de ancoragem quando esta é tomados para reforçar a ancoragem. tes não cooperativos. Os casos a se-
feita com molares decíduos ou com pré Moucachen (2001) avaliou as rem tratados devem apresentar so-
molares presentes e chegou a conclu- alterações cefalométricas verticais a mente comprometimento dentoalve-
são que quando a dentição permanen- curto prazo dos componentes dento- olar e moderada deficiência do arco,
te está presente para ancoragem, a alveolares e esqueléticos provocadas estando contra-indicado para Classe
extrusão dos primeiros molares supe- pelo Pendex em 48 pacientes, sendo II esquelética, com excesso vertical.
riores é maior e resultando num au- 24 do sexo masculino, com idade
mento na altura facial anterior (2,4vs. média de 10 anos e cinco meses; e Indicações
1,6mmm) e diminuição da sobremor- 24 do feminino, com idade média de Ao se avaliar os efeitos provoca-
dida (1,5mm). 11 anos e 7 meses. Os resultados dos por este tipo de mecânica, fica cla-
Ursi et al. (2000) verificaram os indicaram que não houve alterações ro que estes são predominantemente
efeitos a curto prazo (6-7 meses) do significantes no padrão de crescimen- dentoalveolares, acompanhados por
Pendex nos componentes dentoalve- to original, com uma tendência a um um aumento variável na altura facial
olares superiores. O grupo experimen- maior aumento na altura facial ânte- ântero-inferior proveniente principal-
tal consistiu de 26 pacientes com ida- ro-inferior. Os incisivos superiores mente, pela extrusão dos elementos
des médias de 11 anos e 4 meses. vestibularizaram e extruíram, en- dentários da unidade de ancoragem.
Foram tomadas radiografias cefalo- quanto os molares apresentaram um Pelo exposto, pode-se afirmar que
métricas em norma lateral antes da comportamento vertical inalterado. as indicações para a utilização dos
cimentação do aparelho e logo após Concluiu que esta terapia não deve aparelhos Pêndulo, Pendex e T-Rex
a sua remoção. Foram realizadas ser instituída em padrões morfoge- convergem exclusivamente para as
sobreposições regionais para avaliar néticos onde a dimensão vertical é a más oclusões Classe II dentoalveola-
os efeitos nos primeiros molares su- preponderante. res, predominantemente horizontais e
periores, incisivos centrais superio- Procurando comparar os efeitos suas variações (BUSSICK, 1997;
res, plano palatino e altura facial do Pendex utilizado nas dentições BYLOFF; DARENDELILER, 1997;
ântero-inferior. Os resultados eviden- mista e permanente, Ursi et al. GHOSH; NANDA, 1996; HILGERS,
ciaram uma extrusão dos incisivos su- (2001), avaliaram uma amostra 1991; URSI et al., 2000, 2001).
periores, distalização (2mm) e incli- constituída de 15 pacientes na den-
nação (11,2o) dos molares superio- tição mista com idade inicial média Corrigir Classe II Dentoalveo-
res e aumento da altura facial em de 8 anos e 4 meses e 15 pacientes lares
1,5mm. Utilizando as sobreposições na dentição permanente jovem com Desde que não comprometida por
regionais, verificou-se que a distali- idade média de 12 anos e 6 meses. excessivos incrementos verticais na
zação foi responsável por 60% do Foram tomadas radiografias cefalo- altura facial ântero-inferior, esta é a
espaço aberto entre os molares e pré- métricas em norma lateral antes da melhor indicação para estes tipos de
molares. cimentação do aparelho e logo após aparelhos, tanto na dentadura mis-
Botelho (2000) realizou uma ava- a sua remoção. Foram realizadas ta, como na permanente.
liação cefalométrica dos efeitos den- sobreposições regionais para avaliar Conforme já mencionado, o pro-
tários e esqueléticos sagitais, resul- os efeitos nos primeiros molares su- tocolo de tratamento envolve a expan-
tantes da distalização de molares su- periores, incisivos centrais superio- são prévia da maxila, se necessária; a
periores utilizando o aparelho Pendex res, plano palatino e altura facial distalização dos primeiros molares
em 26 pacientes com média etária de ântero-inferior. Concluíram que o superiores permanentes; o estabeleci-
10 anos e 8 meses. Verificou que aparelho Pendex provocou uma in- mento da ancoragem pós-distalização
72,1% do espaço aberto era deriva- clinação distal e distalização dos pri- e a retração dos demais dentes do seg-
do da distalização do primeiro molar meiros molares permanentes assim mento posterior, seguida pelos subse-
superior, sendo 27,9% perda de an- como alguma perda de ancoragem no qüentes procedimentos comuns às
coragem. Os incisivos superiores se segmento anterior em ambos grupos. correções deste tipo de má oclusão.
moveram para anterior 1,9mm e os Entretando, a distalização foi mais Como exemplo, o caso clínico a

