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TELEVISÃO
por Jorge Furtado
29/08/2003
Esta é uma platéia de leitores e professores, mas duvido que algum de vocês já
tenha ouvido falar em Cornell Woolrich. No começo dos anos 50 ele publicou
numa revista barata de contos policiais uma história intitulada "Tinha que ser
assassinato". Em 1954 o conto de Woolrich se tornaria um dos maiores
clássicos da história do cinema, adaptado por Alfred Hitchcock com o título
de "Janela Indiscreta". Isso não me faz concordar com a divertida afirmação
de Hitchcock de que "livros ruins é que dão filmes bons". Dashiell Hammet e
James Cain eram grandes escritores e seus livros deram ótimos filmes. James
Ellroy é um ótimo escritor e seu livro “Los Angeles, Cidade Proibida” virou
um ótimo filme. Shakespeare, para citar o maior dos autores, já foi
transformado em pelo menos três grandes filmes: Ran (baseado em Rei Lear)
e Trono manchado de sangue (baseado em Macbeth), duas adaptações de
Akira Kurosawa, além do Hamlet de Laurence Olivier.
Mas é certo que a boa literatura não necessariamente dá bons filmes. William
Faulkner, além de nunca ter virado um bom filme, trabalhou em Hollywood e
foi um roteirista medíocre. Dostoievski, Kafka, Cervantes, Proust, Machado
de Assis ou Eça de Queirós ainda não entraram para a história do cinema.
Jorge Furtado
Passo Fundo, 29 agosto de 2003.
Bibliografia: