Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
RESUMO
A importância da regulação cresceu nos últimos 40 anos. Ela foi central
para o crescimento econômico assim como uma parte importante do
progresso social. Enquanto os governos tenderam a se tornar menos
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set/dez. 2013
14 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
Palavras-chave
Regulação — atividade regulatória — reguladores — regulação social —
regulação econômica
ABSTRACT
The importance of regulation has risen over the past 40 years. It has been
central to economic growth as well as an important part of social progress.
Whilst governments have progressively tended to become less involved
in direct service provision, regulation has become an expanding part of
their work and a policy preference. Governments are increasingly using
a mix of contractual arrangements, rules and other regulatory tools to
achieve a range of social and economic objectives. Independent regulators
are also increasingly required to balance sometimes contradictory social
and economic values. This article examines the extent to which traditional
conceptions of social and economic regulation continue to provide
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 15
Key-words
Regulation — regulatory activity — government regulation — independent
regulation — regulators — social regulation — economic regulation
I. Introdução
1
OECD. Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento. OECD reviews of
regulatory reform: regulatory policies. In: OECD countries: from interventionism to regulatory
governance (2002); PARLAMENTO DA AUSTRÁLIA. Regulation Taskforce. Rethinking
regulation: report of the taskforce on reducing regulatory burdens on business (2006).
2
JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David; FERNANDEZ I MARÍN, Xavier. The global diffusion
of regulatory agencies: channels of transfer and stages of diffusion. (2011) 44 Comparative
Political Studies 1343.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
16 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
3
MAJONE, Giandomenico. The rise of the regulatory state in Europe. (1994) 17(3) West European
Politics 77; MAJONE, Giandomenico. From the positive state to the regulatory state: causes
and consequences of changes in modes of governance. (1997) 17(2) Journal of Public Policy 139.
A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento semelhantemente observou
que: “A regulação se desenvolveu como uma ferramenta fundamental de governo na gestão
de sociedades e economias mais complexas e variadas permitindo que interesses conflitantes
sejam equilibrados”. OECD. Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento.
OECD reviews of regulatory reform, número 1 acima, 20.
4
Mais recentemente, vários críticos observaram que a tradicional “função de bem-estar” do
governo está também em risco de diminuir sobre a pressão da crise financeira global e da
era de austeridade fiscal por ela introduzida. Veja, como exemplo, MABBETT, Deborah. The
regulatory rescue of the welfare state. In: LEVI-FAUR, David (Ed.). Handbook on the politics
of regulation (Edward Elgar, 2011) 215; LEVI-FAUR, David. The odyssey of the regulatory state:
episode one: the rescue of the welfare state. (Working Paper N. 39, Jerusalem Papers in
Regulation & Governance, Nov. 2011) 26.
5
BRAITHWAITE, John; COGLIANESE, Cary; LEVI-FAUR, David. Can regulation and
governance make a difference? (2007) 1(1) Regulation & Governance 1.
6
MINOGUE, Martin. Governance-based analysis of regulation. (2002) 73(4) Annals of Public and
Cooperative Economics 649; MINOGUE, Martin; CARINO, Ledivina V. Regulatory governance in
developing countries (Edward Elgar, 2006).
7
LEVI-FAUR, David. The global diffusion of regulatory capitalism. (2005) 598 Annals of the
American Academy of Political and Social Sciences 12; BRAITHWAITE, John. Regulatory capitalism:
how it works, ideas for making it work better (Edward Elgar, 2008).
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 17
8
VOGEL, Steven Kent. Freer markets, more rules: regulatory reform in advanced industrial
countries (Cornell University Press, 1996). Braithwaite, número 7 acima, semelhantemente,
descreve a relação recíproca (e mutuamente reforçadora) entre capitalismo e regulação.
9
SUNSTEIN, Cass R. After the rights revolution: reconceiving the regulatory state (Harvard
University Press, 1990).
10
PELTZMAN, Sam. Regulation and the natural progress of opulence (AEI-Brookings em parceria
com o Center for Regulatory Studies, 2005) 5. Veja Também OGUS, Anthony I. Regulation: legal
form and economic theory (Hart Publishing, 2004) 54.
11
KUTTNER, Robert. Everything for sale: the virtues and limits of markets (Alfred A Knopf, 1997)
282.
12
BECK, Ulrich. Risk society: towards new modernity (Sage Publications, 1992); HOOD,
Christopher, ROTHSTEIN, Henry; BALDWIN, Robert. The government of risk: understanding
risk regulation regimes (Oxford University Press, 2001) 3-4.
13
Regulation Taskforce, número 1 acima; BLAIR, Tony. Compensation culture (Discurso proferido
no Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas, na University College, em Londres, 26 maio
2005). Disponível em: <www.guardian.co.uk/ politics/2005/may/26/speeches.media>.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
18 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
14
HOOD, Christopher; LODGE, Martin. Pavlovian innovation, pet solutions and economizing on
Rationality? Politicians and dangerous dogs. In: BLACK, Julia; LODGE, Martin; THATCHER,
Mark (Ed.). Regulatory innovation: a comparative analysis (Edward Elgar, 2005) 138; Hood,
Rothstein e Baldwin, número 12 acima, 4-5; Ogus, Regulation: legal form and economic theory,
número 10 acima, 338; Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento. OECD
reviews of regulatory reform, número 1 acima.
15
HAINES, Fiona; SUTTON, Adam; PLATANIA-PHUNG, Chris. It’s all about risk, isn’t it?
Science, politics, public opinion and regulatory reform (2007-08) 10 Flinders Journal of Law
Reform 435; HAINES, Fiona. The paradox of regulation: what regulation can achieve and what it
cannot (Edward Elgar, 2011)
16
JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David. The politics of regulation in the age of governance.
In: JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David (Ed.). The politics of regulation: institutions and
regulatory reforms for the age of governance (Edward Elgar, 2004) 1, 12-15 (The politics of
regulation); MORAN, Michael. The Frank Stacey Memorial Lecture: from command state to
regulatory state? (2000) 15(4) Public Policy and Administration 1, 10; GUNNINGHAM, Neil;
SINCLAIR, Darren. Organizational trust and the limits of management-based regulation
(2009) 43 Law & Society Review 865, 870-1.