104 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
ser descrito representa uma paciente bos os lados, com a presença de api- Finalizada a expansão maxilar
leucoderma, com 12a 5m de idade, nhamento ântero-superior, pequena (FIG. 25 E-H) e após um período de
em fase de dentadura permanente, giroversão mesial dos primeiros mo- contenção inicial de 1 (um) mês, os
apresentando má oclusão de Classe lares permanentes e atresia lateral da elementos de união entre o acrílico
II, divisão 1. maxila (FIG. 22 A-D). e as bandas dos primeiros molares
Na análise facial frontal, verificou- Radiograficamente, evidenciou-se foram removidos, iniciando o pro-
se que a paciente apresentava adequa- uma boa condição radicular (FIG. cesso de distalização destes dentes
da simetria facial, boa proporcionali- 23), uma relação das bases ósseas (FIG. 25 I-L).
dade entre os terços da face e um sela- aceitável, uma tendência de cresci- A distalização dos primeiros mo-
mento labial passivo (FIG. 21A). Em mento craniofacial favorável, com lares superiores permanentes ocorreu
norma lateral, observou-se um perfil predominância do vetor horizontal e ao longo de 4 meses. Ao final deste
agradável, com um ângulo nasolabial uma vestibularização dos incisivos período, embora a literatura seja unâ-
aceitável (FIG. 21B-C). Sorrindo a pa- superiores e inferiores (FIG. 24). nime em identificar alguma perda de
ciente denotou uma exposição de toda O plano de tratamento envolveu ancoragem, com conseqüente procli-
a coroa clínica dos incisivos superiores a expansão ortopédica da maxila, a nação dos incisivos, as fotografias de
e a presença de um corredor bucal evi- obtenção da relação molar e de ca- frente, perfil e em close não evidenci-
dente, sugerindo uma possível atresia ninos normal e o alinhamento e ni- aram alterações significantes na face
lateral da maxila (FIG. 21D). velamento dentário. Para tanto, foi da paciente (FIG. 26 A-C). A relação
Ao exame intrabucal, observou- instalado inicialmente um aparelho molar foi considerada ideal quando
se uma relação de ½ classe II em am- T-Rex (FIG. 25 A-D). identificou-se o posicionamento dos

A B

C D
FIGURA 21 – Vistas extrabucais iniciais de frente (A); perfil (B); em close (C);
e, sorrindo (D).

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 105
A B C

D
FIGURA 22 – Vistas intrabucais iniciais lateral direita (A); de frente (B); lateral esquerda (C), e, oclusal (D).

M.C.G. 12a 5m
NAP: 5
ANB: 3
SNA: 82
A-Nperp: 0
SNB: 79
Pg-Nperp: -4
1.Pp: 117
IMPA: 100
FMA: 22,5
Sn.Gn: 68
Sn.GoGn: 28
Co-A: 93
Co-Gn: 117
Afal: 68
Co-Go: 59
119-122 65-66
FIGURA 23 – Radiografia panorâmica inicial. FIGURA 24 – Telerradiografia inicial (12a 15m).

A B C

D
FIGURA 25 – Vistas intrabucais lateral direita, frente, lateral esquerda e oclusal superior na instalação do aparelho T-Rex
(A, B, C, D).

106 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
E F G

I J K

L
FIGURA 25 (Continuação) – ao final da expansão da maxila (E, F, G, H); e, ao início do processo de distalização dos
primeiros molares superiores permanentes (I, J, K, L).

