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Várzea Grande – MT
2008
Várzea Grande – MT
2008
ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME COM CADÁVER:
QUALIDADE DO PROCEDIMENTO NA POLÍCIA MILITAR DE MATO GROSSO
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Alexandre Corrêa Mendes – Maj PM
Orientador / Presidente da Banca
_____________________________________________
Rhaygino Sarly Rodrigues Setubal – Maj PM
Membro
_____________________________________________
Ernesto Amado – Perito Criminal
Membro
_____________________________________________
Jorge Catarino de Morais Ribeiro – Ten Cel PMMT
Comandante da Academia de Polícia Militar Costa Verde
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
Agradeço as orientações
ministradas, com grande sabedoria, pelo
Maj PM Alexandre Corrêa Mendes,
pessoa com profundo conhecimento na
área de Criminalística.
18
EPÍGRAFE
19
Anônimo
RESUMO
Palavras-chave:
Local de crime – isolamento e preservação – qualidade – Polícia Militar
20
ABSTRACT
Keywords:
Place of crime - isolation and preservation - quality - Military Police
21
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 13
1 CRIMINALÍSTICA........................................................................................... 17
1.1 CONCEITOS................................................................................................ 17
1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CRIMINALÍSTICA.......................................... 18
1.2.1 No Mundo................................................................................................. 18
1.2.2 No Brasil................................................................................................... 20
1.2.3 Em Mato Grosso...................................................................................... 22
1.3 A PERÍCIA CRIMINAL................................................................................. 24
1.4 O PERITO CRIMINAL.................................................................................. 28
2 LOCAL DE CRIME.......................................................................................... 32
2.1 CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES............................................................ 32
2.2 GÊNESE DA PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME.............................. 34
2.2.1 Investigação Criminal e o Envolvimento dos Órgãos de Segurança
Pública....................................................................................................... 36
2.3 COMPETÊNCIA LEGAL DA PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME..... 37
2.3.1 Comentários sobre o Regulamento de Padronização em Mato
Grosso...................................................................................................... 40
2.4 CONCEITOS ESSENCIAIS EM LOCAL DE CRIME: LEVANTAMENTO,
VESTÍGIO, EVIDÊNCIA, INDÍCIO E CORPO DE DELITO......................... 42
2.5 DELIMITAÇÃO: LOCAL DE CRIME COM CADÁVER............................... 45
2.5.1 Perícias Realizadas em Local de Crime com Cadáver......................... 46
4 METODOLOGIA E RESULTADOS................................................................ 64
4.1 METODOLOGIA CIENTÍFICA..................................................................... 64
4.1.1 Método de Abordagem............................................................................ 64
4.1.2 Método de Procedimento........................................................................ 65
4.1.3 Técnicas de Pesquisa............................................................................. 65
4.1.4 População................................................................................................. 66
4.1.5 Amostra.................................................................................................... 66
4.1.6 Método de Análise................................................................................... 67
4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS................................. 67
4.2.1 Dados quantitativos: questionário aos Policiais Militares.................. 67
25
CONCLUSÃO E SUGESTÃO............................................................................ 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 86
OBRAS CONSULTADAS.................................................................................. 89
APÊNDICES....................................................................................................... 90
ANEXO............................................................................................................... 110
INTRODUÇÃO
Nesta trilha, o nosso ordenamento jurídico determina que o local onde tenha
ocorrido um delito seja preservado, visando manter intacto o estado em que se
encontravam os objetos daquele local para realização da perícia, coleta de provas e,
naturalmente, o sucesso da investigação criminal e a efetivação da ação penal.
O primeiro “agente do Estado” que chegar a um local de crime tem papel de
suma importância no isolamento e preservação desse local, pois caso não se dê o
devido valor nesse procedimento, poderá ser prejudicado para sempre o
levantamento do local, comprometendo a possível elucidação dos fatos e
identificação do autor do delito.
É sabido por todos que os policiais militares, via de regra, são os primeiros
“agentes do Estado” a chegarem a um local de crime, devido sua distribuição,
acessibilidade pela população, forma de atuação e missão constitucional.
Os locais de crime de maior complexidade com certeza tratam-se dos crimes
que resultem em morte (homicídio, suicídio, morte acidental, morte misteriosa, etc.),
necessitando de todo um ritual de procedimentos policiais, os quais envolvem várias
instituições como Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Peritos Criminais,
Instituto Médico Legal, etc.
Apesar de existirem normas positivas determinando e padronizando as
ações dos policiais em local de crime, é de conhecimento geral que tais medidas
não são realizadas, ou não se tomam as devidas cautelas que esses casos
requerem.
A Polícia Militar é constantemente criticada, tanto pela imprensa, quanto por
outros órgãos do sistema de Segurança Pública, por essas falhas em local de crime.
Inúmeros casos de falhas no procedimento de isolamento e preservação de
local de crime são noticiados, com alguma freqüência, na imprensa, alguns de
grande repercussão, como é o caso recente da morte da garota Isabela em São
Paulo, onde as investigações ficaram prejudicadas pelas falhas no isolamento e
preservação da cena dos fatos.
