Sei sulla pagina 1di 12

Título: A memória subterrânea e as atividades atuais da população ribeirinha residente em

Bataguassu e Presidente Epitácio na Festa Nossa Senhora dos Navegantes.

Autor: Lima, Lívia Morais Garcia.


Instituição: Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP.

Palavras - chave: Turismo, Memória e Festa de Nossa Senhora dos Navegantes.

Texto completo:

Este trabalho tem por objetivo compreender as transformações ocorridas na Festa


Nossa Senhora dos Navegantes concernentes à participação da população ribeirinha do Rio
Paraná, municípios de Presidente Epitácio (SP) e Bataguassu (MS). Para melhor se entender a
discussão a ser realizada, é essencial um breve panorama a respeito da história da ocupação e
surgimento dos municípios em questão.
Iniciamos nossa breve reconstituição histórica nos localizando espacialmente.
Tratamos aqui de uma manifestação cultural fortemente vinculada à geografia do lugar, no
caso o extremo Oeste Paulista, região com fronteira interestadual entre os atuais estados do
Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, cujo limite fronteiriço é exatamente o grande rio
Paraná.
Atualmente a importância atribuída a esse rio é de ordem econômica, basta lembrar
das hidrelétricas de Itaipu e Porto Primavera ou então da hidrovia que ali atravessa, no
entanto, devem ser consideradas também as respeitáveis relações culturais que foram
construídas entre os ribeirinhos.
Tomamos como marco da ocupação pioneira civilizatória na região o século XIX,
quando pioneiros se instalaram às margens do rio Paraná para criação de gado e extração de
madeiras de valor comercial. Esses necessitavam de infra-estruturas de transportes para o
escoamento de seus produtos até os centros consumidores, capital e interior, abrangendo o
estado de São Paulo, Mato Grosso e Paraná.
No princípio o escoamento das mercadorias foi feito exclusivamente através da
utilização do rio como hidrovia. As infra-estruturas eram precárias, não havia portos e as
embarcações de pequeno porte de maneira que não permitiam grandes volumes de madeira e
gado (QUEIROS, 1999).
A ocupação do Sudoeste do estado se efetivou no fim do século XIX e início do
século XX com a construção, através de investimentos do governo federal, da estrada de ferro
Sorocabana, cuja estação final chegou a Presidente Epitácio na década de 1920. Essa
expansão do transporte ferroviário em direção ao Oeste contribuiu diretamente no
crescimento de cidades como: Botucatu, Manduri, Salto Grande, Presidente Prudente e
Presidente Epitácio. O tempo de construção da estrada de ferro ligando Botucatu à margem
do Rio Paraná durou cerca de 30 anos.
Sob a liderança do Cel. Isidoro Dias Lopes, em 1924 a linha férrea chega até a
margem do rio Paraná, no porto então nomeado de Tibiriçá, possibilitando a conexão
intermodal entre o transporte férreo e o transporte hidroviário. Isto possibilitou a ligação entre
diversas localidades ribeirinhas do rio Paraná, situadas a jusante e a montante da atual Usina
Hidrelétrica Engenheiro Sergio Motta.
Nas décadas de 1920/30 as principais companhias de navegação que atuavam no rio
eram: “Companhia Matte Laranjeira” e “Companhia de Navegação da Bacia do Paraná”.
Além dessas, havia ainda a “Companhia de Viação São Paulo - Mato Grosso”, cujo porte era
relativamente menor (QUEIROS, 1999).
A Companhia de Navegação “Matte Laranjeira” tinha entre seus bens a Fazenda
Formosa e Limeira, situadas às margens do Rio Pardo, afluente do rio Paraná onde é hoje o
estado do Mato Grosso do Sul. Nessas fazendas, inicia-se em 1942 a base de um novo pólo
de colonização. Foram criadas estruturas como olaria, serraria, sistema de iluminação e
