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O Direito Processual Civil é uma cadeira que estuda a teoria geral da realização da
justiça, que tende a atingir um procedimento para uma solução justa e o processo civil
surge numa fase de conflito entre as partes. O Direito Processual Civil engloba os
princípios fundamentais das estruturas da justiça sendo que o encadeamento processual é
um encadeamento valorativo, pois todo o Direito é deontologia (“dever ser”).
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
2. Os Princípios Processuais
O processo tem de permitir que a solução tem de ser uma boa solução. A decisão fixa o
dever ser e é imodificável. Como se pode aceitar um efeito tão fatal como este? Em vigor
para sempre independentemente do conteúdo na ordem jurídica.
1. Princípio da igualdade;
2. Princípio do contraditório;
3. As garantias do decisor -O decisor tem de dar garantias de imparcialidade e
independência – nenhum fator externo ao conflito o vai condicionar.
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em diplomas processuais avulsos. São estes princípios que, enformando o atual processo
civil , servem para dar sentido à multidão de comandos e normas contidas no CPC e nas
leis processuais civis avulsas, são eles que, não raras vezes, auxiliam o intérprete e
aplicador do Direito a adotar as soluções mais justas nos litígios que devem ser dirimidos
nos tribunais, comandando a melhor sequência dos atos processuais e impondo ou
sugerindo regras de conduta processual a todos os intervenientes principais (tribunal,
partes, Ministério Público) ou acidentais (terceiros intervenientes principais ou
acessórios, assistentes ou outros terceiros).
Trata-se de princípios que podem ser princípios fundamentais e noutros casos princípios
instrumentais.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
O Princípio do contraditório: pressupõe que não seja proferida nenhuma decisão antes
de todas as matérias relevantes serem submetidas a debate. Este princípio modifica todo
o processo. O processo não tem de admitir coisas que não são novas.
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•O autor tem ou não tem razão no seu pedido? art. 607º CPC
•Princípio do dispositivo e limite ao inquisitório| art.608/2 CPC + 615º +
art. 609º CPC
•Art. 619º CPC - transitada em julgado a sentença ou despacho saneador
Sentença que decida do mérito da causa, a decisão sobre a relação meterial
controvertida fica a ter força obrigatória dentro do processo e fora dele.
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Na ausência de qualquer outra se aplica: 95% dos casos são com esta estrutura:
Nota: Esta estrutura é muito simplificada, pois o autor pode ser casado, o réu pode ser o
garante fiador a um devedor principal, as partes podem ser simples ou complexas. O autor
pode pedir várias coisas: emendar defeitos de uma obra (num contrato de empreitada por
exemplo), e pedir uma indeminização pelos danos.
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Artigos importantes – o art. 20/4 CRP (processo equitativo – direito fundamental do cidadão) + art.
18/2 CRP (restrições) – limite constitucional. – Petição inicial inicia-se com a receção na secretaria. As
ações instalam-se ou propõem-se. Fazer remissão para o art. 552 CPC.
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Só através da verificação destes pressupostos é que o juiz será capaz de decidir com mérito, atingindo
um processo equitativo, sem vícios.
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Na petição inicial entra logo a prova documental – e não a prova testemunhal. Quando
o instrutor do processo recebe o processo, já tem provas documentais do objeto do
processo. Quando passa para a fase instrumental o juiz analisa as provas documentais.
Princípio do dispositivo e instrutório: que poderes tem o juiz no que respeita à produção
de prova de um processo. – O Poder instrutório do juiz ocorre com o poder instrutório
das partes. Se em processo civil a regra dos poderes instrutórios são das partes, o
legislador ordinário pode modificar o poder instrutório. Na produção de prova: o juiz e as
partes têm quase que uma paridade, ao contrário do sistema norte-americano e britânico.
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Os factos essenciais se alegados pelas partes, e todos os factos instrumentais desde que
alegados pelos factos essenciais por referência aos quais os instrumentais são
instrumentais hajam sido alegados pelas partes. – Os factos essenciais têm de ser
preenchidos, é por referência ao pedido se eu pergunto se uma coisa é essencial ou não.
Diferença entre essencial e instrumental.
Às vezes os factos essenciais não são elemento de prova direta, como se faz a prova –
através de factos indiciais do facto essencial. O juiz pode instruir factos instrumentais,
para conhecer os factos essenciais. (análise do art.º. 5º CPC)
Segundo o art. 608/2 CPC o juiz tem de resolver todas as questões que as partes tenham
submetido à sua apreciação, relativamente ao objeto do processo, as questões entre o réu
e o autor surgem na contestação. O juiz tem de dar resposta a todas as questões que as
partes suscitaram. – O juiz conhece daquilo que as partes alegam como questões. O juiz
tem um limite “pode ocupar-se senão das questões suscitadas pelas partes” – há um
limite do tribunal e este limite é mais compreensível se atendermos à nulidade que é de
conhecimento oficioso, e à anulabilidade que não é de conhecimento oficioso.
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Se o juiz disser o contrato é nulo por falta de forma, sem o autor contestar é possível
porque as nulidades são de carácter oficioso, se for uma anulabilidade não pode. – art.
608/2/ in fine.
Dentro o objeto do processo temos o pedido – art. 609º CPC – o pedido limita o objeto
possível da condenação.
Art. 615 º CPC – causas de nulidade da sentença – alínea d) – interligada com o art. 608/
1/d) CPC – a sentença é nula tem as mesmas consequências.
O Art. 411 CPC | Princípio do inquisitório | que sobre o juiz incumbe um dever – as
partes são encabeçadas num ónus. O “ Apuramento da verdade e à justa composição do
litígio, quanto aos factos de que lhe é lícito conhecer” – é um híbrido de poder-dever
que é limitado. Ele tem de descobrir o que aconteceu, para chegar à justa composição da
causa, quanto aos factos que é lícito conhecer. As questões resultam de factos – narram
uma sequência de factos e acontecimentos. As questões surgem pela qualificação jurídica
dos efeitos narrados. Aplicando as regras jurídicas a estes factos, os factos que entram no
processo, são só factos jurídicos. Tem de haver uma descrição dos acontecimentos, a
história vai ter consequência no plano no Direito.
1. Conta a história
2. Qualifica
3. E desses factos retira as consequências.
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Factos: art. 5º CPC | princípio do dispositivo –| às partes cabe alegar os factos essenciais,
o juiz não alega, só conhece e decide. Estes factos essenciais constituem a causa de
pedir. O destinatário da regra é o juiz, o declaratário são as partes. – Ou a forma tem um
efeito excecional ou tem forma de pedido.
Factos essenciais. É sempre por referência à regra em que a parte se fundamenta para
retirar um efeito jurídico.
Art. 5/2 CPC- são ainda considerados pelo juiz: “são tidos em conta”- factos que podem
fundamentar a decisão. O Juiz decide, portanto um facto é considerado quando pode
fundamentar uma decisão.
Os factos instrumentais previstos no art. 5/2/a) CPC – e a alínea b) ? Das duas uma, ou
o facto tem de ser alegado para desencadear o efeito, ou é essencial ou instrumental.
Á luz do art. 5/2/b CPC – o ilícito é essencial – o dolo ou mera culpa estão a qualificar
a ação mas neste caso está a concretizar, e são partes essenciais. Este tipo legal da
responsabilidade civil é um ato complexo, existem factos essenciais que são
concretizáveis. O que joga este art.5º CPC nº1 – há um limite na aliena a), o juiz pode
fundamentar a decisão pelos factos essenciais, os essências têm de ter sido alegados pelas
partes, a natureza instrumental ou essencial dos factos não dispensa o princípio do
contraditório. Decorreram da prova que foi produzida.
Poderes de suprimento do Tribunal – quando os factos são essenciais – o juiz tudo tem de
fazer para que a base de facto seja integral e completa.
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Quando o direito de uma pessoa é violado por outra, estamos perante um conflito de
interesses. O tribunal só poderá resolver esse conflito se a resolução lhe for solicitada
pelo interessado. O pedido é formulado no momento em que a ação é proposta, ou seja
na petição inicial. O titular do direito violado terá de propor a ação adequada,
desencadeando desse modo a atividade do tribunal para que seja proferida a decisão que
venha a solucionar o conflito.
A atividade inicial a desenvolver pelas partes está consagrada no art. 3/1 CPC, que
determina que o tribunal não pode resolver o conflito de interesses que a ação pressupões
em que a resolução lhe seja pedida por uma das partes e a outra seja chamada a deduzir
oposição.
Em suma, o processo só tem inicio por força do impulso do autor ao formular o respetivo
pedido ao tribunal. A iniciativa nunca poderá pertencer ao juiz. São as partes que – através
do pedido (do autor ou do reconvinte) e da defesa (do réu ou do reconvindo)
circunscrevem o “thema decidendum”.
Art. 5º CPC – a uma das partes cabe dar início ao processo e à outra deduzir oposição
(se não se conformar com o pedido), mas também cabe às partes impulsioná-lo. Além
disso, dispõem do objeto do processo.