Diante disso, e voltando-se para a realidade mato-grossense, precisamos
pesquisar o porquê de não estar se dando o devido valor a este procedimento, e o
porquê do acontecimento dessas falhas, com o objetivo de melhorar a parte
incumbida à Polícia Militar, e, com a somatória das atuações dos outros órgãos,
buscar a tão almejada Ordem Pública.
27
1 CRIMINALÍSTICA
1.1 CONCEITOS
30
1
Informação oral fornecida pelo Perito Zuilton Brás Marcelino, quando ministrava aula no Curso de
Local de Crime, realizado na Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso no ano de 2006.
2
GARCIA, Ismar Estuleno. Procedimento Policial: Inquérito. 9. ed. Goiânia: AB Editora, 2002. p.
317.
3
Vestígio é todo material encontrado pelo perito em local de crime, que pode ter relação com o
delito, mas ainda não comprovado. Outros conceitos na seção 2.4.
4
COORDENADORIA Geral de Criminalística. Disponível em:
<http://www.seguranca.mt.gov.br/politec/coord_crimin.htm> Acesso em: 17 de maio de 2008.
31
1.2.1 No Mundo
5
MOREIRA, Danilo Sagóvia. Preservação de Local de Crime: fatores que interferem na atuação
(...). Várzea Grande: APMCV, 2004. Monografia, Academia de Polícia Militar Costa Verde, 2004.
32
1.2.2 No Brasil
13
BRASIL. Constituição Federal. Brasília: Senado Federal, 1988.
14
ESPÍNDULA, op. cit., p. 9.
35
15
NOGUEIRA, Breno Chaves. Atuação do Policial Militar do Estado de Mato Grosso em
Ocorrências de Homicídio (...). Várzea Grande: APMCV, 2006. Monografia, Academia de Polícia
Militar Costa Verde, 2006.
16
Idem, ibidem, p. 19.
17
MATO GROSSO. Lei Complementar nº 210, de 12 de maio de 2005. Dispõe sobre a estrutura da
POLITEC. Disponível em: <http://www.seguranca.mt.gov.br/politec/legislacao/lei_210.htm> Acesso
em: 21 de maio de 2008.
36
19
NOVO Dicionário Aurélio. Disponível em: <http://aurelio.ig.com.br/dicaureliopos/home> Acesso em:
21 de maio de 2008.
20
GARCIA, op. cit. p. 161.
21
CAMPOS, Joamir Rogério. A intervenção Policial Militar na Preservação dos Locais de Crime:
Uma Proposta de Padronização. Florianópolis: UNIVALI, 2007. Monografia, Universidade do Vale do
Itajaí, 2007.
38
22
São provas previstas no CPP: perícias em geral, interrogatório do acusado, confissão, inquirição do
ofendido, inquirição de testemunhas, reconhecimento de pessoas e coisas, acareação, documentos
e objetos apreendidos.
39
vestígios é uma faculdade das autoridades, que devem decidir de acordo com a
conveniência e oportunidade.
A perícia criminal se desenvolve em três fases distintas: a requisição da
Autoridade Policial, provocando a atuação dos órgãos periciais, a análise no local,
que incluem a observação e coleta de provas (vestígios), e a confecção do laudo,
transcrevendo-se tudo que foi levantado e concluído, sendo que esse laudo servirá,
inicialmente, para a fundamentação da Autoridade Policial, e, posteriormente, para a
formação da convicção da Autoridade Judicial.
O laudo pericial é uma peça técnica-formal que apresenta o resultado de
uma perícia, e nele deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames feitos pelos
peritos, é, portanto, o resultado final do detalhado trabalho técnico-científico feito
pelo perito criminal, cujo objetivo é subsidiar a polícia e a justiça sobre assuntos que
ensejam dúvidas, havendo necessidade de conhecimento específico para saná-lo.
O CPP, em seu art. 160, preceitua:
23
TOCCHETTO, Domingos. Balística forense: aspectos técnicos e jurídicos. Campinas: Millenium,
2005.
24
MENDES, op. cit.
40
externas do corpo não deixem dúvida sobre o óbito e sua causa, quando então não
será necessário realizá-la.
Depois de realizado o exame, o prazo estipulado para conclusão do laudo
pericial é de no máximo 10 dias, podendo esse prazo ser prorrogado, desde que
solicitado pelos peritos (art. 160 do CPP). Esse prazo foi alterado pela lei nº 8.862
em 1994, sendo que antes disso o prazo era de apenas cinco dias, o que era
considerado insuficiente para conclusão dos laudos.
Entre as provas não há hierarquia, cabendo à Autoridade (Policial ou
Judicial) fazer livre análise e atribuição de valor à prova pericial, porém, na prática,
acaba tendo prevalência sobre as demais, devido à imparcialidade e objetividade da
prova técnico-científica, enquanto que as provas subjetivas dependem do
testemunho ou interpretação de pessoas, podendo inclusive ocorrer o emprego de
má fé, onde exista a intenção de distorcer os fatos.
