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Para que aprender a escrever?
Não é de admirar que muitas pessoas não sintam qualquer atrativo para escrever.
Quem não lê, quem fala tão pouco com seus semelhantes, não pode ter sequer ideias próprias.
Iria escrever o quê? Se não tomarmos providências, em breve, todos nos transformaremos em
robôs, em fantoches... Pagamos um preço muito alto para o progresso material desmedido,
que provoca a massificação e atrela os indivíduos a uma posição cômoda, passiva, nesta
desumana sociedade de consumo.
Certamente, é preciso reagir. A escola nos ensina muitos caminhos e o mais importante
deles é, sem equívoco, escrever. Quem escreve é levado a isolar-se da agitação, a pensar, a
refletir. Aí está o mérito da redação. Quem escreve concentra-se, analisa, raciocina, critica,
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apresenta soluções próprias. Quem escreve dá valor a si mesmo, aprende a ver em
profundidade, descobre o prestígio relativo das coisas e põe às claras os enganos e as
manobras dos que nos pretendem ludibriar.
b) A função de preservação
Basta entrarmos em uma biblioteca para nos darmos conta de uma outra função da
língua escrita: o armazenamento das informações. Poderíamos aqui argumentar que têm
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também tal possibilidade os DVDs, pen drives, a nuvem, entre outros, que podem conservar,
de forma mais dinâmica e eficiente, as mensagens que pretendemos sejam lidas em outra
época ou outro espaço. No entanto, o livro possui um manuseio não dependente de aparelhos
ou de fontes de energia e é invulnerável à rapidez das transformações tecnológicas que
fizeram, por exemplo, com que toca-fitas se tornassem obsoletos ou com que “pré-históricos”
PCs fossem substituídos por rapidíssimos palmtops...
c) A função de memorização
d) A função de sócio-político-cultural
Dizia Heinrich Boll, tradutor e escritor alemão, que não havia forma mais sublime de
pertencer-se a um povo do que escrever sua língua, uma vez que há uma estreita relação entre
língua escrita e nacionalidade. Tomamos conhecimento pelos jornais, há algum tempo, da
campanha empreendida pelos franceses contra o que consideravam invasão de
americanismos em seu idioma, prova de que, mesmo as culturas consideradas “mais
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avançadas”, preocupam-se em manter sua identidade cultural e nacional por meio da
preservação da própria língua.
e) A função artística
Ainda que a língua falada possa produzir obras de qualidade artística, não há dúvida de
que é a língua escrita o veículo das grandes obras da literatura universal.
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Como se preparar de verdade
para enfrentar a Redação?
Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu
posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só
poderia amá-la. Eu jogo com elas como se fossem dados: adoro a fatalidade. A palavra é tão forte
que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia. Cada palavra materializa o espírito.
Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar
nossas palavras até se tornarem o invólucro mais fino dos nossos pensamentos.
Seja como for, todas as “realidades” e as “fantasias” só podem tomar forma através da
escrita, na qual exterioridade e interioridade, mundo e ego, experiência e fantasia aparecem
compostos pela mesma matéria verbal; as visões polimorfas obtidas através dos olhos e da alma
encontram-se contidas nas linhas uniformes de caracteres minúsculos e maiúsculos, de pontos,
vírgulas, de parênteses; páginas inteiras de sinais alinhados, encostados uns nos outros como grãos
de areia, representando o espetáculo variado do mundo numa superfície sempre igual e sempre
diversa, como as dunas impelidas pelo vento do deserto.
(CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
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• Ter o domínio correto da língua e o conhecimento de seus mecanismos básicos,
em termos de estrutura/ coerência/ vocabulário/ clareza/ correção de linguagem.
Para atingir esse pressuposto, é necessário familiarizar-se com a língua escrita culta, o
que conseguimos por meio da leitura de diversos tipos de textos e também da consulta
sistemática a gramáticas e dicionários.
Não iniba o que vem à mente a partir da necessidade de escrever algo, seja o que for.
Muitas ideias surgem assim mesmo, repentinamente. Tente rascunhar o que for aparecendo
com a preocupação única de ser fiel ao fluxo de percepções, intuições, divagações,
sentimentos, pensamentos, deflagrados pelo tema proposto (lembre-se de que “palavra-puxa-
palavra”: você precisa conquistar um ritmo de desenvoltura e intimidade com a escrita para
que possa se sentir mais seguro e mais criativo). Transforme a escrita em um hábito e
sistematicamente anote observações, insights e opiniões sobre o que acontece de interessante
no cotidiano, seja em experiências vividas, seja em leituras, em contato com as pessoas, a TV,
o cinema...
