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Caso Clínico

Apinhamento: A Extração no Segmento


de Incisivos Inferiores como
Opção de Tratamento
Crowding: Extraction of Lower Incisors

Omar Gabriel da Silva Filho*


Sabrina dos Reis Zinsly**
Arlete de Oliveira Cavassan*
Leopoldino Capelozza Filho***

Resumo
Discorre-se, durante extensa parte do início, em torno do conceito, necessidade e oportunidade
de tratamento do apinhamento primário, mas o que predomina em pauta no presente artigo de
divulgação é o tratamento do apinhamento na dentadura permanente, com a extração de dentes
(mecânica extracionista). A possibilidade de extração de incisivos inferiores dá o tom, trazendo
à tona os textos da literatura, em geral pouco recorrentes, que procuram dar fundamento a esta
abordagem. Os casos clínicos ilustram esta, entre outras possibilidades convencionais, mostrando
uma abertura despreconcebida para extrações chamadas "atípicas", simétricas ou assimétricas,
despertando o talento para encontrar soluções óbvias com relação custo-benefício e finalização
justificáveis. Sem, no entanto, adotar posições ufanistas.
Palavras-chave: Apinhamento. Extração. Extração de Incisivo Inferior.

PANORAMA DO APINHAMENTO PRECOCE Apinhamento dos Germes Dentários Decíduos


Uma das características mais marcantes e que Fazendo parte da trajetória evolutiva da
singularizam a dentadura humana é o apinhamen- dentição humana, o apinhamento já está
to dentário, despertando curiosidade até entre os presente, na região anterior, desde a fase intra-
leigos que vêem a questão sob uma perspectiva óssea do germe dentário decíduo19. Este com-
principalmente estética. Na ótica do ortodontista, portamento enfatiza a falta de sincronia entre
a estética não deixa de ser fundamental, já que o tamanho mesiodistal definitivo da coroa dos
a Ortodontia aspira à beleza, mas com certeza dentes em formação e o crescimento ainda por
concorre com outros aspectos que também agu- vir dos maxilares. Via de regra ele se resolve
çam o interesse terapêutico. A melhor condição com o surgimento dos incisivos na cavidade
periodontal, por si, decorrente em grande parte da bucal (em 90% dos casos) e não serve de refe-
facilidade de controle da placa bacteriana, justifica rência para antever o apinhamento futuro na
a movimentação dentária induzida. dentadura permanente estabelecida.

* Ortodontistas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP), Bauru - SP.
** Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia da PROFIS, Bauru - SP.
*** Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) e Responsável pelo Setor de Ortodontia do HRAC-
USP, Bauru-SP

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

1 A - Inicial 30.04.97. 1 B - Acompanhamento 08.09.97.

1 C - Melhora progressiva 08.04.99. 1 D - Correção espontânea 21.06.99.

FIGURA 1 - O apinhamento primário temporário representa uma irregularidade na disposição dos incisivos permanentes por falta de espaço, mas o que o singulariza é o fato da
correção espontânea. Os 2 anos e 2 meses de acompanhamento deste apinhamento inferior ilustram que a força irruptiva dos incisivos laterais permanentes vence a dimensão
inicialmente limitada e, surpreendentemente, os lançam na linha do rebordo alveolar. Comportamento, este, que simboliza o conceito de apinhamento primário "temporário". O
crescimento do arco dentário nesta fase de desenvolvimento harmoniza massa dentária e perímetro do arco alveolar. Este comportamento confirma a possibilidade de autocorreção
e cobra prudência necessária do ortodontista ante o apinhamento primário.

Apinhamento na Dentadura Decídua transitório, recebendo a denominação de apinha-


Por mais que pareça impossível, existe api- mento primário. Portanto, o termo apinhamento
nhamento na dentadura decídua. Cerca de 10% primário refere-se ao apinhamento localizado na
das crianças externam discrepância dente - osso região anterior, durante a dentadura mista.
negativa já neste estágio do desenvolvimento O apinhamento na dentadura mista mani-
oclusal34. Por outro lado, não existe indicação festa-se nas fases ativas de irrupção dos dentes
para tratamento do apinhamento tão precoce- permanentes, ou seja, no início e no final da
mente. A atuação do ortodontista na correção dentadura mista, o que corresponde ao primeiro
do apinhamento fica condicionada a partir da período transitório e ao segundo período tran-
dentadura mista34. sitório. Recebem, portanto, as denominações
de apinhamento primário e apinhamento se-
Apinhamento Primário cundário, respectivamente20. De certa forma, o
O apinhamento na dentadura mista reveste-se apinhamento primário antevê o apinhamento
de um impacto maior, visto que 50% das crianças secundário.
apresentam apinhamento quando os dentes
permanentes começam a irromper na cavidade Apinhamento Primário: Temporário x Defi-
bucal36. A discrepância dente-osso surge logo no nitivo
início da dentadura mista, no primeiro período O apinhamento primário surge com a ir-

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Omar Gabriel da Silva Filho; Sabrina dos Reis Zinsly; Arlete de Oliveira Cavassan; Leopoldino Capelozza Filho

rupção dos incisivos permanentes e é definido mencionar que o apinhamento primário


como a deficiência de comprimento de arco definitivo e o apinhamento diagnosticado na
para o alinhamento adequado destes dentes. dentadura permanente nunca melhoram e,
A alta prevalência deste fenômeno (50%) 36 além disto, tem estabilidade pós-tratamento
exige um padrão lógico e coerente de proceder precária28, a despeito do que a Ortodontia
terapêutico que facilite o planejamento do clí- busca obstinadamente.
nico. Baseado, primeiro, no acompanhamento
de crianças com oclusão normal; segundo, Apinhamento Primário Definitivo
nas opiniões relevantes da literatura sobre É o comportamento dos incisivos que
o crescimento e desenvolvimento dos arcos distingue os apinhamentos temporário e
dentários; e, finalmente, no tratamento de definitivo. Diferentemente do apinhamento
muitas crianças com apinhamento primário, primário temporário, o apinhamento primá-
esta condição clínica recebeu dois subtítulos: rio definitivo, considerado característica de
"apinhamento primário temporário" e "api- má oclusão, perpetua-se ao longo do desen-
nhamento primário definitivo"37. Estes sub- volvimento da oclusão. Este comportamento
títulos oferecem uma chave importante para confere consistência filosófica para justificar
a compreensão do diagnóstico e ao mesmo o tratamento interceptivo coerente, o que nos
tempo inauguram uma fase mais objetiva da obrigou a diferenciá-lo em apinhamento primá-
ortodontia interceptiva - o entendimento de rio genético, ligado com a codificação genética,
como tratar o apinhamento precocemente, isto e o apinhamento primário ambiental, atrelado
é, a partir do primeiro período transitório da à atresia dos arcos dentários37. Portanto, exi-
dentadura mista. gem atitudes terapêuticas antagônicas para sua
correção: extração (apinhamento genético) ou
Apinhamento Primário Temporário expansão (apinhamento ambiental).
A referida nomenclatura "apinhamento pri-
mário temporário e definitivo" tem a ver com Programa de Extrações Seriadas
o comportamento dos incisivos. O apinha- O apinhamento primário genético, com
mento primário temporário representa a única discrepância real entre a massa dentária e
situação onde a irregularidade dos incisivos se a base alveolar, é dissolvido com a redução
autocorrige (Fig. 1). Autocorreção, esta, lenta de massa dentária, compatibilizando-a com
e garantida pelo aumento no perímetro do o osso alveolar disponível. Tal protocolo de
arco dentário que ocorre no início da denta- tratamento representa um exemplo clássico
dura mista. E esta possibilidade interfere na de um "programa de extrações seriadas" (Fig.
forma de lidar, sugerindo conveniente cautela. 2), elaborado para garantir o alinhamento dos
Diante do apinhamento primário temporário, dentes permanentes restantes ainda no estágio
não está indicada nenhuma intervenção que de dentadura mista38.
ouse ir além do acompanhamento. As refe-
rências para o diagnóstico do apinhamento Mecânica Expansionista
temporário baseiam-se na amplitude da discre- O apinhamento ambiental se impõe como
pância dente - osso e na posição dos incisivos discrepância entre a massa dentária e a morfo-
permanentes em relação à linha do rebordo logia dos arcos dentários, sendo tratado com
alveolar. Discrepâncias suaves, com incisivos mecânica transversal de expansão, compati-
próximos da linha do rebordo alveolar, evocam bilizando a morfologia dos arcos dentários
o caráter de temporariedade do apinhamento. com a massa dentária 35. Para o arco dentário
A comprovação do diagnóstico vem com o superior indica-se a expansão ortopédica,
acompanhamento37. Obviamente, o processo enquanto que para o arco dentário inferior a
de autocorreção costuma ser relativamente expansão ortodôntica. Portanto, a etiologia
lento, como expõe, com pertinente acompa- do apinhamento primário desempenha papel
nhamento longitudinal a figura 1. É oportuno determinante na imposição da mecanoterapia

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

2 A - Inicial 31.01.96. 2 B - Inicial 31.01.96. 2 C - Inicial 31.01.96.

2 D - Inicial 31.01.96. 2 E- Inicial 31.01.96.

2 F - Pós-extração 14, 24, 24, 44 - 24.08.98. 2 G - Pós-extração 14, 24, 24, 44 - 24.08.98. 2 H - Pós-extração 14, 24, 24, 44 - 24.08.98.