serviço de água, ou seja, a infra-estrutura necessária para o nascimento da cidade de
Bataguassu (MS).
Os primeiros moradores foram os próprios funcionários da Companhia de Navegação
e os que não eram, foram atraídos pelo sistema facilitado de pagamento dos lotes urbanos e
rurais.
A colonização dessa região foi iniciada pela família Costa Lima, baseada nas
atividades ligadas ao comércio de gado que teve sua grande empreitada nos anos 20. Manoel
da Costa Lima empreendeu uma verdadeira saga ao abrir caminho com a estrada de Campo
Grande. Ele partiu de sua fazenda Ponte Nova, em Vacaria, com o intuito de estabelecer uma
ligação entre Campo Grande, no Mato Grosso, e o estado de São Paulo, buscando um
caminho em direção ao rio Paraná.
Costa Lima e seu grupo identificaram a embocadura do rio pardo com o rio Paraná
como um bom local para a construção de um porto. Tomando o dia da escolha, batizaram o
porto, na área em que se encontravam o rio Pardo e o Paraná, como Porto XV de Novembro.
(QUEIROS,1999).
A atuação de Manoel da Costa Lima também contribuiu para sedimentar a vila em
Porto Tibiriçá (SP), com moradores desde 1902. Esses moradores contribuíram para o início
da cidade de Presidente Epitácio (SP).
Por volta de 1919 formou-se o Porto Epitácio, quase ao lado do Tibiriçá. O primeiro
trabalhava com madeira e o segundo com gado.
Os primeiros moradores do futuro município de Presidente Epitácio tinham na
extração da madeira a principal atividade econômica cuja comercialização dava-se através da
estrada de ferro Sorocabana.
A história de Presidente Epitácio está ligada aos municípios de Regente Feijó,
Presidente Venceslau e Presidente Bernardes. Presidente Epitácio cresce principalmente
graças à extração de madeiras nobres que havia em abundância por toda a região, vindo
inclusive do Mato Grosso. Nesta época, havia roteiros turísticos hidroviários entre São Paulo
/ Presidente Epitácio – Presidente Epitácio / Guaíra (PR) e os turistas eram basicamente
estrangeiros. Presidente Epitácio chegou a ter 36 empresas de navegação voltadas ao lazer e
foi passagem de mascates e condutores de gado, passagem para quem ia de barco até Iguaçu
ou ainda hoje passagem para quem vai ao Pantanal mato-grossense. A última grande
mudança de caráter administrativo e político em Presidente Epitácio foi sua oficialização
como Estância Turística em 19901.
Na década de 1970 inicia a construção do segundo maior reservatório para abastecer
usinas hidrelétricas do Brasil, o Sergio Motta, localizado no extremo oeste do estado de São
Paulo, no núcleo habitacional de Primavera, município de Rosana. A construção deste
reservatório altera o ambiente antrópico e o biótico da região, transformando um trecho do rio
Paraná em lago, modificando profundamente seu ritmo e seu curso normal. Além dos
impactos sobre a flora e fauna terrestre e aquática, há a perda de patrimônios históricos e
arqueológicos, inundação de recursos produtíveis como terras agricultáveis e jazidas de argila
e uma desestruturação no setor social e cultural.
Através do estágio em um projeto da Fundação Patrimônio Histórico da Energia e
Saneamento do Estado de São Paulo visando à criação do Museu de Memória Regional no
distrito de Primavera (SP), desenvolvido sob a supervisão do Prof. Dr. Eduardo R. de
Oliveira da UNESP do Campus Experimental de Rosana, tive o encontro com este contexto
específico.
Nesse estágio visitamos as cidades que tiveram áreas alagadas e realizamos
entrevistas com diversos moradores relocados para assentamentos planejados pela CESP e
também tomamos contato com as alterações que essa grande mudança provocou.

