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1- Introdução
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- Que melhor se prossiga e alcance a salvaguarda das funções
ambientais, ecológicas e produtivas do solo;
Uma das questões essenciais que, desde já, se coloca tem que ver
com a afirmação da ministra, quando diz que o processo que
conduzirá a uma “nova lei” tem “uma indissociável dimensão política
e ideológica”. Se assim é, e nisso estamos de acordo, haverá uma
questão de partida que é a de saber a quem (que interesses) vai
servir prioritariamente a “nova lei”. E, por isso, se não se trata de
uma questão apenas técnica e jurídica, então, coloca-se a
necessidade de saber com quem conta o governo na Assembleia da
República para aprovar a “nova lei”? Irá tentar aprová-la à direita ou
à esquerda, no referencial tradicional de divisão do hemiciclo
parlamentar ?
2- Dia gnóstico
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dos pontos de vista ambiental, energético e agrícola, as aberrações
são bastante notórias.
Deduz-se, então, por aquilo que acima se registou, que não se crê
viável alterar a política do solo num sentido favorável aos valores
sociais, ambientais e económicos progressistas, mexendo apenas na
lei do solo vigente, mesmo que se tratasse de elaborar uma “nova
lei”.
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I- Desactualização e desarticulação em face do enquadramento
normativo vigente, nomeadamente resultante das reformas
do RJIGT;
II- Défice de regulação no sentido de acautelar os interesses
públicos e corrigir as evidentes insuficientes do livre
funcionamento do mercado imobiliário-financeiro;
III- Défice de concretização dos institutos já previstos na lei por
razões que ultrapassam o diploma em concreto.
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Esta desarticulação entre diplomas jurídicos, conhecida desde há
muito, conduz a práticas aberrantes na determinação do valor dos
prédios, implicando, por exemplo, que o valor de um prédio pelo
Código de Expropriações possa ser radicalmente diferente daquele
determinado em função dos mecanismos de perequação resultantes
do planeamento e, por maioria de razão, do valor estabelecido para
efeitos fiscais.
Por outro lado, não se pode olvidar que existe um crescente consenso
de que uma política coerente de solos deve preocupar-se não só com
a disponibilidade dos solos e com a expansão urbana, mas,
principalmente, com o controlo dessa expansão e o incentivo à
reabilitação, à requalificação e à reconstrução.
3- Como fazer?
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- Regime Geral das Expropriações;
- Legislação relativa a Infra-estruturas previstas no PEAASAR II e
PERSU II;
- Legislação de enquadramento do Programa Polis;
-Legislação AUGI;
- Legislação sobre a Reabilitação Urbana;
- A legislação dos PIN;
- Determinados aspectos do RJIGT;
- Regulamentação do direito de preferência da Administração nas
alienações, a título oneroso, de terrenos ou edifícios previsto na lei;
- Legislação sobre servidões administrativas;
- Todo o enquadramento fiscal do imobiliário e solos; Códigos IMI, IRS
e IRC
- A política agrícola;
- A política florestal;
- Os referenciais, políticos, legais e económicos, que regulam as
finanças e competências públicas centrais e locais.
- E, finalmente, como seria lógico, a própria CRP.
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4- Que fazer?
É que não parece estar garantido que, numa matéria como é a que
estamos a analisar, onde os interesses económicos e financeiros são
tão candentes, principalmente numa sociedade que tendeu, durante
muitas décadas, a confundir propriedade do solo com direito de
edificar e/ou especular a qualquer preço, que o grupo parlamentar
que apoia o governo saiba e queira, quando as coisas aquecerem,
contrariar as visões que caracterizam as opções que privilegiam os
interesses particulares em detrimentos dos interesses gerais e
colectivos.
22 de Abril de 2011
Demétrio Alves
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