Com isso, verificamos a importância da prova pericial na investigação e no
processo criminal, tornando-se fonte imperiosa para a polícia e a justiça, servindo
como norteador das ações e, muitas vezes, tornando-se a peça principal para
condenar ou inocentar um réu, sendo conhecida nos jargões jurídicos como a
“rainha das provas”.
E o primeiro, e mais importante, procedimento pericial para esclarecer um
delito é o levantamento do local onde ocorreram os fatos.
As perícias realizadas em local de crime com cadáver serão abordadas no
segundo capítulo.
29
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIMINALÍSTICA. Dados Sobre o Efetivo de Peritos no Brasil.
Disponível em: <http://www.abcperitosoficiais.org.br> Acesso em: 28 de maio de 2008.
44
2. LOCAL DE CRIME
“Local de crime” pode ser definido como sendo uma área física onde tenha
ocorrido um fato, em tese delituoso, e que, portanto, exigem providências de polícia
(KENDY apud GARCIA, 2002)30.
A Portaria nº 15/2005/Gan/SEJUSP, define que local de crime “é todo sítio
onde tenha ocorrido um evento que necessite de providências de polícia”31.
Existem locais que ocorreram fatos em que se tem a dúvida inicial se aquele
fato trata-se de uma infração penal, mas pelas configurações iniciais, ainda não
esclarecidos, existe a possibilidade de ser um delito, nessa situação esses locais
são considerados locais de crime, e merecedores dos cuidados de isolamento e
preservação, para que seja feita as devidas apurações e, somente então, concluir se
tratava de crime ou não.
Portanto, toda área onde tenha ocorrido um fato cujo esclarecimento
interessa à Justiça Penal considera-se local de crime.
Eraldo Rabelo, um dos maiores especialistas peritos do Brasil, assevera, em
forma de parábola, a fragilidade de um local de crime:
30
GARCIA, op.cit., p. 322.
31
MATO GROSSO. Portaria nº 15/2005/Gan/SEJUSP de 23/02/05. Institui o Regulamento de
Padronização de Procedimentos em Local de Crime.
45
Posto isso, definimos local de crime como toda área física onde tenha
ocorrido um fato criminoso, com certeza ou ainda duvidoso, e que possa existir
indícios, que serão submetidos a um levantamento por parte de Peritos Criminais.
Para prosseguirmos, precisamos diferenciar o conceito de isolamento, que é
a limitação física de uma área usando meios como fita, cone, corda, etc., e o
conceito de preservação, que é a ação para que não se altere o estado dos
vestígios, como a postura vigilante do policial para impedir a entrada de pessoas, o
ato de cobrir com lona os vestígios caso chova, etc.
Os doutrinadores da criminalística fizeram uma classificação dos locais de
crime para facilitar a interpretação dos dados obtidos pela perícia, os quais podem
ser classificados por quatro referências:
32
Apud NOGUEIRA, op. cit., p. 22.
46
33
MAIS de 50% das cenas de crimes são violadas. Jornal O Povo, Fortaleza, 18 Out 2007.
34
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Plano Nacional de
Segurança Pública. s.d. Disponível em: <http://www.seguranca.mt.gov.br/docs/PNSP.pdf> Acesso
em: 23 de maio de 2008.
47
perícia, desde que estejam em leito de via pública prejudicando o tráfego, e para
isso os policiais que autorizarem a remoção deverão, fazer um pequeno
levantamento da situação e lançar tudo em boletim de ocorrência, mas se não
estiver prejudicando o tráfego, o local deverá ser isolado e preservado.
No capítulo anterior citamos os inúmeros tipos de perícias dentro do
universo da criminalística, sendo que um deles tratava-se do exame (ou
levantamento) de local de crime, que, assim como as demais perícias, serve de
fundamentação tanto para a investigação (fase policial), quanto para o processo
criminal (fase judicial).
36
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. v. 1.
50
37
CAMPOS, op. cit., p. 48.
51
38
ESPINDULA, op. cit., p. 71.
52
39
São autoridades policiais militares, para fins de aplicação da legislação processual penal militar, os
oficiais responsáveis por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de
serviço ou de quarto, tanto das Forças Armadas, quanto das Forças Auxiliares (art 10, § 2º, CPPM).
53
a) Se houver vítima deverá verificar se ainda está com vida, caso positivo
providenciar socorro, caso negativo isolar e preservar a área imediata e,
se possível a mediata;
40
BARACAT, Claudine de Campos. Perita Oficial Criminal da POLITEC em Mato Grosso.
41
MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Perícia Oficial e
Identificação Técnica. Plano Estadual de Perícia Oficial e Identificação Técnica. Cuiabá: 2005.
55
42
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Padrão nº 2.05.06. Preservação de Local de
Crime. São Paulo, 2002.