1 Informação disponível em http://www.al.sp.gov.br/web/CTL/ConsultarTitulo.asp?idTitulo=117 acessado em


12 de junho de 2007.
Uma das atividades culturais mais significativas da região é a Festa Nossa Senhora dos
Navegantes. Esta Festa iniciou dez anos após a criação de Porto XV de Novembro, estando
na sua 58º edição. O destaque é para a procissão fluvial que conduz a imagem da Santa,
saindo do Porto XV de Novembro no estado de Mato Grosso do Sul, seguindo até o Cais do
Porto de Presidente Epitácio no estado de São Paulo, num percurso aproximado de 10 km. O
cortejo é formado por grande número de embarcações enfeitadas, com a participação dos fiéis
e devotos. Do Cais a imagem é levada em procissão até a Igreja Matriz de Presidente
Epitácio, onde é rezada uma missa. Tão logo termina o ato litúrgico, retorna-se ao Cais e em
procissão fluvial chega-se novamente ao Porto XV de Novembro. As atividades sacras são
acompanhadas de atividades profanas.
A partir de 1998, com o alagamento decorrente do reservatório Sergio Motta, a
margem do rio bem como a largura/distância entre o núcleo urbano de Presidente Epitácio e
Bataguassu, foram alteradas. Houve o desalojamento das populações ribeirinhas, principais
participantes da festa, do seu tradicional lugar de morada.
O antigo rio tornou-se uma imensa represa modificando a ligação cultural dos que lá
viviam. Assim, temos como problema desta pesquisa: Quais modificações ocorreram na Festa
de Nossa Senhora dos Navegantes de Porto XV de Novembro e Epitácio, depois da
construção do reservatório Engenheiro Sergio Motta e a sua relação com o turismo?
Dessa forma, essa pesquisa foi desenvolvida a partir de uma relação de grande
proximidade com os atingidos pela barragem, favorecendo a investigação dos aspectos
subjetivos que compreendem a relação que os ribeirinhos estabelecem com o espaço atual,
com a história transmitida oralmente e com a memória subterrânea.
Para tal pesquisa, inicialmente foram levantadas as bibliografias que continham
informações sobre festas, os municípios envolvidos, a festa de Nossa Senhora dos
Navegantes e a construção da UHE Engenheiro Sergio Motta. Sobre a Festa Nossa Senhora
dos Navegantes a principal fonte foi Cruz que escreveu através de anotações e me cedeu no
dia de nosso encontro para a realização da entrevista.
Como não há fontes bibliográficas que pudessem responder a nossa problemática,
acrescentamos no projeto de pesquisa o método da História Oral que busca conhecer o
passado recorrendo à memória do narrador, onde a rememoração de fatos é empregada no
processo de reconstrução da realidade e que segundo Von Simson (1997, p. 221):

zRUZ, Wilson. Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, sua história, seus problemas, sua beleza, sua
religiosidade. Anotações, 1997 e 2006, p. 16.
(...) a experiência da história oral de vida nos faz
redescobrir o sentido próprio da entrevista não como fonte
para um produto posterior e final da pesquisa, mas como
momento fundante onde não só recolhe-se a história, mas
onde se vive a memória e cria-se um acontecimento que
também faz história.

A memória enquanto conceito e prática cultural é analisada segundo Brito (1989, p.


18):
A memória não é apenas o registro escrito, nem se verifica
somente nos monumentos, a memória a conservar é a da
produção social como um todo, fundada nas constantes
avaliações das ações sociais.

A memória transforma o seu uso num instrumento político ou num critério de


definição de verdade com a transformação da epistemologia em um caminho crítico,
direcionando para o conhecimento do mundo.
Brito (1989) ainda reforça a idéia de memória como senso comum, reconhecendo-a como
elaboração teórica da produção social.
A metodologia da História Oral a partir da construção da versão do passado segundo
Simson (1997) é um constante conhecimento através da comunidade de destin o. As fontes
orais podem assumir a forma de histórias de vida, relatos orais de vida, entrevista aberta e
depoimentos orais:
História Oral de Vida: o entrevistado goza de toda liberdade para contar sua história e
construir sua própria lógica de vida, sendo livre para falar desse passado.
Relato Oral: há total domínio do pesquisador com o tema e período da entrevista
definido.
Entrevista Aberta: o entrevistado tem a liberdade de falar, mas com perguntas e tema
definido pelo entrevistador.
Depoimento Oral: o entrevistado conta a história ligada ao um tema específico. O
pesquisador seleciona figuras importantes ligados a este tema.
A pesquisa fez o uso de depoimentos orais que revelam uma relação com o espaço e
tempo marcada pelo imaginário e devaneio e que galga ao tema específico, no caso a Festa de

ousca constante de elaboração do passado envolvendo entrevistador/entrevistado. VON SIMSON, Olga R.


