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Introdução
... dois princípios adquiridos que realmente ganham vida nas aulas mediadas por
computador são o auto direcionamento por parte dos alunos e a verdadeira
facilitação... [por parte dos professores]...as salas de aula mediadas por
computador, literalmente, exigem isto. (Wiesenberg Hutton, & Stacey, 2003).
Este foi o tema geral de um debate gravado entre três experientes professores do
ensino online envolvidos numa relação académica colaborativa entre a Universidade
de Calgary, Mestrado de Educação Continuada (MCE) e a Universidade de Deakin,
Mestrado em Programas de Educação Profissional e Formação (MPET).
Esta discussão académica, que levantou uma série de questões comuns entre estes
dois países, foi gravada em Geelong, na Austrália no final de 2001, após um
seminário de pesquisa apresentado sobre este tópico (Hutton, Wiesenberg &
Stacey, 2002).
Uma recente análise da transcrição da gravação da entrevista revelou que as
questões chave discutidas na altura (conceção, execução do programa, questões
interculturais) são muito relevantes três anos mais tarde.
Neste artigo, os autores (dois dos três oradores originais) exploraram estas
questões, relacionando-as com a literatura de investigação em curso, bem como
com as suas práticas correntes. Neste processo, é evidente que estas questões são,
hoje, ainda mais críticas uma vez que mais programas de ensino de adultos migram
para o espaço online e as instituições falham ou ainda não valorizarem a natureza
complexa do suporte sistémico necessário para proporcionar uma aprendizagem
on-line de qualidade ao nível nacional e transnacional. Na realidade, parece que o
número e a variedade de cursos e graus académicos, disponíveis na educação a
distância, tem aumentado dramaticamente neste curto período de tempo (Howell,
Williams & Lindsay, 2003), um tema comum na literatura de investigação em curso
sobre este assunto é a aparente falta de uma melhoria na qualidade, eficácia e
benefícios de aprendizagem on-line, tanto na perspetiva dos alunos (Murphy &
Coleman, 2004) como na perspetiva académica (Caplan, 2004; Parker, 2004).
Contextualização
... [Há] um papel técnico que o facilitador online precisa, se não adotar, pelo
menos, levar em consideração e esta é realmente a ideia de tornar a tecnologia
invisível, para que os alunos possam concentrar-se no processo de aprendizagem.
Não é uma tarefa fácil, por vezes, e provavelmente é a mais difícil para um
novo professor online (Hutton et al., 2003).
Desenvolver um curso online eficaz exige do professor que ele aprenda a navegar
nele e a administrá-lo, e que depois ensine aos alunos as competências técnicas
essenciais para uma aprendizagem online com sucesso. Esta é uma tarefa muito
desafiadora para os novos professores online. Este papel de desenvolvimento do
curso torna-se especialmente difícil quando as instituições não reconhecem a
importância de fornecer apoio técnico (para professores e alunos) de uma maneira
que torne o meio de ensino invisível, permitindo assim que a aprendizagem
continue sem ser prejudicada por problemas tecnológicos (Wiesenberg & Stacey,
2001). Tanto Caplan (2004) como Rodriguez e Nash (2004) recomendam que haja
uma equipa de desenvolvimento de cursos na Web que trabalhe em conjunto com o
professor, de forma a desenvolver o curso e a apoiar a sua disponibilização. A
extensa revisão da literatura sobre o ensino online no início dos anos 1990 efetuada
por Berge (1995) permitiu identificar quatro papéis essenciais para uma bem
sucedida facilitação online: pedagógico (especialista em conteúdo), de gestão
(conceção e execução da estrutura e dos procedimentos do curso), social (envolver
os estudantes num diálogo online adequado e criticamente reflexivo), e técnico
(tornar os meios de disponibilização do curso invisíveis). Mais recentemente, Wilson
e Stacey (2004) identificaram um conjunto similar de papéis do professor online
que incluem gestor/ administrador (relacionados com questões de registo dos
alunos, segurança, manutenção de registos, entre outros), técnico (auxiliar os
alunos a navegar no ambiente de aprendizagem online), pedagógico, e social
(proporcionar um suporte para o desenvolvimento da independência online dos
alunos).
Tema 3: Uma abordagem "mista" à disponibilização do programa torna
mais fácil a construção de uma comunidade online do que uma abordagem
estritamente online
Acreditamos que para a aprendizagem vivencial e para a reflexão crítica... uma das
chaves reais para criar uma comunidade segura e confiante é... que os estudantes
se encontrem e trabalhem em conjunto face a face... para estabelecer alguma
confiança num terreno comum a partir da qual iniciar o diálogo online. (Hutton et
al., 2003)
Sabemos que num meio textual como este as pessoas respondem por vezes de
maneira bem estranha, interpretando mal as palavras... quando eu sugeri que
usassem então outro meio de comunicação... e que conversassem sobre isso [por
telefone], descobriram que na verdade tinham imensas semelhanças. (et al., 2003)
Um dos aspetos que destacámos durante a primeira etapa presencial foi a reflexão
e a análise crítica ... num contexto familiar e mais confortável ... ajudando no
início [a construir essas competências] ... e depois continuando este processo
online. (Hutton et al., 2003)
A apresentação aos alunos dos conceitos e das práticas do pensamento crítico
podem ser melhor efetuadas num contexto familiar de uma sala de aula presencial,
por outro lado, a natureza própria das comunicações assíncronas estimula a
reflexão e a análise crítica mais aprofundada ao conceder mais tempo para que os
alunos organizem o que vão escrever, permitindo-lhes escrever e editar offline os
seus pensamentos antes de publicá-los para discussão (Anderson, 2004; Biggs,
1999; Burge, 1994; Feenberg, 1999; Heckman & Annabi, 2003; Wiesenberg &
Hutton, 1996). Desta forma, os alunos que tendem a não participar em complexas
discussões presenciais, estão frequentemente muito mais envolvidos em discussões
online.
