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Teoria e Prática Cristã no Século XXI

Bruno Lobo Pinheiro – www.fiodarabiola.blogspot.com

Um bom pedaço do mundo contemporâneo hoje foi tomado por um pensamento que
faz da proatividade um conceito “fast food” (em sua idéia de rapidez). Hoje existem pessoas tão
absortas nessa idéia que começam a diagnosticar alguns conceitos como errôneos ou começam
a fantasiar algumas idéias e propagá-las como sendo a expressão da veracidade.

Dentre essas vítimas de reformulação de conceito (forçado), encontramos a Teoria


sendo citada como resultante de algo enfadonho, ultrapassado ou engessado em suas tradições.
Mal compreendemos o que a Teoria significa em seus mais profundos aspectos. Não
compreendemos a relevância dos clássicos (aqueles que são ricos em tais aspectos que o tempo
e até a contemporaneidade não conseguiu submeter ao esquecimento). Mas, ainda assim
insistem em citar a Teoria como a relevância de algo a ser estudado e ignorado ao se exercer a
Prática. Esta por sua vez não conseguiu escapar daqueles que submetem conceitos à suas
realidades de forma perdida. Atualmente, a prática foi subjugada a ser a expressão qualquer das
ações proativas de qualquer um, em direção a qualquer lugar. Claro, estou falando em um
contexto abrangente da sociedade de hoje, mas se analisarmos no que temos ouvido de alguns
líderes atuais, que se empolgam ao gritar em plenos pulmões que cada indivíduo deve sair da
comodidade e partir para a prática, perceberemos que essa ação forçada em mentes não
preparadas para tal atividade, sai como tiros de metralhadora a cegas.

Então o que seria tais coisas? Poderia citar vários exemplos de clássicos em diversas
áreas, obviamente exageraria na Comunicação, por ser a área que estudo. Todavia, como cristão
e por estar escrevendo justamente esse texto para meus irmãos que andam equivocados.
Esforçarei para manter-me fiel a nossa área em comum.

A Teoria Cristã

Do ponto de vista de que os clássicos são aqueles que primeiramente observaram e


escreveram a análise de muitos comportamentos, temos assim, que os primeiros se tornam
referência para os próximos, não que estes últimos sejam impedidos de evoluírem no
pensamento, mas não podemos ignorar estes clássicos para que não cheguemos a certo ponto
achando que construímos um grande pensamento e quando por acaso lermos um clássico
percebamos que acabamos por “reinventar a roda”.

Por que estou dizendo isso para falarmos de Teoria Cristã? Porque ainda vemos hoje
centenas e centenas de líderes ignorando o estudo, a preparação, a atualização, os clássicos e
colocando a cabeça com tudo na prática, esta por sua vez ingênua em todos os aspectos, e
quando passam trinta ou quarenta anos analisando o que fizeram, escrevem livros achando que
são os criadores de uma nova fórmula cristã. Sem observar que a muitos anos atrás alguém já
havia escrito sobre a mesma. Pergunto: Se eles tivessem lido os clássicos, eles não poderiam ter

começado do ponto onde aqueles pararam e com esses trinta ou quarenta anos de prática ter
avançando a lugares muito mais longes do que onde chegaram?

O exemplo mais iminente encontrou-se na vida do Mestre, provavelmente a primeira


referência aos estudos (Lucas 2.39-40), observamos que o menino, como é chamado no
versículo, crescia em sabedoria. No versículo posterior encontramos o que podemos chamar de
Bar-Mitzá, quando a criança judia participa da sua iniciação no mundo adulto. Deste momento
em diante aquele indivíduo passa para idade adulta tendo que observar a tradição e os
mandamentos judeus. Jesus, nessa festa com apenas doze anos de idade conhece de tal modo
a “teoria”, que podemos também chamar de tradição ou ética judaica, isso sem citar o
conhecimento da Lei Judaica em si, que os doutores daquela mesma escola ficam boquiabertos
diante do conhecimento de tal criança.

Este homem, que passou sua infância na Galiléia, desfrutou de uma série de
elementos que ainda desconhecemos. Com apenas 4,8km de distância de sua cidade, estava
Séforis, uma grande cidade daquela época, onde apresentava belíssimas construções. Apesar de
não encontrarmos nenhum registro de que Jesus visitou essa cidade, temos que provavelmente
seu pai trabalhou ali por ser um pólo de reconstrução onde haveria muito trabalho para um
carpinteiro. Nessa mesma cidade havia um imponente teatro, onde atores gregos (hypocrites)
realizavam seus espetáculos freqüentemente. Percebemos então que essa palavra, hipócritas,
Jesus usaria como ilustração mais tarde para rotular um grupo de supostos cumpridores da Lei
Judaica. Cheguemos então ao ponto em que Jesus começa sua vida pública.