Moraes. Os desafios contemporâneos da história oral. Campinas. Área de publicações CMU – UNICAMP,
1997.
Nossa Senhora dos Navegantes.
Na festa, cujos princípios religiosos se perderam nos dias atuais, percebem-se os
elementos sacro-católicos fundantes mais claramente na cultura dos moradores acima dos 60
anos.
Assim, a escuta dos depoimentos orais e a recuperação da memória social possibilita
compreender as especificidades da relação memória e tempo dentro do processo de
deslocamento espacial da população ribeirinha e sua relação com a festa.
Procuramos situar à festa no contexto das manifestações da vida cultural, como rituais
nos quais fatos da vida da comunidade são relembrados. A forma de ser e de agir, a maneira
como a própria comunidade se enxerga acabam por se expressar nesses rituais. Segundo
Brandão (1981) a festa não é só um fenômeno social, ela congrega ideais do imaginário
coletivo, segundo esse autor é uma das expressões mais completas e “perfeitas” de igualdade,
liberdade e fraternidade. A festa é então entendida como um lugar da memória, como uma
comunidade de aprendizagem.
Sendo assim, num segundo movimento, discute-se como a festa e o turismo se notam
como dinâmicas culturais da sociedade moderna e como o turismo a partir de sua implantação
pode “redefinir realidades sociais” (Hall, 1994).
Diante desse panorama de mudanças na cultura do lugar, o terceiro movimento
discutirá a festa no contexto nacional, uma vez que festas de padroeira das águas, como a
festa de Iemajá em Salvador, por exemplo, ocorrem em todo território nacional. Com isso
pretendemos aprofundar na compreensão da festa na localidade de Presidente Epitácio e
Bataguassu.
Através disso pode-se compreender o imaginário social da localidade, procurando
assim contextualizar essas localidades no processo de colonização da região do oeste paulista
e também as mudanças sofridas com a formação do Lago de Porto Primavera.
Analisam-se as alterações ocorridas com a Festa Nossa Senhora dos Navegantes
devido à construção da usina hidrelétrica Sérgio Motta. O leito natural do rio desaparece e
com ele o modo de vida construído pelos ribeirinhos. O homem ribeirinho passou a
materializar a memória da festa ao carregar de imagem sua narrativa.
Segundo Welter (2006) a preservação da memória da festa mantém a memória
religiosa presente na comunidade, através de discursos que estimulem a sua continuidade.
Porém com o alagamento e o conseqüente surgimento da represa associado à introdução do
turismo, acabou por mudar o foco da festa religiosa para uma festa com elementos novos,
mais focados na geração de divisas monetárias.
Assim, a pesquisa traz as influências na Festa de Nossa Senhora dos Navegantes com
a criação do reservatório Sérgio Motta e a história de uma localidade que atualmente
permanece na memória da comunidade e como atividade turística.
Pudemos perceber a maneira como os diversos grupos sociais reagem ao seu passado
imagético: aceitando-o, valorizando-o ou o repudiando, o que constituiu num dado valioso
para a investigação que ousemos lidar conjuntamente: festa, turismo e memória.
As festas revivem um acontecimento, simbolizando aspectos sempre latentes no
comportamento dos homens. Muitos autores brasileiros citados nesta pesquisa, atribuem para
a festa um sentido afirmativo, positivo e mediador entre os anseios individuais e os coletivos.
Nesta pesquisa procuramos um estudo sobre o imaginário religioso em forma de festa,
entendendo a festa como um reflexo da identidade local, ou seja, algo com a qual a
comunidade, como um conjunto de pessoas que compartilham alguma coisa em comum
sendo este caso a fé na santa e os mesmos preceitos religiosos, se identifica.
Através desta pesquisa pude perceber que a não inserção da festa de Nossa Senhora