Logo após essa fase de inspiração, vem outro momento importante da prática de
redação: a montagem do texto, a escolha do que deve ficar e do que deve sair. Como ainda
não chegou o dia da prova do ENEM, aproveite para consultar uma gramática ou um
dicionário para realizar a tarefa de articulação das ideias do seu texto. É claro que, com a
experiência da prática constante, logo a consulta será dispensável.
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Seja num tipo de percepção sobre um determinado objeto que pretende descrever, seja
no sentido de um evento real ou imaginário que deseja narrar, seja numa tese que gostaria de
defender, a base de um bom texto está no equilíbrio entre afirmar (ou sugerir) e subsidiar
com elementos pertinentes a afirmação.
O peso da Redação
Mais do que um aluno que demonstre capacidade de memorização e repetição acrítica
de um conjunto de informações adquiridas de forma fragmentada, as Bancas
Examinadoras procuram selecionar aquele candidato que, mobilizando sua
experiência de leitura e escrita, estabelece e reorganiza relações de sentido,
interpreta dados e fatos e elabora hipóteses explicativas para diferentes áreas de
conhecimento, sem desconsiderar a complexidade dos fatores envolvidos. É
nesse contexto que você deve compreender a prova de Redação e o peso que ela tem nas
provas.
É importante que você saiba que a prova de Redação, ao avaliar o seu modo de
escrever um texto, não procura levar em conta apenas o conhecimento da modalidade culta
da língua. Muito mais do que isso, essa prova pretende avaliar os elementos mencionados
anteriormente, considerados condições necessárias para o bom desempenho em qualquer
curso das áreas de Ciências Exatas, Biológicas, Humanas e Artes (foco de quem enfrenta, por
exemplo, o ENEM).
A prova de Redação, caro (a) aluno (a), é um instrumento de avaliação de sua forma de
escrever sobre um determinado assunto, e escrever implica processos de leitura e de
elaboração de argumentos a partir de uma determinada situação. Em geral, cada proposta é
acompanhada por instruções específicas que delineiam o recorte temático e indicam o tipo de
texto que deve ser elaborado. A propósito, algumas propostas são precedidas por um
conjunto de textos – Coletânea – que serve de subsídio para a elaboração de sua redação.
A Coletânea tem por objetivo desencadear sua reflexão sobre o tema geral da prova de
redação, recortado na proposta. Espera-se que você articule sua experiência prévia de vida,
leitura e reflexão com a leitura que faz da coletânea de textos motivadores. Como se vê, essa
coletânea não é pensada como um roteiro interpretativo, mas como um conjunto de
possibilidades diversas de abordagem da própria complexidade do tema escolhido para a
prova, com o qual, supõe-se, você já tenha tido algum contato. Além disso, os textos de apoio
que compõem a Coletânea não se definem como uma hierarquia entre os excertos, que podem
ser aproveitados de diferentes maneiras, conforme o modo com que o candidato mobiliza sua
experiência prévia em função de seu projeto de texto.
Os excertos que compõem a coletânea são sempre de natureza diversa. Podem ser
conceituais, de natureza artística e ainda de teor descritivo, expondo visões sistemáticas,
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elaborações subjetivas e dados concretos sobre o tema da prova. Um detalhe muito
importante: não se deve copiar esses excertos, sob pena de redução da nota atribuída ao seu
texto ou, até mesmo, a anulação de sua redação.
A maior parte das propostas solicita uma dissertação (o principal objeto
de treinamento deste Curso de Redação). Nesse tipo de texto, é especialmente
importante que você, com sua experiência de leitura e reflexão, reconheça a complexidade do
recorte temático proposto, discutindo e explorando argumentos de modo a sustentar sua
perspectiva sobre o tema. Não se espera um texto que polarize opiniões, mas sim um texto
crítico sobre o recorte proposto, que indique domínio na identificação das partes, na análise
das relações e na interpretação dos sentidos.
Lembre-se de que, em todas as propostas, você deverá levar em consideração sua
leitura da coletânea. Lembre-se também de que você deverá escolher apenas uma das
propostas para a redação, indicando a modalidade textual escolhida.
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Como os corretores avaliam
Para que um texto se configure como um bom texto, é preciso que o autor tenha uma
experiência de leitura, que delineie um projeto de texto em função de um objetivo específico e
o formule através da escrita. Nesse sentido, são três os parâmetros de avaliação
(acompanhe, mais adiante, o treino sobre esse importante tópico de nosso programa) de uma
redação: a leitura, a consistência temático-textual e a articulação escrita.
1 - Leitura
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Podemos interpretar – e muitos realmente o fazem – que a narrativa bíblica relata o
início do desentendimento entre os homens, relacionando parte dessa discórdia à inexistência
de uma única língua para todos. Contudo, podemos também notar que, de acordo com a
Bíblia, a diversidade entre as línguas existe para que cumpra a vontade divina, de modo que a
história da Torre de Babel pode ser positivamente avaliada. O escritor e grande pensador
italiano Umberto Eco, em sua obra A busca da língua perfeita, elogia a diversidade
linguística, vista como “obstáculo aos projetos dos conquistadores” e ao “contágio de
corrupção entre os povos”, o que garantiria o “caráter nacional” de cada um deles.
Seja como for, é fato que o longo processo de sucessivas divisões por que passaram as
comunidades humanas pré-históricas levou à grande diversidade entre as línguas. Muitas não
têm escrita, mas, como fenômeno oral, todas são dotadas do mesmo grau de complexidade;
não é correto falar em línguas gramaticalmente mais simples do que outras. A linguagem em
si é um fenômeno universalmente igual para todos os homens, ainda que se manifeste em
línguas que se fizeram historicamente desiguais.
Assim como acontece com outros traços culturais, pessoas que convivem tendem a
desenvolver modos próprios de falar. Até as famílias apresentam termos ou expressões
compreensíveis só domesticamente! Se um grupo se mantém afastado por longo tempo do
convívio com outros grupos a tendência é que desenvolva uma língua própria.
Essa explicação se refere não só ao surgimento de línguas diferentes, como também à
própria diversidade interna das línguas. Intuitivamente, todos sabemos que falantes do
mesmo idioma não o empregam de modo rigorosamente igual. Há, por exemplo, maneiras
típicas de falar relacionadas às regiões do país, às faixas etárias, aos grupos e classes sociais e
até ao estilo individual.
As línguas, enfim, manifestam a mesma capacidade humana de expressão, mas variam
bastante, tanto umas em relação às outras como internamente. Esse fenômeno pode acarretar
o inconveniente de que não possamos nos comunicar de imediato com todos os homens, mas
também pode ser encarado pelo lado positivo de permitir a todos, nações e indivíduos, o
exercício de sua especificidade.
Sobre o conceito de leitura, especificamente, várias obras nos levam a depreender que
ler, costumeiramente um ato tomado como decifração, corresponde a uma atividade de
atribuição de significado, pelo leitor. Tal ato requer de cada leitor um trabalho produtivo oral
e/ou escrito voltado para o funcionamento do texto, com possibilidade de produção textual,
tanto para assentimento quanto para discordância.
Segundo o dicionário, interpretar, entre outros significados, é “aclarar, explicar o
sentido de; tirar uma indução; ajuizar da intenção; reproduzir ou exprimir a intenção de.”
Interpretar é dar sentido à experiência, aprender a refletir em outro plano.
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A operação de interpretação refere-se a inferências e generalizações que
podem ser feitas a partir de descrições. A interpretação não se limita à simples
tradução; supõe acrescentar sentido, ler nas entrelinhas, preencher os vazios, e,
dentro dos limites do determinado material, ampliar seu conteúdo. Interpretar
é compreender relatórios: numéricos, de figuras, gráficos, artísticos e literários.
Um famoso pensador, John Stuart Mill, disse certa vez: “O grande problema da vida é
fazer inferências.” É difícil imaginar que possamos viver um dia comum sem fazer
interpretações a partir de dados. Às vezes, temos tendências para ultrapassar os dados e
algumas pessoas tendem a deformá-los com erros grosseiros. Outras vezes, podemos
apresentar excesso de cautela, embora cautela seja desejável. Não é pouco comum a
incapacidade para interpolar e extrapolar, ver sentido íntimo e sentido ampliado durante a
leitura de um texto. Para percebermos a importância de uma atenta leitura, basta dizer que
aprender a correlacionar causa e efeito é uma importante habilidade de pensamento.
Com nosso programa de treinamento, a preparação para domínio de leitura incluirá,
dentre outros, textos não literários recolhidos semanalmente em revistas, jornais e livros
contemporâneos. Paralelamente, fontes de leitura como outdoors, folhetos publicitários e/ou
explicativos, vídeos, fotografias, obras de artes plásticas, peças musicais, entre outras, são
recomendadas como textos que, embora não verbais, devem ser objeto de análise.
Recomendamos também que filmes, vídeos e peças de teatro sejam tomados como
instrumentos para leitura. O entrelinhas tem um espaço reservado para esse importante
momento de preparação para você!