17
Ogus, Regulation: legal form and economic theory, número 10 acima, 51-3; GILARDI, Fabrizio;
JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David. Regulation in the age of globalization: the diffusion
of regulatory agencies across Europe and Latin America. In: HODGE, Graeme A. (Ed.).
Privatisation and market development: global movements in public policy ideas (Edward Elgar,
2006) 127, 139-41.
18
É claro que os negócios podem escolher passar os custos adicionais para os consumidores com
preços maiores se as condições de mercado possibilitarem que eles façam isso sem sacrificar a
participação de mercado e a rentabilidade.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 19
19
Veja, por exemplo, CONSELHO DE NEGÓCIOS DA AUSTRÁLIA. Business regulation action
plan for future prosperity (Report, maio 2005); CÂMARA AUSTRALIANA DE COMÉRCIO E
INDÚSTRIA. Holding back the red tape avalanche: a regulatory reform agenda for Australia
(Relatório, nov. 2005).
20
CONSELHO DE NEGÓCIOS DA AUSTRÁLIA. Reshaping Australia’s Federation: a new
contract for federal-state relations (Relatório, out. 2006); CONSELHO DE NEGÓCIOS DA
AUSTRÁLIA. Towards a seamless economy: modernising the regulation of Australian
business (Relatório, mar. 2008).
21
WALLE, Steven Van de. International comparisons of public sector performance (2009) 11(1)
Public Management Review 39, 45.
22
Existem inúmeras formas de diferenciar entre os tipos de regulação. Esse artigo foca duas:
‘social’ e ‘econômica’. Isso não é para negar a existência de outras regulações, como a de ‘risco’,
designada a eliminar os riscos ou exposições ao risco (BREYER, Stephen. Breaking the vicious
cycle: towards effective risk regulation (Harvard University Press, 1993)) e a de ‘integridade’,
designada a garantir a responsabilidade e outras normas de conduta na esfera pública. (LEVI-
FAUR, David. Regulation & regulatory governance. In: LEVI-FAUR, David (Ed.). Handbook on
the politics of regulation (Edward Elgar, 2011) 3).
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
20 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
23
PROSSER, Tony. The regulatory enterprise (Oxford University Press, 2010); MAJONE,
Giandomenico. Regulatory legitimacy. In: MAJONE, Giandomenico (Ed.). Regulating Europe
(Routledge, 1996) 284.
24
Veja, por exemplo, Australian Energy Regulator (Cth); Independent Pricing and Regulatory
Tribunal (NSW); Queensland Competition Authority; Essential Services Commission of South
Australia; Office of the Tasmanian Economic Regulator; Essential Services Commission (Vic);
Utilities Commission (NT); e Economic Regulatory Authority of Western Australia.
25
Em relação à OHS, veja, por exemplo, Comcare, dentro do Commonwealth Department of
Education, Employment and Workplace Relations; WorkSafe ACT, dentro do Department of Justice
and Community Safety; Workplace Health and Safety Queensland, dentro do Department of Justice
and Attorney-General; SafeWork SA, dentro do Department of Premier and Cabinet; Workplace
Standards Tasmania, dentro do Department of Justice; e WorkSafe WA, que é parte do Department
of Commerce. Muitos desses reguladores de segurança são supervisionados ou apoiados por
comitês consultivos triplos (regulador, união, empregador).
26
HABER, Hanan. Regulating-for-welfare: a comparative study of “regulatory welfare regimes”
in the Israeli, British, and Swedish Electricity Sectors (2010) 33(1) Law & Policy 116. Veja
também Levi-Faur, The odyssey of the regulatory state, número 4 acima.
27
KELLS, Stuart; FREIBERG, Arie. Economic regulation. In: FREIBERG, Arie (Ed.). The tools of
regulation (Federation Press, 2010) 108; Mabbett, número 4 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 21
28
Levi-Faur, Regulation & regulatory governance, número 22 acima, 3-6. Levi-Faur percebe que
estudiosos do direito enfatizaram os instrumentos legais, enquanto os sociólogos enfatizaram
outras formas de controle; economistas viam ‘regulation’ como um instrumento utilizado
apenas quando fosse necessário lidar com as falhas de mercado; e estudiosos da administração
pública enfatizaram a autoridade do Estado e suas organizações regulatórias formais.
29
BALDWIN, Robert; SCOTT, Colin; HOOD, Christopher. A reader on regulation (Oxford Uni
versity Press, 1998) 2-4; BALDWIN, Robert; CAVE, Martin. Understanding regulation: theory,
strategy and practice (Oxford University Press, 1999) 1-2; BLACK, Julia. Critical reflections on
regulation (2002) 27 Australian Journal of Legal Philosophy 1; PARKER, Christine; BRAITHWAITE,
John. Regulation. In: CANE, P.; TUSHNET, M. (Ed.). The Oxford handbook of legal studies
(Oxford University Press, 2003) 119; Jordana e Levi-Faur, The politics of regulation, número
16 acima , 2-5; MORGAN, Bronwen; YEUNG, Karen. An lntroduction to law and regulation:
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
22 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
text and materials (Cambridge University Press, 2007) 4; Levi-Faur, Regulation & regulatory
governance, número 22 acima, 3-6; FREIBERG, Arie. The tools of regulation (Federation Press,
2010).
30
Jordana e Levi-Faur, The politics of regulation, número 16 acima, 3.
31
Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 25. Veja também BLACK, Julia.
What is regulatory innovation?. In: BLACK, Julia; LODGE, Martin; THATCHER, Mark (Ed.).
Regulatory innovation: a comparative analysis (Edward Elgar, 2005) 1, 6 onde ela declara:
“Definições são construções analíticas que servem a propósitos determinados. O que se pede
é que os analistas sejam claros sobre os resultados e limitações da definição que eles usam”.
32
Jordana e Levi-Faur, The politics of regulation, número 16 acima, 4.
33
Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 26.
34
BARTLE, Ian; VASS, Peter. Self-regulation and the regulatory state: a survey of policy and
practice. (Relatório de Pesquisa n. 17, Centro para Estudos de Indústrias Reguladas, Univer
sidade de Bath, out. 2005). Veja também BARTLE, Ian; VASS, Peter. Self-regulation within the
regulatory state: towards a new regulatory paradigm? (2007) 85(4) Public Administration 885.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 23
35
Morgan e Yeung, número 29 acima, 4.
