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VOLTAMETRIA

Métodos Voltamétricos
Dentre o grupo de técnicas que se baseiam na
aplicação de um programa de potencial aplicado aos
eletrodos e a corrente faradaica que resulta neste
processo, destacam-se:
Polarografia
Polarografia de pulso normal
Polarografia de pulso diferencial
Voltametria de redissolução anódica
Voltametria de onda quadrada
Voltametria cíclica
BREVE HISTÓRICO:

- Século VI a.c. – Gregos: âmbar atritado em peles


gerava carga eletrostática
- Século XVI – Gilbert – Verificou também que
outros sólidos acumulam cargas eletrostáticas
- 1747 – Franklin (EUA) e Watson (Inglaterra):
Todos os sólidos tem “fluído elétrico”
- 1752 – Franklin comprova que os raios
correspondem a descargas elétricas
Um dos primeiros relatos que envolve um experimento
eletroquímico foi descrito por Luigi Galvani em 1791:

“Havia dessecado uma rã, que fora colocada sobre


uma mesa, próximo a uma “máquina elétrica”. Um
dos assistentes colocou em contato o terminal da
máquina com os nervos da rã, ocorrendo uma pronta
contração dos músculos das pernas.

Galvani concluiu: “...there is a profound connection


between biological and electrochemical events”
Em 1800, a pilha de Volta é descrita.

Em 1834, Michael Faraday estabeleceu as leis que


regem os princípios dos processos voltamétricos:

- A passagem de uma determinada quantidade de


corrente, deposita uma determinada massa de um
dado elemento.

- A mesma corrente deposita igual número de


mols de material diferente, cujo processo envolva
igual número de elétrons.
Em 1859 Planté apresenta as primeiras baterias
chumbo/ácido sulfúrico, que foram utilizadas na
Telefonia.

Em 1880 foi iniciada a fabricação de baterias


comerciais.

E a eletroquímica? Não evoluiu como poderia,


por conta do domínio da termodinâmica no final
do século 19 e início do século 20. A cinética dos
processos havia sido esquecida....
POLAROGRAFIA
A polarografia se enquadra dentro da
voltametria. (Koltoff e Laitinen)
Em 1922, Jaromir Heyrowsky (Nobel 1959)
apresentou pela primeira vez a polarografia.
Inicialmente, uma célula de dois eletrodos
(indicador ou de trabalho e referência) era
utilizada. O potencial era variado linearmente
entre o potencial inicial e o final e a corrente
que fluía entre os dois eletrodos era
monitorada.
Célula Polarográfica em “H”
(adaptada para FIA, com um eletrodo de Pt em lugar do EGHg)

l
a
m
b j k

c
n
i i o
h p
d
g
e q
f
Polarógrafo construido por Heirowski e Shikata

EGHg

chem.ch.huji.ac.il/~eugeniik/instruments/
Na célula com dois eletrodos, o processo
eletroquímico que ocorre sobre o eletrodo de
trabalho, requer uma reação complementar no
compartimento do eletrodo de referência.

Assim, se no eletrodo de mercúrio estiver sendo


reduzido chumbo, no eletrodo de referência o
mercúrio metálico é oxidado a Hg+, que rapidamente
será precipitado na forma de Hg2Cl2 (calomelano).

Se a reação principal for uma oxidação, no eletrodo


de referência Hg2Cl2 é que será reduzido (a Hgo).
Pelo fato de haver um eletrodo de Hg muito
pequeno - área máxima da ordem de poucos mm2
ao passo que o eletrodo de referência tem área de
muitos cm2 - o fluxo de corrente por unidade de
área é baixo e pouco afeta o seu potencial.

Nos anos 50/60, surgiram os potenciostatos, que


utilizam células de três eletrodos, sendo que a
corrente flui entre o eletrodo de trabalho e o
auxiliar, ao passo que o potencial é medido entre o
eletrodo de trabalho e o de referência.