Em seu texto, você deve elaborar pontos de contato com a leitura dos textos
motivadores (da Coletânea). É preciso mostrar a relevância desses pontos para o seu projeto
de texto. Se você simplesmente reproduzir os textos (ou partes deles) em forma de colagem,
sem elaboração dos elementos selecionados, perderá muitos pontos. Se você desconsiderar
completamente a coletânea, sua redação poderá ser anulada.
2 - Consistência temático-textual
O texto a ser elaborado deve revelar conteúdo que mantenha relação com o recorte
temático da proposta. Tangenciar o recorte temático implica grande perda de
pontos. Fugir completamente ao recorte implica anulação de sua redação.
Você deve elaborar seu projeto de texto de acordo com as características do tipo de
texto da proposta escolhida. Se seu texto apresentar apenas mínimos elementos que
caracterizem o tipo de texto exigido, você perderá muitos pontos. Na ausência de elementos
estruturadores da modalidade textual exigida, sua redação será anulada.
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3 - Articulação escrita
Espera-se que você elabore um texto cuja leitura seja fluida, resultante de uma
estruturação sintático-semântica bem articulada pelos recursos coesivos. A produção escrita,
aqui referida, trata da argumentatividade, da concordância nominal e verbo-nominal, da
conexão de constituintes intrassentenciais, intersentenciais, e macrodiscursivos, da
referenciação, da coesão lexical, da pontuação, e da ortografia. Os diferentes recursos da
escrita fazem com que um texto seja mais do que uma soma de frases, que seja
um conjunto consistente, bem organizado, pessoal, polêmico, técnico...
Reconhecer esses recursos da escrita mostra que você tem uma experiência
consistente de leitura de um texto escrito em língua portuguesa.
O candidato deve demonstrar domínio na exposição de seu pensamento por escrito,
através de descrições, explicações, justificativas, exemplificações, comparações etc. Espera-se
ainda que você saiba redigir o resumo de um texto dado, selecionando as informações e
organizando-as de acordo com sua importância para objetivos determinados.
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O domínio da
Competência Linguística
Como já destacado nas páginas anteriores deste Caderno de Redação, para interpretar
corretamente qualquer texto, é preciso refletir sobre algumas operações cognitivas que, no
uso cotidiano da linguagem, os falantes realizam de maneira quase sempre inconsciente ou
intuitiva. Esses processos revelam, na verdade, um sofisticado trabalho mental. Afinal, os
significados das palavras estão definidos a priori ou são construídos na situação de uso? Se
uma mesma palavra pode se referir a fenômenos distintos, como o interlocutor é capaz de
perceber o sentido pretendido pelo falante? Se há mais de uma palavra para designar uma
mesma ideia, o que nos faz optar por uma palavra e não por outra?
De fato, o problema sobre a significação, ou seja, sobre os mecanismos por meio dos
quais a língua significa o mundo, foi desde sempre objetivo de investigação dos estudiosos da
linguagem. As ênfases e as perspectivas de análise sobre a linguagem verbal e as línguas
foram se modificando ao longo dos estudos linguísticos. Isso se deveu também às mudanças
de percepção dos estudiosos sobre as relações entre a linguagem e a maneira de o ser humano
se relacionar com o mundo. Houve, por exemplo, vertentes de estudo que conceberam a
linguagem como representação pura e simples da realidade, como se as palavras se
aplicassem como etiquetas a um mundo previamente ordenado. Para outros, a linguagem
seria parte do processo de compreensão e ordenação da realidade pelo ser humano e teria
influência direta na maneira como este a perceberia. Povos com línguas distintas veriam o
mundo por meio de lentes diferentes; distinguiriam outra gama de cores, ordenariam as
quantidades por meio de variados sistemas de contagem, entre outros aspectos.
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Apesar de enorme variedade de visões sobre a produção de sentidos de linguagem, os
esforços de investigação relacionados a esse campo foram reunidos em um domínio do
conhecimento chamado Semântica.
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organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de
produção e recepção;
VI. Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como
meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados,
expressão, comunicação e informação;
VII. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas
manifestações específicas.
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Mecanismos para elaboração
de um projeto de texto
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A intenção é que orienta todo o processo de composição de um texto. Todo
texto quer convencer, impressionar, solicitar, criticar e visa produzir os efeitos
correspondentes no interlocutor, tornando aceitável o ato que enuncia.