43
SÊMPIO, Helder Taborelli. A Polícia Militar na Preservação de Local de Crime. Cuiabá: UFMT,
2003. Monografia, FAECC, Universidade Federal de Mato Grosso, 2003.
44
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Local de Crime:
isolamento e preservação. Apostila de curso. Brasília, 2006.
45
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento de Polícia Federal. Instrução Normativa nº 014-
DG/DPF, de 30 de junho de 2005. Estabelece normas e diretrizes para os Peritos Criminais
Federais.
56
46
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 10. ed. São Paulo: Saraiva,
2008. p. 88.
47
CAMPOS, op. cit.
57
48
MARTIS, Helena Fernandes. Perita Criminal do Instituto de Criminalística do Estado de Goiás.
49
GARCIA, op. cit., p. 322.
58
50
Conceitos extraídos de apontamentos da aula de criminalística no Curso de Formação de Oficiais
em 1997.
51
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO. Manual de Codificação de Ocorrências:
Instruções Gerais para Preenchimento do Boletim de Ocorrência. Cuiabá: 1996.
59
52
Vestígios do próprio corpo, como vômito, saliva, fezes, vísceras, sangue, etc.
53
ESPINDULA, Alberi. Conclusão Pericial: Técnicas Criminalísticas para Conclusão de Laudo
Pericial. Disponível em: <http://www.espindula.com.br/default4.htm> Acesso em: 23 de maio de
2008.
61
trata de um local de encontro de cadáver, quando, por vezes, não determina apenas
que sua equipe de agentes policiais desloque até o local, como acontece em muitos
municípios do interior do Estado.
Mas cabe a Polícia Judiciária Civil a apuração dos crimes, portanto se não
forem até o local, o primeiro policial deve fazer a ocorrência chegar até eles.
Ao chegar no local, a Autoridade Policial deve procurar o primeiro policial
para receber as informações sobre os fatos.
No local de encontro de cadáver, a Autoridade Policial pode, se julgar
necessário, entrar no local para confirmar se a vítima está em óbito, devendo fazer
pelo mesmo trajeto do primeiro policial.
Também pode checar o isolamento, podendo, se achar necessário, reforçar
ou ampliar a área isolada, pois a partir daquele momento a Autoridade Policial passa
a assumir as responsabilidades naquele local.
A equipe policial civil normalmente já inicia as investigações no próprio local,
entrevistando pessoas a cerca dos fatos, arrolando testemunhas, apreendendo
objetos e destacando algum policial descaracterizado para se infiltrar no meio das
pessoas para coletar informações, e outras providências que a autoridade policial
julgar necessárias.
54
GARCIA, op. cit., p. 168.
64
c) Restabelecimento da Ordem
55
BRASIL. Ministério do Exército. Inspetoria-Geral das Polícias Militares. Manual Básico de
Policiamento Ostensivo. [S.l.], [S.ed], [S.d.].
66
56
Sigla do Serviço de Assistência Móvel de Urgência, equivalente ao serviço de resgate, porém com
médico e enfermeiro na equipe.
57
Sinais vitais são: pulso, respiração, temperatura e pressão arterial.
Disponível no site: <http://www.soenfermagem.xpg.com.br/sinais.html> Acesso em: 31 mai 2008.
58
CAMPOS, op. cit., p. 84.
67
geral, deve-se cobrir o corpo com lona plástica, tomando o cuidado para não
modificar a posição do corpo e de outros vestígios.
f) Diligências Iniciais
l) Reunião de encerramento
n) Tratamento da Imprensa
60
Retirado da Apostila da disciplina de Gestão para Qualidade no Serviço, do CEGeSP, 2008.
61
BERGAMINI, Cecília Whitaker; BERALDO, Deobel Garcia Ramos. Avaliação do Desempenho
Humano na Empresa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1988.
62
LUCENA, Maria Diva da Salete. Avaliação de Desempenho. São Paulo: Atlas, 1992.
72
63
GIL, Antônio de Loureiro. Gestão da Qualidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1997.
64
CAMPOS, Vicente Falconi. Controle da Qualidade Total. 7. ed. Belo Horizonte: QFCO, 1992.
65
OLIVEIRA, Marcelo Silva. Qualidade na Educação Universitária. São Paulo: USP, 2000. Tese
(Doutorado), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2000. p. 25.
66
PALADINI, Edson Pacheco. Qualidade Total na Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
67
Idem, ibidem.
73
68
PALADINI, op. cit.
69
Idem, ibidem.
70
ADMS, André Luiz. Nível de Satisfação dos Funcionários de Postos de Combustíveis do
Centro de Florianópolis (...). Florianópolis: UNIVALI, 2007. Monografia, Universidade do Vale do
Itajaí, 2007.
74
Uma empresa precisa atender seu cliente com qualidade para que possa
sobreviver à competitividade, porém nos serviços públicos não existe
competitividade, pois não visa lucro, e possui exclusividade na atuação de seus
serviços (ou pelo menos deveria possuir).
Portanto, diferente de uma empresa privada, um órgão público precisa
atender seu cliente com qualidade para garantir uma melhor qualidade de vida para
o cidadão, razão de existir qualquer órgão púbico.
