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Predial
A Tecnologia, a Organização e as Pessoas
Bibliografia
ISBN: 85 – 902121 – 1 – 4
229p., Ilustrado
Primeira Edição
Edição do Autor
Rio de Janeiro
Agosto de 2001
Capítulo 1
A Distância entre o Projetado e a Realidade 9
1.1 – Uma Trajetória na Manutenção 9
1.2 – Do Prescrito ao Imprevisível os Desafios da Ergonomia na Manutenção 10
1.3 – A Singularidade da Manutenção Predial 12
1.4 – A Estrutura do Livro 13
Prefácio
MANUTENÇÃO É COISA MUITO SÉRIA
Neste sentido, a extraordinária contribuição dada por Carlos Almeida com esta
obra possui uma importância que ultrapassa a mera vertente técnica dos aspectos e
conceitos discutidos, de forma brilhante e extremamente talentosa. Ao abordar a
Manutenção Predial, num cenário de tão poucos títulos publicados sobre o assunto,
Almeida traz uma realidade e uma visão da Função que estão muito mais próximas do
cidadão comum do que aquelas inerentes aos segmentos puramente industriais, sem deixar
de lado os temas de interesse direto para os profissionais ligados ao Setor. Neste refinado
balanceamento de contextos, vale-se de sua grande experiência como professor dos cursos
de Gerência de Manutenção da ABRAMAN e de Pós-Graduação em Engenharia de
Manutenção da UFRJ/COPIMAN, nas cadeiras de Manutenção Predial e Ergonomia
aplicada à Manutenção, tendo sido indicado para tais corpos docentes em virtude de seu
excepcional desempenho quando deles foi nosso aluno, em 1994 e 1995.
Assim, é com imenso orgulho que apresentamos a magnífica obra deste grande
companheiro e amigo, batalhador incansável pela valorização da Função e de seus
profissionais. Temos certeza que estes saberão consagrá-la com o sucesso a que ela, com
toda a certeza, está fadada, pois, como afirma Marylin Ferguson em A Conspiração
Aquariana, quando os propósitos forem justos e corretos - como aqui o são - o Universo
conspira a nosso favor.
Rogério Arcuri Filho
Agosto de 2001.
Parte I: Tecnologia
As Ferramentas Gerenciais
Capítulo 1
A Distância entre o Projetado e a Realidade
O bom-senso é a coisa mais bem repartida deste mundo, porque cada um
de nós pensa ser dele tão bem provido, que mesmo aqueles que são mais
difíceis de se contentar com qualquer outra coisa, não costumam desejar
mais do que o que têm.
R. Descartes
Cabe ressaltar, que o período em que estive a frente da Divisão de Engenharia do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, teve papel de
fundamental importância e está aqui apresentado como parte do campo empírico.
O desafio era tratar de uma realidade profissional muito diferente daquelas sobre as quais a
pratica da Ergonomia se estruturou. Pessoalmente havia trabalhado com o desenvolvimento de
produtos industriais, como o ônibus urbano, analises de processos como a gestão da variabilidade
durante a execução de uma obra civil, e projetos de ambientes tais como salas de controle e call-
centers. Um belo dia porém meus caminhos cruzaram com os de Carlos, então responsável pela
engenharia de um grande Hospital.
Quando iniciamos um novo campo de trabalho em nossas vidas é razoável se supor que
desconhecemos muito daquela realidade. A dose no entanto foi cavalar. O que imaginava como
sendo pertinente a uma engenharia hospitalar se limitava a uma pequena parte da atribuição daquele
setor. Para mim, de formação industrial existia a tecnologia médica. Mesmo minha incursão no
campo da construção civil havia sido na perspectiva da industrialização da construção, o que
deixava em lugar seguro todos os meus paradigmas e mantinha incólume o largo rol de meus
preconceitos.
Este encontro se deu na égide de um projeto ambicioso, que era o de se tentar modelar e
melhorar no que fosse possível a organização hospitalar face aos desafios de novas formas de
gestão da tecnologia da organização e evidentemente das pessoas. O primeiro campo deste
programa se voltou para o entendimento de um processo – a produção de exames complementares,
efetivamente um dos processos chaves de uma organização hospitalar. O segundo, porém, colocou a
mim e à equipe frente às demandas do setor de engenharia do HUCFF. Desculpem-me os
profissionais de manutenção pela obviedade do que descobri: que havia necessidade de que o
hospital enquanto estrutura predial deveria se manter num patamar mínimo de adequabilidade aos
seus fins e era isso a grande ocupação da engenharia. Daí ver aquela divisão dirigida por um
engenheiro civil. Na minha visão destorcida por paradigmas e preconceitos eu via um profissional
de eletrônica, de instrumentação cuidando de aparelhos de última geração, tal qual, tomógrafos,
eletrocardiógrafos, UTI’s, centro cirúrgico. Habilidades certamente imprescindíveis. Mas a grande e
essencial ocupação se dava na manutenção predial e na gestão de contratos dos equipamentos
médico-hospitalares.
Naquele momento comecei a aprender um pouco sobre manutenção e isso formou uma
verdadeira parceria, com cada qual trazendo para a mesa o seu cabedal de competências para tratar
de problemas de melhoria de desempenho. Esta agradável experiência me levou a formular o
convite ao Carlos para vir trabalhar no GENTE/COPPE, buscando a aproximação da proposta da
Ergonomia – transformar positivamente as situações de trabalho – com a proposta da Manutenção –
cuidar de que os sistemas apresentem disponibilidade e performance quando solicitados a operar.
Nosso primeiro desafio foi o estudo da manutenção subaquática em águas profundas. Devo
esclarecer que a tradição da COPPE está no desenvolvimento de métodos de engenharia não
rotineira. E este era o caso : entender para transformar uma atividade complexa, perigosa e em
ambiente hostil. Penso poder falar que ambos ficamos convictos de que essa aproximação de
propostas era de extremo interesse cientifico, conceitual e tecnológico.
As demandas de situações não rotineiras não são tão freqüentes assim. Nos tem chegado
uma série de solicitações de pessoas com problemas prementes e que buscam informações,
elementos e conhecimento para resolvê-las. Tal como no Hospital, a grande maioria destas tem se
situado no campo da Manutenção predial. Olhando para nosso passado recente, Carlos teve a idéia
de produzir este livro. Consultado, respondi como teria feito nosso saudoso Ulisses Guimarães:
Sim, e porque não? Afinal passei boa parte de minha vida profissional tentando entender a distancia
entre o projetado e a realidade. Aqui se trata de reduzir um distanciamento entre o considerado
imprevisível e o que deve e pode ser gerido. Chegamos a um titulo, a gestão da manutenção predial
articulada em três elementos: a tecnologia, a organização e as pessoas.
1.3 – A Singularidade da Manutenção Predial