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NOSSA ESPERANÇA: Justiça / A Glória de Deus

Título original em inglês: Our Hope: Righteousness / Our Hope: The Glory of God
Publicado originalmente em 1986 por John Piper
© Desiring God Foundation
www.desiringGod.org

Publicado no Brasil com a devida autorização por:


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Para os textos bíblicos, foi usada a versão A21 (Almeida Século 21), salvo quando
indicado ao contrário.

PEQUENOS TRECHOS DESTE TEXTO PODEM SER CITADOS OU


REPRODUZIDOS, DESDE QUE MENCIONADA A FONTE, COM ENDEREÇO
POSTAL E ELETRÔNICO.

Tradução: Priscila Carmanhan Lima


Edição: Christopher Walker
Revisão: Elisabete Fonseca
Capa: Leonardo Beijo
Diagramação: Eduardo C. de Oliveira
Formatação para e-book (kindle): Luiz Roberto Cascaldi
NOSSA ESPERANÇA:
JUSTIÇA

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Portanto,


permanecei firmes e não vos sujeiteis novamente a um
jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos declaro que Cristo
de nada vos servirá, se vos deixardes circuncidar. E
outra vez declaro solenemente a todo homem que se
deixa circuncidar que ele fica obrigado a cumprir toda a
lei. Vós, que vos justificais pela lei, estais separados de
Cristo; caístes da graça. Mas nós, pelo Espírito
mediante a fé, aguardamos a justiça que é nossa
esperança. Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão
nem a incircuncisão valem coisa alguma; mas sim a fé
que atua pelo amor. Corríeis bem. Quem vos impediu
de obedecer à verdade? Quem vos convenceu a agir
assim não vem daquele que vos chama. Com um
pouco de fermento toda a massa fica fermentada.
Quanto a vós, confio no Senhor que não pensareis de
outra forma. Mas aquele que vos perturba, seja quem
for, sofrerá condenação. Eu, porém, irmãos, se
continuo pregando a circuncisão, por que ainda sou
perseguido? Nesse caso, o escândalo da cruz estaria
aniquilado. Quem dera se castrassem aqueles que vos
estão perturbando!
- Gálatas 5.1-12
S eria desnecessário dizer que Paulo está furioso. “Quem dera se
castrassem aqueles que vos estão perturbando!” (5.12).
“Castrar” é uma palavra muito forte! Quem são essas pessoas e o
que fizeram para suscitar tamanha ira da parte do apóstolo?

POR QUE PAULO ESTÁ TÃO IRADO?


De acordo com Gálatas 5.7, eles estavam impedindo os crentes da
Galácia de obedecer à verdade. “Corríeis bem. Quem vos impediu
de obedecer à verdade?”
Eles estavam tentando persuadir os crentes a respeito de uma
convicção que não vinha de Deus. Em Gálatas 5.8: “Quem vos
convenceu a agir assim não vem daquele que vos chama”.
Eles estavam tentando impor novamente aos crentes um jugo
de escravidão, depois de terem experimentado a liberdade em
Cristo; mais especificamente, queriam obrigá-los a carregar o fardo
da lei de Moisés a fim de serem reconhecidos como justos diante
de Deus. Veja Gálatas 5.1-2:
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Portanto,
permanecei firmes e não vos sujeiteis novamente a um
jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos declaro que Cristo de
nada vos servirá, se vos deixardes circuncidar.
Em Gálatas 6.12–13, Paulo deixa claro o que esses
perturbadores estavam fazendo:
Aqueles que desejam ostentação exterior [ou boa
aparência na carne] vos obrigam a circuncidar-vos,
somente para não serem perseguidos por causa da cruz
de Cristo. Pois nem mesmo esses que se circuncidam
guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se
orgulharem de vós em rituais físicos [ou na vossa carne].
Portanto, observe que havia um grupo de pessoas nas igrejas
da Galácia que estavam impondo a exigência judaica da
circuncisão aos cristãos gentios recém-convertidos. Para Paulo, a
circuncisão em si não era uma prática negativa, pois ele mesmo
havia circuncidado Timóteo por razões missionárias estratégicas,
de acordo com Atos 16.3. Seu problema era a motivação por trás
de tal exigência. A circuncisão dos gentios era uma contradição
total à cruz de Cristo e à liberdade da graça.
A cruz significa o fim de toda vanglória ou orgulho a respeito
de qualquer coisa que possamos fazer. E essas pessoas estavam
tornando a circuncisão em uma prática da qual poderiam se
vangloriar. Para eles, a salvação não era um dom da graça de
Deus, mas uma dívida ou um preço a ser pago a Deus. E, por isso,
eles colocavam o foco na prática religiosa e não no dom gratuito da
graça de Deus. E nada deixava Paulo mais irado do que a tentativa
de anulação, por meio da religião, da liberdade da graça de Deus.

