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RESUMO
PALAVRAS CHAVE: resíduos sólidos, caracterização, condomínio, destino dos resíduos sólidos, coleta seletiva
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INTRODUÇÃO
Nas cidades, nas periferias urbanas e até em lugares do interior do país, percebe-se que cada vez mais
aumenta o acúmulo do lixo. Esse lixo é uma ameaça ao equilíbrio do meio ambiente e à saúde das pessoas.
Nas grandes cidades, as atividades produtivas, a construção civil, a própria sobrevivência doméstica, geram
vários tipos de lixo: detritos industriais, sobra de materiais, subprodutos dos trabalhos e da cocção alimentar.
Nas áreas mais atingidas pela construção civil, dá para notar claramente a degradação do ambiente, a perda do
húmus da terra, a superposição de camadas de material, que impedem o crescimento da flora, esterilizam os
jardins e pomares.
Os detritos orgânicos, expostos muitas vezes em lixões e a céu aberto, no seu processo natural de
decomposição, aceleram o crescimento de microorganismos, muitos deles necessários à vida vegetal, mas não
poucos nocivos à vida animal em geral e de modo especial à vida humana.
A industrialização, agressiva por sua própria natureza, é acrescida do descaso, pois na maioria das vezes se
busca apenas o lucro fácil, sem se levarem em conta os riscos para a vida e a saúde; cria subprodutos de difícil
degradação, compostos de metais pesados e altamente nocivos aos organismos vivos.
Sabe-se que o lixo tem grande possibilidade de ser reaproveitado. Detritos orgânicos, com facilidade, podem
ser encaminhados para alimentação animal: com bem pouco dispêndio. Restos de frutas, de legumes e
verduras, aparas de carnes, não somente enriquecem e contribuem para o balanceamento da alimentação
animal, como podem ser fator de grande economia para criadores. Restos de vegetais, devidamente
trabalhados, são de grande beneficio para a agricultura, contribuindo de modo total ou na maior parte para a
adubagem da terra, substituindo, com vantagem, os adubos químicos que tanto violentam o solo e ameaçam a
saúde da população.
Os detritos orgânicos, acumulados em biodigestores, liberam metano, gás barato e muito utilizável como
energia para iluminação, acionamento de motores de explosão e de combustão, fogões, etc. e ao mesmo
tempo liberam alguns macro-nutrientes, nitrogênio, fósforo e enxofre que, com equilíbrio natural e sem os
perigos dos adubos da indústria química, com grande economia, são fertilizantes para a renovação da terra
arável.
Em países desenvolvidos, a população já está acostumada a separar o lixo em recipientes diversos: detritos
orgânicos, metais limpos, metais e substâncias venenosas, vidro branco, vidro colorido, plásticos. É hábito
comum dessas populações, quando vão às compras em lojas e supermercados, escolherem produtos com
embalagens recicláveis ou de empresas comprometidas com projetos de preservação ambiental, recusando
produtos que forem apresentados em embalagens nocivas ou de difícil decomposição.
Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivos: Observar o acondicionamento e o destino dos
resíduos sólidos produzidos no condomínio residencial; caracterizar a quantidade e o tipo de resíduos sólidos
produzidos pelas famílias do condomínio; incentivar os moradores para a implantação da coleta seletiva;
sensibilizar os moradores para as questões ambientais e propor estratégias para a diminuição, aproveitamento
e reciclagem dos resíduos sólidos do condomínio.
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METODOLOGIA
Seguindo a orientação de SANTOS FILHO & GAMBOA (1997), este trabalho refere-se a uma pesquisa
quantitativa e qualitativa, visto que “a pesquisa quantitativa busca explanar as causas das mudanças nos
fatos sociais principalmente por meio de medida objetiva e análise quantitativa”.
O presente trabalho foi realizado no Residencial Bonald Filho, na quadra 11, bloco 07, localizado no bairro de
Santa Rosa, em Campina Grande, Paraíba, Brasil, no período de maio a dezembro de 2001.
O residencial é composto de quatro quadras; das quatro, duas são compostas de oito blocos e as outras de seis
blocos, e cada bloco contém 16 apartamentos.
No bloco onde a pesquisa foi desenvolvida, moram dezesseis famílias, compondo um total de trinta e quatro
pessoas, entre adultos, jovens e crianças.
A escolha deste bloco foi feita, pela possibilidade de uma amostragem significativa e melhor
acompanhamento. Outro fator importante é que este é um dos blocos que, à simples observação, contém
maior acúmulo de lixo do residencial.
Para a caracterização dos resíduos sólidos foi adotada a metodologia proposta por SILVA & LEITE & FLOR
(2000). Inicialmente, foi realizada observação direta, objetivando identificar as formas de acondicionamento e
o destino dado aos resíduos sólidos. Em seguida, durante três semanas alternadas e um dia diferente por
semana, foram coletados todos os resíduos produzidos no bloco. A cada dia da coleta, o lixo foi pesado em
sua totalidade, depois separado de acordo a classificação, matéria orgânica, papel, plástico, metal, vidro e
outros; pesado mais uma vez, porém já selecionado.