A B C
FIGURA 26 – Vistas extrabucais de frente, perfil e em close, após distalização dos primeiros molares superiores perma-
nentes.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 107
molares em super Classe I (FIG. 27 A- sultados foram considerados satis- o mesmo acontecendo com as dimen-
D). Neste momento, o aparelho T-Rex fatórios, tanto do ponto de vista ex- sões verticais da face, especificamente
foi removido, instalando-se imediata- tra (FIG. 31), como intrabucal (FIG. neste caso.
mente um botão de Nance, como an- 32), sem qualquer tipo de alteração
coragem (FIG. 27 D). na postura muscular e nas dimen- Recuperar Espaços
Ao avaliar-se as radiografias, per- sões da face; à exceção da maior Apenas uma variável das Classe
cebe-se um predominante efeito den- amplitude do sorriso, dada pela ex- II dentoalveolares, este tipo de indi-
tário, provocado por este aparelho pansão ortopédica da maxila (FIG. cação envolve principalmente, situ-
(FIG. 28), não espelhando de forma 31D). ações onde há a perda precoce de
significativa qualquer tipo de incre- Avaliando-se as radiografias (FIG. algum dente póstero-superior decí-
mento vertical no terço ântero-infe- 33-34), percebe-se que o ganho res- duo, com conseqüente redução no
rior da face da paciente (FIG. 29). tringiu-se essencialmente à obtenção de comprimento e perímetro do arco
Após retração dos demais dentes uma boa relação oclusal, com os valo- dentário, ou quando alguma ano-
póstero-superiores, a paciente subme- res provenientes das grandezas cefalo- malia irruptiva dos primeiros mola-
teu-se à seqüência de rotina para o métricas empregadas praticamente os res superiores permanentes envol-
tratamento ortodôntico corretivo da mesmos daqueles da fase inicial. A rela- ve o custo biológico da sua impac-
má oclusão de Classe II (FIG. 30). ção das bases ósseas e a inclinação dos ção e/ou reabsorção parcial dos se-
Ao término do tratamento os re- incisivos se manteve quase inalterada, gundos molares decíduos. Quando

A B C

D
FIGURA 27 – Vistas intrabucais lateral direita (A), frente (B), lateral esquerda (C) e oclusal (D), após distalização dos
primeiros molares permanentes na instalação do aparelho.

M.C.G. 12a 9m
NAP: 5
ANB: 3
SNA: 82
A-Nperp: 0,5
SNB: 79
Pg-Nperp: -4,5
1.Pp: 117,5
IMPA: 101
FMA: 23
Sn.Gn: 68,5
Sn.GoGn: 29
Co-A: 93
Co-Gn: 117,5
Afal: 69
Co-Go: 59,5
119-122 65-66
FIGURA 28 – Radiografia panorâmica ao final da distaliza- FIGURA 29 – Telerradiografia pós-distalização do primeiro
ção dos primeiros molares permanentes. molar permanente (12a 9m).

108 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
A B C

D
FIGURA 30 – Vistas intrabucais, lateral direita (A), frente (B), lateral esquerda (C) e oclusal (D), após a remoção do
botão de Nance, já em uma fase adiantada do tratamento.

A B

FIGURA 31 – Vistas extrabucais finais


de frente (A), perfil (B), em close (C)
C D e sorrindo (D).

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 109
A B C

D
FIGURA 32 – Vistas intrabucais finais, lateral direita (A), frente (B), lateral esquerda (C) e oclusal (D).

M.C.G. 14a 7m
NAP: 4
ANB: 2,5
SNA: 82,5
A-Nperp: 0,5
SNB: 80
Pg-Nperp: -3
1.Pp: 117
IMPA: 98
FMA: 22
Sn.Gn: 68,5
Sn.GoGn: 27
Co-A: 94
Co-Gn: 120
Afal: 70
Co-Go: 62,5
FIGURA 33 – Radiografia panorâmica final. 119-122 65-66
FIGURA 34 – Telerradiografia final (14a 7m).