PAULO APRESENTA UM NOVO ESTILO DE VIDA


De repente, bem no meio da sua defesa, Paulo diz algo que é
tremendamente encorajador para os santos pecadores e
imperfeitos como você e eu. Em Gálatas 5.5 ele diz: “Mas nós, pelo
Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça que é nossa
esperança”.
Ele fala nesse versículo sobre um estilo de vida totalmente
oposto ao estilo de vida proposto por esses adversários na Galácia.
Ele fala de uma justiça que ainda é futura – uma “justiça que é
nossa esperança”. Ele fala que a vida no presente deve ser
encarada como uma "expectativa" pela justiça, não como uma
condição atual. Ele fala que devemos aguardar a justiça “pelo
Espírito”. E ele fala disso como uma expectativa “mediante a fé”.
“Mas nós, pelo Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça que é
nossa esperança.” Há um estilo de vida completo nesse pequeno
versículo. A própria essência do que difere um cristão das demais
pessoas está aqui. Paulo descreve claramente outro estilo de vida,
contrário àquele que estava combatendo nos primeiros quatro
versos do capítulo. Portanto, em primeiro lugar, devemos examinar
rapidamente esse trecho inicial.
O CAMINHO DA ESCRAVIDÃO
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Portanto,
permanecei firmes e não vos sujeiteis novamente a um jugo de
escravidão. - Gálatas 5.1

O CAMINHO DO ESCRAVO OU A LIBERDADE DO FILHO


Há duas formas pelas quais podemos alcançar o favor de Deus.
Podemos nos relacionar com ele como seus herdeiros ou como
seus escravos. A diferença é que o escravo tenta obter a aceitação
do senhor, prestando-lhe o melhor serviço possível, enquanto o
herdeiro sabe que tem direito à herança do pai, que foi garantida
em testamento e não exigiu qualquer merecimento de sua parte. O
escravo nunca tem a certeza de que fez o suficiente para agradar
ao seu dono e, assim, conquistar uma posição honrosa na casa. O
filho descansa na sua condição de nascimento e da aliança que seu
pai fez, por meio do testamento, de abençoar seus filhos.
Veja Gálatas 4.4-5, 7:
Vindo, porém, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os
que estavam debaixo de lei, a fim de que recebêssemos a
adoção de filhos. Portanto, tu já não és mais escravo, mas
filho; e se és filho, és também herdeiro por obra de Deus.
Portanto, em Gálatas 5.1, Paulo lembra os cristãos que, por
meio de Cristo, Deus os adotou para que desfrutassem da liberdade
de filhos. Eles não precisam se esforçar para conseguir o direito de
pertencer à família. Eles não precisam mais viver na condição de
escravos. “Não faça isso”, ele diz. “Por que vocês querem voltar
a ser escravos e relacionar-se com Deus como patrão em vez
de pai?” [parafraseado].

O CAMINHO DO ESCRAVO USURPA A OBRA DE CRISTO


Na sequência, Gálatas 5.2 afirma que se você quiser manter uma
relação com Deus do tipo empregado-empregador, então a obra de
Cristo não fará nada por você.
Eu, Paulo, vos declaro que Cristo de nada vos servirá, se vos
deixardes circuncidar.
Cristo traz incontáveis benefícios para nós! Ele pagou todas as
nossas dívidas na cruz e nos tirou da condição de prisioneiros da
culpa, na qual nossas dívidas nos colocaram. Ele nos libertou da
escravidão de ter de fazer por merecer para estar na casa do Pai. E
ele intervém em nosso favor com a onipotência de um Rei para que
tudo coopere conjuntamente para o nosso bem. Cristo nos traz
incalculáveis vantagens e ganhos!
PORÉM, se começarmos a seguir o conselho desses falsos
mestres e nos deixarmos ser circuncidados, na esperança de
receber a bênção de Deus – em outras palavras, se voltarmos a
adotar a mentalidade de escravos em vez de agir como herdeiros –,
acabaremos assumindo a obra de Cristo, considerando-a como
insuficiente. Ele não estenderá benefício nenhum àqueles que
tentarem fazer sua obra em seu lugar.
Gálatas 5.4 mostra a mesma advertência graciosa:
Vós, que vos justificais pela lei, estais separados de Cristo;
caístes da graça.
Veja atentamente o que está em jogo aqui. É a liberdade e a
glória da graça de Deus em Cristo. Paulo está dizendo que, se não
vivermos pela graça, seremos separados de Cristo e cairemos da
graça. Se continuarmos a usar os mandamentos da lei (por
melhores que sejam!) como o escravo usa a descrição do cargo a
fim de obter uma boa aceitação do seu senhor, estaremos
abandonando o caminho da graça. E, assim, seremos separados de
Cristo.

AGINDO COMO O IRMÃO MAIS VELHO


Agimos como o irmão mais velho na parábola do filho pródigo, em
Lucas 15.25–31. Você se lembra de como o pai, com uma graça
superabundante, recebeu o filho pródigo, que estava despedaçado,
humilhado e totalmente falido. O pai não o sujeitou à condição de
escravo para que ele obtivesse o favor de ser recebido de volta. A
liberdade e a glória de sua graça transbordaram quando ele lhe
ofereceu roupas, um anel e um banquete.
Mas como reagiu o irmão mais velho? Ele não quis participar
do banquete. Seu pai lhe implorou que fosse, mas ele respondeu
com palavras que o enquadraram claramente no grupo dos falsos
mestres da Galácia:
Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um
mandamento teu...
O irmão mais velho tinha a mentalidade de escravo. Ele
trabalhava para o pai em vez de descansar alegremente na sua
bondade. E, enquanto insistisse em tratar os mandamentos do pai
como um trabalho escravo, ele se separava de Cristo e se tornava
estranho à graça.
Cristo está no banquete junto a pecadores destruídos e
perdoados, que aprenderam que qualquer esforço próprio é
totalmente inadequado e ineficaz. E ele faz o convite a você,
suplicando que abandone a mentalidade de escravo e aceite o dom
da adoção. “Mas, a todos que o receberam, aos que creem no seu
nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus” (Jo
1.12).

ABANDONAR O CAMINHO DE ESCRAVO É ABANDONAR O


ORGULHO
Mas observe bem: isso significa o fim de toda vanglória e orgulho
de realizações próprias. É o fim de toda autossuficiência e de toda a
independência. Quando você volta para casa, para o Pai, você
chega quebrantado, desamparado e impotente. E isso é uma boa
notícia para os pecadores – a menos que você tenha a mentalidade
de um escravo que precisa provar o próprio valor a seu senhor.
Desafio você, leitor, a abandonar a vida da servidão, que consiste
em orgulhar-se de suas próprias realizações, e a abraçar o cântico
da graça que Paulo entoou em Gálatas 6.14:
Mas longe de mim orgulhar-me, a não ser na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para
mim, e eu para o mundo.
Lance-se totalmente na graça de Deus agora mesmo. Glorie-
se tão somente na cruz de Cristo. Afaste-se de toda forma de
vanglória por esforço próprio, e receba o dom gratuito e gracioso de
ser aceito na casa do Pai.
Quando o assunto é salvação, Deus deseja glorificar a total
suficiência do seu Filho e a sua maravilhosa graça. Portanto,
nenhum pecado, por maior que seja, deve impedi-lo de aproximar-
se de Cristo e pedir ajuda. O coração de Deus deseja ardentemente
glorificar seu Filho e exaltar sua graça, perdoando até o maior dos
pecadores.

O CAMINHO DE FILHO E HERDEIRO: QUATRO ELEMENTOS


Agora, vamos supor que tenhamos chegado a Deus pelo caminho
da graça. Minha oração é que você realmente esteja seguindo esse
caminho! Quem segue por ele é recebido pelo Pai. Agora somos
filhos e herdeiros, e não mais servos amedrontados. Qual é o novo
e diferente estilo de vida que Paulo descreve como uma alternativa
à servidão que anula a graça?
A resposta é dada em Gálatas 5.5:
Mas nós, pelo Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça
que é nossa esperança.
Esse versículo é cheio de instruções e encorajamento para os
santos que vieram a Cristo e abandonaram o caminho da servidão;
eles desejam ficar firmes na graça, mas sabem que ainda são
pecaminosos e imperfeitos. Vamos analisar brevemente quatro
elementos nesse versículo.
1. Justiça como uma esperança futura
A justiça é uma esperança, e não uma realidade total e atual.
Muito provavelmente, os legalistas da Galácia estavam
ensinando uma espécie de perfeccionismo. Estavam dizendo que,
por meio de rigorosa adesão à lei cerimonial mosaica, você poderia
ir além dos fundamentos da fé e ser aperfeiçoado nos caminhos da
justiça.
Você pode ver isso também em Gálatas 3.3, quando Paulo
pergunta aos crentes: “Sois tão insensatos assim, a ponto de, tendo
começado pelo Espírito, estar agora vos aperfeiçoando
[literalmente: sendo completados] pela carne?”. As duas palavras
usadas para “começar” e “aperfeiçoar ou completar” nesse
versículo são as mesmas usadas em Filipenses 1.6, onde Paulo
diz: “Estou certo disto: aquele que começou a boa obra em vós irá
aperfeiçoá-la até o dia de Cristo Jesus”. Certamente esse é o
significado que as palavras devem ter aqui em Gálatas 3.3. “Sois
tão insensatos assim, a ponto de, tendo começado pelo Espírito,
estar agora vos aperfeiçoando pela carne?”.
Isto é o que os legalistas estavam dizendo [parafraseado]: “É
bom começar a vida cristã confiando na obra de Cristo, mas se
você deseja ser completo em retidão e justiça, precisa ir além dos
fundamentos da fé e fazer algumas obras por seu próprio mérito, a
começar pela circuncisão”.
Assim, no seu argumento de refutação a isso, em Gálatas 5.5,
Paulo diz com muita ousadia que não haverá perfeição nesta vida.
A justiça plena e perfeita está no futuro. É nossa esperança, não
nossa condição presente (veja Fp 3.12-16 e Rm 7.21-23.)
Essa é a primeira coisa que devemos ver no versículo 5, a fim
de evitar que caiamos na armadilha de nos considerarmos pessoas
sem esperança, pelo fato de ainda não termos atingido a plena
justiça que tanto desejamos.
2. Uma vida de ardente expectativa
O segundo elemento de Gálatas 5.5 é que a nossa vida presente é
uma vida de espera, uma ardente expectativa: “Mas nós, pelo
Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça que é nossa
esperança.”
A palavra “aguardar” aqui é exatamente a mesma usada no
texto de Romanos 8.23. Lá, Paulo diz: “E não somente ela [a
criação], mas também nós, que temos os primeiros frutos do
Espírito, também gememos em nosso íntimo, aguardando
ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo”. Ele diz
que nós, cristãos, gememos porque precisamos aguardar nossos
novos corpos.
E, Gálatas 5.5 diz a mesma coisa sobre a condição moral de
nossas almas que Romanos 8.23 afirma sobre a condição física de
nossos corpos. Aguardamos a esperança da justiça e devemos
entender que há gemidos, frustrações e decepções em nós
mesmos enquanto esperamos. Nós clamamos com Paulo em
Romanos 7.24: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do
corpo desta morte?”.
Encontramos uma grande consolação e uma dose de
exortação na palavra “aguardar”. A consolação é que a constatação
de uma luta com o pecado nesta vida não é um sinal de que
estamos perdidos. A perfeição não é o teste da vida espiritual nesta
era. E isso é um grande consolo para pecadores como nós, que
estamos sendo salvos.
Já a exortação é esta: não devemos ser indiferentes à justiça
nesta vida; pelo contrário, devemos esperar ansiosamente por ela.
A palavra implica uma ardente expectativa e um grande anseio
(veja também Hb 9.28.) “Bem-aventurados os que têm fome e sede
de justiça porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Ansiamos pela justiça
enquanto esperamos sua manifestação.
Portanto, o pecado nos incomoda. Há batalha, luta, fracasso,
confissão, perdão, alívio, alegria, poder e, de forma cíclica, fracasso
novamente, confissão, perdão e amor mais profundo por Cristo. E
assim a vida segue, até o grande dia em que a obra que ele
começou em nós, pela sua graça, será completa.