A este respeito têm a disponibilidade das questões e dos factos necessários à decisão
do pedido.
➢ Nos termos do art. 608º/ 2 CPC – o juiz deve resolver todas as questões que as
partes tenham submetido à sua apreciação. Por outro lado, por força do que dispõe
o art. 609º CPC a sentença não pode condenar em quantidade superior ou em
objeto diverso o que se pedir.
➢ Às partes cabe igualmente o ónus de prova dos factos que constituem
fundamento da ação ou da defesa | art. 342º CC |.
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Pode dizer-se que as novas conceções legislativas têm sido orientadas no sentido de dar
prevalência a diferentes objetivos, é por isso que o princípio do dispositivo tem
atualmente certas limitações impostas pela necessidade de salvaguardar a verdade
material, em detrimento da forma e ainda com o objetivo de imprimir maior celeridade
e eficácia aos meios processuais. Equivale dizer que o princípio do inquisitório tem vindo
a conquistar gradualmente terreno ao princípio do dispositivo.
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distanciamento relativamente à estratégia das partes. Por outro lado, não pode deixar de
ser atribuída às partes a responsabilização pelo êxito das posições que defendem o
processo. O que se passa em processo penal é diferente visto que o Estado detém o “jus
puniendi” e, por isso, lhe cabe não só a iniciativa de instaurar a ação penal, como também
tem o ónus de averiguar oficiosamente os factos que interessam ao apuramento da
verdade.
b) Para ser eleito ele tinha de publicar em público os direitos que ele ia reconhecer
às pessoas, através dele os cidadãos sabiam os direitos que tinha porque o pretor
reconhecia ações para a tutela desses mesmos direitos. A solução dos casos é
judicial, ora só são reconhecidos os direitos que têm cabimento que podem
resultar proclamados pelas ações do pretor. Porque o pretor não julgava ações, o
iudex é que julgada ações (não confundir com o juiz). O Iudex não é exatamente
o juiz, há uma diferença essencial, o iudex é um cidadão privado que valora
(produz prova) e ele diz qual o resultado da prova deduzida, ele faz isto por
referência a uma instrução que recebe do pretor para que ele julgue uma ação que
o pretor considere existente e que ajude no sentido favorável se tudo acontecer
como o pretor diz – para a ação ser atribuída.
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Ainda hoje se fala em exceções, são circunstancias que impedem o efeito produzido pela
ação – (pergunta de exame – o que são exceções).
• Quem dizia como ação devia ser decidida era o pretor, o que significa que o pretor
emitia esta declaração – verificou que a acione está prevista – fase preludiada no
pretor. Ele verifica no momento da concessão da “actio” ele aqui está a verificar
se os pressupostos que depende a concretização da ação estão preenchidos. A
ação chega à mão do iudex e vem saneada pelo pretor previamente. (os
pressupostos processuais foram preenchidos) – temos um sujeito que verifica a
regularidade da ação.
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que podem levar à absolvição da instância, estas questões são as excepções processuais
ou dilatórias.
❖ Exceções dilatórias:
As exceções que obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa e que dão lugar à
absolvição da instância ou à remessa do processo para outro tribunal – art. 576º/2 CPC.
As exceções dilatórias, obstam a que se entre na apreciação da relação jurídica material,
por faltar alguma coisa a essa pronúncia final; elas não afetam o direito de ação: elas
dilatam, protelam, adiam a decisão do litígio. Em vez de extinguirem a ação, retardam
ou adiam o respetivo conhecimento do mérito. Embora afastem a possibilidade do
conhecimento do mérito da causa naquele momento, não afastam definitivamente. Quer
dizer que a absolvição da instância não obsta a que se possa propor outra ação sobre o
mesmo objeto – art. 279/1 CPC.
As exceções dilatórias: elas não atingem a pretensão do autor, elas dilatam no tempo a
proteção do autor – atrasam só, por isso são só dilatórias.
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Suma:
A partir do momento em que não há distinção dos sujeitos que reconhecem a validade da
instancia e da ação, esta pessoa tem de perguntar em primeiro lugar: o autor pediu x, mas
estão verificadas as questões processuais que me permitem decidir com mérito? Se não
verificados todos os pressupostos surge uma exceção dilatória (dilata para outro
momento) e absolvo o réu não do pedido, mas da instância, neste processo ele não pode
ser julgado. Estão preenchidos todos os pressupostos e a instância está regular, averigua
os factos de direito.
O autor ao invés de obter a tutela, o réu podia obter a tutela – tinham de esperar por
outro processo – ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime. Se o réu
acusado em processo penal for absolvido daquele processo, não pode voltar a ser
chamado, o próprio réu tem interesse nas decisões de mérito (absolvição do pedido) o réu
tem interesse em ser absolvido do pedido, se o autor lhe bater a porta diz.
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Os pressupostos processuais não são arbitrários | art. 20º CRP e art. 18º | isto quer
dizer que se o pressuposto que falta se destinar a proteger o réu, o réu não pode ser
condenado no pedido nessa ação porque falta uma condição para atingir uma decisão
de mérito.
a) Se faltar um pressuposto que protege o autor – pode o réu ser condenado no pedido
b) A decisão de mérito proferida é contra o autor que não esteve nas melhores
condições. A decisão vai ser sempre aquela que é proferida tipicamente quando
faltam pressupostos processuais, mas é superada por uma decisão de mérito
(absolvição do pedido) sempre que a decisão de mérito seja a mais favorável
possível pela falta do pressuposto em falta. Exemplo Prático: pode anular um negocio
jurídico feito pelo menor, mas favorável ao menor? Pode, mas não faz sentido. Os
pressupostos existem para proteger, se aquele que o pressuposto visa proteger faltar,
não há absolvição da instância. Prevalência DO MÉRITO SOBRE A FORMA.
O processo existe para o reconhecimento do mérito, para averiguar se o autor tem razão:
com base no art. 20/4º CRP e art. 18º CRP do processo equitativo.
A prevalência da substância sobre a forma surge quando for necessária para proteger
a parte que é protegida e que é suposto proteger. Se o pressuposto protege, avanço para
o mérito: a forma foi superada pela possibilidade de uma ótima decisão de mérito. A
prevalência do mérito sobre a forma não me permite condenar o pedido do réu que é
protegido por um dos pressupostos que esta em falta.
Este princípio tem apoio na lei no art. 278/3 CPC | quando este princípio não se aplica,
ou seja quando não é possível recorrer à sanação, o juiz deve abster-se de conhecer o
pedido (não conhece do mérito da causa) logo a consequência é a aplicação do regime
das exceções dilatórias : cuja a incompetência diz respeito à absolvição do réu da
instância.
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E este seria o regime normal, seria a mecânica básica que faz transmitir para outro
processo ( dilata no tempo a analise do mérito).
Quando a ordem jurídica nos diz: o menor é incapaz, a ordem jurídica quer proteger o
menor de atos que o vinculem – a incapacidade do menor é em beneficio do menor, a
alínea c) – incapacidade das partes ou do autor – art. 278 CPC – se o autor é incapaz é um
meio que a ordem jurídica impõe que protege o autor. | Que em princípio a incapacidade
do menor é sanável por representação legal e mais uma vez existe a sanação de uma
exceção dilatório, ou seja mais uma vez vemos a prevalência da substância em detrimento
da forma.
Exemplo: O autor é incapaz – este ato não pode valer (exceção dilatória) a consequência
seria a absolvição da instancia, mas é possível suprir esta exceção, através da
representação legal neste caso. Ou seja, em suma, algumas exceções dilatórias são
possíveis de sanação.
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Exemplo: O caso julgado é uma exceção que não é suscetível de sanação, esta ação não
pode ser julgada segunda vez porque os tribunais não se podem contradizer, isto impede
o segundo tribunal conhecer do mérito desta segunda causa, quer-se evitar a contradição
da ação, portanto o caso julgado é uma exceção dilatória que não possível de sanação,
não há como rasgar a primeira sentença na ordem jurídica. Esta exceção do caso julgado
foge à lógica do art, 278/3/ 2 parte CPC – “destinando-se a tutelar o interesse de uma
das partes” – é a mesma pessoa nos mesmos momentos processuais “no momento da
apreciação da exceção.
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3 | A Competência
1º Pressuposto é o da competência
Professora Paula Costa e Silva intercalado com o Juiz Jorge Pais do Amaral
A jurisdição constitui o poder de julgar que é atribuído aos tribunais considerados do seu
conjunto. É com este sentido que o art. 202º CRP comete aos tribunais, como órgãos de
soberania, a função jurisdicional. A competência é apenas uma parcela desse poder,
depois fracionado entre os diferentes tribunais. A importância desta distinção surge
aquando dos conflitos que podem ser de jurisdição ou de competência.
Em conformidade com o que dispõe o art. 109/1 CPC há conflito de jurisdição quando
duas ou mais autoridades pertencentes a diversas atividades do Estado, ou dois ou mais
tribunais, integrados em ordens jurisdicionais diferentes se arrogam ou declinam o poder
de conhecer da mesma questão. Os conflitos jurisdicionais podem surgir por exemplo
entre o tribunal judicial e o tribunal administrativo.
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O poder de julgar está distribuído entre os tribunais de acordo com diversos critérios,
numa primeira perspetiva podemos distinguir a competência interna e da competência
internacional, ambas trabalham com elementos de conexão.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Fixa-se sempre no tribunal e não sai de aqui ( a Professora Paula Costa e Silva utiliza o
exemplo do cão, ou seja o cão não sai quando se senta daquele local ) – é a competência
do tribunal fixado que vai determinar a análise de outros factos, sendo que são irrelevantes
as modificações de facto que ocorram posteriormente, a não ser nos casos especialmente
previstos na lei. E são igualmente irrelevantes as modificações de direito, exceto se for
suprimido o órgão a que a causa estava a afeta ou lhe for atribuída competência de que
inicialmente carecia para o conhecimento da causa.
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São da competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a outra
ordem jurisdicional | art. 64º CPC |.
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As leis de organização judiciária determinam quais as causas que, pelo seu valor se
inserem na competência da instância central e da instancia local | art. 66º CPC |. A
incompetência em razão do valor da causa é sempre de conhecimento oficioso do tribunal,
seja qual for a ação que se suscite. Compreende-se que assim seja, porque estão em causa
princípios da organização judiciária.
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Supremo Tribunal
de Justiça
Tribunais da
Relação
Tribunais judiciais
de 1ª instância
Os tribunais estão hierarquizados formando uma pirâmide, cuja a base é contruída pelos
tribunais da 1ª instância. No plano intermédio encontram-se os tribunais da relação, que
funcionam como tribunais de 2ª instância. No vértice da pirâmide situa-se o Supremo
Tribunal de Justiça.
Tribunais de 1ª instância:
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A hierarquia judiciária não significa que os juízes dos tribunais de grau inferior
dependam ou devem obediência aos de grau superior. A hierarquia traduz-se no poder
conferido aos tribunais superiores de, pela via de recurso, revogarem ou alterarem as
decisões dos tribunais inferiores. Conforme dispõe o art. 203º CRP os tribunais são
independentes e apenas estão sujeitos à lei. Nos termos do art. 4º da Lei 62/2013 os juízes
julgam apenas segundo a CRP e a lei e não estão sujeitos a quaisquer ordens ou instruções,
salvo o dever de acatamento das decisões proferidas em via de recurso por tribunais
superiores. E não podem ser responsabilizados por via de regra, das suas decisões.
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decisões interlocutórias. Trata-se de um recurso “per saltum”, visto que não passa
pelo Tribunal da Relação.
➢ Cabe ao STJ a uniformização de jurisprudência.
Tribunais da Relação:
➢ Conhecem dos recursos e das causas que por lei sejam da sua competência – art.
68/1 CPC.
➢ Os tribunais da Relação são por via de regra tribunais de 2ª instância, designam-
se pelo nome do município em que se encontram instalados.
➢ Os tribunais da Relação compreendem secções em matéria cível, penal, social,
família, menores, comércio, propriedade intelectual e de concorrência, regulação
e supervisão.
➢ Existem tribunais da Relação em Lisboa, Porto, Coimbra, Guimarães e Évora.
O foro do réu – constitui regra geral – quando não exista disposição especial para a
atribuição da competência territorial, é competente para a ação, por força desta regra o
tribunal do domicílio do réu. Com este princípio procura a lei facilitar a defesa do réu.
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Art. 80 e 81º CPC. Para a determinação do domicílio do réu deve atender-se ao que dispõe
os art. 82 e ss CC.
O foro obrigacional – é o lugar onde deve ser cumprida a obrigação. – O lugar onde a
obrigação deve ser cumprida é o que resulta do disposto do art. 772 e 776º CC.
a) Enunciado
As regras sobre a competência dos tribunais podem ser sujeitas a alguns desvios pelo
aparecimento de questões suscitadas no decurso da ação. Verificadas certas condições, o
tribunal estende a sua competência por forma a poder julgar, para além da ação, essas
questões para as quais não teria normalmente competência.
Assim, sendo o tribunal competente para determinada ação, passa a sê-lo também
para questões nelas suscitadas. Por outras palavras, a competência do tribunal para
julgar a ação estende-se às questões que nela sejam levantadas. A extensão e modificações
da competência estão previstas nos art. 91º a 95º CPC.
b) Questões incidentais
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ao processo principal. Não é possível proferir a sentença final sem que antes seja decidida
essa questão incidental.
Exemplos:
A grande parte dos incidentes estão dispersos pelo CPC, estão tipificados na lei, como
incidentes da instância os seguintes:
Se no decurso da ação falecer uma das partes o tribunal competente para a ação sê-lo-á
também para decidir o incidente de habilitação. Normalmente, o tribunal competente para
a habilitação dos sucessores da parte falecida é do lugar da abertura da sucessão. Porém
se não for este tribunal em causa, passa a ter por extensão, competência também para a
habilitação.
Deste modo, o tribunal competente para julgar a ação proposta com fundamento num
contrato celebrado entre o autor e o réu, é também competente para conhecer da nulidade
do contrato invocada pelo réu, mesmo que para conhecimento desta nulidade fosse
competência atribuída a outro tribunal, no caso de ter sido alegada como autónoma.
Esta extensão da competência tem limites previstos no art. 91/2º CPC – assim a
decisão das questões e incidentes suscitados não constitui caso julgado fora do processo
respetivo, exceto se alguma parte requerer o julgamento com essa amplitude e o tribunal
for competente do ponto de vista internacional e em razão da matéria e da hierarquia.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Consequência: se a decisão proferda sobre incidentes ou sobre meios de defesa que não
envolvam diretamente o objeto da ação, mesmo que transitada em julgado, vale apenas
como caso julgado formal | art. 620º CPC | o que significa que não valerá fora daquele
processo|
➢ Só constituirá caso julgado material art. 621º CPC se tal tal for requerido por
alguma das partes, isto é, se alguma das partes requerer o processamento da
questão como numa ação autónoma (para uma questão valer fora do processo).
Porém, para que o requerimento neste sentido possa ser atendido, não pode faltar
ao tribunal a competência necessária, em razão da nacionalidade, da matéria, ou
da hierarquia.
C) Questões Prejudiciais.
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A reconvenção tem lugar quando o réu formula, na ação contra ele proposta, um pedido
autónomo contra o autor.
O tribunal da ação é competente para questões deduzidas por via de reconvenção, desde
que tenha competência para elas em razão da nacionalidade, da matéria e da hierarquia;
se a não tiver é o reconvindo absolvido da instância | aart.93/1 CPC.
No Caso de reconvenção, quando o pedido formulado pelo réu seja distinto do que foi
deduzido pelo autor, os respetivos valores somam-se, nos termos do art. 299/2 CPC. Neste
caso é portanto, alterado o valor inicial da causa.
Essa alteração do valor da causa pode fazer com que o tribunal onde a mesma corre deixe
de ser competente em razão do valor, o que implicará a necessidade de remeter a ação
para o tribunal que passou a ser competente. Neste sentido, determina o nº2 do art. 93º
CPC que, quando, por virtude da reconvenção, o tribunal deixe de ser competente em
razão do valor, deve o juiz oficiosamente remeter o processo para o tribunal competente.
E) Competência convencional
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Art. 94/1 CPC: as partes podem convencionar qual a jurisdição competente para dirimir
um litígio determinado, ou litígios eventualmente decorrentes de certa relação jurídica –
contando que a relação controvertida tenha conexão com mais de uma ordem jurídca.
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Por força do art. 94/2 CPC | a designação convencional pode envolver a atribuição de
competência exclusiva ou meramente alternativa com os tribunais portugueses – quando
esta exista, presumindo-se que seja exclusiva em caso de dúvida.
Pode acontecer, porém, que as partes cheguem a identificar um dos tribunais portugueses
– assim se as partes atribuírem por exemplo a competência ao tribunal de Lisboa, estão a
celebrar um pacto de jurisdição.
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• Art. 94/3/a) CPC | - Dtos. Indisponíveis – são os que estão subtraídos à livre
disponibilidade das partes como por exemplo os relativos ao estado das pessoas. |
Casamento e filiação |. Um direito deve considerar-se indisponível quando o seu
titular não puder privar-se dele por simples ato de vontade.
A “contrario sensu” os dtos. Disponíveis são aqueles que o titular pode livremente dispor,
se o litigio versar sobre direitos indisponíveis não será válido o pacto de jurisdição.
• Art. 94/3/c) CPC | Com este requisito pretende-se evitar que seja escolhido um
tribunal com a qual a causa e as partes não tenham qualquer conexão relevante.
Assim o elemento de conexão entre o tribunal designado e a causa deve ser de ordem
pessoal (domicílio ou nacionalidade) ou real ( situação dos bens) | art. 62/a) + 41/2
CPC.