isto acontece unilateralmente, o que do a nítida perda de espaço para a com as molas de TMA previamente
normalmente ocorre, a distalização irrupção do primeiro pré-molar su- ativadas (FIG. 38 A-C), o paciente
solicitada é só de um lado, permitin- perior esquerdo (FIG. 36) foi submetido à expansão rápida da
do uma maior capacidade de anco- Cefalometricamente, o paciente maxila (FIG. 39 A-D). Ao final da
ragem do aparelho, minimizando os apresentava uma boa relação das expansão, após 1 mês de conten-
seus efeitos deletérios. bases ósseas, embora ambas estives- ção, iniciou-se a distalização dos pri-
Paciente Classe II, divisão 1, sem retruídas. Uma tendência de cres- meiros molares superiores perma-
com perda precoce do primeiro cimento desfavorável, com predomi- nentes, até que este alcançasse uma
molar decíduo superior esquerdo e nância do vetor vertical; porém, ain- relação de super Classe I (FIG. 39
atresia lateral da maxila. Embora da sem qualquer tipo de manifesta- E-H).
sua queixa principal fosse uma pro- ção dento-esquelética significativa até A radiografia panorâmica evi-
vável protrusão dentária superior então. Os incisivos superiores esta- denciou quantitativamente a dis-
(FIG. 35 C-E), sua face apresenta- vam vestibularizados, enquanto que talização efetuada (FIG. 40). Do
va-se equilibrada e simétrica, com os inferiores mostravam-se verticali- ponto de vista cefalométrico, a al-
um bom selamento labial e perfil zados (FIG. 37). teração mais significativa foi o
convexo (FIG. 35 A-B). O planejamento consistiu de um comportamento uniforme de au-
A análise da radiografia pano- aparelho T-Rex, seguido de um bo- mento na leitura das grandezas
râmica permitia a visualização de to- tão de Nance até que a fase de den- voltadas para as interpretações do
dos os dentes permanentes, a partir tadura mista chegasse ao fim. comportamento vertical da face,
dos segundos molares; evidencian- Após cimentação do aparelho, ainda que de forma suave (FIG. 41).

110 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
A B

C D E
FIGURA 35 – Vistas iniciais extrabucais de frente (A) e perfil (B) e intrabucais lateral direita (C), frente (D), e lateral
esquerda (E).

F.V.F.F. 9a 11m
NAP: 5,5
ANB: 2,5
SNA: 74,5
A-Nperp: -1,5
SNB: 72
Pg-Nperp: -4
1.Pp: 119
IMPA: 83,5
FMA: 30,5
Sn.Gn: 70
Sn.GoGn: 40
Co-A: 86
Co-Gn: 107
Afal: 61
Co-Go: 46
107-110 60-62
FIGURA 36 – radiografia panorâmica inicial. FIGURA 37 – Telerradiografia inicial (9a 11m).

A B C
FIGURA 38 – Vistas oclusais antes (A), durante (molas pré-ativadas) (B) e após a instalação do T-Rex (C).

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 111
A B C

E F G

H
FIGURA 39 – Vistas intrabucais lateral direita, frente, lateral esquerda, oclusais pós-expansão maxilar (A, B, C, D) e
após a distalização dos primeiros molares permanentes (E, F, G, H), já com o botão de Nance instalado.

F.V.F.F. 10a 4m
NAP: 6,5
ANB: 3,5
SNA: 74,5
A-Nperp: -1,5
SNB: 71
Pg-Nperp: -7
1.Pp: 116,5
IMPA: 86
FMA: 31,5
Sn.Gn: 71,5
Sn.GoGn: 41,5
Co-A: 86,5
Co-Gn: 108
Afal: 63
Co-Go: 46
107-110 60-62
FIGURA 40 – Radiografia panorâmica após a remoção do FIGURA 41 – Telerradiografia após a remoção do aparelho
aparelho T-Rex. T-Rex (10a 4m).

112 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
A B C

E F G

H
FIGURA 42 – Vistas intrabucais lateral direita, frente, lateral esquerda e oclusais em uma fase intermediária da retração
dos molares decíduos, pela ação das fibras interdentárias (A, B, C, D) e ao final deste processo de distalização destes
dentes, com a recuperação de espaço para a irrupção do primeiro pré-molar superior esquerdo (E, F, G, H).

Considerando que o paciente já lho T-Rex foi substituído por um (FIG. 42 A-H).
apresentava esta tendência e que botão de Nance (FIG. 39 E-H), Ao final de um período de 16
este tipo de resposta é inerente com o objetivo de ancorar os pri- meses, finalizou-se a fase de den-
desta modalidade de aparelhos, meiros molares permanentes e tadura mista, com o paciente apre-
praticamente era de se esperar que permitir apenas a ação das fibras sentando uma boa proporção facial
isto acontecesse. interdentárias sobre os molares (FIG. 43 A, B) e uma relação oclu-
Obedecendo seqüência clínica decíduos, distalizando-os e recu- sal posterior normal (FIG. 43 C-E),
própria deste tipo de mecânica, perando o espaço para o primei- necessitando apenas de alinha-
ao final da distalização o apare- ro pré-molar superior esquerdo mento e nivelamento dentário.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 113
A B

C D E
FIGURA 43 – Vistas extrabucais de frente (A) e perfil (B), e intrabucais lateral direita (C), frente (D) e lateral esquerda
(E), ao final da fase de dentadura mista.