36
Freiberg, número 29 acima, 178; Morgan e Yeung, número 29 acima, 3-7. Morgan e Yeung
também identificam, além da função ‘facilitadora’, uma função ‘expressiva’ na qual a lei
legitima a coerção estatal e reflete valores comunitários ou compartilhados.
37
Morgan e Yeung, número 29 acima, 5; Freiberg, número 29 acima, 178; GUNNINGHAM, Neil;
GRABOSKY, Peter. Smart regulation: a designing environmental policy (Clarendon Press,
1998) 4.
38
Freiberg, número 29 acima. Veja também Parker e Braithwaite, número 29 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
24 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
39
Baldwin, Scott e Hood, número 29 acima, 4; MAY, Peter J. Social regulation. In: SALAMON,
Lester M. (Ed.). The tools of government: a guide to the new governance (Oxford University
Press, 2002) 156, 157.
40
BLACK, Julia. Decentring regulation: understanding the role of regulation and self-regulation
in a “post-regulatory” world (2001) 54(1) Current Legal Problems 103; Black, Critical reflections
on regulation, número 29 acima.
41
O envolvimento de agentes não estatais reforça a importância de uma presença efetiva do
Estado na garantia de que a regulação promova propósitos públicos e não interesses especiais
dos agentes não estatais através dos quais possa ser produzida e entregue. SMITH, Dimitry
Kingsford. Beyond the rule of law? Decentred regulation in online investing (2004) 26(3-4) Law
and Policy 439,445.
42
Perceba que uma definição resoluta também possui suas desvantagens. Primeiro, pode ser
difícil discernir claramente o propósito de um regime regulatório. Um determinado regime
pode ter múltiplos propósitos, e pessoas diferentes podem atribuir propósitos diferentes
ao mesmo regime. Segundo, os propósitos podem mudar ao longo do tempo em resposta
às mudanças de circunstâncias, atitudes e preferências. Veja HANCHER, Leigh; MORAN,
Michael. Organizing regulatory state. In: HANCHER, Leigh; MORAN, Michael (Ed.).
Capitalism, culture and economic regulation (Clarendon Press, 1989) 271, 293-7; WHIDHOLZ,
Eric. Evaluating the harmonisation of Australia’s OHS laws: challenges and opportunities
(2010) 32(2) Asia Pacific Journal of Public Administration 137.
43
PROSSER, Tony. Regulation and social solidarity (2006) 33(3) Journal of Law & Society 364, 375;
SELZNICK, Philip. Focusing in organizational research on regulation. In: NOLL, Roger G.
(Ed.). Regulatory policy and the social sciences (University of California Press, 1985) 363, 364.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 25
44
Freiberg, número 29 acima, 3; Kingsford Smith, número 41 acima, 445-6.
45
Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 19; Sunstein, número 9 acima, 243.
46
Freiberg, número 29 acima.
47
Baldwin, Scott e Hood, número 29 acima, 41; May, número 39 acima, 157.
48
Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 26. Veja também Freiberg, número
29 acima, 4.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
26 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
também falham em não reconhecer que agentes sociais (por exemplo, família,
pais ou indivíduo) podem ser o sujeito da regulação, em busca de objetivos eco
nômicos (como aumentar as economias e diminuir os gastos), e agentes econô
micos (por exemplo, empresas, trabalhadores e consumidores) podem ser
o sujeito da regulação em busca de objetivos sociais (como oportunidades
iguais e antidiscriminação).
Tendo adotado critérios resolutos para diferenciar regulação social de
econômica, a próxima questão para cada uma delas é: qual é o problema que
essas se propõem a resolver ou qual o resultado específico que pretendem
produzir?
49
WILLIAMS, Bruce A.; MATHENY, Albert R Democracy, dialogue, and environmental disputes: the
contested languages of social regulation (Yale University Press, 1995) 5.
50
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO. The OECD
report on regulatory reform (1997) 6. Veja também: Ogus, Regulation: legal form and economic
theory, número 10 acima; Baldwin e Cave, número 29 acima; ACCESS ECONOMICS PTY
LTD. Benefits and costs of regulation. In: BUSINESS COUNCIL OF AUSTRALIA. Business
regulation action plan for future prosperity (Report, maio 2005) apêndice 2; GOVERNMENT OF
VICTORIA. Victorian guide to regulation (Department of Treasury and Finance, 2nd ed., 2007).
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 27
51
Veja, por exemplo, Ogus, Regulation: legal form and economic theory, número 10 acima;
Baldwin e Cave, número 29 acima; Baldwin, Scott e Hood, número 29 acima; Government of
Victoria, número 50 acima.
52
Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, OECD reviews of regulatory
reform, número 1 acima, 20-5.
53
Governo de Victoria, número 50 acima, s. 2.1.
54
BARDACH, Eugene; KAGAN, Robert A. Introduction. In: BARDACH, E.; KAGAN, R. A.
(Ed.). Social regulation: strategies for reform (Institute for Contemporary Studies, 1982) 3;
OGUS, Anthony. W(h)ither the economic theory of regulation? What economic theory of
regulation? In: JORDANA, J.; LEVI-FAUR, D. (Ed.). The politics of regulation: institutions and
regulatory reforms for the age of governance (Edward Elgar, 2004) 31.
55
A literatura revela uma terceira conceituação potencial de regulação social, ou seja, uma
regulação designada a proteger indivíduos ou a comunidade dos riscos a sua saúde, segurança
ou bem-estar. Veja, por exemplo, SPARROW, Malcolm K. The regulatory craft: controlling risks,
solving problems, and managing compliance (Brookings Institution Press, 2000); Organization
for Economic Co-operation and Development, The OECD report on regulatory reform, número 50
acima; BARDACH, Eugene. Social regulation as a generic policy instrument. In: SALAMON,
L. M. (Ed.). Beyond privatization: the tools of government action (The Urban Institute Press,
1989) 197. Entretanto, nós não consideramos isso como uma categoria separada. Por exemplo,
Bardach e Kagan usam as regulações ‘social’ e ‘preventiva’ indistintamente, Bardach e Kagan,
número 54 acima; Levi-Faur usa o termo ‘agências de regulação social’, ‘agências de regulação
de riscos’ e ‘agências de regulação de proteção’ indistintamente, Levi-Faur, Regulation &
regulatory governance, número 22 acima, 13. A regulação de proteção pode ser categorizada
como: (a) corrigindo os efeitos prejudicais da atividade econômica, veja, por exemplo, Kuttner,
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
28 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
que se refere à regulação social protegendo “cidadãos de uma variedade de agressões que
as forças de laissez-faire produziriam de outra forma”, Kuttner, número 11 acima, 281; e
May, que classifica como medidas designadas a evitar consumo e outros danos de mercados
competitivamente imperfeitos como regulação econômica, May, número 39 acima; ou (b)
uma forma de produzir o resultado socialmente desejado de uma comunidade mais segura e
protegida, veja, por exemplo, Governo Victoria, número 50 acima, s. 2.1.3.