2 I - Pós-extração 14, 24, 24, 44 - 24.08.98. 2 J - Pós-extração 14, 24, 24, 44 - 24.08.98.

e esse raciocínio pode ser transposto para a mento dentário, bem como favorecer a relação
dentadura permanente. inter-arcos, devolvendo a desejada relação cús-
pide/ameia por vestibular e cúspide/fossa por
TRATAMENTO DO APINHAMENTO NA DEN- lingual. A seleção do dente ou dentes a serem
TADURA PERMANENTE POR MEIO DE UMA extraídos depende de vários fatores, a conhecer:
ABORDAGEM EXTRACIONISTA a) dimensão do problema, no tocante à quan-
A redução da massa dentária, através de tidade de discrepância de modelo (magnitude
extração de dentes, constitui um recurso am- da discrepância dente-osso); b) presença de
plamente utilizado na Ortodontia, depois de protrusão dentária clinicamente importante
um acurado planejamento, com o fim de com- (magnitude da discrepância cefalométrica); c)
patibilizar o arco dentário com o osso alveolar relação sagital entre os arcos dentários; d) perfil
disponível (Fig. 3). A extração dentária bem facial; e) condição de saúde bucal, envolvendo
indicada contribui para promover o alinha- condições dentárias e periodontais; e f ) a pró-

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2 K - Final 08.03.00 - dentadura permanente. 2 L - Final 08.03.00 - dentadura permanente. 2 M - Final 08.03.00 - dentadura permanente.

2 N - Final 08.03.00 - dentadura permanente. 2 0 - Final 08.03.00 - alinhamento espontâneo.

FIGURA 2 - O apinhamento primário "definitivo" pode ser tratado a partir do início da dentadura mista (primeiro período transitório). Um programa de extrações seriadas acompanha
necessariamente os estágios da dentadura mista, antecipando-se à discrepância dente-osso negativa de caráter genético. Inicia-se pelo apinhamento primário, com a extração de
dentes decíduos, prosseguindo para o apinhamento secundário, com a extração de dentes permanentes, quase sempre os primeiros pré-molares, dada a sua posição estratégica.
Este procedimento terapêutico de extrações oportunas de dentes selecionados conduz os dentes permanentes remanescentes para um alinhamento razoável no rebordo alveolar
correspondente, que pode ser melhorado com a mecanoterapia subseqüente.

pria expectativa do paciente. A despeito destas razões consagradas, é pos-


O dente mais indicado para extração em sível perceber um novo traço tornando-se cada
toda a história da Ortodontia, sem sombra vez mais claro na Ortodontia contemporânea,
de dúvida, é o primeiro pré-molar, como a tendência racional para extrações atípicas ou
ilustrado na correção das discrepâncias de assimétricas5,26. Neste contexto é oportuno
modelo e cefalométrica da má oclusão repre- invocar o exemplo das acomodações dentárias
sentada nas figuras 3 e 4. Este procedimento espontâneas frente às agenesias (Fig. 5- 6), que
tem sido registrado na literatura pelo menos oferecem exemplos de finalizações ortodônticas
desde 1757, quando Bourdet4, um discípulo de viáveis e ao mesmo tempo abrandam o previ-
Fauchard10 indicou a extração de pré-molares sível receio de todo ortodontista em produzir
para liberar o apinhamento anterior. Na reali- uma oclusão normal "tratada" distante das "seis
dade, as razões para a extração de pré-molares chaves da oclusão normal" natural.
fundamentam-se em sua localização anatomi- A seguir, centralizaremos nossa discussão
camente estratégica e merecem uma análise à na extração de incisivos inferiores.
parte: a) não compromete a estética do sorriso
na finalização; b) está próximo do problema. EXTRAÇÃO NO SEGMENTO DE INCISIVOS
Geralmente o problema (apinhamento e ou INFERIORES
protrusão) localiza-se na região anterior dos A extração de um ou mais incisivos infe-
arcos dentários; c) é um dente de dimensões riores com o intuito de dissolver o apinhamen-
suficientes para zerar a discrepância encontrada to ântero-inferior não representa idéia nova.
na má oclusão; d) finalmente, quando extraído Esta possibilidade foi noticiada pela primeira
antes da irrupção dos caninos permanentes, nos vez na literatura em 1904, num livro de Or-
casos de um programa de extrações seriadas, todontia, no afã de resolver o apinhamento
favorece o trajeto irruptivo dos caninos que ântero-inferior persistente mesmo na ausência
acabam irrompendo na direção do pré-molar de um incisivo14. Ainda evocando o passado,
extraído38 (Fig. 2). Reidel, Litte, Bui29 (1992), expõem em suas