A B

C D E
FIGURA 44 – Vistas iniciais extrabucais de frente (A) e perfil (B) e intrabucais, lateral direita (C), frente (D) e lateral
esquerda (E).

114 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
Ganhar Espaços tra bem isto. Paciente leucoderma, tipo de alteração patológica que in-
Uma última indicação seria para do sexo masculino, com 8a 8m de viabilizasse o tratamento ortodôn-
as situações onde a possibilidade de idade, um perfil convexo, bom se- tico (FIG. 45). A avaliação cefalo-
uma discreta distalização dos primei- lamento labial e uma proporção dos métrica fortaleceu a avaliação facial
ros molares superiores a uma con- terços faciais aceitável, embora a de uma boa relação entre as bases
dição de super Classe I, associada à altura facial ântero-inferior apre- apicais, embora um aumento de
expansão ortopédica da maxila pu- sentasse levemente aumentada 3mm no terço ântero-inferior da
desse fornecer espaço suficiente (FIG. 44 A, B). face se fizesse presente. A tendên-
para os casos de apinhamento ân- Ao exame intrabucal, o pacien- cia de crescimento era favorável e
tero-superior borderline; reduzindo te mostrava uma discreta Classe II, equilibrada e os incisivos apresen-
ou evitando a possibilidade de ex- divisão 1, acompanhada de suave tavam-se levemente verticalizados
trações de pré-molares. apinhamento ântero-superior e (FIG. 46).
Segundo Grummons (2001), atresia lateral da maxila (FIG. 44 O planejamento ortodôntico obje-
estes tipos de condutas simultâne- C-E). tivou o ganho de espaço no arco su-
as ou subseqüentes (expansão + A radiografia panorâmica evi- perior. Por meio de expansão da ma-
distalização) permitiria a obtenção denciava a presença de todos os xila (FIG. 47 A-D) e distalização dos
de um espaço adicional variando de dentes permanentes, a partir dos primeiros molares permanentes,
4 a 9mm. O exemplo a seguir ilus- segundos molares, sem qualquer acompanhada da vestibularização dos

H.H.G.S. 7a 8m
NAP: 9
ANB: 3,5
SNA: 81
A-Nperp: 0,5
SNB: 77,5
Pg-Nperp: -5,5
1.Pp: 105
IMPA: 89
FMA: 22,5
Sn.Gn: 66
Sn.GoGn: 30
Co-A: 80
Co-Gn: 98
Afal: 61
Co-Go: 48
97-100 57-58
FIGURA 45 – Radiografia panorâmica inicial. FIGURA 46 – Telerradiografia inicial (7a 8m).

A B

C D
FIGURA 47 – Vistas oclusais antes da instalação do T-Rex (maxila atrésica)
(A), após cimentação do aparelho (B), pós-expansão (C) e ao início da dista-
lização dos primeiros molares superiores permanentes (D).

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 115
incisivos inferiores (FIG. 48 A-D). A dibular (FIG. 50). radamente aumentado e a exigência
este intento, optou-se pelo aparelho Ao final da distalização, 8 meses funcional por um refinado posiciona-
T-Rex, no arco superior e pela placa depois, a ancoragem adotada foi o mento dentário (FIG. 52C-E).
labio ativa, no inferior. botão de Nance, estabilizando os pri-
Distalizados os primeiros molares meiros molares permanentes en- INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS:
superiores permanentes, a radiogra- quanto os molares decíduos subme- Inflamação
fia panorâmica transpareceu a incli- tiam-se à força de retração proveni- Embora o Pêndulo, o Pendex e
nação do longo eixo para a distal, ente da ação das fibras interdentári- o T-Rex se enquadrem no grupo
assumida por estes dentes, ao final as (FIG. 51 A-H). de aparelhos de colaboração mí-
da sua movimentação (FIG. 49) e a Finalmente, os resultados alcança- nima, estes necessitam de um bom
telerradiografia demonstrou que os dos ao término do segundo período controle de higiene. Afinal, na
incisivos sofreram ligeira vestibulari- transitório da dentadura mista. As medida que procedimentos expan-
zação, acompanhados de discreto in- proporções faciais de frente e perfil sivos e de distalização são intro-
cremento vertical na altura facial mantiveram-se relativamente propor- duzidos, uma maior compressão do
ântero-inferior, responsável pela ten- cionais (FIG. 52 A, B), o mesmo acon- acrílico sobre o palato se faz pre-
dência de aumento quantitativo nos tecendo com a relação oclusal; com sente. Conseqüentemente, um pro-
valores referentes ao crescimento cra- os dentes satisfatoriamente alinhados, grama de higienização adequado deve
niofacial e ao grau de retrusão man- salvo o grau de sobremordida mode- ser estabelecido, orientando-se o

