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Referências:
ICO (2019b). “Survey on the impact of low prices on exporting countries” ICO document ICC
124-4 International Coffee Organization
ICO (2019c). “Profitability of coffee farming in select Latin America countries – interim report”
ICO document ICC 124-4 International Coffee Organization
Sachs, J.D. (2019). “Achieving Sustainable Development in the Coffee Sector”. Columbia
University and UN SDSN, presented at the World Coffee Producers Forum in Campinas, Brazil,
July 10
Samper, L., Giovannucci, D., & Marques Vieira, L. (2017). "The powerful role of intangibles in
the coffee value chain". WIPO Economic Research Working Papers 39, World Intellectual
Property Organization - Economics and Statistics Division.
Mulheres e homens começaram a tomar café há muitos séculos, e traços de cultivo e comércio
“formais” de café remontam ao século XV. Hoje o café é produzido comercialmente em mais
de 50 países, e mais de 3 bilhões de xícaras por dia são tomadas no mundo – por pessoas
sozinhas ou com as famílias; com os amigos ou os colegas; por pessoas sentadas, de pé ou
caminhando; no lar ou em cafés e, até, no espaço sideral.
Os países produtores de café ainda exportam a maior parte da produção, que lhes traz em
torno de US$ 20 bilhões por ano.
A receita anual gerada por todo o setor cafeeiro é estimada em mais de US$ 220 bilhões, mais
de 11 vezes o valor das exportações recebido pelos países produtores.
No mundo todo os cafeicultores lutam para cobrir seus custos operacionais, pois os preços dos
insumos, do cumprimento de normas e das transações sobem continuamente (OIC, 2019b,
2019c).
A queda dos preços do café tem sérias consequências econômicas e sociais para os países
produtores.
Embora o isolamento social tenha alavancado o consumo dentro do lar, esse incremento não
foi suficiente para amortizar as perdas nas vendas fora do lar.
2020 não foi um ano ruim para os cafeicultores, em função da depreciação do real frente ao
dólar
Os números da colheita de café em 2020 não estão fechados, mas as previsões variam entre
62 e 67 milhões de sacas.
Para o próximo ano a colheita será menor, em função de ser o ano da bienalidade baixa. As
projeções oscilam entre 53 e 57 milhões de sacas.
Uma menor oferta do Brasil e o excesso de chuva no Vietnã poderão provocar alta nos preços
da commodity, mas tudo vai depender da pandemia.
A mudança no perfil produtivo do país vem ganhando força há duas décadas. porque o preço é
pelo menos 15% superior ao valor do café commodity, podendo custar até o dobro. Vale
lembrar que a qualidade não tem tanta vinculação com a variedade, mas, sim, com a condição
climática, a altitude e o zelo do produtor com a colheita.
Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália, Bélgica, Canadá, Reino Unido, Suécia, Finlândia e
Espanha já importam a maioria do café especial produzido em Minas. E a demanda crescente
não se dá por acaso: a procura está ligada ao movimento internacional conhecido como a
“quarta onda do café”, ou seja, momento em que a forma de consumo da bebida se
transforma em uma experiência sensorial e o produto passa a ser mais valorizado.
Embora o brasileiro não seja um grande bebedor de café seu consumo é alto. Em média 839
xícaras por ano (dados de 2018) – ABIC Associação Brasileira da Indústria do Café. São 5kg per
capita/ano no Brasil, enquanto na Finlândia o consumo fica em 12kg per capita/ano
Os cafés especiais representam 56% do total consumido nos Estados Unidos e apenas 6% no
Brasil.