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

3 A - Inicial 29.04.94. 3 B - Inicial 29.04.94. 3 C - Inicial 29.04.94.

3 D - Inicial 29.04.94. 3 E - Inicial 29.04.94.

3 F - Extração 14, 24, 34,44 final 24.07.96. 3 G - Extração 14, 24, 34,44 final 24.07.96. 3 H - Extração 14, 24, 34,44 final 24.07.96.

3 I - Extração 14, 24, 34,44 final 24.07.96. 3 J - Extração 14, 24, 34,44 final 24.07.96.

3 K - Pós-contenção 01.03.00. 3 L - Pós-contenção 01.03.00. 3 M - Pós-contenção 01.03.00.

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3 N - Pós-contenção 01.03.00. 3 O - Pós-contenção 01.03.00. 3 P - Pós-contenção 01.03.00.

3 Q - Pós-contenção 01.03.00. 3 R - Pós-contenção 01.03.00.

FIGURA 3 - Nesta má oclusão, o apinhamento acumulado desde a dentadura mista chega na dentadura permanente madura delineando uma má oclusão de Classe I com discrepância
dente-osso negativa, de cerca de 9mm, nos arcos dentários superior e inferior. A discrepância do modelo já grande, acrescido da protrusão dentária (discrepância cefalométrica
identificada na figura 4), leva ao planejamento ortodôntico predileto: a extração de quatro primeiros pré-molares, atento ao controle da ancoragem. Ao final do tratamento, a
mecânica ortodôntica usou o espaço da extração para corrigir o erro morfológico e devolver as características de uma oclusão normal sem os primeiros pré-molares. A estabilidade
pós-tratamento neste caso específico tem se mostrado boa.

ilustrações dois de uma série de casos clínicos ortodoxos de finalização transforme a opção
tratados na remota década de 1940 pelo pro- da extração do incisivo inferior numa conduta
fessor Fisher11, um dos fundadores do depar- polêmica e quase sempre alternativa, como
tamento de Ortodontia da Universidade de expressa Salzman31 num editorial publicado
Washington, com a extração de dois incisivos em 1963, advertindo para o inconveniente da
inferiores. Nos casos ilustrados por Reidel mencionada extração: relação de incisivos alte-
foram extraídos dois incisivos centrais em um rada. Fica, pois, explicado o número reduzido
paciente e dois incisivos laterais no outro pa- de trabalhos de pesquisa envolvendo a extração
ciente; ambos sem contenção pós-tratamento de um ou mais incisivos inferiores7,8,9,27,29 . No
e com boa condição de alinhamento anterior entanto, a literatura é farta na divulgação de
inferior, quatro anos depois de finalizado o casos clínicos isolados ilustrando tal procedi-
tratamento ortodôntico. mento1,2,6,13,15,16,17,18,23,25,26,27,30,41.
Apesar desta abordagem terapêutica ter A extração no segmento de incisivos in-
sido exposta subseqüentemente na literatura feriores está indicada: a) sobretudo na matu-
especializada por Hahn12 (1942), e por mui- ridade oclusal, quando a irrupção de dentes
tos outros a partir de então, ela ainda aflige o permanentes já não reserva surpresas; b) na
ortodontista e tem sido descrita na literatura e presença de apinhamento ântero-inferior sig-
aceita pelos profissionais mais como uma forma nificativo, diante de uma boa intercuspidação
atípica de tratamento ou como um tratamento dos dentes posteriores (Fig. 7); c) do ponto
"compromisso" do que como uma possibilidade de vista quantitativo, nos casos de excesso de
real de tratamento, e por isto mesmo, normal- massa dentária na região anterior inferior ou
mente é bem acatada para retratamento de casos deficiência de massa dentária na região anterior
com recidiva ântero-inferior por permitir um superior.
realinhamento dos dentes com um mínimo A extração de um incisivo inferior muda
de mecânica ortodôntica e abreviando o tempo a geometria da relação inter-arcos na região
de tratamento. Talvez o apego aos princípios anterior24,39,40. Isto fundamenta-se no fato de

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

A.S. A.S. A.S.