3. Aguardando pelo Espírito


O terceiro elemento de Gálatas 5.5 é a maneira como nós
aguardamos a esperança da justiça: “por meio do Espírito” ou “pelo
Espírito”.
Isso nos remete a Gálatas 3.3 novamente. “Sois tão
insensatos assim, a ponto de, tendo começado pelo Espírito
[mesma expressão], estar agora vos aperfeiçoando pela carne?”.
Portanto, o objetivo de Gálatas 5.5 é dizer que aguardamos a
justiça pelo Espírito, não pela carne. Isso quer dizer que esperamos
pelo poder de Deus, não pelo nosso poder.
Ninguém começa a vida cristã professando uma fé em si
mesmo. Tampouco é possível prosseguir na jornada cristã
confiando em nós mesmos. Nós temos as primícias dos frutos do
Espírito. É do Espírito que vem toda a nossa expectativa.
Você e eu nunca poderíamos aguardar a justiça por nossa
própria conta. É pelo Espírito que somos capazes de aguardá-la. E,
portanto, é pela graça. É por isso que não somos separados de
Cristo e não caímos da graça. Todo o bem que realizamos é uma
obra do Espírito que habita em nós. Portanto, toda a vida cristã é
um dom da graça.
Essa é a obra que Deus realiza enquanto aguardamos a
esperança da justiça.
Por fim, o que de fato fazemos nesse processo?
4. Aguardando pela fé
O quarto elemento de Gálatas 5.5 é a contrapartida humana à obra
divina do Espírito: a fé. “Mas nós, pelo Espírito mediante a fé,
aguardamos a justiça que é nossa esperança”. O que isso significa?
Em Gálatas 2.20, lemos: “Já estou crucificado com Cristo.
Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em
mim [a presença do Espírito em Gl 5.5]. E essa vida que vivo agora
no corpo [a condição de imperfeição e espera de Gl 5.5], vivo pela
fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
Quando olhamos novamente para o sacrifício de Cristo por
nós, enquanto ainda éramos pecadores, sentimos novamente a
imensidão do seu amor. Depois, quando voltamos os nossos olhos
para a rotina de trabalho e para as incertezas dos próximos anos,
podemos estar confiantes de que, por causa desse amor infalível,
ele não nos deixará nem nos abandonará. Ele operará em todas as
coisas para o nosso bem. E assim podemos experimentar uma
liberdade da ansiedade autoprotetora e um desejo de encontrar
mais alegria em Deus, compartilhando-a com outras pessoas.

Permanecei firmes na liberdade, ó santos de Deus!


Ele é amor e nunca abandonará os seus!
A espera é longa e constante a confissão
Até o dia em que a justiça trará a perfeição!
NOSSA ESPERANÇA:
A GLÓRIA DE DEUS

Portanto, justificados pela fé, temos paz com Deus, por meio
de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem
obtivemos também acesso pela fé a esta graça, na qual
estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de
Deus. E não somente isso, mas também nos gloriamos nas
tribulações; sabendo que a tribulação produz perseverança, e
a perseverança, a aprovação, e a aprovação, a esperança; e a
esperança não causa decepção, visto que o amor de Deus foi
derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi
dado.
- Romanos 5.1-5
O propósito desta série de mensagens intituladas "Nossa
Esperança" é apresentar a esperança como parte essencial da
fé salvadora e como fonte de alegria, amor, coragem e
perseverança na vida cristã. De forma simplificada, meu intuito é
convencer os incrédulos e motivar os crentes a colocar sua
esperança na graça de Deus e não em si mesmos ou em qualquer
outra coisa que este mundo possa oferecer.

TRÊS VERDADES SOBRE A NOSSA ESPERANÇA NA GLÓRIA


DE DEUS
Vamos meditar novamente em que consiste a nossa esperança.
Desta vez, o foco é a glória de Deus. No texto acima, de Romanos
5, observe as últimas palavras do versículo 2: “E nos gloriamos na
esperança da glória de Deus”. Há três maravilhosas verdades
nestas palavras.
1. A glória de Deus é grandiosa.
2. A glória de Deus é uma firme esperança em Jesus Cristo.
3. A esperança da glória de Deus enche o coração de alegria
e exultação.

GRANDE GLÓRIA
Em primeiro lugar – e é neste aspecto que nos deteremos mais –,
precisamos entender a grandeza da glória de Deus. Encontramos
dois fundamentos importantes para isso neste texto: o primeiro é
que a simples esperança da glória, mesmo sem considerar sua real
manifestação, enche o coração do cristão de exultação. O segundo
é que a glória é de Deus, e Deus é grandioso acima de qualquer
imaginação!
Há pouco tempo, vi esta pergunta num catecismo: “O que é
Deus?” E a resposta foi: “Deus é espírito. Ele é infinito, eterno e
imutável: em seu ser, em sabedoria, poder, santidade, justiça,
bondade e verdade”. Em outras palavras, Deus é simplesmente
grandioso. Por essa razão, sua glória também é grandiosa. E se
essa realidade não nos enche de alegria diante da possibilidade de
ver e compartilhar essa glória, então precisamos parar e orar agora
mesmo, pedindo que Deus abra os olhos do nosso coração,
desperte nosso amor e nos conceda grande alegria pela
manifestação da sua glória.
Deus tem sido muito bom conosco no Novo Testamento,
revelando, de muitas maneiras diferentes, a grandeza da sua glória.
Vou mencionar onze delas, na esperança de que uma ou mais
entrem em seu coração e lhe tragam um anseio pela glória de
Deus. A princípio, não vou definir a glória, na expectativa de que os
próprios textos apontem para essa realidade.