Medições muito mais precisas e bem mais rápidas


podem ser feitas desta maneira.
Í Típico polarograma
obtido para a redução
de um metal com
eletrodo gotejante de
mercúrio

Í Sinal registrado
para a oxidação de
um analito utilizando
um eletrodo rotatório
ou microeletrodo
Vantagens da utilização do eletrodo de mercúrio:
- Eletrodo é renovável
- Eletrodo com excelente reprodutibilidade
- Superfície extremamente lisa e uniforme
- Metal: pode ser purificado (99,99999%)
- Apresenta elevada sobretensão à redução de H+

Desvantagens:
- O metal é tóxico
- A faixa de trabalho na região anódica é estreita
A princípio, a corrente registrada em um
polarograma, é a soma de diversas componentes.

a) Corrente residual: É a corrente presente em


todos os polarogramas, e se constitui na soma da
corrente faradaica, provinda de processos redox
de impurezas da solução (traços de espécies
eletro-ativas e ainda do oxigênio dissolvido) e de
corrente capacitiva, provinda do processo de
carga da dupla camada elétrica.
b) Corrente de migração: Provém da oxidação
ou redução da parcela de analito que alcança a
superfície do eletrodo por efeito da atração
eletrostática. É “eliminada” pela adição de ~50
ou 100 vezes mais eletrólito suporte.

c) Corrente de difusão : Provém da oxidação ou


redução de material eletroativo que alcança a
superfície do eletrodo apenas por difusão.

Minimizadas as correntes residual e de migração,


Ilkovic pode derivar a equação da polarografia:
Id= 607 n D1/2 m2/3 t1/6 C

Onde:
607: inclui o Faraday, densidade Hg e outros fatores
n = Número de elétrons envolvidos no processo
D = Coeficiente de difusão da esp. reagente (cm2s)
m = Velocidade de escoamento do mercúrio (mg/s)
t = Tempo de vida da gota (s)
C = Concentração do reagente
As técnicas polarográficas tiveram grande
importância na primeira metade do século 20 por
permitirem a quantificação de dezenas de metais, na
faixa de concentração típica de 10-3 a 10-5 mol/L.

A metalurgia, a mineração e muitas outras


atividades foram beneficiadas com esta técnica.

Em meados da década de 50, surge a absorção


atômica e a polarografia perde terreno...
Houve até quem considerasse a técnica “morta”.
Com o advento dos potenciostatos, novas técnicas
puderam ser implementadas.
As técnicas de pulso e o desenvolvimento de
eletrodos com destacamento sincronizado de gotas e
de eletrodos de gota estática permitiram minimizar a
contribuição da corrente capacitiva.
Os limites de quantificação alcançaram a faixa de
10-7 a 10-9 mol/L, superando em muitos casos a
absorção atômica, com as vantagens adicionais de:
- Permitir a especiação de elementos
- Quantificar múltiplos elementos num experimento
TÉCNICAS DE PULSO
Com o desenvolvimento dos potenciostatos,
modernos, surgiu a possibilidade de controlar
de forma mais adequada a aplicação do
potencial e a realização das medidas em
condição mais favoráveis.

Passou-se então a aplicar degraus de potencial


e a realizar as medições de corrente no tempo
mais favorável, onde a corrente capacitiva já
estava reduzida significativamente, como pode
ser visto na figura que segue.
Polarografia de pulso normal (PPN)

corrente
i faradaica
i capacitiva
56,6ms

16,6ms
As medidas de corrente passaram a ser
realizadas no final do pulso de potencial,
condição onde a corrente capacitiva já decaiu
significativamente, ao passo que acorrente
faradaica é menor, mas ainda é significativa.

Adicionalmente, o experimento é feito no


final da vida da gota, condição onde a área do
eletrodo é maior e a corrente capacitiva é
proporcionalmente menor.
A Polarografia de Pulso Normal permitiu que os
limites de detecção, anteriormente situados na
faixa de 10-5 mol/L, passasse à faixa de 5 x 10-7
mol/L.

Considerando a época em que esta condição foi


atingida, significou um grande avanço para a
quantificação de diversas espécies químicas, em
particular os metais pesados.

Na década de 70, estava apenas nascendo a consciência ecológica


Polarografia de Pulso Diferencial (PPD)

Segunda
amostragem
de corrente

Primeira
Início
amostragem
da gota de corrente

T = 0.5 a 5 s
A polarografia de pulso diferencial veio a melhorar
ainda mais o desempenho das técnicas de pulso.

Nesta técnica, todos os pulsos tem a mesma


magnitude e a corrente é medida antes da aplicação
do pulso e no final do período de cada pulso.