20.04.94 24.07.96
29.04.94
24.07.96

4 A - Inicial. 4 B - Final. 4 C - Sobreposição total.

A.S. A.S.
29.04.94 29.04.94
24.07.96 24.07.96

4 D - Sobreposição maxilar. 4 E - Sobreposição mandibular.

FIGURA 4 - Os traçados cefalométricos revelam que a biprotrusão dentária inicial (discrepância cefalométrica negativa) foi corrigida com a inclinação lingual dos incisivos superiores
e inferiores (retração anterior superior e inferior). O crescimento facial manifestou-se sem interferência da mecanoterapia durante os dois anos de tratamento ortodôntico.

que a relação entre o tamanho mesiodistal dos porção média ideal entre os dentes anteriores
dentes anteriores é determinante da quanti- superiores e inferiores. Esta proporção foi cal-
dade de trespasse horizontal e vertical entre culada dividindo-se a somatória do diâmetro
os incisivos. Essa matemática foi expressa mesiodistal dos 6 dentes anteriores inferiores
pela primeira vez como "coeficiente anterior pela somatória do diâmetro mesiodistal dos 6
de Neff21", em 1949. O coeficiente de Neff21 dentes anteriores superiores. Ao multiplicar
divide a soma dos diâmetros mesiodistais dos por 100 determinou-se o valor de 77,2%.
6 dentes anteriores superiores pela soma dos Isto significa que, de acordo com Bolton3, os
diâmetros mesiodistais dos 6 dentes anteriores dentes anteriores superiores têm 1,3 vezes mais
inferiores. O valor ideal é de 1,2 para uma massa dentária que os seus correspondentes
relação inter-incisivos adequada, salientando inferiores22. Quando se extrai um incisivo
que a massa dentária anterior superior é 1,2 inferior altera-se esta proporção para mais, o
vezes maior que a massa dentária anterior que tem como conseqüência o aumento do
inferior. Bolton3, seguindo a trilha de Neff22, trespasse horizontal e vertical entre os incisivos.
também usou oclusões ideais par calcular a pro- O coeficiente anterior de Neff21 e o índice de

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5 A - Inicial 22.10.91. 5 B - Inicial 22.10.91. 5 C - Inicial 22.10.91.

5 D - Inicial 22.10.91. 5 E - Inicial 22.10.91.

5 F - Desgaste anterior superior 10.08.92. 5 G - Alinhamento superior. 5 H - Alinhamento superior.

Bolton3 (1958) apontam para o fato de que, corrigir a discrepância dente - osso in locu,
a extração de um incisivo inferior pode estar quando não existe indicação para retração
indicada para resolver problemas de excesso anterior, ou seja, na ausência ou suave discre-
de massa dentária na bateria anterior inferior pância cefalométrica. E não acarreta impacto
ou deficiência de massa dentária na bateria na estética do sorriso. Por outro lado, está
anterior superior. Quando a extração de um contra - indicada de rotina para tratamentos
incisivo inferior ocorre na ausência de tal dis- interceptivos na dentadura mista, dada a im-
crepância entre a massa dentária, o problema previsibilidade da futura irrupção dos demais
conseqüente pode ser minorado com o desgaste dentes permanentes. A extração mais comum
interproximal dos dentes superiores32,33. Tal no segmento anterior é de um incisivo inferior
exemplo pode ser acompanhado na figura 5. (Fig. 7), mas tem sido mencionado também a
A principal vantagem da extração no seg- extração de dois incisivos inferiores13 (Fig. 8),
mento de incisivos inferiores recai no fato de geralmente justificada por discrepância dente-

Σ anterior superior Σ anterior inferior x 100


= 1,2 = 77,2%
Σ anterior inferior Σ anterior inferior
Coeficiente anterior de Neff21 Índice anterior de Bolton3

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

5 I - Alinhamento superior. 5 J - Alinhamento superior.

5 K - Final 16.11.93. 5 L - Final 16.11.93. 5 M - Final 16.11.93.

5 N - Final 16.11.93. 5 O - Final 16.11.93. 5 P - Final 16.11.93.

FIGURA 5 - A agenesia de um incisivo inferior esboçou uma condição morfológica mais complexa, já que a ausência dentária foi suficiente para eliminar a discrepância dente-osso
no arco dentário inferior, nesta má oclusão de Classe II, divisão 2. O diagnóstico de Classe II vem da relação sagital entre os arcos dentários (relação de pré-molares) e da relação
basal identificada na telerradiografia (Fig. 6). O diagnóstico de "divisão 2" refere-se à condição dos incisivos superiores. A justificativa para a redução da massa dentária superior
encontra respaldo nos coeficientes de Bolton3 e de Neff21, que identificam excesso de massa dentária ântero-superior, compatibilizando a massa dentária ântero-superior com a
massa dentária anterior inferior já reduzida. O desgaste interproximal ântero-posterior permitiu a finalização sem excesso de trespasse horizontal e vertical.