1. A glória de Deus é eterna


Deus mostra a grandeza da sua glória ao dizer que ela é eterna.
“Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a
glória eternamente. Amém” (Rm 11.36). A grandeza da glória de
Deus é vista no fato de que jamais terá fim. A grandiosidade está
em sua constância e imutabilidade.

2. A glória de Deus é contrastada com a frágil glória do mundo


Deus revela a grandeza da sua glória ao contrastá-la com a frágil e
efêmera glória do mundo. “Porque toda a carne é como a relva, e
toda sua glória, como a flor da relva. Seca-se a relva, e cai a sua
flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.24-
25).
Carne nesse verso se refere simplesmente a tudo que não é
espiritual. Todas as realizações do homem natural são como a erva,
e toda a sua glória – a glória resultante das obras de engenharia, da
arquitetura, das artes, da eletricidade, da tecnologia nuclear, da
informática – a mais elevada glória obtida na esfera humana é
como a mais frágil flor quando comparada com a glória imutável de
Deus.
C. S. Lewis pregou um grande sermão em 8 de junho de 1941,
chamado “O peso da glória”. Ele disse: “As nações e as civilizações
do mundo, sua cultura e arte são todas finitas e sua existência é tão
passageira como a de um mosquito”. Portanto, se as maiores
glórias deste mundo são consideradas efêmeras como a vida de um
mosquito, quanto maior é o Deus da glória em quem vivemos, nos
movemos e existimos!

3. A força e o poder da glória


Deus mostra a grandeza da sua glória por meio de sua força e
poder. Em Colossenses 1.11 está escrito: “...fortalecidos com todo o
poder, segundo a força da sua glória”.
Em 2 Tessalonicenses 1.9, vemos a expressão invertida: “a
glória do seu poder”. Mas os conceitos não são contraditórios: a
glória de Deus resplandece em grande poder, e o poder de Deus se
revela revestido de grande glória.
Se você deseja compreender a glória de Deus em suas
verdadeiras proporções, medite com profundidade na abrangência
do poder de Deus. Podemos ter uma ideia da grandeza do poder de
Deus quando lemos em Isaías 40.12 que ele “mediu as águas com
a concha da mão” e “pesou as colinas em balanças”; e quando
vemos em Daniel 4.35: “E todos os moradores da terra são
considerados nada; e ele age no exército do céu e entre os
moradores da terra segundo a sua vontade; ninguém pode deter a
sua mão, nem lhe dizer: Que fazes?”. E ainda em Hebreus 1.3:
“...sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder”.
Deus é extremamente poderoso, além do que podemos
imaginar, e seu poder é apenas uma expressão de sua glória.
Portanto, sua glória é incomparavelmente grandiosa.
4. Cristo ressuscitou dentre os mortos pela glória de Deus
Ele revela a grandeza da sua glória ao nos dizer que foi por meio
dela que realizou os maiores atos de poder e amor da história. Veja
em Romanos 6.4:
Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Jesus Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai. Se
a ressurreição é algo grandioso, se a esperança eterna de milhões
de pessoas depende dessa grande proeza, então a glória do Pai
deve ser muito grande, pois foi a glória do Pai que rompeu os laços
da morte e trouxe vida e imortalidade à luz.

5. As riquezas da sua glória


Deus impressiona nossa mente com a grandeza da sua glória,
referindo-se repetidas vezes à riqueza ou às riquezas da sua glória.
Veja em Romanos 9.22-23:
E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a
conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos
da ira, prontos para a destruição; para que também desse a
conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia,
que preparou de antemão para a glória.
Deus compara a sua glória às riquezas e diz que o propósito
final de toda a História é tornar conhecida a grandeza dessa riqueza
aos vasos de misericórdia preparados para a glória.