A primeira corrente é subtraída da segunda, o que


gera uma curva derivativa, em “forma de sino”.
Os limites de detecção passaram a alcançar a faixa de 10-8
mol/L com EGHg ou 5 x 10-7 para eletrodos sólidos.
Voltametria de onda quadrada

∆E
A voltametria de onda quadrada é uma técnica
que permite varreduras rápidas com excelente
discriminação entre a corrente capacitiva e a
faradaica.
Apresenta sensibilidade um pouco superior que a
obtida na polarografia de pulso diferencial, com a
vantagem adicional de permitir medições com
altas velocidades.

Em muitos casos, a interferência do O2 dissolvido


é pouco significativa em medidas com SWV.
Paralelamente aos avanços instrumentais, os
eletrodos de mercúrio também foram
modernizados.

Em 1980 a PAR lançou o HMDE (Hanging


mercury drop electrode) e em 1983 a
Metrohm lançou o seu SMDE (pressurizado).

Tais eletrodos significaram um grande avanço


para as técnicas de pulso, mas forma de
fundamental importância para os processos
envolvendo pré-concentração por adsorção
ELETRODO DE
GOTA PENDENTE
DE MERCÚRIO
FABRICADO PELA
EMPRESA PAR
IMAGEM
DE UMA
CÉLULA
POLARO-
GRÁFICA

GOTA EM
EGHg
Eletrodo de mercúrio
desenvolvido no IQ-
USP, cujo desempenho
é superior ao dos
eletrodos comerciais.
Pré-concentração

Os novos eletrodos de mercúrio de gota pendente


permitiram que se passasse a explorar longos
períodos de “coleta” do analito de interesse,
denominada de etapa de pré-concentração.
Após este período, através de uma varredura
rápida (de poucos segundos) todo o material
coletado é re-oxidado para a solução (stripping).
Isto possibilitou que se alcançasse limites ainda
menores de concentração.
Stripping anódico
Mn+ + ne- M0
-E
Mn+ n+ n+Mn+ M0
M M
E1/2 Cu Mn
+
E1/2 Hg +
ne
-

+E
M0
REDUÇÃO RE-OXIDAÇÃO
PRÉ-CONCENTRAÇÃO DETERMINAÇÃO
t

Hg
I Cu

Mn+
Mn+ Mn+ M
n+

-E
+E
Stripping Catódico
-E

-
Xn
+
M
X- X- E1/2

e-
X-X-

n
+
X
M
Xn- + M MX + ne-
+E

MX Oxidação Redução t

X- X-
X- X-

+E
Limites de detecção para metais (µg.L-1)
Metal ASV AAS ETAAS ICP-MS
Al 0,03* 45 0,15 0.16
Cd < 0,0002 0,7 0,006 0,03
Co < 0,005* 9 0,15 0,01
Cr 0,02 3 0,06 0,01
Cu 0,002 1,5 1,5 0,02
Fe < 0,04 7,5 0,06 0,20
Hg 0,005 300 1,2 0,02
Mn 40 1,5 0,03 0,03
Ni 0,001* 6 0,3 0,04
Pb 0,001 15 0,15 0,01
Sn < 0,03* 30 0,6 0,06
Ti 100 75 1,2 0,32
V 100 60 0,6 0,03
Zn 0,02 1,5 0,03 0,01
* Stripping voltamétrico de adsorção
Métodos de “Stripping”
Os métodos de stripping anódico com EGPM baseiam
se na formação de amálgamas dos metais a serem
determinados, dentre os quais, Cu, Pb, Cd, Zn, Tl...

Já os processos catódicos baseiam-se na formação de


filmes insolúveis de HgX, dentre os quais cloreto,
brometo, iodeto, sulfeto...

Em suma, pouco mais de duas dezenas de metais e


espécies que formam sais insolúveis com Hg+ ou
Hg++ podem ser determinados por stripping.
Os eletrodos sólidos passam a ser utilizados para stripping a seguir.
Pré-concentração por adsorção
Diversas espécies orgânicas tem grande afinidade
por adsorver sobre eletrodos de mercúrio.

Esta propriedade pode ser explorada para a


determinação direta de baixíssimas concentrações
de tais compostos.