osso grande, condição periodontal ou posição do diagnóstico e planejamento, não guardando


do incisivo inferior, e até mesmo a eliminação vínculo com a previsão de estabilidade futu-
de três incisivos, como demonstra Riedel 28 ra. Justificativa para indicação de contenção
(1976) numa entrevista concedida à JCO. inferior mesmo com a extração na bateria
Por mais que se esmere por tratar o apinha- anterior.
mento com coerência morfológica, a recidiva
assombra o ortodontista, independentemente COMPILAÇÃO DA LITERATURA PERTINENTE
dos elementos dentários extraídos. Mesmo a A intenção deste tópico não é esgotar
literatura mais otimista não contesta este fato, o assunto, mas sim congregar os traba-
a despeito de sugerir superioridade na estabil- lhos de pesquisa contendo casuística que
idade ântero-inferior nos casos de extrações dê confiabilidade científica aos resulta-
no segmento de incisivos inferiores quando dos. Daí o número reduzido de artigos,
comparado com extrações convencionais no expostos a seguir em ordem cronológica.
segmento posterior7,22,29. Isto quer dizer que o Richardson 27 (1963) compilou 22 pa-
planejamento visando a extração no segmento cientes tratados com extração de incisivo
anterior inferior baseia-se exclusivamente na inferior, agrupando-os em 3 categorias, de
condição morfológica presente no momento acordo com as características clínicas: a) três

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Omar Gabriel da Silva Filho; Sabrina dos Reis Zinsly; Arlete de Oliveira Cavassan; Leopoldino Capelozza Filho

6 A - Inicial 22.10.91. 6 B - Final 16.11.93.

6 C - Inicial 22.10.91. 6 D - 15.02.93.

6 E - Inicial 22.10.91. 6 F - 15.02.93. 6 G - Inicial 22.10.91. 6 H - 15.02.93.

FIGURA 6 - As radiografia iniciais e finais demonstram a posição dos dentes nas suas bases apicais, bem como a estrutura periodontal dos incisivos antes e depois de finalizado
o tratamento ortodôntico.

pacientes com um incisivo completamente fora o tratamento ortodôntico, compondo dois


da linha do rebordo alveolar; b) 14 pacientes grupos amostrais, igualmente divididos quanto
com atresia do arco dentário inferior, caninos ao sexo. Sendo que, 16 pacientes tinham má
inclinados para distal e relação de incisivos de oclusão de Classe I com apinhamento ânte-
topo; c) cinco pacientes com tendência para ro-inferior terciário. Apenas o arco dentário
má oclusão de Classe III com relação de topo inferior foi tratado, incluindo a extração de
entre os incisivos. um incisivo inferior. Outros 16 pacientes
Com o objetivo de estudar os efeitos da receberam tratamento ortodôntico diverso
extração de um incisivo inferior, Dacre8 (1985) com outras extrações dentárias. A metodo-
reexaminou 32 adolescentes, poucos anos após logia consistiu de telerradiografias e modelos

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

7 A - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT. 7 B - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT.

7 C - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT. 7 D - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT.

7 E - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT. 7 F - Inicial 21.07.93 dentadura mista: 10 PT.

7 G - 16.11.94 Extração 73: indicação ortodôntica. 7 H - Extração 73: indicação ortodôntica. 7 I - 16.11.94 Extração 73: arco lingual de Nance.

de gesso, obtidos no início do tratamento e objetivo do trabalho era avaliar a estabilidade


na fase fora de contenção. Dacre8 encontrou do alinhamento dentário nestes 42 pacientes
aumento no trespasse horizontal e vertical com tratados com mecânica "edgewise" conven-
a extração do incisivo inferior, além de recidiva cional após a extração de um ou dois incisivos
pós-tratamento. inferiores e vários dentes superiores, tentando
Reidel, Little e Bui29 (1992) examinaram enumerar inutilmente os prováveis fatores
12 pacientes adultos com má oclusão de Classe etiológicos relacionados com a recidiva. A
I, seis pacientes Classe II divisão 1 e seis pa- contenção foi usada por um período médio de
cientes com má oclusão de Classe II, divisão dois anos. Vinte e nove por cento dos pacientes
2, totalizando 24 pacientes, que tiveram um com extração de um incisivo inferior (Grupo
incisivo inferior extraído, e 18 pacientes que I) e 56% dos pacientes com extração de dois
tiveram dois incisivos inferiores extraídos. O incisivos inferiores (Grupo II) demonstraram

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7 J - 08.02.97 Mecânica expansionista. 7 K - 08.02.97 Mecânica expansionista. 7 L - 26.11.97 Extração 42.