A B C

D
FIGURA 48 – Vistas intrabucais lateral direita (A), de frente (B), lateral esquerda (C) e oclusal (D), ao final da distaliza-
ção dos primeiros molares superiores permanentes.

H.H.G.S. 8a 4m
NAP: 10
ANB: 5
SNA: 81,5
A-Nperp: 1
SNB: 76,5
Pg-Nperp: -7
1.Pp: 109
IMPA: 90
FMA: 23
Sn.Gn: 66,5
Sn.GoGn: 31,5
Co-A: 80
Co-Gn: 98
Afal: 63
Co-Go: 48
97-100 57-58
FIGURA 49 – Radiografia panorâmica após a remoção do FIGURA 50 – Telerradiografia após a remoção do aparelho T-
aparelho T-Rex. Rex (8a 4m).

116 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
A B C

E F G

FIGURA 51 – Vistas intrabucais late-


rais direita, frente, laterais esquerda
e oclusais, durante a fase final de re-
tração espontânea dos molares decí-
duos (A, B, C, D) e ao final da fase de
dentadura mista, assumindo o devi-
do posicionamento ântero-posterior
no arco dentário (E, F, G, H).
H

FIGURA 52 – Vistas finais extrabucais


de frente (A) e perfil (B) e intrabu-
A B cais, laterais direita (C), de frente (D),
e lateral esquerda (E).

C D E

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 117
paciente a eliminar qualquer resíduo mola pode ser confeccionada com to- Impacção dos Segundos Mola-
alimentar que porventura venha a se dos os seus componentes (FIG. 54F) e res Superiores Permanentes
inserir abaixo do aparelho. inserida no acrílico, sem a necessidade Os movimentos de distalização
Concomitante à escovação roti- de remoção do aparelho. Para tanto, dos primeiros molares superiores per-
neira, jatos de água deverão ser di- uma cavidade retentiva deve ser feita manentes sempre trazem à luz,
rigidos às bordas do acrílico de no acrílico com uma broca esférica para questionamentos referentes à possi-
modo a percorrer toda a superfície alta rotação, fixando a mola com re- bilidade de impacção dos segundos
do aparelho em contato direto com sina acrílica auto-polimerizável. Este pro- molares em processo de irrupção.
a mucosa palatina. Isto pode ser feito cedimento, quando bem realizado, per- No caso dos aparelhos Pêndulo,
pelo próprio paciente por meio de mite a continuidade do tratamento, não Pendex e T-Rex onde o movimento de
uma seringa de 20ml ou um apare- comprometendo o processo de distali- distalização é predominantemente
lho Water Pik, pelo menos após cada zação dos molares previamente plane- pendular, este tipo de dúvida toma uma
refeição principal. Caso contrário, si- jado (FIG. 54). conotação aparentemente lógica,
nais de inflamação poderão compro-
meter a mecânica, exigindo até a re-
moção completa do distalizador em
questão (FIG. 53).

Fratura da Mola de TMA


As ligas de titânio-molibidênio
são caracterizadas, dentre suas pro-
priedades, por apresentarem uma
baixa tolerância às dobras, predis- A B
pondo-se à fraturas, quando exces-
sivamente manipuladas (ALMEIDA
et al., 1999; KAPILA; SACHDEVA,
1989). Sendo assim, em situações
onde ajustes internos são solicita-
dos, este tipo de liga pode romper-
se, comprometendo a distalização
dos molares permanentes.
Quando isto ocorre, a menos que C D
se tenha feito a opção pela utilização FIGURA 53 – Vistas oclusais inicial (A); após a instalação de um T-Rex (B); no
de molas de TMA removíveis (ALMEI- período de contenção da expansão, mostrando sinais de inflamação proveni-
entes de restos alimentares (C); e, aspecto do palato imediatamente após a
DA et al., 1999) (FIG. 10), uma nova remoção do aparelho (D).