6. Contraste entre os sofrimentos desta vida e a alegria da


glória
Deus destaca a grandeza da sua glória ao nos dizer que a alegria
de experimentá-la superará de tal modo os sofrimentos desta vida
que nem será possível compará-los. Paulo afirma em Romanos
8.18: “Considero que os sofrimentos do presente não se podem
comparar com a glória que será revelada em nós”. Não importa o
quanto você sofra nesta vida, a alegria da glória de Deus será tão
grande que você sentirá como se seus anos e décadas de
sofrimento não representassem nada.

7. A glória tem um “peso eterno”


Deus declara, em 2 Coríntios 4.17, que a glória que
experimentaremos é um “peso de glória”. “Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória,
acima de toda comparação” (NAA – Nova Almeida Atualizada).
Observe que a glória é eterna e pesada; em contraste, a aflição é
momentânea e leve.
Existe algum peso em sua vida? Você carrega alguma carga
pesada que parece se arrastar há muito tempo? O Senhor nos
ensina que quando a glória de Deus for revelada em nós, e
depositada em um dos braços da balança, veremos o peso da
tribulação deste mundo subir, pois ficará tão leve como o ar em
comparação com o peso da glória.

8. A exclusão da glória é o mesmo que punição eterna


Deus mostra que sua glória é grandiosa ao nos dizer que a grande
punição no Dia do Juízo será a exclusão de sua glória. De acordo
com 2 Tessalonicenses 1.9, durante a vinda de Cristo, os que
rejeitaram o evangelho “sofrerão como castigo a perdição eterna,
longe da presença do Senhor e da glória do seu poder”.
Quando minha mãe morreu, em 1974, e meu pai, poucos
meses depois, vendeu a casa em que cresci, tive a chance de
visitar meu antigo lar uma última vez. Foi uma experiência
profundamente comovente caminhar pelos cômodos, lembrando-me
da minha mãe e sabendo que nunca mais voltaria a morar ali.
Imagine o tamanho da tragédia e da tristeza que será para a
pessoa que chegar ao fim de seus dias e tiver que se despedir para
sempre da glória de Deus! Nosso coração foi feito para desfrutar da
glória de Deus. A presença de Deus é nosso verdadeiro lar. Sua
glória é extremamente grandiosa! E sem ela você viverá em eterna
tristeza e saudade. Não viva uma vida que resulte em exclusão da
presença do Senhor e da glória de seu poder!

9. A glória substituirá o sol


O Senhor nos dá uma visão da grandeza da sua glória ao dizer que,
durante a era vindoura, a glória de Deus resplandecerá no lugar do
sol. Apocalipse 21.23 revela: “A cidade não necessita nem do sol,
nem da lua, para que nela brilhem, pois a glória de Deus a ilumina,
e o Cordeiro é a sua lâmpada”. Por enquanto, a imensidão e o
brilho do sol são lembretes e símbolos da grandeza e do brilho da
glória de Deus. Mas um dia não precisaremos de símbolos ou
lembretes, pois a luz verdadeira nos envolverá completamente.

10. A glória é revelada em cenários de adoração celestial


O Senhor amplifica a grandeza da sua glória ao nos revelar
magníficas visões de adoração celestial, nas quais a glória divina é
contemplada com a devida atitude de assombro e exaltação. Uma
delas está em Apocalipse 5.11-14:
Então olhei e também ouvi a voz de muitos anjos ao redor do
trono e dos seres viventes e dos anciãos cujo número era de
milhares de milhares e de milhões de milhões. Eles
proclamavam em alta voz: O Cordeiro que foi morto é digno de
receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a
glória e o louvor. Também ouvi todas as criaturas que estão no
céu, na terra, debaixo da terra, no mar e tudo que neles
existem, dizerem: Ao que está assentado no trono e ao
Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o domínio pelos
séculos dos séculos! E os quatro seres viventes diziam:
Amém. Os anciãos também se prostraram e adoraram.
Com certeza, o propósito de nos dar um vislumbre dessa
adoração celestial é fazer-nos conhecer a grandeza do Senhor e o
tremendo valor da sua glória.

11. Jesus é o perfeito reflexo da glória


Finalmente, somos levados a ver a grandeza da glória de Deus,
quando lemos em Hebreus 1.3 que o nosso Senhor Jesus “é o
resplendor da sua glória e a representação exata do seu Ser”. A
glória de Deus não é meramente algo distante e estranho. Se vimos
Jesus, vimos o Pai! Conhecemos o caráter moral dessa glória. É o
caráter de Jesus, cheio de graça e de verdade.
Portanto, quando Paulo afirma em Romanos 5.2 que nos
gloriamos “na esperança da glória de Deus”, ele quer que
conheçamos e sintamos como é extraordinariamente grandiosa a
glória de Deus. Toda fascinação, deslumbramento, admiração,
fama, louvor e aplauso, tudo pertence à glória de Deus, pois todas
as demais glórias são como a erva, se comparadas com a glória de
Deus.
Esse é o primeiro e o principal ponto: a glória de Deus é
infinitamente grandiosa.