Alternativamente, ligantes que não são


eletroativos, também foram explorados para
complexar e pré-concentrar metais sobre
eletrodos de mercúrio.
Pré-concentração por adsorção
de moléculas orgânicas
Molécula Eletrodo L.D./mol.L-1
Tiouréia Hg 2. 10-11
Bilirubina Hg 5. 10-10
Digoxina Hg 2. 10-10
Digitoxina Hg 2. 10-10
Testosterona Hg 2. 10-10
Progesterona Hg 2.10-10
Pesticidas c/ nitrogrupos Hg 5. 10-10
Cloropromazina Pasta de carbono 5. 10-9
Diazepam Nitrazepam Hg 5. 10-9
Cimetina Hg 4. 10-9
Dopamina Pt/Au 5.10-8
Adriamicina Pasta de carbono 10-8
Codeína/Cocaína Hg 10-8
Associação de pré-concentração por
adsorção com processos catalíticos

Limites ainda menores puderam ser alcançados


quando uma reação catalítica pode ser associado
ao processo em questão.

Este processo catalítico regenera rapidamente o


metal junto ao eletrodo, podendo este ser
novamente oxidado (ou reduzido), o que torna o
sinal analítico ainda maior.
Exemplos de determinações envolvendo pré-
concentração por adsorção +catálise
Ion Ligante + Limite de
Metálico Catalisador detecção
Cr DTPA 5 x 10-10 mol L-1
Nitrato
Mo Tropolone 1 x 10-1 mol L-1
Clorato
U Formiato 8 x 10-11 Mol L-1
Nitrato
W VMA-Oxina 2 x 10-11 mol L-1
Clorato
Ti Ácido Mandélico 7 x 10-12 mol L-1
Clorato
Pt Formazona 4 x 10-13 mol L-1
H+
Eletrodos Sólidos

A partir de 1950, os eletrodos sólidos passaram a


ser explorados, especialmente na região anódica,
região inadequada para utilizar eletrodos de
mercúrio.

Dentre os eletrodos mais utilizados, encontram-se


os eletrodos de metais nobres (platina, ouro,
prata, irídio....) e diversas formas de carbono
(grafite pirolítico, carbono vítreo, pasta de
grafite...)
Potenciais limites (V)
(vs /calomelano)
Eletrodo Anódico Catódico
Platina 1,25 - 1,0
Ouro 1,5 - 1,28
Grafite Pirolítico 1,35 - 1,61
Pasta de carbono 1,30 - 1,4
Carbeto de boro 1,13 - 1,7
Mercúrio 0,3 - 2,2
(Os valores acima são muito dependentes do meio de trabalho).
Eletrodos sólidos comerciais
Vantagens dos eletrodos sólidos (frente a Hg)
- Janela de potencial mais ampla
- Simplicidade de operação
- Facilidade de operação
- Robustez

Desvantagens
- Não apresentam sobrepotencial à redução de H+
- Superfície menos reprodutível
- Renovação da superfície é mais trabalhosa
Voltametria
O termo voltametria engloba um grupo de
métodos eletroanalíticos nos quais a
informação sobre o analito deriva das medidas
de corrente em função do potencial aplicado,
sob condições onde o eletrodo de trabalho (ou
indicador) encontra-se polarizado.
i

E(V)
A forma mais utilizada é a varredura linear de
potencial, utilizada desde os primórdios da
polarografia.
A faixa de potencial é “varrida” em uma única
direção, iniciando no potencial inicial (t = 0)
e terminando no potencial final (t = tf).
E
A figura ao lado representa
o perfil de uma rampa de
potencial em uma varredura
linear de potencial
t
Já na voltametria cíclica, a direção do potencial é
invertido ao final da primeira varredura. Então,
geralmente a varredura tem a forma de um triângulo
isósceles.
E
E

t
Este processo traz a vantagem de que o produto da
reação redox que ocorreu na primeira etapa de
varredura (na ida), pode ser avaliado novamente na
varredura reversa (na volta).
A ciclovoltametria possibilita uma série de
aplicações, dentre as quais:

- Avaliar o potencial formal de pares redox


- Determinar processos químicos que precedem
ou sucedem reações eletroquímicas
- Avaliar a cinética de transferência eletrônica
- Investigar a reatividade química das mais
diferentes espécies

Î A voltametria cíclica é uma ferramenta muito


favorável para estudos exploratórios.
Processos reversíveis

Sistemas cujo processo


redox seguem
exatamente as condições
previstas pela equação
de Nernst, apresentam
voltamogramas cujas
características podem
ser verificadas por:
a) A separação entre os potenciais de pico (Epa - Epc)
é igual a 57/n mV, para qualquer velocidade de
varredura (n = no de eletrons).

b) O número de elétrons envolvidos em um processo


reversível pode ser determinado por CV (vide ítem a).

c) A relação de correntes (ipa/ipc) é igual a 1,


independente da velocidade de varredura (ν) utilizada.

d) A corrente de pico cresce linearmente em função


da raiz quadrada da velocidade de varredura.