A B C

D
FIGURA 54 – Paciente Classe II dentoalveolar. Vistas intrabucais iniciais laterais direita (A) de frente (B) e lateral
esquerda (C), e oclusal (D).

118 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
E F G

H I J

L M N

O
FIGURA 54 (Continuação) – Vistas oclusais, com a mola de TMA esquerda fraturada (E), após a inserção de nova mola
(F) e ao início do processo de distalização (G). Vistas intrabucais após a sobrecorreção da relação molar (H, I, J, K) e ao
final da fase de dentadura mista (L, M, N, O).

dada a disposição axial dos primei- da literatura; há de se supor que pos- Segundo Nanda, os segundos
ros molares, com a coroa voltada sivelmente fatores fisiológicos como molares apresentam um trajeto de ir-
para a distal, ao final da referida mo- o trajeto de irrupção dos segundos rupção correspondente à sua dispo-
vimentação. molares, o processo de crescimento sição de longo eixo voltada para a
Entretanto, considerando que este ósseo e a presença dos terceiros mo- distal, assegurando o seu devido po-
tipo de casuística não reflete a reali- lares, na região do túber da maxila, sicionamento no arco dentário pelo
dade, não merecendo sequer uma sejam capazes de reduzir a probabili- processo de deposição óssea na re-
abordagem mais específica por parte dade de tal ocorrência. gião posterior da maxila.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 119
A B

FIGURA 55 – Radiografias panorâmicas antes (A), ime-


diatamente após (B) e 8 meses depois da distalização
dos primeiros molares superiores permanentes (C). Evi-
C dencia-se uma boa quantidade de estrutura óssea, na re-
gião do túber.

A B

FIGURA 56 – Radiografias panorâmicas antes (A), ime-


diatamente após (B) e 18 meses depois da distalização
dos primeiros molares superiores permanentes (C). Ob-
serva-se que a pouca quantidade de estrutura óssea, na
região do túber, associada à presença dos terceiros mola-
res; impediu que o segundo molar assimilasse a maior
C inclinação para a distal, assumida pelo primeiro (16, 26).

120 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002
A B

FIGURA 57 – Radiografias panorâmicas antes (A), ime-


diatamente após (B) e 14 meses depois da distalização
dos primeiros molares superiores permanentes (C). Per-
cebe-se que mesmo na presença dos terceiros molares,
se a quantidade de estrutura óssea, na região do túber,
for suficiente para que os segundos molares assimilem
parte do movimento pendular dos primeiros, a possiblidade
C de impacção dentária nesta região será pequena.