Um conceito de qualidade, que pode ser muito bem aplicado ao serviço de
isolamento e preservação de um local de crime, é o usado por Barros:
73
ÁVILA, Paulo de Faria. Indicadores de Desempenho nas Ações de Polícia Preventiva. Cuiabá:
Individual, 2003.
74
ÁVILA, op. cit.
76
4. METODOLOGIA E RESULTADOS
75
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 4. ed. 3. reimpr.
São Paulo: Atlas, 2006.
77
76
MÉTODO Hipotético-Dedutivo. Disponível em:
<http://www.pucrs.campus2.br/~jiani/metodologia/metodos2.doc> Acesso em: 17 Jun 2008.
78
4.1.4 População
4.1.5 Amostra
77
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2006.
78
MARCONI; LAKATOS, op. cit. p. 108.
79
Fonte: Seções Sistêmicas das Unidades que compõem o Comando Regional I (Cuiabá).
79
A pesquisa de campo foi de grande valia, uma vez que analisamos não só a
opinião dos peritos criminais, que são os clientes diretos do serviço de isolamento e
preservação de local de crime com cadáver, mas também a opinião dos próprios
policiais militares, de forma que puderam fazer uma auto-análise e apontar suas
próprias falhas.
Tabela 1
Respostas da pergunta 01 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
CAS................................ 00 00%
CFS................................ 03 02%
CFC................................ 18 13%
CFSD............................. 116 85%
Total 137 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
Tabela 2
Respostas da pergunta 02 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
Excelente....................... 00 00%
Bom................................ 72 57%
Ruim............................... 20 16%
Péssimo......................... 13 10%
Não teve instrução......... 21 17%
Total 126 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
que por isso esses PMs, com certeza, não tiveram proveito suficiente. O que não
conhecíamos, e achamos um dado interessante, é que 17% afirmaram que não
tiveram instruções sobre local de crime, o que pode nos levar a dois raciocínios, ou
realmente não tiveram, ou tiveram, mas foi tão desqualificada e não se lembram, e
isso acaba refletindo diretamente na atividade fim da Instituição.
4.2.1.3 Pergunta 03: Você conhece o Regulamento de Padronização de
Procedimentos em Local de Crime, instituído pela SEJUSP em 2005?
Tabela 3
Respostas da pergunta 03 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
Sim................................. 02 02%
Não................................ 124 98%
Total 126 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
4.2.1.4 Pergunta 04: Você já atendeu alguma ocorrência com cadáver (homicídio,
suicídio, morte acidental, morte natural, etc.)?
Tabela 4
Respostas da pergunta 04 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
Sim................................. 117 93%
Não................................ 09 07%
Total 126 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
Tivemos como resultado que 93% dos PMs questionados já atenderam tal
tipo de ocorrência, o que já esperávamos esse percentual elevado, pois o 3º CPA é
a Unidade da PMMT que mais atende ocorrências com cadáver, apenas 7%
disseram ainda não terem feito este tipo de atendimento.
Esta questão serve ainda de subsídio para a próxima pergunta, onde
verificaremos sobre os materiais e equipamentos utilizados.
4.2.1.5 Pergunta 05: Caso tenha atendido (ocorrências com cadáver), nesse
atendimento quais foram os instrumentos e equipamentos utilizados para o
isolamento e preservação do local de crime?
Tabela 5
Respostas da pergunta 05 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
Cone............................................ 25 21%
Fita zebrada................................ 27 23%
Corda.......................................... 06 05%
Cavalete...................................... 01 01%
Somente a presença do policial.. 22 19%
Viatura......................................... 26 22%
Meios improvisados.................... 10 09%
Total 117 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
apenas da apenas da presença para isolar o local, e outra parte (22%) usou apenas
a viatura de serviço para isolar, e ainda temos aqueles (9%) que utilizaram material
improvisado do próprio local, sendo que no questionário deixamos um espaço para
informar que tipo de material improvisado foi utilizado, e tivemos como resposta os
mais diversos como: galhos de árvore, pneus, barbante, lençol, pedra, pedaço de
madeira, tijolo, cipó, etc., valendo-se da criatividade do policial.
4.2.1.6 Pergunta 06: Pela sua experiência profissional, como você avalia, de uma
forma geral, a qualidade do procedimento dos policiais militares de
isolamento e preservação de local de crime com cadáver?
Tabela 6
Respostas da pergunta 06 às praças da PMMT
Resposta Freqüência Percentual
Excelente....................... 02 02%
Bom................................ 74 59%
Ruim............................... 41 32%
Péssimo......................... 09 07%
Total 126 100%
Fonte: praças do 3º CPA.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
como resposta que 02% acham excelente, 59% acham bom, 32% acham ruim e
07% acham péssimo.
Em uma auto-avaliação a tendência é não fazer uma auto-crítica,
escondendo nossos próprios defeitos, mas isso não aconteceu aqui, pois, apesar de
a maioria achar que está bom, uma parte considerável entende que o procedimento
é ruim ou péssimo, mostrando que os próprios policiais estão tendo esta visão.