56
Baldwin, Scott e Hood, número 29 acima, 41.
57
YEAGER, Peter Cleary. The limits of law: the public regulation of private pollution (Cambridge
University Press, 1991) 24.
58
HAWKINS, Keith; HUTTER, Bridget M. The response of business to social regulation in
England and Wales: an enforcement perspective (1993) 15(3) Law & Policy 199.
59
Kuttner, número 11 acima, 281.
60
Ogus, Regulation: legal form and economic theory, número 10 acima, 4-5; Ogus, W(h)ither
the economic theory of regulation?, número 54 acima, 32; Kuttner, número 11 acima, 227-
8; MAJONE, Giandomenico. The European community between social policy and social
regulation (1993) 31(2) Journal of Common Market Studies 153, 156-9.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 29
Figura 1
Regulação
econômica
Regulação social
61
Bardach, número 55 acima, 198. Veja também Ogus, W(h)ither the economic theory of
regulation?, número 54 acima, 33.
62
Prosser, The regulatory enterprise, número 23 acima, 1.
63
May na verdade define que regulação econômica inclui medidas designadas a evitar consumo
e outros danos de mercados operando imperfeitamente, veja May, número 39 acima, 157.
Nós confirmamos os comentários de um árbitro anônimo que sugeriu que é melhor mostrar
regulação social e econômica como dois círculos separados dentro de um círculo maior
nomeado de eficiência econômica. Nós também reconhecemos que alguns economistas
estejam talvez mais acostumados a conceituar regulação social e econômica dessa forma. Essa
conceituação não muda, entretanto, os argumentos feitos neste artigo.
64
Prosser, The regulatory enterprise, número 23 acima, 1. Veja também Levi-Faur, Regulation &
regulatory governance, número 22 acima, 5.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
30 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
65
Sunstein, número 9 acima, 57-60.
66
Prosser, Regulation and social solidarity, número 43 acima, 357; Morgan e Yeung, número 29
acima, 29.
67
RAWLS, John. A theory of justice (Oxford University Press, 1971); OKUN, Arthur M. Equality
and efficiency: the big tradeoff (Brookings Institution Press, 1975); Ogus, Regulation, Legal
form and economic theory, número 10 acima, 46-56.
68
Prosser, Regulation and social solidarity, número 43 acima.
69
Gunningham e Sinclair, número 16 acima, 870-2; Freiberg, número 29 acima, 13-16.
70
GUNNINGHAM, Neil. Safeguarding the worker: job hazards and the role of the law (Law
Book, 1984) 293-6; Sunstein, número 9 acima, 39; Kuttner, número 11 acima, 282; Braithwaite,
número 7 acima, 198.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 31
Figura 2
Regulação social
Regulação
econômica
Esse segundo conceito acredita que nem todas as decisões em nossa so
ciedade deveriam seguir puramente em bases utilitaristas, e que princípios
de justiça individual, equidade e razoabilidade são de grande importância
moral.71 Ele observa os mercados com a desconfiança de que, se deixados sem
controle, produzirão resultados que são inconsistentes com uma sociedade
equitativa, razoável e justa.72 De acordo com essa visão, existem objetivos
sociais que o mercado não pode, ou não deveria, por uma questão de prin
cípios, poder entregar.73
71
Rawls, número 67 acima, 15; HART, H. L. A. Between utility and rights (1979) 79 Columbia Law
Review 828.
72
Gunningham, número 70 acima, 293; Sunstein, número 9 acima, 39; OGUS, Anthony. Regu
latory institutions and structures (2002) 73(4) Annals of Public and Cooperative Economics 627,
629.
73
Braithwaite, número 7 acima, 198.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
32 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
e explicam. Mas elas também tendem a ser rígidas, porque não apenas não
transmitem (por si próprias) uma figura completa do que ocorre na prática,
mas arriscam polarizar o debate com um conceito sendo propenso à exclusão
do outro.74 Pegue a regulação econômica como exemplo. Ela não ocorre em um
vazio separado de uma discussão sobre valores sociais mais amplos e o tipo de
sociedade na qual nós queremos viver: os mercados servem a sociedade, não o
contrário. A decisão de manter uma ferramenta de mercado como um veículo
que possibilita a indivíduos satisfazer suas preferências, para a correção de
uma externalidade,75 ou para proteger determinadas pessoas de certos riscos,
é um juízo de valor, assim como a decisão de estabelecer eficiência econômica
ou maximização de riquezas como uma prioridade social.76
No caso da regulação social, considerá-la apenas em termos de resposta
às falhas de mercado é ignorar que pode haver razões sociais que impelem a
intervenção do governo, até mesmo em situações nas quais fazer isso intro
duz as chamadas ineficiências em um mercado perfeitamente eficiente, de
uma forma diversa. Assim como Prosser observa, isso arrisca mascarar consi
derações sociais importantes, e reduzir a regulação social a um mero processo
técnico (empreendido por tecnocratas), mais do que um encontro de valores
econômicos e sociais em disputa e debatidos na política.77 E, como observa
Black, mesmo os críticos de fortes tradições econômicas reconheceram
74
Cada um dos conceitos possui suas bases em ideologia sobre as funções respectivas dos
governos e economias de mercado, e os preceitos morais que deveriam guiar nossa sociedade.
Como muitos problemas nos quais fortes visões ideológicas são mantidas, os proponentes
dos conceitos podem se tornar polarizados, com cada campo relutante ou indisponível em
conceder qualquer mérito nos contra-argumentos para seus pontos de vista.