A quantidade de lixo produzida pelas famílias foi coletada também durante três dias alternados numa quarta
semana. Foi utilizada uma amostra de 50% dos apartamentos, o que corresponde a oito famílias. Do material
coletado a maior parte foi de resíduos orgânicos.
O presente trabalho foi realizado em dois momentos. No primeiro momento, foi observado como as famílias
no dia a dia acondicionavam o lixo produzido no condomínio e onde depositavam.
Já no segundo momento, foram caracterizados os resíduos sólidos produzidos por cada família, sendo
posteriormente pesado e separado com a seguinte classificação: matéria orgânica, plástico, papel, metal, vidro
e outros.
Para se certificar do local de deposição dos resíduos produzidos pelas famílias do condomínio, foram feitas,
ainda, visitas ao lixão de Campina Grande – PB, com conversas informais, sobre os benefícios que traria para
eles, a implantação da coleta seletiva nos bairros da cidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Depois de coletados os dados, foi constatado que no bloco 07, são produzidos diariamente em média 12,85kg
de resíduos sólidos. Deste total 70% (9,03kg) corresponde à matéria orgânica, 9% (1,20kg) a plástico, 5%
(0,60kg) a papel, 2% (0,26kg) a metal, 1% (0,16kg) a vidro e 12% (1,55kg) de outros materiais. Resultando
uma produção mensal em torno de 385 kg de resíduos sólidos.
Mediante a análise dos dados, foi possível perceber que cada família do condomínio produz por dia uma
média 0,80kg contradizendo a literatura. Essa realidade é bem particular, visto que das dezesseis famílias que
moram no condomínio, apenas três permanecem o dia todo em casa, enquanto que as outras só chegam
durante o período da noite.
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A quantidade média de lixo produzida diariamente na quadra é de 102kg, dos quais 72kg(70%) são compostos
orgânicos, 9kg(9%) de plástico, 5kg(5%) de papel, 3kg(3%) de metal, 1kg(1%) de vidro e 12kg(12%) de
outros resíduos sólidos. Com essa quantidade de resíduo sólido que as famílias da quadra produzem, a quadra
contribui, mensalmente, com 3 toneladas para o lixão, das 8.400 toneladas que produz mensalmente a cidade
de Campina Grande – PB, sendo que dessas toneladas apenas 80 são de material reutilizável, as quais os
catadores retiram para comercialização.
Analisando os resultados, observou-se que a maior parte dos resíduos sólidos é de matéria orgânica. A
deposição é feita nos tambores dos blocos. Uma cena bastante comum no condomínio e que dificulta a coleta,
é a penetração de animais que rasgam as sacolas do lixo, espalhando-o por toda parte. Um outro agravante é
que nem todos os blocos do residencial têm sequer um recipiente para deposição do lixo produzido pelas
famílias. Três vezes por semana é feita a coleta pela prefeitura e, por último, os resíduos sólidos têm como
deposição final o lixão de Campina Grande. Do lixão, os catadores fazem a separação do que é possível, para
comercialização. Esses resíduos, normalmente vêm misturados com matéria orgânica, o que dificulta bastante
o reaproveitamento do mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há anos, é constatado que a humanidade vem explorando cada vez mais os recursos naturais do planeta para o
seu benefício próprio, sem se preocupar com as conseqüências. Diante desse percalço, a crise ambiental que o
planeta Terra vem passando é fruto desse sistema devastador.
Nesse contexto, o presente trabalho apresentou resultados que mostram que as famílias residentes no
condomínio ainda não têm uma consciência voltada para as questões ambientais, sendo que a maior parte dos
resíduos sólidos produzido por elas é de matéria orgânica, o que contradiz a realidade de pobreza em que
vivem, é dinheiro, vitaminas, jogadas fora. Em segundo lugar, aparece o plástico como o insumo a ser mais
utilizado pelas famílias, visto que todo tipo de compra é embalado em sacola plástica e a maioria das
embalagens dos produtos também é de plástico que, sendo separado dos outros resíduos, seria recolhido pelos
catadores, reutilizados e até mesmo reciclados, diminuindo assim, a quantidade de resíduo a ser deposto no
lixão. O papel também poderia ser reutilizado, de forma que traria lucro para os moradores. Dessa forma, a
quantidade de resíduo sólido iria diminuir, não causando tanto impacto ao Meio Ambiente.
Portanto, a implementação da coleta seletiva é alternativa para a diminuição da produção dos resíduos sólidos,
porém a comunidade deve passar por um processo de sensibilização, para ter como referência o trabalho
constante e contínuo de Educação Ambiental e esse deve iniciar nas escolas para depois atingir os demais
segmentos da sociedade.
Como a implantação da coleta seletiva e o trabalho contínuo de Educação Ambiental, a comunidade terá
possibilidade de repensar sobre o consumo dos recursos naturais, e reduzir o desperdício.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SILVA, Mônica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte & FLOR, Aida Abrantes. Caracterização de
Resíduos Sólidos no Grupo Escolar Lafayete Cavalcante em Campina Grande – PB. In Anais VII Encontro de
Iniciação Científica; V Mostra de produção Científica da UEPB. Campina Grande, 2000.
SANTOS FILHO, José Camilo dos & GAMBOA, Silvio Sancheg. Pes quisa Educacional: quantidade –
qualidade. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 1997.