pudesse ser absorvida ou parcial-


mente acompanhada pelos segun-
dos, permitindo a sua completa
irrupção (FIG. 55).
Sob este prisma, a presença dos
terceiros molares poderia infuenciar
diretamente na proporção dente/osso,
exigindo parte do espaço destinado
aos segundos molares, na região pos-
terior da maxila. Quando isto acon-
tece, o longo eixo destes dentes as-
sume uma disposição convergente
FIGURA 58 – Representação esquemática dos efeitos den- com a inclinação axial dos primeiros
toalveolares provenientes da força de distalização dos pri-
meiros molares superiores e sua respectiva reação sobre
molares, impedindo a sua irrupção
a unidade de ancoragem dentária. (FIG. 56).
No entanto, desde que a estrutu-
Observando que este trajeto de nando a possibilidade de interferên- ra óssea existente seja suficiente para
irrupção dos segundos molares, de cia de um sobre o outro mínima a acomodação de todos os molares e
uma certa forma corresponde à dis- (BUSSICK, 1997; GHOSH: NANDA, a quantidade de distalização solicita-
posição axial final dos primeiros mo- 1996). da não seja demasiada, a possibili-
lares após distalização, pode-se su- Coadunando-se a isto, incremen- dade de uma influência negativa dos
por que desde que a movimentação tos ósseos regulares existentes no terceiros molares neste tipo de inter-
pendular efetuada não tenha sido processo de crescimento desta área corrência não chega a ser motivo de
realizada em excesso, parte do pa- da maxila forneceriam condição fa- preocupação capaz de inviabilizar tal
ralelismo existente entre os longos vorável para que parte do movimen- procedimento mecânico, como mos-
eixos destes dentes se manteria, tor- to pendular dos primeiros molares tra a figura 57.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 2, p. 87-123, mar./abr. 2002 121
CONSIDERAÇÕES FINAIS provocada por este tipo de movimen- quando este dente já está em sua
Pelos resultados da literatura to. Conforme representado na figura posição final.
compulsada fica evidente que certas 58, à força para trás e para cima Na tentativa de reduzir tal per-
tendências se mantêm em todos os imposta aos primeiros molares per- da de ancoragem, ganha força a
trabalhos, particularmente quanto ao manentes superiores, uma mesma conveniência em se realizar de for-
comportamento vertical da altura magnitude reacional em direção con- ma prévia a expansão ortopédica
facial ântero-inferior, mostrando au- trária, para frente e para baixo, so- da maxila, quando solicitada. A
mentos deletérios na região anterior bre os elementos dentários da uni- adoção deste protocolo terapêutico,
não anulados pelos incrementos pos- dade de ancoragem, estaria presente além de adequar antecipadamente
teriores. Este crescimento descom- extruindo e mesializando os pré-mo- as proporções transversais entre os
pensado, em casos com padrão lares ou predecessores decíduos. Con- arcos dentários, permitiria a redu-
hiperdivergente, pode acarretar uma sequentemente, quanto maior a dis- ção de prováveis interferências
maior exposição incisal e deficiência talização ou a resistência a este mo- oclusais no movimento de distali-
de selamento labial. vimento, maior seria esta força de re- zação dos molares.
Presumivelmente, parece que o ação sobre a unidade dentária de A escolha dos casos a serem sub-
aumento na altura facial ântero-in- ancoragem. metidos a esta terapia deve passar
ferior, provocado principalmente pela Paralelamente a esta alteração por critérios bastante rígidos de sele-
componente de extrusão dos dentes constata-se que o movimento distal ção. Casos que apresentem sinais de
utilizados como ancoragem, esteja do molar é acompanhado de signifi- predominância de crescimento verti-
diretamente correlacionada com a cante inclinação distal não-controla- cal, sobressaliência aumentada, mor-
resistência e a quantidade de distali- da, movimento este que pode ser con- dida aberta anterior, falta de sela-
zação efetuada nos molares. Como o siderado altamente instável, merecen- mento labial, presença de segundos
movimento dentário na região pos- do uma consideração redobrada no molares irrompidos sem espaço para
terior também é predominantemente reforço de ancoragem quando os distalização (presença de terceiros
pendular no plano sagital, uma rea- dentes anteriores são retraídos. Ocor- molares), e distância 6-Ptv inadequa-
ção de mesma magnitude e em sen- re também, uma significante perda da, acompanhada de uma Classe II
tido contrário atuaria sobre a unida- de ancoragem, que inspira cuidados, total, não são bons candidatos. Por
de de ancoragem, extruindo os den- particularmente, quando a posição outro lado, o estágio de desenvolvi-
tes diretamente ligados a ela. Hipo- inicial dos incisivos superiores já for mento oclusal que apresenta os me-
teticamente, isto tende levar a crer protruída ou a sobressaliência esti- lhores benefícios parece ser o perío-
que o grau de extrusão sobre os pré- ver aumentada. Esta perda de anco- do inter-transitório da dentadura mis-
molares ou molares decíduos seja di- ragem está relacionada, entre outros ta. O tratamento nesta fase, além de
retamente proporcional à quantida- fatores, à presença dos segundos bastante eficiente, tende a minimizar
de de distalização e à resistência e molares superiores, com valores mai- os efeitos deletérios provocados pelo
conseqüente perda de ancoragem ores tendendo a serem evidentes Pêndulo, Pendex ou T-Rex.

ABSTRACT
The authors presented a com- relative to the concept of minimal and most common clinical findings
prehensive review on Hilger´s compliance, clinical management, were considered.
Pendulum appliance in a contem- effects on the dentofacial complex, Key words: Class II Malocclusion.
porary clinical practice. Aspects indication and contra-indications Pendulum.

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