7 M - 24.03.98 Alinhamento. 7 N - 21.09.98 Dentadura superior completa.

7 O - 21.09.98 Finalização com três incisivos inferiores. 7 P - 21.09.98 Finalização com três incisivos inferiores.

apinhamento ântero-inferior importante 10 O autor registrou uma recidiva de 1,49mm


anos sem contenção. A título de comparação, no apinhamento. Portanto, o apinhamento
o Grupo I mostrou 83% e o Grupo II 100% médio inicial (3,86 mm) teve uma melhora
de apinhamento de moderado a severo na re- média líquida de 2,37 mm. Canut 7 (1996)
gião anterior inferior, na fase pré-tratamento. conclui que a estabilidade a longo prazo no
Mesmo com esta recidiva, Reidel, Little e Bui29 alinhamento anterior-inferior é mais confi-
(1992) sugerem melhor estabilidade a longo ável do que nos casos de extração de quatro
prazo com a extração de incisivos inferiores pré-molares, mencionando que a irregulari-
quando comparado com os casos de extração dade pós-contenção é clinicamente aceitável.
de pré-molares. A distância inter-caninos Faerovig e Zachrisson9 (1999) avaliaram
diminuiu durante o tratamento e continuou a documentação ortodôntica inicial, final e
a diminuir durante toda a fase pós-contenção quatro anos em contenção de más oclusões
do estudo, na maioria dos pacientes. tratadas compensatoriamente com a extração
Canut7 (1996) relatou sobre a estabilidade de um incisivo inferior. Eles agruparam 36
a longo prazo do alinhamento anterior ob- pacientes adultos com má oclusão tendendo
tido com aparelho "edgewise" após a extração a Classe III e mordida aberta anterior, sendo
de um incisivo inferior, com um mínimo de 15 homens e 21 mulheres, com idade média
cinco anos e o máximo de oito anos sem con- de 27,8 anos no início do tratamento. Dos
tenção. A amostra consistiu de 26 pacientes 36 pacientes, todos tratados entre os anos
adolescentes, que apresentavam uma idade de 1988 e 1995, 17 receberam aparelho or-
média de 12,5 anos no início do tratamento. todôntico apenas no arco dentário inferior,

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

7 Q - Final 08.03.99 relação sagital Classe I. 7 R - Final 08.03.99 relação sagital Classe I. 7 S - Final 08.03.99 relação sagital classe I.

7 T - Final 08.03.99. 7 U - Final 08.03.99. 7 V - Final 08.03.99 extração 42.

7 X - Final 08.03.99. 7 Z - Final 08.03.99 contenção fixa 3x3.

FIGURA 7 - A esfoliação precoce e espontânea do canino decíduo inferior do lado direito, com o conseqüente desvio da linha média inferior, prenuncia a deficiência de perímetro do
arco dentário para o alinhamento dos dentes permanentes (caracterizando o apinhamento primário definitivo). Por se tratar de um caso limítrofe, o perímetro do arco dentário inferior
foi preservado com um arco lingual de Nance, enquanto o fechamento do diastema inter-incisivos centrais superiores criou o espaço suficiente para a irrupção dos incisivos laterais
superiores. A decisão da terapêutica a ser adotada para correção do apinhamento inferior foi adiada para o estágio final da dentadura mista, quando optou-se por uma abordagem
expansionista. Durante o segundo período transitório, após a aplicação de uma mecânica expancionista com disjunção maxilar e PLA ativada transversalmente, ponderou-se que o
mais óbvio seria a resolução do apinhamento ântero-inferior residual in-locu, com extração de um incisivo inferior, tendo em vista a boa relação inter-arcos no segmento posterior.
A finalização bem-sucedida expõe a inerência de uma oclusão com 3 incisivos: trespasse horizontal e vertical aumentados.