75
Sunstein deixa claro que o que constitui uma externalidade que justifica a regulação é,
inicialmente, uma decisão inerentemente moral e política. Isso requer que alguém determine
quem está ‘em falta’ ou causou o efeito adverso, e requer que alguém escolha qual das muitas
atividades que impõem custos a terceiros devem ser reguladas, veja Sunstein, número 9 acima,
54-5. Williams e Matheny semelhantemente observam que soluções para as externalidades
são, por definição, redistributivas por natureza — enquanto elas alteram o resultado de
determinadas distribuições de renda do mercado, tais políticas sempre redistribuem a renda
da pessoa causando a externalidade para as pessoas pagando pelas externalidades (como
resultado da deficiência de mercado) e como isso envolve juízos de valor sobre quem deveria
pagar, veja Williams e Matheny, número 49 acima, 18.
76
Estudos sobre a difusão global de autoridades regulatórias e de capitalismo regulatório
também evidenciam que os governos estão crescentemente escolhendo empregar mercados
como mecanismo de regulação; veja, por exemplo, Jordana, Levi-Faur e Fernandez i Marín,
número 2 acima; Levi-Faur, The global diffusion of regulatory capitalism, número 7 acima.
Isso é consistente com o mais recente trabalho sociolegal de Polyani, que afirmou que o
desenvolvimento de mercados livres foi na verdade o produto de Estados centralizadores.
Veja POLYANI, Karl. The great transformation (Octagon Books, 1944).
77
Prosser, Regulation and social solidarity, número 43 acima, 373-5. Veja também May, número
39 acima, 171. 78 Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 9.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 33
78
Black, Critical reflections on regulation, número 29 acima, 9.
79
GRABOSKY, Peter. Counterproductive regulation (1995) 23 (4) International Journal of the
Sociology of Law 347.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
34 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
Figura 3a Figura 3b
Regulação Social Regulação Econômica
(valores sociais primários; (valores econômicos primários;
valores econômicos de apoio) valores sociais de apoio)
80
Por exemplo, na Austrália, apesar de as pesquisas de opinião demonstrarem maioria de apoio
público à ação do governo de falar sobre os efeitos negativos da mudança climática, o esquema
de trocas de emissões proposto pelo Governo do Trabalho anterior falhou em angariar apoio
majoritário por causa de preocupações de que seu custo econômico fosse muito alto.
81
Por exemplo, na Austrália, as reformas de relações industriais da Howard Coalition Government
(‘WorkChoices’) foram projetadas para tornar o mercado de trabalho australiano mais flexível
e eficiente. Entretanto, pesquisas de opinião mostraram que a maioria do público entendeu
alguns elementos como ‘injustos’, algo que é considerado amplamente um fator significante
que contribuiu com o fracasso do governo de Howard em se reeleger em 2007, e na popular
revogação subsequente do regime pelo novo governo trabalhista.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 35
Tabela 1
Valores de regulação social e econômica
82
Veja, por exemplo, Okun, número 67 acima; Majone, The European community between social
policy and social regulation, número 60 acima; Hood, Rothstein e Baldwin, número 12 acima;
Prosser, Regulation and social solidarity, número 43 acima.
83
Prosser, The regulatory enterprise, número 23 acima, 6. Veja também Prosser, Regulation and
social solidarity, número 43 acima; May, número 39 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
36 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
84
ASHER, Allan. The scope and range of economic regulation: perspective from the Australian
competition and consumer commission [2000] (96) Canberra Bulletin of Public Administration 35.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 37
85
Veja Essential Services Commission, About the ESC (22 maio 2012): <www.esc.vic.gov.au/About
Us>. Veja também Australian Energy Regulator: <www.aer.gov.au>, o Independent Pricing
and Regulatory Tribunal of New South Wales: <www.ipart.nsw.gov.au> e o Essential Services
Commission of South Australia: <www.escosa.sa.gov.au>, que se descrevem todos em termos
similares. No oeste da Austrália, caso haja dúvida sobre o foco primário de seu regulador de
gás, eletricidade e setor ferroviário, é chamada a Autoridade Regulatória Econômica: <www.
erawa.com.au>; e na Tasmânia o regulador de eletricidade, gás, água e sistema de esgotos é
chamado de Office of the Tasmanian Economic Regulator: <www.energyregulator.tas.gov.au>.
86
Essential Services Commission Act 2001 (Vic) s 8A(1)(d), (i).
87
COUNCIL OF AUSTRALIAN GOVERNMENTS. Competition Principles Agreement, 11 abr.
1995, s 1(c).
88
OFFICER, R. R. Privatization of public assets. In: COMMITTEE FOR ECONOMIC
DEVELOPMENT OF AUSTRALIA (Ed.). Privatisation: efficiency or fallacy? Two perspectives
(Ceda, 1999) 1.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
38 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
Ainda assim, a renovação completa dos mesmos teria ofendido valores sociais
como a razoabilidade e a justiça distributiva. A solução foi uma estrutura de
preços que removeu alguns dos subsídios cruzados interclasses (por exemplo,
comercial para grandes negócios), porém manteve amplamente os subsídios
urbanos/regionais, e continuou com uma série de concessões, ou descontos,
para consumidores vulneráveis e de baixa renda, junto com várias práticas de
desconexão e cobranças duradouras — honrando, dessa forma, o pacto social
que havia desenvolvido ao longo de várias décadas anteriores.89 Claramente,
a regulação econômica nesse caso continua a ocorrer para otimizar o uso de
recursos — embora dentro de um sistema limitado pelo contexto social.
Vale a pena considerar o que pode acontecer com um regulador de serviços
públicos que operou sem a referência desses valores sociais mais amplos —
um regime regulatório que permitiu ao mercado operar apenas de acordo com
a eficiência econômica, consentindo que os fornecedores de serviços públicos
cobrem consumidores vulneráveis, de baixa renda e regionais um ‘preço de
mercado eficiente’? Fica claro que não demoraria muito até que a comunidade,
a mídia e a pressão política se tornassem tamanhas de modo que as conve
niências fundamentais, a adequação e a legitimidade do regime fossem colo
cadas em questão. Em outras palavras, um regime tão ‘puro’ arriscaria perder
seu equilíbrio ao perder seus valores sociais de apoio e poderia tremer e cair.
89
WARD, Tony; HODGE, Graeme. Electricity privatisation: the Victorian model. In: HODGE,
Graeme et al. (Ed.). Power a progress: an audit of Australia’s electricity reform experiment
(Australian Scholarly Publishing, 2004) 39. Para um exame de como regimes regulatórios de
serviços públicos diferentes pretendem atender esse desafio, veja Haber, número 26 acima.