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Quando o tribunal competente para determinada ação é o lugar do domicílio do réu, nos
termos do art.80º CPC, tal regra não pode ser observada se a ação for proposta contra
vários réus com domicílios situados em áreas correspondentes a diversos tribunais.
O art. 82º CPC – regula esta situação atribuindo a competência ao tribunal do domicilio
do maior número deles. Se for igual o número de diferentes domicílios, dá o autor a
possibilidade de escolher.
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O problema surge quando a causa, através de qualquer dos seus elementos, está em
conexão com outra ordem jurídica, além da portuguesa.
Trata-se de saber se uma determinada questão deve ser resolvida pelos tribunais
portugueses ou pelos tribunais estrangeiros. Se a a situação não revelar qualquer elemento
de conexão com a ordem jurídica estrangeira, tudo se passa no âmbito da competência
interna.
Note-se que no caso concreto pode implicar somente o funcionamento das regras da
competência interna, mas a aplicação das regras da competência internacional nunca
dispensa a aferição do tribunal internamente competente. Suponha-se que por
exemplo que dois portugueses domiciliados em território português se pretendem
divorciar em Portugal; a situação contende apenas com a competência interna dos
tribunais portugueses, pelo que só têm de ser aplicadas as correspondentes regras de
competência relativas à ação de divórcio. Em contrapartida, se forem dois espanhóis,
domiciliados em Espanha, que se desejam divorciar em Portugal, isso exige,
primeiramente, a verificação da competência internacional dos tribunais portugueses
para a ação de divórcio e depois a análise do tribunal competente na ordem interna para
essa mesma ação, ou seja, requerer a conjugação da aferição da competência internacional
com a aplicação das regras sobre competência interna.
37
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Cada país pode fixar os elementos e conexão que considera relevantes para se atribuir
a competência para julgar determinados litígios; conforme dispõe o art. 59º CPC sem
prejuízo de que se encontre estabelecidos em regulamentos europeus ou outros
instrumentos internacionais, os tribunais são competentes internacionalmente quando se
verifique algum dos elementos de conexão referidos no art. 62º CPC e 63º ou quando as
partes lhes tenham atribuído competência nos termos do art. 94º CPC. Sendo assim, os
elementos de conexão da ação com a ordem jurídica de diferentes países deve atender-
se para atribuir competência internacional aos tribunais portugueses está prevista nos
art. 62 e 63 CPC.
Exige-se porém que entre o objeto do litígio e a ordem jurídica portuguesa haja um
elemento ponderoso de conexão, pessoal ou real. Segundo o princípio da necessidade, a
competência é atribuída nos tribunais portugueses quando o direito invocado pelo autor
só possa tornar-se efetivo por meio de ação proposta em Portugal. Evidencia-se, assim, a
necessidade de propor a ação nos tribunais portugueses por ser o único modo de efetivar
o direito do autor.
Além disso é atribuída competência internacional aos tribunais portugueses não só nos
casos de necessidade, mas também nos casos de dificuldade. Assim, a ação deve ser
proposta os tribunais portugueses quando a propositura da ação no estrangeiro
representaria para o autor dificuldade apreciável.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
1. Sempre que há uma parte mais frágil do contrato, a lei protege a parte mais
fraca – vamos encontrar zonas que são excluídas da Auto violação, da parte
mais frágil – e ainda exceções que tenham razões de ser mais fortes. Os
elementos de conexão existindo uma certa margem de proteção – conferem
uma proteção de valores e deste modo não há arbítrio nos elementos de
conexão.
➢ Delimitação positiva:
➢ Delimitação negativa:
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- Segurança Social;
- Arbitragem;
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• Atender ao art. 62º CPC e ver onde o pedido do autor se encaixa, se na alínea a)
| Princípio da coincidência | na alínea b) | Princípio da causalidade | ou alínea
c) | Princípio da necessidade.
• Se houver correspondência entre o pedido e a alínea a) do art. 62º CPC, então
aplicar-se-ão os art. 70ºss do CPC | quanto à competência territorial|.
• Como neste caso se tratava de matéria contratual, ter em atenção a aplicação
do art. 71º CPC | competência para o cumprimento da obrigação | e interligar
este artigo, com os artigos 772º e 776º do Código Civil, quanto ao local de
pagamento ou cumprimento da obrigação, sendo que ter especial atenção às
obrigações pecuniárias | art. 774º CPC | (porque a lógica é inversa). Outro artigo
importante é o artigo 885º CC quando à compra e venda.
• Sendo que em matéria obrigacional e contratual trata a secção cível | art. 79º, 80,
81º e 117º da Lei da Organização do Sistema Judiciário, é necessário saber qual
será o tribunal competente.
Então o último passo é ir ao art. 37º da Lei da Organização do Sistema
Judiciário – 62/2013 de 26 de Agosto e analisar a competência segundo os quatro
critérios:
1. Competência em razão da matéria; art. 40º da lei 62/2013
2. Competência em razão do valor; art. 41º
3. Competência em razão da hierarquia; art. 42º
4. Competência em razão do território; art. 43º
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Critério especial |
Competências especiais | art.
5/1 e art. 7º e ss
Critério exclusivo |
competência exclusiva | art.
24º do Regulamento
a) Generalidades;
Os pactos de jurisdição do art. 25º do Regulamento são válidos nas seguintes condições:
art. 15º | 17º | 23º do •Esses pactos não podem contrariar os requisitos mais exigentes que
valem para os pactos de jurisdição em matéria de seguros, contratos
Regulamento celebrados por consumidores e contrato individual de trabalho
Requisitos Gerais |
Efeitos |
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- Segundo o Prof. Miguel Teixeira de Sousa, a Prof. Paula Costa e Silva não admite que
este Pacto seja denominado como tácito.
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Análise do art. 28º Regulamento a comparência que se refere este artigo, depende de
outros ordenamentos jurídicos, por exemplo a comparência no ordenamento jurídico
português é a contestação do réu, se o réu não souber da propositura da ação não tem
como se defender (violação do princípio da igualdade das armas), ora o art. 28º do
Regulamento /1 – joga com o art. 4º domicilio do réu – o regulamento não fala em réu,
o requerido/demandado.
Análise do art. 29º Regulamento – art. 29/1 – os tribunais que não tenham sido o primeiro
demandado tem de suspender as ações propostas pelo autor.
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- Na essência , na
Arbitragem:
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é indisponível, pode o juiz estatal intervir? Há uma dúvida quando à duvida da extenção
desta convenção arbitral. O juiz estatal não pode mesmo intervir, à luz do princípio da
competência| e autoridade.
- Os tribunais estaduais não têm de decidir sobre direito estrito – os Tribunais arbitrais
podem decidir segundo a equidade se os tribunais estaduais poderem.
50
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Na arbitragem o litígio termina com a emissão de uma decisão que conhece acerca da
verificação ou não verificação de certos factos e julga o pleito aplicando o direito
constituído ou resolve o conflito de interesses através da equidade – e é exatamente
esta possibilidade de julgar segundo a equidade , que explica por que as partes não se
limitam a acordar a constituição de um tribunal de juízes diferentes dos tribunais e dos
juízes estaduais: a submissão da resolução do litígio a um tribunal arbitral é expressão
de um contrato mais intenso pelo que as partes renunciam à jurisdição estadual no que
tange à apreciação do mérito desse litígio.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
desfruta de competência para apreciar a sua própria competência, este tribunal pode
pronunciar-se sobre a sua própria competência – art. 18º, mesmo que, para isso se faça
mister apreciar, quer a existência , a validade, quer a eficácia da convenção de arbitragem
ou do contrato em que ela se insira, quer enfim, a aplicabilidade daquela convenção.
- A execução destas decisões do tribunal arbitral, somente poderá correr nos tribunais
da 1ª instância, porém a execução destas decisões dos tribunais arbitrais somente poderá
correr nos tribunais judiciais , in casu, nos juízos de competência genérica ou no juízo de
competência especializada da comarca onde tenha decorrido a arbitragem.
Modalidades de incompetência |
A) Enunciado
Antes de propor a ação deve o autor procurar saber qual o tribunal competente para
a mesma, tendo em conta as diversas regras enunciadas.
I. Desde logo deve apurar se a ação, através de qualquer dos seus elementos, tem
conexão com a jurisdição de outros países. Em caso afirmativo terá de
averiguar da competência internacional dos tribunais portugueses. Se essa
conexão não existir, a questão nem sequer é suscitada.
II. Constatada a competência dos tribunais portugueses, é chegado o
momento de saber qual deles tem competência para decidir a ação,
considerando os critérios da competência interna já enunciados.
III. Em primeiro lugar deve averiguar qual o tribunal de 1ªinstância
territorialmente competente. Se na respetiva área só existir um tribunal de
competência genérica, a pesquisa estará simplificada.
IV. Se, na propositura da ação, não forem respeitadas as regras da competência,
as consequências que daí derivam, dependem do tipo de violação.
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Antes de referir os efeitos de cada uma das violações convém saber qual o momento que
deve ser tido em conta para fixar a competência do tribunal. Como já sabemos, a
competência fixa-se no momento em que a ação se propõe, sendo irrelevantes as
modificações de facto que corram posteriormente, a não ser nos casos especialmente
previstos na lei | art. 38º1 da Lei nº 62/2013.
Exemplo: se a ação foi proposta no tribunal do domicilio do réu, que vivia em Viseu, por
ser este o tribunal territorialmente competente, o tribunal mantém a sua competência
mesmo, que entretanto, o réu tenha transferido o seu domicilio para Coimbra.
a) A Incompetência Absoluta:
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II. Qualquer das partes tem, portanto, legitimidade para arguir a incompetência
absoluta do tribunal, o que significa que pode ser arguida pelo próprio autor,
que foi quem a ocasionou. Pode ainda, ou melhor deve ser conhecida
oficiosamente pelo próprio tribunal, exceto se resultar da violação do pacto
privativo de jurisdição ou de preterição do tribunal arbitral voluntário.
Tudo isto pode ter lugar enquanto não houve sentença com trânsito em julgado sobre o
mérito da causa. Sendo assim, a arguição ou conhecimento oficioso pela primeira vez
tanto pode verificar-se no tribunal de 1ª instância como no tribunal de recurso.
A violação das regras de competência em razão da matéria que apenas respeitem aos
tribunais judiciais só pode ser arguida ou oficiosamente conhecida, até ser proferido
despacho saneador, ou, não havendo lugar a este, até ao inicio da audiência final | art.
97/2 CPC. Neste caso considerou o legislador que a gravidade da violação seria menor.
Por isso encurtou o prazo de arguição ou de conhecimento oficioso, que não poderá ter
lugar depois do despacho saneador ou, não o havendo atá ser dado inicio à audiência final
art. 97/2 CPC.
Exemplo: podemos apontar o caso da ação que foi proposta num tribunal de competência
genérica em vez de o ter sido no tribunal de competência especializada, como seja o
tribunal de família. Esta menor gravidade só se verifica se a violação das regras de
competência em razão da matéria respeitar apenas a tribunais judiciais. Quer dizer, se a
ação tiver sido proposta num tribunal judicial em vez de o ser num tribunal não judicial,
a incompetência é considerada mais grave e por isso a lei dilata o prazo de arguição que
será o previsto no art. 97/1 CPC. – É o que se verifica se a ação foi proposta num
tribunal comum e devias ter sido num tribunal administrativo.
Quando a citação não depende de prévio aviso judicial, porque incumbe à secretaria
promovê-la oficiosamente | art. 226º1 CPC – o juiz terá o primeiro contacto com o
processo já depois dos articulados. Conhecerá do vício no momento de proferir o
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
despacho saneador| art. 595/1/a) CPC. Neste caso ao conhecer da incompetência absoluta
(oficiosamente ou porque foi arguida) tem de limitar-se a absolver o réu da instância.
Na verdade, o juiz depara com uma exceção dilatória | art. 577º e art. 278º/1/a) CPC –
que terá como consequência a absolvição do réu da instância por força do art. 576/1 e 2
CPC.
O caso julgado que ser forme sobre o despacho que determinou a incompetência absoluta
do tribunal, não tem alcance de caso julgado material, o que significa que não tem valor
fora do processo , o que significa que não tem valor fora do processo (art.619º e 620º
CPC). É uma forma de garantir a liberdade de julgamento de cada juiz. Na verdade, sendo
proposta outra ação no tribunal tido por competente, nada impede que o juiz deste tribunal
o considere incompetente.
b ) A Incompetência Relativa
A incompetência relativa pode ser arguida pelo réu, sendo o prazo de arguição o fixado
para a contestação, oposição ou resposta ou, não havendo lugar a estas, para outro meio
de defesa que tenha a faculdade de deduzir | art. 103/1 CPC.
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O art. 104º CPC estabelece, porém várias exceções ao determinar, no seu nº1 que a
incompetência em razão do território deve ser conhecido oficiosamente pelo tribunal,
sempre que os autos fornecerem os elementos necessários nos seguintes casos:
1. Nas causas a que se referem o art. 70º, a primeira parte do nº1 e nº 2 do art. 71º
e aos artigos 78, 83 e 84 e 85/1º e art. 89/1 e 2 CPC.
2. Nos processos cuja decisão não seja procedida de citação do requerido.
3. Nas causas que, por le, devam correr como dependência de outro processo.
Alínea b) do art. 104/1 CPC – para compreender mesmo o alcance desta alínea, basta
ter em conta que nos casos aí previstos, se ao juiz não fosse dada a possibilidade de
conhecer oficiosamente da incompetência, esta nunca poderia ser conhecida antes de
proferida a decisão. Na verdade se atentarmos por exemplo no procedimento cautelar cuja
providência é decretada sem audiência prévia do requerido, concluiremos que não poderia
ser este a arguir a incompetência em momento anterior à decisão, visto que não lhe foi
dado conhecimento do processo, pois nem sequer foi citado. Impõe-se, por isso, que a
incompetência relativa seja de conhecimento oficioso pelo tribunal, quando o processo
fornecer os elementos necessários para tal.
A excepção prevista na alínea c) encontra a sua razão de ser na vantagem que resulta da
apensação de processos. Como por exemplo de uma causa que corre por apenso, pode ser
referido o processo incidente de habilitação de sucessores, no caso de ter falecido uma
das partes | art. 352/2 CPC.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Quando a incompetência relativa é arguida pelo réu (que não se pode limitar à sua
invocação) produzidas as provas indispensáveis à respetiva apreciação, o juiz decide qual
é o tribunal competente para a ação. Art. 105/1 CPC.
- Tendo o processo sido remetido para outro tribunal, aí continuará a os seus termos,
visto que a instância não foi julgada extinta | art. 278/2 CPC. Da decisão que aprecie a
competência cabe a reclamação , com efeito suspensivo, para o presidente da respetiva
Relação, o qual decide definitivamente a questão – art. 105/4 CPC.
Significa isto que se a exceção for julgada improcedente, não mais pode vir a ser
discutida esta questão no processo. Se a exceção da incompetência relativa for procedente
– (art.105/3º CPC) o processo é remetido par ao tribunal competente, que fica deste modo
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
A preterição do tribunal arbitral consiste no facto de ter sido proposta uma ação
com violação do compromisso arbitral previamente estabelecido entre as partes.
Quer dizer, se as partes se haviam comprometido a submeter a decisão do litigio
a um tribunal arbitral, mas depois uma delas propôs a ação num tribunal comum,
houve desrespeito do autor pelo compromisso que havia assumido. O réu pode
invocar a preterição do tribunal arbitral.
- Verifica-se o primeiros casos, quando foi proposta num tribunal comum uma
ação que, por imposição legal, é da competência de um tribunal arbitral. art. 1082º
CPC.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
| PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS |
Como resulta do art. 152º/1 CPC, os juízes têm o dever de administrar a justiça,
proferindo despacho ou sentença sobre matérias pendentes. Para que o juiz possa dar
razão ao autor, isto é, para que a ação seja julgada procedente, torna-se necessário que
a providência por si requerida esteja em conformidade com determinada norma de direito
substantivo. Quando o juiz chega a proferir sentença transitada em julgado procedente ou
improcedente a pretensão do autor, diz-se que o tribunal conheceu do mérito da causa
ou como também se diz, proferiu decisão de fundo. Ao propor a ação, o autor pretende
que ela termine exatamente deste modo, isto é, com a decisão sobre o mérito. Preferida
a sentença, esta torna-se, em princípio, inalterável logo que transite em julgado. Os
requisitos necessários para que a ação possa proceder constituem condições da ação.
Porém o juiz, antes de se preocupar com a pretensão formulada pelo autor terá
primeiramente averiguar da existência dos chamados pressupostos processuais. Estes
constituem os requisitos de cuja verificação depende da apreciação do mérito da causa.
Estes requisitos são portanto, “questões prévias” ao conhecimento de fundo. Eles
condicionam precisamente esse conhecimento, isto é, o conhecimento do mérito da causa.
A falta de pressuposto processuais pode determinar que o juiz se abstenha de conhecer,
do mérito e em vez disso, tenha de absolver o réu da instância.
60
Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
De qualquer modo, o que importa reter é que o processo não chegará a seu termo, isto é,
não será proferida decisão sobre o mérito enquanto no processo não forem tidos em conta
determinados pressupostos processuais.
1. A PERSONALIDADE JURIDICÁRIA
As condições que as partes têm de reunir para que o tribunal possa avançar para o
conhecimento do mérito da causa, são tidas através da conjugação de dois pressupostos
com regimes similares, a personalidade judiciária alicerçada à participação judiciária3.
A personalidade jurídica é a possibilidade de exercer pessoal e livremente a nossa
capacidade jurídica. (capacidade de exercício). A capacidade judiciária interliga-se com
a capacidade de exercício. O art. 15º parametriza a capacidade judiciária com capacidade
3
Era.40 e ss CPC.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
de exercício, e não vai competir ao direito processual, quem é que tem de estar em
assistência do incapaz.