FIRME ESPERANÇA
Em segundo lugar, a glória de Deus é uma firme esperança em
Jesus Cristo. De acordo com Romanos 5.2: “nos gloriamos na
esperança da glória de Deus”.
A glória de Deus ainda não foi manifestada em sua totalidade,
embora os céus a declarem e o próprio Jesus seja a imagem e a
expressão dela. Há tanto mais por vir que podemos dizer que nossa
vida no presente é uma vida de esperança. Nós esperamos.
Esperamos por Cristo. Esperamos por saúde. Esperamos por
justiça. E esperamos pela glória de Deus.
Porém, há três expressões em Romanos 5.1-2 que têm o
objetivo de dar aos cristãos grande confiança e plena segurança de
que, de fato, participarão dessa glória.
Não estamos esperando vagamente, sem saber se vai dar
certo ou não. Podemos esperar e saber com certeza que a glória de
Deus é a nossa porção eterna.
A primeira expressão é: justificados pela fé. A segunda é: paz
com Deus. E a terceira é: esta graça na qual estamos firmes.
Vamos supor um cenário em que a partir de hoje você passe a crer
nesse texto e ele se torne uma realidade em sua vida. No dia
seguinte, você vai feliz para o trabalho, porque a esperança da
glória de Deus é real em seu coração. E alguém do trabalho
pergunta para você, depois de ter notado sua alegria: “Por que você
está tão feliz?”. Ao que você responde: “Porque sei que vou
participar da glória de Deus”. Mas a pessoa não se dá por satisfeita
e insiste: “Mas como você sabe disso?”. Qual deve ser sua
resposta?
Bem, Paulo diz que você deveria responder usando essas três
expressões. Você deve dizer: “Eu sei que vou participar da glória de
Deus pois sou justificado pela fé, vivo em paz com Deus e tenho a
firme convicção de que estou no centro da graça de Deus”.
E se a próxima pergunta for: “E como você conseguiu acesso
ao centro da graça de Deus?”, você deve responder com base em
Romanos 5: “Por meio de Jesus Cristo, que me amou e se entregou
por mim. Por causa de Jesus, Deus me perdoou de todos os meus
pecados e me considerou justo aos seus olhos. Por causa de
Jesus, Deus agora se reconciliou comigo; não somos mais inimigos,
mas amigos. E por causa de Jesus, tenho acesso à sua graça,
onde estou tão seguro e protegido quanto um bebê nos braços de
sua mãe”.
E então você dirá, como eu digo para você, leitor, neste
momento: “Meu amigo, você não quer participar também da glória
de Deus? Você pode, se abandonar o pecado e começar a confiar
em Cristo. Ele nos oferece a justificação. Ele nos dá paz com Deus.
Ele nos dá graça sobre graça. E, por isso, nossa esperança na
glória de Deus não é edificada sobre a areia. É tão certa quanto o
caráter de Jesus Cristo”.
Estes são os primeiros dois pontos destacados: (1) a glória de
Deus é extraordinariamente grandiosa e (2) a glória de Deus é uma
firme esperança em Jesus Cristo.

CORAÇÕES CHEIOS DE EXULTAÇÃO E ALEGRIA


Isso nos leva ao terceiro e último ponto, que não chega a ser um
ponto da mensagem, mas se enquadra mais como uma
oportunidade para você reagir ao que já leu. É simplesmente isto: a
esperança da glória de Deus enche o coração de exultação e
alegria. “Regozijemo-nos e exultemos na esperança da glória de
Deus”.
A razão pela qual podemos sempre nos alegrar em Deus não
é porque a vida cristã é fácil. De fato, ela não é! A razão é que a
glória de Deus é tão grande que excede nossa capacidade de
imaginação e, em Jesus Cristo, é mais firme do que uma grande
rocha.

Portanto, regozije-se!
Alegre-se na esperança gloriosa!
Nosso Senhor, o juiz, virá e seus servos fiéis
Ao lar eterno conduzirá.
Exulte nele, brade ao seu comando!
Alegre-se, alegre-se, ele está voltando!

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