Ainda nesta pergunta, deixamos um espaço aberto para que o policial
fizesse algum comentário sobre a qualidade do procedimento em local de crime,
resultando algumas respostas interessantes:
Tabela 7
Respostas da pergunta 01 aos Peritos Criminais
Resposta Freqüência Percentual
Excelente....................... 00 00%
Bom................................ 02 14%
Ruim............................... 08 57%
Péssimo......................... 04 29%
Total 14 100%
Fonte: pesquisa junto aos Peritos Criminais.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
A maioria dos Peritos Criminais (57%) acham “ruim” o desempenho dos PMs
em local de crime com cadáver, apenas 14% acham “bom”, sendo que nenhum dos
Peritos questionados optou pela resposta “excelente”
A somatória dos que acham “ruim” e “péssimo” resulta em 86% das
respostas, com isso, verificamos que o conceito da qualidade neste tipo de serviço
junto aos Peritos Criminais não é dos melhores.
4.2.2.2 Pergunta 02: Como o (a) senhor (a) avalia o nível de integração entre os
PMs e os Peritos Criminais quando da atuação em local de crime com
cadáver?
Tabela 8
Respostas da pergunta 02 aos Peritos Criminais
Resposta Freqüência Percentual
Excelente....................... 02 14%
Bom................................ 08 57%
Ruim............................... 04 29%
Péssimo......................... 00 00%
Total 14 100%
Fonte: pesquisa junto aos Peritos Criminais.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
4.2.2.3 Pergunta 03: Na sua visão, qual o percentual de vezes que o perito encontra
os locais de crime com cadáver inidôneo por falha dos Policiais Militares?
Tabela 9
Respostas da pergunta 03 aos Peritos Criminais
Resposta Freqüência Percentual
De 0 a 10%........(baixíssimo)............ 00 00%
De 11% a 30%...(baixo).................... 02 14%
De 31 % a 50%..(médio)................... 02 14%
De 51% a 80%...(alto)....................... 06 43%
De 81% a 100%.(altíssimo)............... 04 29%
Total 14 100%
Fonte: pesquisa junto aos Peritos Criminais.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
Tabela 10
Respostas da pergunta 04 aos Peritos Criminais
Resposta Freqüência Percentual
Deixar a imprensa entrar no local..... 00 00%
Deixar parentes da vítima no local.... 01 07%
O PM mexer no cadáver................... 05 36%
O PM recolher a arma do crime........ 01 07%
O PM ficar andando pelo local.......... 02 14%
O PM mexer nos vestígios................ 03 22%
O PM deixa material no local............ 01 07%
Outros............................................... 01 07%
Total 14 100%
Fonte: pesquisa junto aos Peritos Criminais.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
Tabela 11
Respostas da pergunta 05 aos Peritos Criminais
Resposta Freqüência Percentual
Sim................................. 01 07%
Não................................ 10 72%
Em parte........................ 03 21%
Total 14 100%
Fonte: pesquisa junto aos Peritos Criminais.
Nota: os dados percentuais foram arredondados para melhor visualização.
Esta questão é mista, pois possui tanto a parte fechada, quanto aberta.
O gráfico acima mostra a grande fatia de Peritos Criminais que não estão
satisfeitos com a qualidade dos procedimentos dos PMs em local de crime com
cadáver, no percentual de 72%, sendo explicado, na parte subjetiva da questão, que
92
Aos doze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 11:30 horas,
nas dependências da Corregedoria Geral da Polícia Militar, prédio da SEJUSP, foi
realizada a entrevista com o Sr. Cel PM Raimundo Francisco de Souza, Corregedor
Geral da PMMT, referente ao tema “qualidade do procedimento policial militar de
isolamento e preservação de local de crime com cadáver”, com três perguntas pré-
formuladas, cujas respostas foram gravadas e transcritas.
Na pergunta referente à classificação da qualidade do procedimento de
isolamento e preservação em local de crime com cadáver, o Corregedor Geral da
PMMT classificou-o como ruim, proferindo a seguinte fala:
Aos doze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 15:30 horas,
nas dependências da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa,
foi realizada a entrevista com a Dra. Silvia Maria Pauluzi, Delegada de Polícia lotada
na DHPP, e pessoa designada pelo delegado titular para realizar a entrevistas
representando àquela delegacia.
A entrevista tratou do tema “qualidade do procedimento policial militar de
isolamento e preservação de local de crime com cadáver”, com quatro perguntas
pré-formuladas, cujas respostas foram gravadas e transcritas.
Na pergunta referente à qualidade do procedimento do policial militar, a
entrevistada classificou como precária, mas ela estendeu essa classificação também
para a Polícia Judiciária Civil, dizendo que também deixam a desejar.
81
Entrevista com o Cel PM Raimundo Francisco de Souza, Corregedor Geral da PMMT, no dia
12.06.2008, na sede da Corregedoria Integrada.