dos Navegantes no rol das atrações turísticas das localidades de Presidente Epitácio e
Bataguassu, poderia demonstrar um esvaziamento e a constante perda de indivíduos nesta
manifestação, já que a maioria dos participantes da festa estão inseridos nas noites de bailes,
shows e barracas de comida. Por outro lado, os organizadores da Festa de Nossa Senhora dos
Navegantes, não devem somente definir estratégias de que sejam promovidas suas
manifestações, mas discutir as possibilidades de quais seriam as conseqüências positivas e
negativas do grupo vir a compor um produto turístico, já que a implementação do turismo
pode redefinir realidades sociais adaptando a localidade através de sua demanda.
Foi através da interpretação das fotos, no sentido de me auxiliar no processo de
transcrição dos relatos orais coletados durante a pesquisa, que pude observar a preocupação
dos organizadores da festa no ano de 2006 com a procissão fluvial, o principal acontecimento
da festa. A festa de 2006 conseguiu resgatar a decoração da balsa que leva os devotos e
turistas durante a procissão fluvial, as roupas dos integrantes que carregam a imagem da
santa, dando uma grande importância a parte religiosa que tinha sido deixado para segundo
plano depois da criação do reservatório que ocasionou um maior tempo de procissão fluvial e
assim a diminuição da participação de muitos devotos da festa.
Assim, se em 2005 a preocupação principal era resgatar a parte religiosa, mas os
meios não foram os adequados, parece que em 2006 usando outros meios conseguiram
melhor resultado.
É importante a valorização das referências, dos sentidos da festa que agregam os
significados que vão estruturar a memória coletiva. Na festa popular os saberes e os valores
são levados a sério pelos membros, os critérios para a distribuição dos papéis são tradicionais,
assim como o lugar da festa é celebrado é muito importante. A pressão exercida pelo setor
turístico para incluir manifestações populares em um circuito é alta, uma vez que a aliança
feita com o setor público/administrativo local pode muitas vezes estar baseada apenas no
lucro.
A questão do turismo passa ainda por outro viés, o econômico. Presidente Epitácio é
uma Estância Turística e tem no turismo parte de sua fonte de renda. A Festa de Nossa
Senhora dos Navegantes mesmo nos seus primeiros anos, já recebia turistas que chegavam à
festa via férrea ou fluvial e neste período, o turismo tinha pouca importância. O turismo
ganhou maiores proporções e relevância no Brasil no interior do estado de São Paulo nesses
20 anos. As cidades lindeiras, por mais cuidado que queiram tomar, terão a presença de
turistas em suas festas.
Se de um lado a festa pode sofrer alterações por causa do turismo, ao conhecer a festa
o turista também pode valorizar a cultura local e aumentar o orgulho da população ou
também ao contrário.
Como foi visto, o reservatório com as conseqüências que gerou, atrelados as
mudanças no direcionamento da economia local com o final do comércio fluvial e a expansão
do turismo como atividade produtiva foram responsáveis pelas alterações ocorridas na Festa
Nossa Senhora dos Navegantes.
Essas alterações no falar dos participantes é sentida e chega até aos organizadores da
Festa. Porém, não tem ocorrido a transformação da memória subterrânea desta população
ribeirinha em relação à Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em memória coletiva, oficial
e conhecida.
Uma memória divulgada para a sociedade mais ampla, no sentido da festa como ritual
na qual fatos da vida de uma comunidade são relembrados, concomitantemente ao estudo do
turismo como “um fenômeno que envolve antes de mais nada, gente”2, transcende a esfera
das meras relações comerciais e se torna uma necessidade para o bem-estar humano.