Escolha lexical/seleção vocabular
Articulação dos enunciados e validade dos argumentos
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TEXTOS MOTIVADORES
“Ao longo da vida fazemos muitas escolhas, mas é preciso reconhecer que uma das mais
difíceis é a escolha profissional. Os jovens, que mal saíram da adolescência, precisam tomar uma
decisão que pode definir seu futuro. Além disso, são bombardeados por informações sobre as
melhores profissões para trabalhar e ainda sofrem com a pressão dos pais e as influências de seus
grupos de amizades.
Em alguns casos, a escolha da profissão ocorre ainda na infância. Brincadeiras e sonhos
infantis acabam se tornando um objetivo na vida dos adolescentes. A pergunta "O que você deseja ser
quando crescer?" continua sendo comum na vida das crianças e já vem repleta de expectativas dos
adultos. Elas podem optar pela profissão dos pais ou, conforme crescem, vão alternando as
preferências de acordo com o que aprendem sobre cada uma.
É positivo para os jovens receberem incentivos dos pais para seguirem os próprios desejos.
Contudo, esse desprendimento não é tarefa fácil para os pais que pensam em um futuro próspero para
seus filhos, visto que a prosperidade está, muitas vezes, relacionada a profissões reconhecidas e
valorizadas socialmente. Assim, alguns jovens adultos terminam por assumir um desejo que não lhes
pertence e logo se frustram no início do curso superior.”
Fonte: http://www.personare.com.br/os-jovens-e-o-dilema-da-escolha-profissional-m3361
“A escolha da profissão é um processo que deve ser feito ao longo do ensino médio. O jovem
deve ter uma postura ativa, buscar informações, conhecer e visitar o profissional no seu ambiente de
trabalho.” (Selena Garcia Greca, psicóloga especialista em orientação profissional e desenvolvimento
de carreira)
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/vida-na-universidade/vestibular/os-tres-pilares-que-
sustentam-a-escolha-da-profissao-dwwue4lum7it1lad4apn7oxn2
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“As relações entre o trabalho e a família ao longo da história são marcadas por inúmeras
mudanças. Há alguns séculos, antes do marco da Revolução Industrial, o trabalho era transmitido
através das gerações de uma família, sem grandes questionamentos. Em muitos casos, o sobrenome
da família era designado pelo nome da ocupação familiar, o que acabava por marcar fortemente o
pertencimento daquele membro àquela família. De acordo com Barata e Bueno (1999), na obra
intitulada ‘Dicionário das famílias brasileiras’, existem diversos sobrenomes tomados de profissões,
principalmente aqueles de origem germânica, como ‘Zimmermann’ (que significa carpinteiro,
marceneiro), ‘Schmidt’ (ferreiro), ‘Schröder’ (alfaiate) e ‘Müller’ (moleiro).
Enquanto a subsistência da sociedade era baseada em atividades essenciais como agricultura e
comércio, as famílias ficavam fechadas em si sem a necessidade de troca. A família servia, ela própria,
como grupo profissional (Durkheim, 1984). Entretanto, a transição do trabalho no campo para o
modo de produção capitalista faz com que o trabalho emigre da esfera privada para a esfera pública. A
nova ordem social, inaugurada com o advento do capitalismo, promove o desenvolvimento do
trabalho assalariado, que modifica a função econômica da família, assim como a relação desta com o
trabalho.
É, principalmente, a partir da Revolução Industrial que passa a prevalecer a ideia de ‘o homem
certo no lugar certo’, visando a uma maior produtividade. Até então, não existia a possibilidade de
uma escolha profissional, já que os filhos acabavam por seguir o ofício do seu grupo familiar. De
acordo com Bock (2006), a escolha profissional só assume uma maior importância quando o modo de
produção capitalista instala-se de forma definitiva.
No contexto de trabalho contemporâneo, surgiram centenas de profissões, enquanto muitas
outras deixaram de existir. A noção de trabalho configura-se não mais como uma progressão contínua
e hierárquica dentro de uma organização, pois outras necessidades se impõem no mercado de
trabalho, que, por sua vez, já não é mais como aquele da modernidade sólida e do capitalismo pesado -
termos cunhados por Bauman (2001) para denominar a era do apogeu da industrialização. Nesse
estágio, o trabalho era caracterizado como uma rotina em grandes fábricas; o capital estava enraizado
no solo e os trabalhadores sentiam-se seguros em relação a seus empregos. O tempo conferido ao
capitalismo sólido era de longo prazo.” (Maria Elisa Grijó Guahyba de Almeida e Andrea Seixas
Magalhães, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.)
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902011000200008
Fonte: http://www.andredahmer.com.br/
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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios dos jovens na escolha da
profissão”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.
*Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
- fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
- apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
- apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
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