A variação de i vs raiz quadrada de ν será vista a seguir:


CV de ferroceno carboxilato em tampão fosfato (pH = 7,0)
onde destaca-se o comportamento Nernstiano (reversivel)
Em um processos reversíveis, a corrente de pico
(anódico e catódico) em função da raiz quadrada da
velocidade de varredura, é linear.

A reta ao lado
corresponde às
correntes máximas
medidas nos picos
anódicos, apresentados
na figura anterior.
Para exemplificar como a ciclovoltametria pode ser
uma importante ferramenta, vamos considerar o
seguinte exemplo:
O ciclovoltamograma da fenileno-diamina realizado
a 100 mV/s, mostra um pico de oxidação (a ~520
mV) e um único pico de redução a ~200 mV.
Quando o mesmo CV foi feito utilizando
velocidades maiores, um segundo pico de redução
surgiu, por volta de 450 mV.
Aumentando ainda mais a velocidade, houve
significativo incremento deste pico (a 450 mV).
A explicação para tais resultados está esquematizada abaixo:
Fenileno-diamina é eletroquimicamente oxidada a fenileno-
di-imina. Esta, reage com H2O, gerando benzoquinona. No
caso de varreduras “lentas”, toda a di-imina é
quimicamente oxidada a benzoquinona, que por sua vez
pode ser reduzida. Com velocidades de varredura maiores,
é possível reduzir a fenileno-di-imina antes que esta reaja
(completamente) com a água.
RESUMINDO:
A ciclovoltametria é uma “ferramenta”
extremamente útil para aplicações
eletroanalíticas.

Apesar de não permitir a detecção de


baixíssimas correntes (lembrar que em CV a
contribuição da corrente capacitiva não é
facilmente subtraída) esta técnica via de regra é
utilizada para avaliar sistemas desconhecidos.
Eletrodos modificados

A manipulação proposital e controlada das


propriedades superficiais de eletrodos permitiu
que se criasse um vasto arsenal de novos sensores
eletroquímicos, que apresentam características
muito diversas e atrativas.

Ao modificar um eletrodo, procura-se atribuir


novas características fisico-químicas à sua
superfície, visando sua utilização para uma
determinada aplicação.
Ao modificar um eletrodo, busca-se:

- Eletrocatálise de reações

- Seletividade

- Prevenção de envenenamento

- Pré-concentração
Eletrocatálise de Reações

Modificações de eletrodos podem favorecer a


eletrocatálise de reações, gerando significativo
incremento de sinal eletroquímico e/ou
antecipação (para potenciais mais favoráveis)
o(s) processo(s) redox de interesse.

Podem inclusive favorecer a ocorrência de


processos redox que não acontecem sobre o
eletrodo não modificado.
Eletrodos modificados com porfirinas: Quantificação
de NADH
Seletividade

Filmes de compostos adsorvidos (ex: tióis,


lipídeos, etc) ou de polímeros com
características descriminativas (ex: náfion,
acetato de celulose, polipirrol, etc) são
utilizados para selecionar quais analitos
atingirão a superfície do sensor, obtendo-se
assim seletividade com relação às demais
espécies presentes.
Exemplo de seletividade por filmes poliméricos

Filme de poli-1,2-diamino benzeno sobre eletrodo de


carbono. Sinais para: a) H2O2; b) ácido ascórbico; c)
ácido úrico; d) cisteína; e) soro humano.
Prevenção de envenenamento
Em diversos casos, o analito, outra espécie ou o
produto da reação redox tende a acumular sobre o
sensor, levando à perda de atividade deste, com
conseqüente diminuição do sinal analítico.
A utilização de mediadores elimina ou diminui
tais problemas. No caso de amostras complexas,
espécies não eletroativas podem também
adsorver e bloquear o eletrodo.
A utilização de filmes poliméricos pode atuar na
prevenção deste envenenamento.
Prevenção de envenenamento por exclusão
de ânions