A Prática Cristã

Lucas diz assim: “Ao iniciar o ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos” (capítulo
3 verso 23a). Onde nasce o que chamamos de prática na vida de Jesus é, singularmente falando,
a expressão de toda a preparação encontrando o destino materializado dele. Jesus não se
deixou levar pela tentação do Maligno quando estava no deserto (Mateus 4.1-11; Marcos
1.12-13; Lucas 4.1-13; João 8.34-44). E se analisarmos cada ponto principal da tentação temos:

- O Alimento adquirido instantaneamente.

- A realização do seu EU instantaneamente (analisando do pondo de vista da


auto-afirmação de que Ele era o Filho de Deus, e assim sendo ousasse em sua própria vanglória
da proteção do Pai).

- A realização da Missão instantaneamente.

Observar o conceito “fast food”, como citado outrora, se torna absolutamente claro
nessa visualização das primeiras tentações. Se, observarmos cautelosamente, ainda encontrará
a análise da pirâmide de Maslow se estabelecendo rigorosamente em cada tópico (o primeiro,
necessidades fisiológicas; o segundo, o centro da pirâmide, as relações com seu interior; e a
terceira, a realização pessoal).

Jesus viveu intensamente a vida prática de seu ministério, todavia a viveu de forma
criteriosa e não apressada, provo isso mostrando que o primeiro milagre foi circunstancial e não
premeditado e temos a célebre citação de Jesus, no meio do problema emergente em Caná:

- Mulher ainda não é chegada a minha hora (João 2.4, parafraseado).

Observamos que o início da missão do Messias era para ele próprio algo que aconteceria
automaticamente quando fosse o momento. Sendo que já estava preparado para o ministério,
depois de ter exercido durante aproximadamente trinta anos essa preparação, o Messias
começa a sua pregação do momento onde observa que o destino o alcança. Conclui-se que a
Prática foi exercida a partir da preparação do Messias e não de forma ilógica ou sem
ambientação, ou o que seria pior ainda, por pressão externa de que uma revolução (ou chame
ainda de: mudança, avivamento, re-avivamento, movimento, etc.) era necessária.

A Teoria e a Prática

Não se estabelece divisão entre ambas, poderia ainda citar as várias vezes que Jesus
entrou no templo para discursar, fazendo ligações entre suas ações práticas e a própria lei
judaica. Ainda todas as vezes que ao citar os clássicos (profetas, biografias judaicas, histórias e
até o próprio Talmude) fez silenciar o pensamento de seus inimigos. Todas essas ações práticas
foram possíveis por que o Espírito Santo fez o Mestre crescer em conhecimento e sabedoria
como citei previamente.

Para finalizar, todas as comparações sobre Teoria e Prática deveriam se calar, assim
como os defensores neófitos que as fazem. Poderia, se realmente posso fazer isso, dar o
seguinte parecer:

Toda a teoria é na verdade a análise e observação empírica das atitudes e ações práticas
dos atuais momentos e dos anteriores a ela, assim como toda a prática é a materialização da
teoria observada e estudada previamente. Chegando assim ao ponto de que essa prática
realizada atualmente um dia será analisada e observada empiricamente e escrita e registrada,
tanto como resultante, como a evolução dela às práticas passadas. Perpetuando assim, o
conhecimento e a evolução de ambas.

Trazendo isso para o ponto de vista cristão, nenhuma ação prática deveria ser realizada
sem antes a teoria cristã ter dado o embasamento necessário para que não inventássemos
“novamente a roda” e sim, pudéssemos evoluir em nossas experiências, estratégias, teologias e
qualquer forma de expressão cristã. Afinal, entramos em um novo século e está na hora de
vivê-lo e de descobrirmos as aspirações do Espírito Santo para nós nessa nova fase global.

Referências Bibliográficas

DATTLER, Frederico. Sinopse dos quatro evangelhos. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2005.

VARÃO, Rafiza. Sobre clássicos, tradição e o campo comunicacional. Estudos em Comunicação

nº 5, p. 227-239. 2009. Disponível em: <http://www.labcom.ubi.pt/ec/05/pdf/EC05-

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MORASHA. O significado maior do bar-mitzá. Disponível em:


<http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=605&p=0>. Acesso em: 3
ago. 2009.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. 2 reimp. Tradução Nielson Moulin. Companhia das
Letras. 1981.

YANCEY, Philip. O Jesus que eu nunca conheci. Tradução Yolanda Krieven. 8 imp. São Paulo: Vida,
2004.

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