2 BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do Turismo. Campinas: Papirus Editores, 1995.
Bibliografia:

ALVES, D. A Santa entre a terra as águas: embates simbólicos em torno da festa de Nossa
Senhora dos Navegantes. In: XII Salão de Iniciação Científica, 2000, Porto Alegre. XII Salão
e IX Feira de Iniciação Científica - Livro de Resumos, 2000. p. 481.

AMARAL, Rita. Festa à Brasileira: sentidos do festejar no país que “não é sério”. Defendida
junto ao Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo, Brasil, no ano de 1998. Dísponível em publicação
eletrônica na Internet, via URL:
http://www.aguaforte.com/antropologia/festabrasileira/festa.html

ARANTES, A. A. "Cultura, Ciudadanía y Patrimonio Cultural en America Latina" en


Lacarrieu, M. & Alvares, M. (compiladores), La (indi) Géstion Cultural - Una Cartografia de
los procesos culturales contemporáneos. Buenos Aires: Ediciones Ciccus - La Crújia.

ASCANIO, Alfredo. “El Turismo Cultural: Géstion de partes interesadas y la complejidad del
equilibrio en Congreso Virtual de Turismo 2001”. www.naya.org.ar

BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do Turismo. Campinas: Papirus


Editores, 1995.

BENI , Mário. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: SENAC, 2003.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Cavalhadas de Pirenópolis: um estudo sobre representações


de cristãos e mouros em Goiás. Goiania: Oriente, 1981.

BRANDÃO, Carlos R. A Cultura na rua. Campinas, Papirus Editores, 1989.


BRITO, Marilza. Memória e Cultura. Rio de Janeiro, Centro de Memória da Eletricidade no
Brasil, 1989.
CAILLOIS, Roger. “Teoria da Festa”. In: O homem e o Sagrado. Roger Callois. Lisboa:
Edições – 70.

CANCLINI, Néstor García. Cultura y Comunicación: entre lo global y lo local. La Plata:


Ediciones de Periodismo y Comunicación, 1997.

CRUZ, Wilson. Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, sua história, seus problemas, sua
beleza, sua religiosidade. Anotações, 1997 à 2006.

DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Festa Popular. Edição comemorativa dos 10
Aniversário da Caixa Econômica Federal, s/ data.

DEBORD, Guy. Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

DIVIGNAUD, Jean. Festas e Civilizações. Fortaleza: Edições Universidade Federal Ceará /


Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.

DURKHEIM, Emile. Les formes élémentaires da la vie réligieuse. Paris, PUF, 1968.

FEUEBACH, Ludwing. A essência do cristianismo. Campinas: Papirus, 1998.

FORTUNA, Edson. Memória e Educação na Pós - Modernidade, uma pequena análise crítica.
Methodus: Revista Científica e Cultural. Rio Comprido, v.3, n.5, p. 21 - 40, jan./mar., 2001.

FLORES, Paulo Silas Ozores. Treinamento em Qualidade - Fator de sucesso para


desenvolvimento de Hotelaria e Tursimo. São Paulo: ROCA, 2002.

FREUD, Sigmund. Totem e Tabú. Rio de Janeiro, Imago, 1974.

GODOY, Benedito de. História de Presidente Epitácio. Presidente Epitácio, 2002.

HALL, C.M. Tourism and Politics: Policy, Power and Place. London: John Wiley and Sons.
HOBSBAWN, Eric e Ranger, T. A invenção das tradições. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

ISAMBERT, François-André. Le sens du sacré - fete et religión populare. Paris, Les Editions
de Minuit, 1982.

WELTER, Vanise Teresinha. Memórias submersas: uma abordagem da itinerância da Festa


de Nossa Senhora dos Navegantes e dos espaços religiosos de Porto Britânia (1970-2003).
2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura e Bacharelado em
História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Brasil.

MAYNARD ARAÚJO, Alceu. Brasil, histórias, costumes e lendas. São Paulo: Editora Três
Ltda., s/data.

MOURA, Roberto. Tia Ciata e a pequena África do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro ,
MEC/FUNARTE, 2003.

PAIVA MOURA, A. “Turismo e Festas Folclóricas no Brasil” em Turismo e Patrimônio


Cultural. São Paulo: Editora Contexto.

PESSOA, Jadir de Morais. Saberes em Festa: gestos de ensinar e aprender na Cultura


Popular. Goiania: Kelps, Ed. da UCG, 2005.

QUEIROZ, Paulo R. Cimó.[1999]. Uma ferrovia entre dois mundos: a E.F. Noroeste do
Brasil na construção histórica de Mato Grosso (1918 -1956). 1999. 559 f. Tese (Doutorado
em História Econômica) – FFLCH/USP. São Paulo.

RIBEIRO, Marcelo. Festas Populares e Turismo Cultural – inserir e valorizar ou esquecer? O


caso dos moçambiques de Osório, Rio Grande do Sul en PASOS – Revista de Turismo y
Patrimonio Cultural. Vol 2 n. 1 págs 47 – 56. 2004.

THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
SIMSON, Olga R. Moraes. Os desafios contemporâneos da história oral. Campinas. Área de
publicações CMU – UNICAMP, 1997.

SIMSON, Olga R. Moraes. Brancos e negros no Carnaval popular paulistano. Tese de


Doutorado, São Paulo, USP, 1989.

SIMSON, Olga R. Moraes. Imagem e Memória. XIX Encontro Anual da ANPOCS – 17 a 21


de Outubro de 1995 – Caxambu/MG.

Potrebbero piacerti anche