94
Aos dezessete dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 11:30
horas, na Superintendência da POLITEC, no prédio da SEJUSP, foi realizada a
entrevista com a Sr. Antônio Carlos de Oliveira, Superintendente da POLITEC,
referente ao tema “qualidade do procedimento policial militar de isolamento e
preservação de local de crime com cadáver”, com três perguntas pré-formuladas,
cujas respostas foram gravadas e transcritas.
Na visão do Superintendente, a qualidade vem melhorando graças aos
cursos ministrados sobre o assunto, mas que ainda deixa a desejar, pois ainda
ocorrem muitas falhas, como, por exemplo, os policiais ficarem dentro da área de
isolamento, e não fora, como deveria ser, e o manuseio de vestígios por parte dos
PMs, antes da chegada dos peritos criminais.
82
Entrevista com Silvia Maria Pauluzi, Delegada de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, no dia
12.06.2008, na DHPP.
95
CONCLUSÃO E SUGESTÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESPINDULA, Alberi. Perícia Criminal e Cível: uma visão geral para peritos e
usuários da perícia. Campinas: Millennium, 2006
MAIS de 50% das cenas de crimes são violadas. Jornal O Povo, Fortaleza, 18 Out
2007.
PALADINI, Edson Pacheco. Qualidade Total na Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas,
1997.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 10. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 88.
101
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 1997. v. 1. p. 232.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 24. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002. v. 1.
OBRAS CONSULTADAS 83
LOUREIRO NETO, José da Silva. Processo Penal Militar. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
83
Trata-se das obras que foram consultadas, porém não foram citadas na parte textual.
102
APÊNDICES
1 FINALIDADE
2 JUSTIFICATIVA
uma situação igual a outra, portanto não se pode padronizar de forma rígida as
ações.
Portanto, este Diretriz é resultado de pesquisa junto aos doutrinadores na
área de criminalística e de policiamento ostensivo.
3 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
a) Constituição Federal;
b) Código Penal;
c) Código de Processo Penal;
d) Código Penal Militar;
e) Código de Processo Penal Militar;
f) Código de Trânsito Brasileiro;
g) Portaria nº 15/2005/GAB/SEJUSP.
4 EXECUÇÃO
Em caso de chuva pode o policial cobrir os vestígios com lona plástica para
preservá-los o mais próximo da situação que foi deixado pelos perpetradores.
Criminais, com isso, os policiais que estão fazendo o isolamento do local devem, de
forma educada, esclarecer sobre o isolamento e sua importância e a necessidade de
preservar rigorosamente os vestígios, bem como solicitar a divulgação sobre essa
necessidade de preservação para conhecimento da população em geral.
Quando de entrevistas sobre o delito em questão, deve comentar de forma
superficial sobre os fatos, evitando emitir opiniões pessoais, e não repassar detalhes
sobre o fato, pois são sigilosos e sua divulgação pode prejudicar a investigação
criminal.
5 Kit local de crime
( ) péssimo
2. Como o (a) senhor (a) avalia o nível de integração entre os PMs e os Peritos
Criminais quando da atuação em local de crime com cadáver?
( ) Excelente
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
3. Na sua visão, qual o percentual de vezes que o perito encontra os locais de
crime com cadáver inidôneo por falha dos Policiais Militares? (marcar apenas um).
( ) 10% ( ) 60%
( ) 20% ( ) 70%
( ) 30% ( ) 80%
( ) 40% ( ) 90 %
( ) 50 % ( ) 100%
Porque?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________________
( ) Sim
( ) Não
6. Pela sua experiência profissional, como você avalia, de uma forma geral, a
qualidade do procedimento dos policiais militares de isolamento e preservação de
local de crime com cadáver?