62
Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Proteção do menor: o autor não fica isento de fazer prova. Significa que o autor não tem
a vida facilitada.
a) A Personalidade judiciária;
b) Capacidade judiciária;
c) A legitimidade das partes;
d) Interesse processual;
e) Patrocínio judiciário;
❖ A Personalidade judiciária |
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- O processo exige pelo menos duas partes em posições opostas – à primeira chama-se
autor/requerente/demandante. E à segunda parte chama-se réu/requerido/demandado – as
partes como se compreende, devem ficar logo identificadas na petição inicial | art. 552º
CPC. ( alínea a).
Porém outras pessoas podem vir a ter intervenção no processo quer em substituição
daquelas, quer ao lado delas. A substituição acontece quando, ocorreu transmissão da
coisa ou direito litigioso por ato entre vivos – art. 263º CPC ou por substituição de pessoa
falecida – art. 351º CPC – a intervenção de terceiros pode ser espontânea ou provocada,
conforme resulta, respetivamente dos aert. 311º e 316º CPC.
Além do autor e do réu que são as partes principais, podem outras pessoas assumir no
processo uma posição subordinada. São as partes acessórias. É o que se verifica no caso
da assistência, o assistente, é uma pessoa que tem interesse jurídico em que a decisão do
pleito seja favorável a uma das partes, por isso intervém no processo como seu auxiliar|
art. 326º CPC.
Porém o princípio da coincidência estabelecido no art. 11/2 CPC – sofre exceções pois a
lei chega a estender a personalidade judiciária a quem não tem personalidade jurídica –
nos termos do art. 12º CPC, quer dizer que este preceito admite , como partes da causa,
entidades às quais não é reconhecida personalidade jurídica.
64
Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Sendo assim a ação deve ser intentada por ela (como autora) e contra ela (como
ré), visto que à herança jacente estende o art. 12/a) CPC a personalidade judiciária
– por outras palavras, tendo-lhe sido estendida a personalidade judiciária é a
própria herança jacente a verdadeira parte e não qualquer sucessível.
2. Têm de igual forma personalidade judiciária nos termos do art. 12º CPC:
- Alínea b) as associações sem personalidade jurídica e as comissões especiais –
art. 195 e 199 do CC.
- Alínea c) as sociedades civis | art. 980 do CC.
- Alínea d) as sociedades comerciais antes da data do registo definitivo do
contrato pela qual se constituem nos termos do art. 5º do CSC.
- Alínea e) o condomínio resultante da propriedade horizontal – relativamente às
ações que se inserem no âmbito dos poderes do administrador – art. 1436º CC .
- Alínea f) os navios, nos casos previstos em legislações especial.
3. O art. 13º CPC estende ainda a personalidade judiciária às sucursais, agências , filiais,
delegações ou representações de uma pessoa coletiva – se a ação proceder de factos por
ela praticados. Trata-se de entidades que são apenas órgãos da administração local e como
tais subordinados à administração central | em princípio não deviam ter personalidade
judiciária, a qual pertence à pessoa coletiva ou sociedade, porém quando estão em causa
factos por ela praticados podem ser demandar ou ser demandadas. Por outro lado o art.2º
do mesmo preceito prevê os casos em que o facto foi praticado pela administração
principal sedeada no estrangeiro quando está em causa uma obrigação contraída por
um português ou estrangeiro domiciliado em Portugal.
65
Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
No entanto o art. 14º CPC prevê uma exceção – quando a ação foi indevidamente
proposta contra a sucursal, a falta de personalidade judiciária pode ser sanada mediante
a intervenção da administração principal e a ratificação ou repetição do processado – quer
dizer se ação foi proposta contra qualquer dessas entidades quando o devia ter sido contra
a administração principal, o vício pode ser sanado pela intervenção desta no processo: ou
ratifica todo o processado – que por isso prosseguirá ou não ratifica e neste caso terá de
ser repetido. No caso da falta de personalidade judiciária resultar de a ação ter sido
proposta pelo representante da pessoa falecida ou contra a pessoa falecida pode pôr-se
termo a tal falta mediante a habilitação dos sucessores prevista noa rt. 351º CPC.
A falta de personalidade judiciária não sanada constitui uma exceção dilatória | art.
577/c) CPC – é de conhecimento oficioso como a generalidade das exceções dilatórias.
Art. 578º CPC.
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❖ A Capacidade Judiciária;
Para que o juiz possa conhecer do mérito da causa não basta que as partes tenham
personalidade judiciária, é necessário que possuam igualmente capacidade judiciária.
A capacidade judiciária pode entender-se como aptidão para adquirir direitos e para os
exercer, sendo assim podemos considerar dois graus de capacidade, a capacidade de
gozo e ca capacidade de exercício desses direitos. Na generalidade, as pessoas têm
capacidade de gozo de direitos, o que se traduz na sua capacidade jurídica. Nos termos
do quer dispõe o art. 67º CC as pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas
salvo disposição legal em contrário, o que se traduz a sua capacidade jurídica.
Qualquer ser humano pode tornar-se sujeito de direitos e obrigações, essa capacidade de
adquirir direitos denomina-se capacidade de gozo. Em principio toda a pessoa física tem
plena capacidade de gozo, além das restrições à capacidade de gozo, existem restrições
(e estas a Processo Civil interessam) à suca capacidade de exercício dos direitos. Quer
dizer, embora a pessoa tenha plena capacidade de gozo de direitos, a lei, pretendendo
protege-la contra a sua inexperiência (caso da menoridade) ou contra o seu deficiente
estado de saúde mental (caso da interdição ou inabilitação), determina que não poderá
exercer por si os direitos de que é titular, apenas o podendo fazer por meio de um
representante legal.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
Ao referir que a capacidade judiciária tem por base e por medida a capacidade de
exercício de direitos, o preceito estabelece a correspondência entre a capacidade
judiciária e a capacidade de exercício dos direitos, querendo significar que possuem
plena capacidade judiciária aqueles que possuem igualmente total capacidade de
exercício dos direitos. Geralmente as pessoas singulares ou coletivas possuem plena
capacidade de exercício de direitos.
Os interditos, porém, não têm qualquer capacidade de exercício de direitos, por isso são
destituídos de capacidade judiciária – art. 139º CPC – outras pessoas têm a sua
capacidade de exercício de direitos limitada. Daí o dizer-se que a capacidade judiciária
tem por base e por medida a capacidade de exercício dos direitos. É o caso dos
inabilitados. Os inabilitados têm a sua capacidade judiciária limitada aos atos
especificados na sentença que decretou a inabilitação | art. 901/2º CPC.
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Pode acontecer que o incapaz não tenha representante legal na altura em que se pretende
propor uma ação em seu nome, ou quando a ação foi proposta contra ele. Se a urgência
de nomeação de representante não se compadece com a demora própria do respetivo
processo, deverá ser nomeado um curador provisório. Será um curador “ad litem”, que
cessará as suas funções logo que seja nomeado o representante legal – art. 17º CPC.
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Pode ainda surgir a necessidade de nomear curador provisório apesar de não faltar o
representante legal, é o que acontece quando no decurso do processo, se verifica a falta
de acordo dos progenitores quanto à orientação da defesa dos interesses do menor – art.
18/2 CPC.
Em suma, se o incapaz estiver por si em juízo quando só podia estar por intermédio
do seu representante legal ou de curador, verifica-se um caso de incapacidade
judiciária, que constitui uma exceção dilatória | art. 577/ c) CPC. Mas a incapacidade
pode ser sanada a todo o tempo pela intervenção do representante legítimo. Basta que este
ratifique o processado pelo incapaz para que o vício se considere sanado. A ratificação
pode ser feita por simples requerimento. No caso de não ratificar, fica sem efeito o
processado a partir do momento em que a falta se verificou, renovando-se os prazos para
a prática dos atos atingidos.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
❖ Legitimidade |
Também a legitimidade é um pressuposto formal, quer dizer que o autor ter tido
estabelecido um determinado contrato com o réu, e o réu diz que não: o que significa que
4
O objeto do processo é integrado pelos factos essenciais e instrumentais | art. 5º CPC | os factos
essenciais são aqueles que integram a causa de pedir ou fundamento da exceção e cuja falta
determina a inviabilidade da acção ou da excepção e os factos instrumentais são, probatórios e
acoessórios são aqueles que indiciam os factos essenciais e que podem ser utilizados para aprova
indiciária destes últimos. Os factos essenciais realizam uma função constitutiva do direito invocado pelo
autor ou uma exceção deduzida pelo réu, pelo que a falta da sua alegação pelo autor determina a
ineptidão da petição inicial por inexistência de causa de pedir, os factos instrumentais destinam-se em
conjugação com os factos essenciais a dar a procedência da ação ou da exceção.
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Professora Paula Costa e Silva 1º Semestre Turma B
eu tive de verificar que houve uma relação controvertida. A ação serve para saber se
existem situações jurídicas ou não e se a ação é procedente ou não.