90
Como comentado por um árbitro anônimo, as falhas de mercado são provavelmente a maior
razão para a regulação OHS.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 39
91
Veja, por exemplo, PRODUCTIVITY COMMISSION. National workers’ compensation and
occupational health and safety frameworks, Report N. 27 (2004) 36-7; BREYER, Stephen. Regulation
and its reform (Harvard University Press, 1982) 34.
92
Gunningham, número 70 acima, 277.
93
Prosser, Regulation and social solidarity, número 43 acima, 370; Gunningham, número
70 acima, 295-6. Veja também GUNNINGHAM, Neil; JOHNSTONE, Richard. Regulating
workplace safety: system and sanctions (Oxford University Press, 1999) 6.
94
Kuttner, número 11 acima, 281.
95
HEALTH AND SAFETY COMMISSION. A strategy for workplace health and safety in Great
Britain to 2020 and beyond (2004) 4.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
40 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
96
Occupational Health and Safety Act 2004 (Vic) s 2(1)(a).
97
Occupational Health and Safety Act 2004 (Vic) ss 4, 20. Veja também WORKSAFE VICTORIA.
How worksafe applies the law in relation to reasonably practicable: a guideline made under Section
12 of the Occupational Health and Safety Act 2004 (30 nov. 2007): <www.worksafe.vic.gov.au>.
As provisões equivalentes no novo modelo harmonizado são encontradas em Work Health
and Safety Act 2011 (Cth) pt 2 div 1, ss 3(2) and 18. O model Act está disponível no website
australiano Safe Work: <http://safeworkaustralia.gov.au>. Veja também SHERRIFF, Barry.
Occupational Health and Safety (2011) 39 Australian Business Law Review 52.
98
Variavelmente descritas como ‘deregulation’, ‘better regulation’, ‘red tape reduction’,
‘reducing the regulatory burden’ e ‘rethinking regulation’, essas iniciativas envolvem a
submissão de propostas regulatórias a avaliações de impacto regulatórias, reexaminado
regimes de comando e controle, o uso de ferramentas regulatórias mais variadas, flexíveis e
suscetíveis e baseadas em mercado, e o uso de padrões regulatórios baseados em performance
(e menos prescritivos). O Commonwealth e cada governo estadual estabeleceram um programa
de reforma regulatória. Por exemplo, o governo de Commonwealth possui um ministro para
Finanças e Desregulação e um grupo de Desregulação operando dentro do Departamento
de Finanças e Desregulação; o estado de New South Wales possui o Better Regulation Office
dentro do NSW Department of Premier and Cabinet; Os estados de Western Australia e South
Australia possuem os programas Red Tape; e o estado de Victoria possui a Reducing the
Regulatory Burden initiative.
99
Na linguagem de LOFSTEDT, Ragnar E. The swing of the regulatory pendulum in Europe:
from precautionary principle to (regulatory) impact analysis (2004) 28(3) Journal of Risk and
Uncertainty 237. Veja também Gunningham e Grabosky, número 37 acima, 8, que se referem
à influência do pensamento neoliberal em nível político; ao racionalismo no domínio dos
debates político-sociais e sobre reguladores que estão “em recuo, relutantes a argumentar por
regulações mais novas e fortes por medo de alienar tanto seus mestres políticos quanto seus
lobbies empresariais influentes que nunca estão reticentes a sugerir que tal regulação vai torná-
los menos competitivos, ou acelerar seus movimentos para outra jurisdição”; BLACK, Julia.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 41
Proceduralizing regulation: part I (2000) 20 Oxford Journal of Legal Studies 597, 598, que lamenta
que o debate de valor inerente na decisão regulatória está sempre entregue aos economistas;
e Mabbett, número 4 acima, 224, que afirma que o estado de bem-estar está em risco de ser
“pisado pela marcha para frente do capitalismo”.
100
Um claro exemplo é o manifesto de eleição escrito para Jeremy Clarkson, apresentador
do programa televisivo britânico Top gear, que mencionava o Health and Safety Executive
britânico: “Os burocratas da Saúde são abomináveis no-men, constantemente sonhando com
novas razões para abolir diversão e negócios tortos. Com suas regulações bobas, eles causa
ram mais estragos para a indústria britânica do que Luftwaffe”, citado em MCKINSTRY, Leo.
Jeremy Clarkson for prime minister! Mail Online (online), 3 jan. 2008: <www.dailymail.co.uk/
news/article-505788/Jeremy-Clarkson-Prime-Minister.html#ixzz1ET3FkCDq>.
101
COUNCIL OF AUSTRALIAN GOVERNMENTS’ MEETING. Communiqué (26 mar. 2008): <www.
coag.gov.au/_coag_meeting_outcomes/2008-03-26/index.cfm>; WORKPLACE RELATIONS
MINISTERS’ COUNCIL. Communiqué from Australian, State, territory and Relations Ministers’
Council (11 dez. 2009): <www.deewr.gov.au/WorkplaceRelations/WRMC/Documents/
11Dec09.pdf>.
102
Por exemplo, no Statement of Expectations fornecido à ACCC pelo governo de Commonwealth
em fevereiro de 2007, em seguida Treasurer Peter Costello descreveu a ACCC como um
‘regulador econômico-chave’. Carta de Peter Costello, tesoureiro, para Graeme Samuel,
presidente, Australian Competition and Consumer Commission, 20 fev. 2007: <http://archive.
treasury.gov.au/documents/1287/PDF/Ltr%20ACCC%20Statement%20of%20Expectations.
pdf>. Veja também Asher, número 84 acima.
103
Esses são os objetivos dos pts IV, XIB, pts IIIA e XIC, respectivamente, do Competition and
Consumer Act 2010 (Cth). Veja CORONES, S. G. Competition law in Australia (Lawbook, 5th ed.,
2010) 4.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
42 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
104
Esse é o objetivo dos pts IVB, XI, XIAA e Sch 2 do Competition and Consumer Act 2010 (Cth).
Veja CORONES, S. G.; CLARKE, Philip H. Australian consumer law: commentary and materials
(Lawbook, 4th ed, 2011) 20-1.
105
Competition and Consumer Act 2010 (Cth) s 2.