115
( ) Excelente
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
Aos doze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 11:30 horas,
nas dependências da Corregedoria Geral da Polícia Militar, prédio da SEJUSP, foi
realizada a entrevista com o Sr. Cel PM Raimundo Francisco de Souza, Corregedor
Geral da PMMT, referente ao tema “qualidade do procedimento policial militar de
isolamento e preservação de local de crime com cadáver”, com três perguntas pré-
formuladas, cujas respostas foram gravadas e transcritas, como se vê à baixo:
identidade da vítima, mexendo em seu bolso para pegar a identidade, sendo que
isso não é preciso naquele momento, pois o que não deveria ter ocorrido já ocorreu,
que é a morte da vítima, o que resta ao policial militar é preservar o local o máximo
possível, a partir daí é papel da perícia criminal, que vai identificar, verificar
documentos, características pessoais, infelizmente ocorre isso, não se deixa a
imprensa entrar, não deixa outras pessoas entrar, mas o próprio policial altera o
local e os vestígios, pois uma marca de seu coturno pode prejudicar, uma pequena
marca, um papel de balinha pode elucidar o crime, uma embalagem de cigarro, pois
umas pessoas fumam determinado tipo de cigarro, outros não gostam de fumar, cito
o exemplo de uma senhora que roubou uma criança em Goiás, onde a identificação
da senhora foi feita através de uma “bituca” de cigarro jogada no lixo; um fio de
cabelo, um pelo pubiano pode definir o autor de um estupro seguido de morte, e que
se o policial não tomar os devidos cuidados, pode pisar em cima e levar o vestígio
grudado em seu coturno; então no meu entender o procedimento é ruim, e não por
falta de conhecimento dos policiais, mas por falta de responsabilidade, de cumprir as
regras de atendimento de local de crime, porque todos policiais conhecem e sabem,
e também não é por falta de material, pois pode-se usar “meios de fortuna”; as
outras provas que são colocadas no inquérito, como a testemunha, é conhecida
como a “prostituta das provas”, e a prova pericial é a prova cabal, e em nosso país
não se dá tanto valor a prova material, mas em outros países menos desenvolvidos
que o nosso, o próprio policial coleta os vestígios, já iniciando os serviços periciais, a
Colômbia, por exemplo, que a justiça não aceita inquérito somente com provas
testemunhais, é preciso a prova material, e a própria polícia já faz esse serviço de
coleta, aqui no Brasil nós temos um outro órgão que faz isso, que é o Instituto de
Criminalística, mas nós temos que fazer a nossa parte, que é,no mínimo, preservar.
pessoas no local, para passar ao perito, entendo que é por falta de responsabilidade
em cumprir as regras referente ao local de crime.
PERGUNTA 03: Na visão do senhor, o que é preciso ser feito para melhorar
a qualidade do procedimento do policial militar de isolamento e preservação de local
de crime?
RESPOSTA: Além de conscientizarmos nossos policiais que isso é
importante, e essa consciência não passa pelo crivo de apenas dizer a ele que é
importante, mas também o órgão pericial dar retorno à polícia mostrando que aquela
preservação que ele fez deu resultado, transformando-se em prova material e
identificando a autoria, e com isso o policial vê e entende que isso é realmente
necessário, então os Oficiais tem que orientar diariamente batendo nessa tecla que
é necessário preservar os locais de crime, e finalmente começar a responsabilizar, o
próprio Ministério Público, ao receber o inquérito, e verificando que consta no laudo
pericial que o local não foi preservado, ele pode fazer o efeito regressivo em
desfavor daqueles primeiros agentes do Estado que chegou primeiro no local,
devendo ser responsabilizados pela justiça, pois prejudicaram uma investigação.
118
Aos doze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 15:30 horas,
nas dependências da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa,
foi realizada a entrevista com a Dra. Silvia Maria Pauluzi, Delegada de Polícia lotada
na DHPP, neste ato representando o Delegado Titular Dr. Márcio Pieroni, referente
ao tema “qualidade do procedimento policial militar de isolamento e preservação de
local de crime com cadáver”, com quatro perguntas pré-formuladas, cujas respostas
foram gravadas e transcritas, como se vê à baixo:
disseram que fizeram palestras para os PMs; quando a gente chega no local a gente
depara com os PMs fazendo o isolamento sem a fita zebrada, então a primeira coisa
que eu faço no local é colocar a fita zebrada, porque normalmente a PM não tem
essa fita zebrada; muitos não tem conhecimento, claro que não é obrigado a ter
conhecimento jurídico de saber até onde se estende um local de crime, porque as
vezes aconteceu uma briga dentro de um bar, e a vítima é atirada na rua, então o
local de crime não é somente não rua onde estava o cadáver, e tem alguns
profissionais que não tem esse conhecimento e isolam somente o corpo, e não
sabem que local de crime é todo local onde ficaram vestígios; muitos policiais
também mexem no corpo naquela ânsia de fazer seu boletim de ocorrência, mexem
na vítima para pegar sua carteira para pegar documentos, então não existe uma
política de ensinamento para que esses policiais cheguem no local e se atenham a
isolar o local e deixar que quando os peritos não chegarem, eles mexam e
identifiquem a vítima, isso vai influenciar na dinâmica do laudo, nos locais que
existem impressões digitais a serem colhidas, principalmente em veículo, a situação
é pior, porque todos os policiais mexem e acabam deixando suas impressões
digitais.
PERGUNTA 03: Na sua visão, quais são as principais falhas dos policiais
militares quando do isolamento e preservação nos locais de crime com cadáver?
RESPOSTA: é a contaminação de provas, pois a partir do momento que o
policial chega no local e começa a manusear os vestígios, está contaminando as
provas, por exemplo, quando se tem um suspeito, e tem as impressões digitais
120
Aos dezessete dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às 11:30
horas, na Superintendência da POLITEC, no prédio da SEJUSP, foi realizada a
entrevista com a Sr. Antônio Carlos de Oliveira, Superintendente da POLITEC,
referente ao tema “qualidade do procedimento policial militar de isolamento e
preservação de local de crime com cadáver”, com três perguntas pré-formuladas,
cujas respostas foram gravadas e transcritas, como se vê à baixo:
Fonte: POLITEC/MT