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O autor tenta nos convencer que não devemos achar que a beleza de um quadro
esta no seu tema e sim o jeito que o pintor pintou o quadro, um grande exemplo são os
quadros “Crianças sem lar” e “Interior com mulher descascando maças”. O tema é totalmente
estranho, mas os quadros possuem um grande e inegável encanto.
O problema é que gostos e padrões de beleza variam muitíssimo como nos Anjos de
Melozzo e de Hans Memling muitos preferem o Anjo de Melozzo por sua cativante graciosidade e
encanto. Mas para o autor o Anjo de Hans Memling é adorável apesar de sua deselegância.
De fato, é a expressão de uma figura no quadro o que nos leva a gostar da obra
ou detestá-la. Algumas pessoas preferem uma expressão que elas entendam com facilidade e,
portanto, que as comova profundamente. Mas mesmo que a expressão de sentimento nos cative,
não devemos, por isso, desprezar obras cuja expressão talvez seja fácil de entender. Devemos
primeiro aprender a conhecer os seus métodos de desenho para compreender-lhe os sentimentos.
Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo para ser
adivinhado também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem alguma coisa para
conjeturar.
Existem duas coisas, portanto, que devemos perguntar sempre que
encontrarmos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razoes para mudar
a aparência daquilo que viu. A outra é que nunca devemos condenar uma obra por estar
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a mais profunda convicção de que nos estamos
certos e o pintor, errado. O maior exemplo disso é o Mickey Mouse de Walt Disney, ele não parece
um camundongo verdadeiro; no entanto, as pessoas não escrevem cartas indignadas aos jornais
criticando isso.
A “Virgem no prado” é bela, sem dúvida, e encantadora; as figuras estão
admiravelmente desenhadas, e a expressão da Santa Virgem, pousando suavemente o olhar nos
dois meninos, é inesquecível. Mas se olharmos os esboços de Rafael para o quadro, começamos a
perceber que não era esses os detalhes que mais preocuparam. Para ele, tais aspectos eram pontos
pacíficos. O que ele procurou repetidamente foi o equilíbrio perfeito das figuras e no final ele
consegue.
Não é fácil nos livrarmos dessas idéias preconcebidas, mas os artistas que melhor
conseguem fazê-lo produzem geralmente as obras mais excitantes, eles é que nos ensinam a ver na
natureza novas belezas de cuja existência não tínhamos sequer suspeitado, como as antigas
pinturas de cavalos correndo.