106
PRODUCTIVITY COMMISSION. Review of Australia’s consumer policy framework. Relatório de
Inquisição n. 45 v. 2 (2008) 34-6. Veja também FELS, Allan. A model of antitrust regulatory
strategy (2010) 41 Loyola University Chicago Law Journal 489.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 43
Nossa análise desses três reguladores modernos revela que nenhum pode
ser propriamente conceituado como puramente econômico ou puramente
social por natureza. Enquanto cada tipo amplo de regulador procura alcançar
objetivos de acordo com seus valores primários, opera também dentro de um
sistema limitado por outros valores. Isso também revelou que o equilíbrio
alcançado entre valores socais e econômicos é um contexto específico — com
balanços diferentes sendo alcançados em relação a áreas políticas diferentes,
e em momentos diferentes de tempo, em face de necessidades de mudança e
circunstâncias. Isso resulta num grau de complexidade no entendimento e na
análise dos atuais agentes reguladores e da atividade regulatória. É para essas
complexidades — e as consequências que fluem delas — que o artigo se volta
agora.
107
Veja, por exemplo, KNIGHT, Elizabeth Silent watchdog unlikely to bark while consumers
are cats that get the cream. The Sydney Morning Herald (online), 2 mar. 2011: <www.smh.com.
au/business/silentwatchdog-unlikely-to-bark-while-consumers-are-cats that-get-the-cream-
20110301-1bd86.html>; CLARKE, Iulie. ACCC attacked in Senate milk hearings (10 mar. 2011)
Australian Competition Law: <www.australiancompetitionlaw.org/news2011.html>; COMITÊ
DE REFERÊNCIAS ECONÔMICAS DO SENADO. Parlamento da Austrália. The impacts of
supermarket price decisions on the dairy industry: second interim report (2011) 65-74 (com os
comentários adicionais feitos pelo senador independente Nick Xenophon, pelo senador liberal
Bill Heffernan, pelo senador nacional Iohn Williams e pela senadora de Australian Greens
Christine Milne).
108
Depoimento do Comitê de Referências Econômicas, Parlamento da Austrália, 9 mar. 2011, 19-47.
Comitê de Referências Econômicas do Senado, número 107 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
44 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
109
Okun, número 67 acima, 120.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 45
mesmo que isso seja feito de uma forma transparente e na qual o equilíbrio
atingido seja explícito e claro. Na maioria dos casos, a preferência deveria ser
por transparência — para que as decisões regulatórias sejam feitas igualmente
com valores sociais e econômicos em confronto, e que a compensação entre
eles seja visível. Ignorar ou fingir que esses problemas não existem não vai
fazê-los desaparecer; mas, como observado anteriormente, arrisca a falha
regulatória, mascarando importantes considerações econômicas e sociais. Esse
é um ponto importante, particularmente dada a natureza política inerente de
muitas tomadas de decisão relacionadas à regulação.110
Terceiro, os múltiplos valores dentro desse modelo conceitual não estão
organizados em uma ordem hierárquica clara. Não há pressuposto de que
um conjunto de valores domina ou é dominado por outro. Cada conjunto de
valores é importante por si, com a supremacia de valores sociais ou econô
micos, dependendo do contexto ou da importância do assunto. Enquanto,
para alguns, reguladores haverá na prática uma clara prioridade ou hierar
quia (assim como para um tradicional regulador econômico de serviços
públicos), para outros, a prioridade ou a hierarquia pode não ser tão óbvia (o
que é indiscutivelmente o caso dos reguladores de consumo e concorrência),
ou isso pode mudar com o tempo (o que está indiscutivelmente acontecendo
em muitas áreas de regulação social tradicional, como saúde ocupacional
e segurança, sujeitas a iniciativas de ‘melhor regulação’). Isso significa um
nível de complexidade no entendimento e na análise da atividade regulatória.
Essa complexidade pode não se encaixar bem dentro dos debates políticos
e do discurso público geralmente mais simples, assim como nos modelos
acadêmicos adotados para regulação. É também conveniente um nível
saudável de ceticismo comunitário dos reguladores que se apresentam tanto
como puramente econômicos ou quanto puramente socais em natureza e foco.
Quarto, enquanto pode parecer óbvio observar que toda regulação en
volve o equilíbrio de valores algumas vezes contraditórios, o que esse modelo
enfatiza é a importância de os agentes reguladores reconhecerem e subs
tancialmente tratarem do papel implícito que os ‘valores de apoio’ possuem em
seu trabalho. É claro que o poder dos agentes reguladores não depende, hoje,
apenas de suas ordens legais, mas também da legitimidade mais ampla dada à
110
Levi-Faur, Regulation and regulatory governance, número 22 acima, 14-16. Veja também
HODGE, Graeme A. Reviewing public-private partnerships: some thoughts on evaluation.
In: HODGE, Graeme A.; GREVE, Carsten; BOARDMAN, Anthony E. (Ed.). lnternational
handbook on public-private partnerships (Edward Elgar, 2010) 81.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
46 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
instituição pelos seus acionistas, pela política e pelos cidadãos. Suchman está
certo quando se refere à legitimidade como algo que precisa ser construído,
mantido e restaurado mais do que algo que pode ser legislativamente
outorgado.111 Reguladores, visando manter e aumentar sua legitimidade
e credibilidade, não dependerão, portanto, apenas de suas capacidades de
alcançar seus papéis econômicos e sociais, mas também buscarão entregar
uma grande quantidade de valores de apoio. Isso requer que esses reguladores
sejam capazes de igualmente articular a grande diferença entre o rótulo
retórico (de ‘social’ ou ‘econômico’) aplicado às suas instituições e a realidade
mais complexa de seus trabalhos, e trazer substancialmente os valores algumas
vezes contraditórios para alinhamento ou outro equilíbrio apropriado. Isso
é particularmente importante, considerando pesquisas estabelecendo que a
observância regulatória pode depender significativamente da percepção das
pessoas sobre a legitimidade do regime regulatório e dos agentes reguladores
que atuam dentro dele.112
Quinto, fazendo essas observações, nós não gostaríamos de ser acusados
de banalização. O processo de trazer valores econômicos e sociais para
alinhamento e equilíbrio, e manter esse alinhamento ou equilíbrio ao longo
do tempo, em face das mudanças de circunstâncias, é complexo e difícil. Na
verdade, como Haines, Sutton e Platania-Phung assinalam (no contexto de
alinhar mais os riscos que os valores), enfrentar esse difícil desafio e trazer
dimensões diferentes para alinhamento é, em muitos aspectos, a síntese de
uma regulação ‘inteligente’.113
Está além do escopo desse artigo explorar os possíveis caminhos para
os agentes reguladores encontrarem esse equilíbrio, lembrando que bons
processos regulatórios, que envolvem aqueles que talvez sejam afetados ou
tenham interesse na regulação, são geralmente mais favoráveis a produzir
regulação ‘inteligente’ e bons resultados regulatórios. 114 Isso envolveria, no
111
SUCHMAN, Mark C. Managing legitimacy: strategic and institutional approaches (1995)
20(3) Academy of Management Review 571. Veja também BLACK, Julia. Constructing and
contesting legitimacy and accountability in polycentric regulatory regimes (2008) 2 Regulation
& Governance 137.