Filmes de náfion
Pré concentração
A modificação da superfície de eletrodos com
compostos capazes de adsorver fortemente e
simultaneamente induzir a adsorção da espécie a
ser determinada, permite que analitos em baixas
concentrações possam ser pré-concentrados.
Alternativamente, filmes (de espécies
eletroinativas) adsorvidos ou depositados sobre a
superfície de eletrodos podem promover um
“ambiente” favorável para a pré-concentração do
analito de interesse.
Eletrodos de pasta de carbono
Eletrodos de pasta de carbono tornaram-se
populares devido a facilidade de preparo e
simplicidade de utilização.
Basicamente, é constituído de uma mistura de pó
de grafite e óleo mineral. As quantidades variam,
tipicamente utiliza-se ~60% de pó de grafite e
40% de óleo mineral (relação m/m).
Junto à esta pasta é possível associar
catalizadores, enzimas, trocadores iônicos...
Biosensores

O desenvolvimento de biossensores teve início


na década de 60 e ganhou grande popularidade
com o desenvolvimento de sensores para glicose.

Definição: É um dispositivo baseado na


combinação de um componente biológico
responsável pelo reconhecimento molecular do
analito de interesse com um transdutor
apropriado.
Principais características dos biossensores:
- Especificidade
- Elevada sensibilidade

Desejável:
-Alta durabilidade
- Dimensão reduzida
- Resposta rápida e reversível
- Faixa dinâmica ampla
- Baixo custo
Construção de um biossensor

Eletrodo

Solução

Enzimas Filme Poroso


Reações enzimáticas

Glicose:
GOx
Glicose + O2 H2O2 + Ácido glucônico

Glicose pode ser monitorada via:

- decréscimo de O2
- pelo aparecimento de H2O2
- ou ainda pela variação de pH
Na construção de biossensores, os mais variados
materiais podem ser utilizados, dentre os quais:

- Enzimas
- Anticorpos
- Antígenos
- Fungos
- Bactérias
- Tecidos vegetais
- Tecidos animais
- DNA...
Construção de biossensores
As mais variadas formas de construção de
biossensores podem ser encontradas na literatura.

Desde os primeiros sensores que utilizavam papel


de celofane como barreira para a retenção de
enzimas, nos ~40 anos de desenvolvimento
destes sensores, muito se evoluiu.

Atualmente, dezenas de diferentes processos


podem ser vistos, muitos dos quais envolvendo
altíssima tecnologia.
Microeletrodos
Quando as dimensões de um eletrodo são
diminuídas da escala de cm ou mm para
micrômetros, verificam-se diversas mudanças no
comportamento voltamétrico.
Apesar de as vantajosas propriedades de eletrodos
tão pequenos serem conhecidas há muitos anos,
pesquisas nesta área não eram freqüentes até o
início da década de 70.
Os avanços na área da eletrônica e o desenvolvimento
de materiais com microestruturas e novas formas de
construção impulsionaram esta área.
Vantagens e aplicações de microeletrodos:
Menor distorção ôhmica
- Análises em meio orgânico e águas naturais
Maior densidade de corrente
µ-eletrodos de 100 Å: i > 100 A/cm2
Maior resolução temporal
Cinética: V>106 V/s - t = sub µ-segundos
Maior versatilidade
Análises em µ-volumes (10-11 L)
Estudos intra-celulares
Eletroquímica de gases
Mapeamento de pontos de corrrosão
e muitas outras aplicações...
Em solução, a rápida reposição de material à
superfície do microeletrodo se deve à
contribuição da difusão não radial, que faz com
que a resposta obtida seja diferente da obtida
com eletrodos de tamanho convencional.

A figura a seguir, compara respostas de eletrodos


com dimensões de milímetros com a de um
microeletrodo.
Respostas de um eletrodo convencional e de
microeletrodos
A busca de ferramentas para o estudo de mecanismos
de reações (1970) deu início à utilização dos
microeletrodos.
No entanto, a descrição do desenvolvimento de
metodologias para estudos “in vivo” (1980) chamou a
atenção para este campo e impulsionou de maneira
muito significativa a utilização de microeletrodos.
As vantagens de utilizar eletrodos de dimensões
micrométricas permitiram que se averiguasse a
liberação de determinados neurotransmissores a nível
celular, bem como a ação de fármacos.
Eletrodo de fibra de carbono
Microeletrodos para medição de pH no esôfago
Microeletrodo cônico com menos de 1 µm de diâmetro
Analytical Chemistry, 1996.
Resumindo:

Nesta aula foi possível ter uma visão de


alguns dos métodos voltamétricos.

As possibilidades de aplicações na área


farmacêutica são muito amplas.

As pesquisas envolvendo métodos


eletroquímicos e a área farmacêutica é ainda
muito limitado em nosso contexto...

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