Se chegarmos ao art. 577/e) CPC significa que percorri tudo para chegar a um juízo de
inadmissibilidade ( exceção dilatória) – o modo como o autor configurou a relação
material controvertida, significa que deslocamos esta questão formal para uma questão
substantiva - Legitimidade substantiva. Ou seja se houver um contrato em que o
credor intenta uma ação a um terceiro (sem ser o devedor ) não há absolvição da
instância, a ação é considerada improcedente, há caso julgado material. Efeito material,
não se dá a legitimidade for processual/formal.
Análise do art. 30/3º CPC – “são considerados titulares do interesse relevante para o
efeito da legitimidade”– partindo deste art. Podemos ver que há regras especiais que
vão prevalecer no interesse processual.
O nexo é um nexo de uma leitura prima facie, de acordo com a narrativa o autor é que
é titular do interesse relevante previsto no art. 30/3º CPC – esta é a legitimidade direta
– onde prevalece a titularidade do interesse. O que implica que há de haver casos em
que a legitimidade é atribuída a quem não tem interesse, aparentemente todos os
legitimados tem um interesse, porque a lei não dispensa do interesse – mas para a lei são
titulares de um interesse relevante as partes da relação controvertida e de acordo com a
construção da regra.
- O art. 30/1 e 2 CPC – o nº1, 2º e 3 estabelece uma espécie de uma pirâmide que se vai
densificando – diz nos que o autor é parte legitima quando tem interesse direto em
demandar – é o concretizado pelo nº2 e no fundo a parte tem interesse em demandar para
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- O art. 30 está construído como se fosse uma pirâmide – nem sempre é fácil sabermos
quando o autor tira proveito da ação – o legislador ainda nos dá um atalho – no nº3 – vem
nos dizer que tem de ser um interesse relevante, e é este interesse que dá racionalidade
ao processo. Como é evidente a decisão refere-se a uma situação jurídica – e a quem é
reconhecido o direito.
Por exemplo no caso de haver um processo em que está em causa uma ação de
reivindicação, o proprietário tem de fazer prova do titulo, o pai do réu ou do autor não
têm legitimidade, não são proprietários- a decisão de mérito para ser racional tem de
envolver as pessoas cujas esferas jurídicas se concretizem através do interesse
processual, através do interesse relevante das partes. ~E este pressuposto que dá uma boa
decisão e que resulta de um processo equitativo – as partes nomeadamente os titulares
do contraditório, e o contraditório é a possibilidade de contrariar – só as partes tem
capacidade de influenciar o decisor, todas estas coisas estão ligadas. Só tem sentido o
caso julgado quando a parte for parte legitima, foi esta parte que pdoe influenciar que o
decisor para chegar a uma decisão de mérito.
Há casos em que o sujeito não tem interesse juridicamente relevante , mas a lei em alguns
casos atribui legitimidade a estes sujeitos sem interesse | existem outros critérios- nem
sempre a parte legitima tem interesse. Existem outros valores em tensão para que a parte
esteja no processo.
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A legitimidade processual exprime a posição concreta por quem é parte numa causa
perante o conflito de interesses que aí se discute e pretende resolver. Esta situação consiste
no facto de se ser pessoa ou pessoas cuja procedência da acção lhes atribui uma situação
de vantagem (Autor) ou a pessoa ou as pessoas a quem essa procedência causa uma
desvantagem (réu).
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É esta a ideia que podemos retirar do artigo 30º CPC quando este diz que o autor é parte
legitima quando tem interesse directo em demandar e que o réu é parte legitima quando
tem interesse directo em contradizer. Este interesse pessoal tem de ser obrigatoriamente
um interesse directo, ou seja, tanto o interesse de demandar como o interesse de
contradizer, pois as vantagens ou utilidades ou, por outro lado, as desvantagens ou perdas
repercutem-se directamente na esfera jurídico-patrimonial de quem está a litigar, o autor
e o réu.
Há portanto uma necessidade de a acção correr somente entre as pessoas que não são
estranhas á situação jurídica controvertida.
Só é parte legitima quem revela o interesse a uma tutela jurisdicional favorável, seja
quanto á procedência ou improcedência da pretensão concretamente formulada. É parte
legítima quem puder retirar alguma vantagem com a decisão.
A partes materiais, as que são titulares do direito controvertido, que tenham poderes de
disposição sobre bem ou objecto do litígio, desfrutam naturalmente de legitimidade
processual. Há excepções, pode acontecer que se seja parte material, mas que não se tenha
o poder de disposição da coisa, como no caso do comproprietário e co-herdeiro, mas
mesmo assim a lei confere legitimidade processual essa parte.
As partes formais, ou seja, que não são titulares do direito controvertido, também podem
desfrutar de legitimidade processual, como no caso das agências, sucursais ou delegações
podem ser demandadas ou demandar, ainda que o facto de onde resulte a pretensão tenha
sido praticado pela pessoa colectiva com sede no estrangeiro.
Exemplos:
Os pais não gozam de legitimidade processual para reivindicar a terceiro os bens de filho
maior, pois não são titulares do interesse tutelado pelo direito invocado.
ou comum sem o consentimento do outro cônjuge, mesmo que sobre o imóvel exerça
poderes de administração exclusivos, artigo 1682º - A / 1 CC. O mandatário por exemplo,
exerce poderes representativos, tem legitimidade substantiva para alienar um imóvel, em
nome, por conta e no interesse do mandante, sendo este negocio oponível ao mandante.
Sempre que a lei não disponha de outro modo, subsidiariamente são titulares do interesse
em demandar ou do interesse directo em contradizer as pessoas que são titulares da
situação (ou relação) material controvertida.
Todavia, há imensos casos em que, a mais da situação de interesses difusos, em que a lei
confere legitimidade processual a pessoas que não são titulares ou não os únicos titulares
da situação material controvertida. Exemplos: Companhia de seguros, cabeça de casa ou
com o testamenteiro numa herança indivisa, administrador de um condomínio,
comproprietário, co-herdeiro. Nestes últimos casos a lei atribui legitimidade processual a
quem não goza de poderes de disposição sobre a coisa ou o direito em litígio, ou sobre
toda a coisa ou sobre a totalidade do direito. Sendo assim, é justo que a sentença
desfavorável ao autor não vincule ou não seja oponível aos restantes co-titulares do
direito, salvo quando a lei expressamente o indicar.
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Na maioria dos casos, as situações suscitadas pela pratica forense dão-se entre duas partes,
a mais da presença do juiz, formando a situação ou relação material controvertida.
Por várias vezes acontece que esta dualidade de partes, por um lado o autor e por outro
réu, não existe, existindo vários autores e vários réus. Temos assim, situações de
pluralidades de partes constitutivas da já conhecida relação jurídica processual triangular
vulgarmente formada entre o autor, o réu e o tribunal.
A pluralidade de partes pode ser originária ou inicial, na medida em que se forma logo
com a propositura da acção; pode ser sucessiva ou superveniente, na medida, em que,
uma vez proposta a acção, nela intervenham certos terceiros, mediante certos incidentes
processuais de intervenção de terceiros (intervenção principal: espontânea ou provocada:
artigos 311º a 317 CPC; a intervenção acessória e assistência: artigos 321º a 332º CPC; e
o incidente da oposição: espontânea, provocada e os embargos de terceiro: artigos 333º a
350º CPC.
A pluralidade de partes pode ser ainda voluntária (esta cumulação subjectiva depende
somente da vontade das partes) ou necessária (sempre que a cumulação se revele
obrigatória, por determinação da lei, de convenção das partes ou da natureza da relação
jurídica controvertida.
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Litisconsórcio necessário legal: inúmeras situações em que a lei exige que a acção seja
proposta por ou contra várias pessoas. Exemplos: acções destinadas a efectivar a
responsabilidade emergente de um acidente de viação, quando o pedido formulado
ultrapassar os limites fixados pelo seguro obrigatório – acção proposta contra a
seguradora e a pessoa civilmente responsável. Se a acção for intentada somente contra a
empresa a de seguro, esta poderá fazer intervir o tomador.
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❖ Interesse processual |
Noção |
Embora a lei não lhe faça referência direta, o interesse processual constitui também um
dos pressupostos processuais respeitante às partes.
Existe interesse processual quando se puder dizer que o autor tem necessidade de
instaurar e fazer seguir uma ação para a tutela do seu direito. De outro modo, o interesse
processual pressupõe que é inevitável recorrer à via judicial por não restar ao individuo
outro modo de satisfazer a sua pretensão.
Significa em suma que, “o direito do demandante está carecido de tutela judicial”, tem
por isso de se socorrer dos tribunais e instaurando o respetivo processo.
- Ora com este pressuposto pretende-se precisamente evitar que as pessoas sejam
chamadas a juízo, sem que nada o justifique, e ao mesmo tempo, evitar que os tribunais
sejam sobrecarregados com a atividade que, por desnecessária, não aproveitaria a
ninguém.