112
Veja, por exemplo, TYLER, T. Why people obey the law: procedural justice, legitimacy and
compliance (Princeton University Press, 1990); BRAITHWAITE, Valerie; MURPHY, Kristina;
REINHART, Monika. Taxation threat, motivational postures, and responsive regulation (2007)
29 Law and Policy 137; Julia Black, Constructing and contesting legitimacy and accountability
in polycentric regulatory regimes, número 111 acima.
113
Haines, Sutton e Platania-Phung, número 15 acima, 451. Veja também Haines, número 15
acima, 48-51.
114
Gunningham e Grabosky, número 37 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 47
VII. Conclusão
115
Black, Proceduralizing regulation: part I, número 99 acima.
116
Prosser, The regulatory enterprise, número 23 acima.
117
Hood, Rothstein e Baldwin, número 12 acima, 184.
118
Veja discussão no número 23 acima.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
48 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 49
Referências
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
50 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 51
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
52 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
____; SUTTON, Adam; PLATANIA-PHUNG, Chris. It’s all about risk, isn’t it?
Science, politics, public opinion and regulatory reform (2007-08) 10 Flinders
Journal of Law Reform 435.
HANCHER, Leigh; MORAN, Michael. Organizing regulatory state. In: ____
(Ed.). Capitalism, culture and economic regulation (Clarendon Press, 1989) 271,
293-7.
HART, H. L. A. Between utility and rights (1979) 79 Columbia Law Review 828.
HAWKINS, Keith; HUTTER, Bridget M. The response of business to social
regulation in England and Wales: an enforcement perspective (1993) 15(3) Law
& Policy 199.
HEALTH AND SAFETY COMMISSION. A strategy for workplace health and
safety in Great Britain to 2020 and beyond (2004) 4.
HODGE, Graeme A.; GREVE, Carsten; BOARDMAN, Anthony E. (Ed.).
lnternational handbook on public-private partnerships (Edward Elgar, 2010) 81.
HOOD, Christopher; ROTHSTEIN, Henry; BALDWIN, Robert. The government
of risk: understanding risk regulation regimes (Oxford University Press, 2001)
3-4.
____; LODGE, Martin. Pavlovian innovation, pet solutions and economizing
on Rationality? Politicians and dangerous dogs. In: BLACK, Julia; LODGE,
Martin; THATCHER, Mark (Ed.). Regulatory innovation: a comparative analysis
(Edward Elgar, 2005) 138.
JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David. The politics of regulation in the age
of governance. In: JORDANA, Jacint; LEVI-FAUR, David (Ed.). The politics
of regulation: institutions and regulatory reforms for the age of governance
(Edward Elgar, 2004) 1, 12-15 (The politics of regulation).
____; FERNANDEZ I MARÍN, Xavier. The global diffusion of regulatory
agencies: channels of transfer and stages of diffusion. (2011) 44 Comparative
Political Studies 1343.
KELLS, Stuart; FREIBERG, Arie. Economic regulation. In: FREIBERG, Arie (Ed.).
The tools of regulation (Federation Press, 2010) 108; Mabbett, número 4 acima.
KNIGHT, Elizabeth. Silent watchdog unlikely to bark while consumers are
cats that get the cream. The Sydney Morning Herald (online), 2 mar. 2011: <www.
smh.com.au/business/silentwatchdog-unlikely-to-bark-while-consumers-
are-cats that-get-the-cream-20110301-1bd86.html>.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 53
KUTTNER, Robert. Everything for sale: the virtues and limits of markets (Alfred
A Knopf, 1997) 282.
LEVI-FAUR, David. Regulation & regulatory governance. In: LEVI-FAUR,
David (Ed.). Handbook on the politics of regulation (Edward Elgar, 2011) 3).
____. The global diffusion of regulatory capitalism. (2005) 598 Annals of the
American Academy of Political and Social Sciences 12.
____. The odyssey of the regulatory state: episode one: the rescue of the welfare
state. (Working Paper N. 39, Jerusalem Papers in Regulation & Governance,
Nov. 2011) 26.
LOFSTEDT, Ragnar E. The swing of the regulatory pendulum in Europe: from
precautionary principle to (regulatory) impact analysis (2004) 28(3) Journal of
Risk and Uncertainty 237.
MABBETT, Deborah. The regulatory rescue of the welfare state. In: LEVI-
FAUR, David (Ed.). Handbook on the politics of regulation (Edward Elgar, 2011)
215.
MAJONE, Giandomenico. From the positive state to the regulatory state:
causes and consequences of changes in modes of governance. (1997) 17(2)
Journal of Public Policy 139.
____. Regulatory legitimacy. In: MAJONE, Giandomenico (Ed.). Regulating
Europe (Routledge, 1996) 284.
____. The European community between social policy and social regulation
(1993) 31(2) Journal of Common Market Studies 153, 156-9.
____. The rise of the regulatory state in Europe. (1994) 17(3) West European
Politics 77.
MAY, Peter J. Social regulation. In: SALAMON, Lester M. (Ed.). The tools of
government: a guide to the new governance (Oxford University Press, 2002)
156, 157.
MCKINSTRY, Leo. Jeremy Clarkson for prime minister! Mail Online (online), 3
jan. 2008: <www.dailymail.co.uk/news/article-505788/Jeremy-Clarkson-Prime-
Minister.html#ixzz1ET3FkCDq>.
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
54 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
ERIC WINDHOLZ, GRAEME A. HODGE | Conceituando regulação social e econômica... 55
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013
56 Re vi s t a d e D i r eit o Administ ra t iv o
rda – revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 264, p. 13-56, set./dez. 2013