Traçamos, a partir do ponto A, os dois raios prin-
Figura 4 cipais. Os raios refratados encontram-se em A’,
Para simplificar, convencionou-se representar as onde se forma a imagem A’B’ real, invertida e me- lentes pelos símbolos: nor que o objeto. Agora, faça você: desloque o objeto AB para uma posição entre o foco e a lente e obtenha a DEFEITOS DA VISÃO HUMANA imagem A’B’ (ela será virtual, direita e maior que o objeto). O olho emetrope (normal) é praticamente esférico. Os Exemplo 2 – Considere o objeto AB diante de uma lente divergente como na figura. Como será meios transparentes (córnea, humor aquoso, cristali- a imagem dele? no e humor vítreo) funcionam como um sistema de Lentes convergentes e divergentes – Os raios luminosos que incidem numa lente podem ser lentes que refratam a luz, permitindo a formação de desviados, convergindo para o eixo principal ou imagens nítidas exatamente sobre a retina, que é um divergindo dele. Isso depende da forma das lentes e do índice de refração do meio onde elas prolongamento do nervo ótico. se encontram: Miopia 1. Se o índice de refração da lente for maior que o do meio em que ela está: as de bordas finas O olho míope é mais alongado que o olho normal. Em são convergentes; as de bordas grossas, divergentes. Nesse caso, observe que os raios refratados não conseqüência disso, a imagem de um objeto situado se cruzam. Seus prolongamentos cortam-se no 2. Se o índice de refração da lente for menor que ponto A’, onde o observador verá a imagem A’B’ a longa distância forma-se antes da retina, perdendo o do meio em que ela está: as de bordas finas virtual, direita e menor que o objeto. Numa lente são divergentes; as de bordas grossas, divergente, a imagem terá sempre essas caracte- nitidez. convergentes. rísticas. Foco principal objeto – Refere-se à luz inciden- Equação de Gauss para lentes esféricas te. Quando raios luminosos incidem numa dire- ção que contém o foco objeto, emergem parale- los ao eixo principal: Foco principal imagem – Refere-se à luz emer- gente. Quando raios luminosos incidem parale- los ao eixo principal, emergem numa direção que contém o foco imagem: A correção dessa anomalia é feita com o auxílio de uma lente divergente para compensar a excessiva 1 1 1 ––– = –––– + –––– f di do convergência do cristalino, permitindo que se forme a Equação da ampliação (A) imagem sobre a retina. Hi di –––– = – –––– Ho do Hipermetropia Nas equações acima: f = distância focal (positiva para lentes conver- É o inverso da miopia. Nesse caso, o olho é menos gentes; negativa para divergentes); di = distân- cia imagem (positiva para imagem real, negativa alongado que o normal e, conseqüentemente, a ima- para virtual); Hi = altura da imagem (positiva pa- gem forma-se depois da retina, perdendo a nitidez. ra imagem direita; negativa para invertida); do = Construção de imagens – De modo semelhante distância do objeto ao vértice; aos espelhos (veja a aula anterior), as lentes tam- Ho = altura do objeto. bém formam imagens reais ou virtuais de objetos que são colocados diante delas. Usaremos, tam- bém aqui, os raios principais, que permitem en- Aplicações contrar a posição da imagem de um ponto. 01. Um objeto de 6cm é colocado diante de uma 1.° – Um raio luminoso que incide paralelamente lente convergente, com distância focal de 20cm, a 60cm do centro óptico da lente. Determine a ao eixo de uma lente convergente refrata-se Presbiopia ou “vista cansada” natureza e a posição da imagem. passando pelo 1.° foco. Solução: É um defeito comum em pessoas idosas e ocorre por a) Ho = 6cm; do = 60cm; f = 20cm –– = ––– + ––– ∴ –––– = ––– + ––– falta de acomodação do cristalino. Com o passar do 1 1 1 1 1 1 f do di 20 60 di tempo, tanto o cristalino quanto os músculos ciliares ––– = ––– – –––– = ––––– ∴di =30cm 1 1 1 3–1 perdem sua elasticidade, dificultando ainda mais a di 20 60 60 Um raio luminoso que incide paralelamente ao b) Pela ampliação: acomodação visual, ou seja, aumentando a distância ∴ –––i = – ––– ∴ Hi =–3cm eixo de uma lente divergente refrata-se de modo Hi di H 30 –––– = – –––– mínima de visão nítida. A correção da presbiopia é fei- que o seu prolongamento passa pelo 1.° foco. Ho do 6 60 2.°– Um raio luminoso que incide em uma lente Os resultados mostram que a imagem é real, in- ta com o emprego de uma lente convergente, que so- vertida e colocada a 30cm do centro óptico da convergente e cuja direção passa pelo 2.° foco, lente. ma sua convergência à do cristalino, permitindo uma refrata-se paralelamente ao eixo da lente. Um raio luminoso que incide em uma lente di- 02. Um objeto de 4cm é colocado diante de uma visão perfeita de objetos próximos. lente divergente, com distância focal de 20cm, a vergente, de modo que o seu prolongamento 40cm do centro óptico da lente. Determine a na- Astigmatismo passe pelo 2.° foco, refrata-se paralelamente ao tureza e a posição da imagem. eixo da lente. Solução: Normalmente, esse defeito é provocado pela falta de a) Ho = 4cm; do = 40cm; f = –20cm –– = ––– + ––– ∴ ––’–– = ––– + ––– esfericidade da córnea. Por isso, é corrigido com o 1 1 1 1 1 1 f do di –20 40 di auxílio de lentes cilíndricas. ––– = ––– – –––– = ––––– ∴di =– ––– cm 1 1 1 –2–1 40 As pessoas astigmatas vêem os objetos sem nitidez, di –20 40 40 3 Exemplo 1 – O objeto AB da figura encontra-se b) Pela ampliação: como se estivessem superpostos, com pequena som- ∴ –––i = – –––––– ∴ Hi =4/3cm em frente a uma lente convergente, cujos focos Hi di H –40/3 –––– = – –––– bra lateral. estão localizados em F1 e F2. A distância do ob- Ho do 4 40 jeto à lente é maior do que o dobro de sua distân- A imagem é direita e colocada a 4/3cm à cia focal. Localizar a imagem do objeto. esquerda da lente (virtual).