Para que se justifique a intervenção do tribunal, não basta que o autor alegue e prove a
titularidade de um direito. Deve ainda convencer de que na situação concreta, o seu direito
necessita da tutela judicial que solicita.
- Parece que o interesse processual, só diz respeito à parte que toma a iniciativa da ação,
o autor ou o demandante. | Porém depois da proposta, pode também o réu (demandando)
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ter interesse em que a ação prossiga. Por isso, a lei tutela os seus interesses, fazendo
depender a desistência da instância da aceitação do réu, se requerida depois de ter sido
oferecida a contestação | 286/1º CPC.
Por outro lado, a desistência do pedido é livre, pois, como se compreende, é vantajosa
para o réu. E, continuando a tomar em conta o interesse do réu, a lei determina que a
desistência do pedido não prejudica a reconvenção (art. 286.º/2).
A existência deste pressuposto processual não é encarada com igual acuidade nas diversas
espécies de ações:
Excecionalmente, a lei determina que, apesar de não ser exigível a obrigação no momento
em que a ação é proposta, o réu seja condenado a satisfazer a prestação no momento
próprio (art. 610.º/1). Neste caso, teve-se em vista o princípio da economia processual,
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Art. 610.º/3: atendendo à ausência de interesse processual do autor, este será condenado
nas custas e a satisfazer os honorários doa advogado do réu.
Se essa mesma falta de interesse processual do autor, por não ser exigível a obrigação,
for detetada no despacho liminar deve determinar o indeferimento liminar. O princípio da
economia processual só deve ter tido em conta no momento de proferir a sentença. Para
não desperdiçar toda a atividade processual até então desenvolvida, a sentença condenará
a satisfazer a prestação na data em que esta se vencer.
Quando o réu não tenha dado causa à ação e a não conteste, são as custas pagas pelo autor
(art. 535.º/1).
Se se trata da constituição de uma servidão legal, o direito potestativo em que assenta não
tem de ser exercido necessariamente por via judicial, podendo sê-lo por via extrajudicial.
Não se exige, porém, que o autor, para fundamentar o seu interesse processual, alegue
que tentou, sem êxito, obter o acordo com a parte contrária.
Quando a ação constitutiva tem subjacente um direito potestativo que pode ser exercido
mediante um simples ato unilateral, o tribunal deve abster-se de conhecer do pedido, por
faltar o interesse processual. É o que se passa no caso de revogação ou renúncia de
procuração e no caso de resolução do contrato (arts. 1170.º/1, 1179.º e 436.º CC).
Nas ações de simples apreciação torna-se mais difícil concluir pela existência do interesse
em agir. Trata-se de ações em que ainda não se verificou qualquer violação do direito. O
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autor apenas propõe a ação para pôr termo a uma situação de incerteza ou de dúvida
acerca da existência ou inexistência de um direito ou de um facto.
Qual o grau de incerteza ou de dúvida que se deve exigir para que se possa dizer que o
autor tem interesse processual?
A dúvida tem de ser objetiva e não subjetiva. Tem de ser fundamentada em factos
concretos, não sendo suficiente que exista apenas na mente do autor. Não basta que a ação
tenha por objeto a discussão de uma questão de cariz meramente académico.
Faltará interesse processual ao autor que pretende propor uma ação com o fim de negar
a paternidade que lhe foi atribuída por uma pessoa, em tom jocoso. Esta atribuição, por
não ser séria, não tem qualquer gravidade.
Nas ações de simples apreciação devem verificar-se 2 requisitos (para que haja
interesse processual):
• Objetividade;
• Gravidade.
A falta de qualquer pressuposto processual constitui exceção dilatória. Nos casos em que
a citação depende de prévio despacho judicial - art. 226.º/4 – se, da petição inicial, resultar
manifesta falta de interesse processual, o juiz deve indeferi-la liminarmente, em vez de
ordenar a citação.
e no dos honorários do advogado do réu, por se entender que o réu não deu causa à ação
(art. 610.º/3 + art. 535.º).
❖ Patrocínio Judiciário.
1. Noção.
Não se confunde com a assistência técnica aos advogados prevista no art. 50.º. Esta é
prestada ao advogado e não propriamente à parte. Justifica-se nos casos em que no
processo se suscitam questões de natureza técnica para as quais o advogado não tenha a
necessária preparação.
Da sua indicação – que poderá ser feita no articulado, juntamente com o oferecimento das
outras provas ou em requerimento até 10 dias antes da audiência final – deve constar a
questão técnica que irá ser apreciada (art. 50.º/2).
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Nas outras causas, a intervenção de advogado é apenas facultativa, o que equivale a dizer
que as partes podem litigar por si.
3. Mandato.
Os poderes de representação em juízo são conferidos ao advogado pela parte por meio
de mandato judicial. Este pode ser conferido por meio de instrumento público ou
particular (art. 43.º, al. a) do Código do Notariado).
O mandato judicial também pode ser conferido por declaração verbal da parte no auto de
qualquer diligência que se pratique no processo (art. 43.º, al. b)).
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Nos poderes que a lei presume conferidos ao mandatário está incluído o de subestabelecer
o mandato – art. 44.º/2.
• Sem reserva: implica a exclusão do anterior mandatário (art. 44.º/3). Isto significa
que o mandatário põe termo ao mandato que anteriormente lhe foi conferido pela
parte, sendo substituído por outro advogado. Terá de haver, portanto, prévia
autorização do mandante para que se proceda à total transferência de poderes.
Os mandatários judiciais podem confessar a ação, transigir sobre o seu objeto e desistir
do pedido ou da instância, quando estejam munidos de procuração que os autorize
expressamente a praticar qualquer desses atos (art. 45.º/2).
Estes atos traduzem-se num poder de disposição sobre direitos alheios. Por isso, a lei
exige que o mandatário só os possa praticar quando munido de procuração que
individualize a causa e o autorize expressamente a fazê-lo.
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o ato ser havido como ratificado e a nulidade suprida; se declarar que não ratifica o ato,
este não produz quando a ti qualquer efeito (art. 291.º/3 + art. 1163.º CC).
O mandato pode ser revogado pela parte que concedeu os poderes e também pode o
advogado renunciar ao mandato recebido. A revogação e a renúncia devem ter lugar no
próprio processo e são notificadas tanto ao mandatário ou ao mandante, como à parte
contrária (art. 47.º/1).
Art. 47.º/3: nos casos em que é obrigatória a constituição de advogado, se a parte, depois
de notificada da renúncia, não constituir novo mandatário no prazo de 20 dias:
O autor está interessado em que o processo prossiga. Por isso, se não constituir novo
mandatário, a instância fica suspensa e, mais tarde, será considerada deserta (art. 281.º/1).
Se foi o réu que não constituiu novo mandatário, não se pode suspender a instância,
porque isso seria do seu interesse. Neste caso, o processo seguirá os seus trâmites
aproveitando-se os atos praticados pelo advogado cujo mandato terminou.
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Em caso de urgência – que deve ser alegada -, o patrocínio pode ser exercido como gestão
de negócios (art. 49.º/1). Esta dá-se quando uma pessoa assume a direção de negócio
alheio no interesse e por conta do respetivo dono, sem para tal estar autorizada (art. 464.º
CC).
A parte deve ratificar a gestão dentro do prazo que o juiz lhe fixar, sob pena de o gestor
ser condenado nas custas que provocou e na indemnização do dano causado à parte
contrária ou à parte cuja gestão assumiu (art. 49.º/2).
A não ratificação determina que fiquem sem efeito os atos praticados pelo gestor.
O despacho que fixar o prazo para a ratificação é notificado pessoalmente à parte cujo
patrocínio o gestor assumiu (art. 49.º/3).
A gestão de negócios não se confunde com os casos em que, apesar de ainda não existir
procuração, já existe um contrato de mandato e, portanto, também autorização para o
mandatário intervir. Neste caso, o advogado age como mandatário, embora ainda sem
procuração, que terá de apresentar no prazo que lhe for fixado.
Art. 41.º: se a parte não constituir advogado, sendo obrigatória a constituição, o tribunal
oficiosamente ou a requerimento da parte contrária, fá-lo-á notificar para o constituir
dentro de prazo certo.
Se o vício não for sanado dentro do prazo fixado, o juiz proferirá despacho de absolvição
do réu da instância, quando a falta é do autor.
Se o mandatário em falta for o do réu e não for sanada a falta no prazo acima referido,
ficará sem efeito a defesa que tiver apresentado.
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7. Responsabilidade do mandatário.
O advogado tem o dever de não advogar contra o direito, não usar de meios ou
expedientes ilegais, nem promover diligências reconhecidamente dilatórias, inúteis
ou prejudiciais para a correta apreciação da lei ou a descoberta da verdade (art.
85.º/2 da Lei 15/2005, de 26/1).
O advogado que, por ação ou omissão, violar dolosa ou culposamente os seus deveres
consagrados no Estatuto comete infração disciplinar (art. 110.º Estatuto).
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