com um tempo médio de tratamento para os CONCLUSÃO


36 pacientes de 18 meses. A distância inter- Na prática, uma coisa é certa. É mais difícil
caninos diminuiu 3,3mm e o comprimento planejar a extração de dentes no segmento de
do arco dentário inferior diminui 3,9mm. Os incisivos inferiores do que no segmento poste-
incisivos inferiores foram inclinados para lin- rior. Fato que torna esta iniciativa incomum,
gual. Devido aos bons resultados encontrados do ponto de vista estatístico, porém viável, do
na finalização, os autores concluíram que a ponto de vista mecânico, morfológico e perio-
extração de um incisivo inferior constitui uma dontal. O presente artigo revela a postura posi-
boa opção terapêutica nas seguintes condições: tiva do curso de especialização em Ortodontia
pacientes adultos (fora de fase de crescimento) da FUNCRAF (Bauru) perante às extrações de
com má oclusão suave de Classe III, trespasse incisivos inferiores e convida para uma reflexão
horizontal e vertical reduzidos, largura inter- sobre a extração de um ou dois dentes.
caninos inferior aumentada, apinhamento A extração de um incisivo inferior, elimi-
ântero-inferior e excesso de massa dentária na nando cerca de cinco mm de massa dentária
região ântero-inferior. neste segmento, altera a relação inter-arcos na

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8 A - Inicial 15.10.96 relação sagital Classe II. 8 B - Inicial 15.10.96 relação sagital Classe II. 8 C - Inicial 15.10.96 Classe II divisão 1.

8 D - Inicial 15.10.96 Classe II divisão 1. 8 E - Inicial 15.10.96 apinhamento. 8 F - Inicial 15.10.96 apinhamento.

8 G - Final 17.04.00 extração 14, 24, 32, 42. 8 H - Final 17.04.00 extração 14, 24, 32, 42. 8 I - Final 17.04.00 extração 14, 24, 32, 42.

região de incisivos, aumentando o tres- posterior e anterior, visto que os caninos


passe horizontal e vertical. Embora seja inferiores funcionam como incisivos laterais
motivo de habitual crítica implacável, isto e os primeiros pré-molares exercem a função
pode ser desejável no planejamento da de caninos.
finalização quando existe evidente excesso
de massa dentária inferior ou deficiência de Abstract
massa dentária superior, ou nos casos de me- The current article reports on the treatment
cânica compensatória para corrigir a relação of dental crowding by extraction of teeth.
de topo dos incisivos. Se esta desproporção A serial extraction program through which
não for conveniente, uma possibilidade de a tooth-bone discrepacy is corrected in the
contornar o problema é a redução da massa mixed dentition is described. Additionally,
dentária no segmento ântero-superior, com conventional treatment with extraction of
desgaste interproximal. A quantificação do 4 premolars as well as the possibility of ex-
desgaste pode ser calculada usando o coefi- traction of lower incisors are also explained.
ciente de Neff 21 (1949) ou a proporção de Finally, a short review of literature regarding
Bolton3 (1958). extraction of one of more lower incisors is
A extração de dois incisivos inferiores tem included in the article.
a vantagem lógica da resolução imediata do
apinhamento, sem acarretar necessariamente Key words: Crowding. Extraction. Mandi-
alteração na relação inter-arcos na região bular Incisor Extraction.

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Apinhamento: A Extração no Segmento de Incisivos Inferiores como Opção de Tratamento

8 J - Final 17.04.00. 8 K - Final 17.04.00.

8 L - Final 17.04.00. 8 M - Final 17.04.00.

LCF LCF 15/10/96 LCF


15/10/96 17/04/00 17/04/00

8 N - Inicial. 8 O - Final. 8 P - Sobreposição total.

LCF LCF
15/10/96 15/10/96
17/04/00 17/04/00

8 Q - Sobreposição maxilar. 8 R - Sobreposição mandibular.

FIGURA 8 - Má oclusão de Classe II, divisão 1, com protrusão dentária principalmente no arco dentário superior e apinhamento anterior superior e inferior. O planejamento, um
ensaio acadêmico, foi elaborado com uma combinação inusitada de extrações simétricas: primeiros pré-molares superiores e incisivos laterais inferiores. Estes últimos desestabilizam
a passividade mental e dão título ao artigo. Os traçados cefalométricos revelam o comportamento da bateria ântero-superior e inferior durante o tratamento ortodôntico. Ambos
os arcos dentários foram retraídos.

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Endereço para correspondência:


Dr. Omar Gabriel da Silva Filho
Setor de Ortodontia do HRAC-USP - R. Silvio Marchione, 3-20 - 17043-900 - Bauru - SP
Fax: (14) 234-7818 - e-mail: ortoface@travelnet.com.br

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