... sendo o guia intelectual dos seus alunos online ... na verdade não parece ser
muito diferente da situação presencial ... exceto que talvez necessitem ser mais
explícitos e diretos com os alunos online, ajudando-os a tecer conceitos juntos e
ensinando-lhes a fazer as ligações entre eles. O enredo da discussão (online) ...
(facilita isso). (Hutton et al., 2003)
Texto demora a entrar e …a ler. Portanto…comece a olhar para a sua agenda diária.
Onde é que vai bloquear o tempo? Porque quer da perspetiva do tutor, quer da
perspetiva do aluno uma das coisas que nós não estamos a ter em conta é a
extraordinária exigência no nosso tempo em comparação com a comunicação face-
a-face. A maioria dos alunos e instrutores reportam similarmente que gostam da
CMC porque é principalmente assíncrona… a enorme vantagem da flexibilidade
também surge com o custo de ser usualmente o dobro ou triplo do investimento de
tempo…para preparar pessoas, uma das minhas fortes recomendações é que não
subestimem o enorme investimento de tempo e competência organizacional que as
pessoas precisam (Hutton et al., 2003).
Um número de experientes professores online descrevem como a comunicação
online consome o triplo do tempo da comunicação face a face (Stacey & Rice, 2002;
Wiesenberg & Hutton, 1996), e , portanto, o quanto é importante desenvolver
competências de gestão de tempo, assim como ensinar essas mesmas
competências aos alunos.
Caso contrário, ensinar e aprender online pode ser consumir muito tempo, o que
faz com que ambos os intervenientes se sintam oprimidos.
O que tentei fazer foi sempre colocar o comentário no fórum do grupo para que que
eu nem sempre tenha que multiplicar essa resposta individualmente aos alunos…
que é adicionada à nossa carga de trabalho. (Hutton et al, 2003)
Descrever e modelar estratégias de comunicação on-line, temporalmente eficientes,
tais como a utilização de fóruns de grupo para transmitir informações a todos os
alunos de uma só vez, reservando a comunicação privada, por correio eletrónico,
mais demorada, para mensagens confidenciais, mostra aos alunos como serem
melhores gestores do seu tempo. Esta é uma área da educação a distância que
precisa de muito mais pesquisa, agora que muitas instituições mudam para a
comunicação virtual, nas suas variadas funções administrativas, tais como a
inscrição on-line e serviços de suporte on-line ao estudante.
Os alunos ocidentais tendem para a multitarefa ... [ou] ... fazer tudo de uma só
vez. Em viagem levam os seus portáteis, e se .. trabalharem.. tarde [conseguem
encontrar tempo para estudar].
Eles estão online regularmente, porque exigimos posts, pelo menos uma vez por
semana. [Mas] o estilo de trabalho e o padrão dos estudantes asiáticos foi muito
mais linear e compartimentado. Obrigá-los a estar on-line todas as semanas não
resultou. [Quando] fora do país, envolvidos num projeto focam-se apenas nisso.
Assim, um formato modular ... [sem] o CMC on-line altamente interativo serve-lhes
[melhor]. (Hutton et al., 2003)
[com estudantes asiáticos] ... ainda existe essa visão do professor como mais
especializado, mais didático, mais expositivo, sem dar muita liberdade para ... [a
discussão / debate]. ... Eles sentem-se confortáveis [discussão / debate] face a
face e, é minha convicção que , com mais tempo para a construção de uma
comunidade [presencial], permitiria modelar e encorajar o diálogo on-line. Parece
no entanto, que a cultura mais arraigada do professor como perito [prevalece],
quando não nos encontramos lá...
Interações bem sucedidas de CMC, são mais inclinadas para o modelo feminino de
comunicação e, de facto, os estudantes masculinos podem estar em
desvantagem, a menos que ... tenham a capacidade de melhorar o
processo, usando os nomes dos colegas, citando parte do que se disse (para os
motivar (to acknowledge them)), e trazê-los de volta para o tópico ... algumas
pessoas e algumas culturas vão precisar de aprender a construir essa presença
social (online). (Hutton et al. & Stacey, 2003)
Caffarella e Zinn (1999) descrevem quatro fatores que tanto podem criar barreiras
como suportes, para um compromisso inicial e para o desenvolvimento profissional
contínuo do corpo docente: pessoas e relações interpessoais (isto é, sistemas de
apoio pessoais no local de trabalho), estruturas institucionais (isto é, os recursos
necessários serão desenvolvimento profissional), considerações pessoais e
compromissos (isto é, o apoio da família e amigos), e as características
intelectuais e pessoais (isto é, fornece a excelência no local de trabalho). Cada
fator potencial realça ou impede a capacidade do professor empenhar-se
totalmente no processo de ensino/aprendizagem, negociar os desafios que surgem
e ter sucesso em qualquer ambiente de aprendizagem.
...a questão dos recursos... [ou] falta de tempo e... apoio técnico que é uma
barreira institucional que precisa efetivamente de ser resolvida e que, na minha
perspetiva, não está muito bem [resolvida] no Canadá. E assim que se resolver isto
penso que aquelas duas questões provavelmente resolverão a maior parte da nossa
relutância... a partir daí penso que teremos mais professores a decidirem que este
é um caminho interessante e recompensador. (Hutton et al., 2003)
Para mim [um curso online] necessita de três vezes mais tempo [para lecionar] do
que um presencial. Para fazer todos estes tipos de tarefas adicionais sociais...
Poderemos necessitar de redesenhar a nossa carga de trabalho. (Hutton et al.,
2003)
Conclusão
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