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Duas Histórias de amor

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Duas Histórias de Amor


Fernando Ivanenko

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

DUAS HISTÓRIAS DE AMOR

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Conheci-te lindo. Não que seja feio hoje,


pelo contrário, está muito desejável. Mas a
luz da juventude é mágica, o pincel da natu-
reza!
Encantei-me pelos olhos verdes, a pele
alva e o corpo leve.
A boca, meu Deus que boca! É preciso
tocá-la para entender minha paixão...
Quando te conheci pensei “este é o cara
da minha vida”. A calça surrada e blusa de
discoteca, seus cabelos longos, mas também
curtos, que não mudavam meus desejos. Às
vezes o sol alterava sua cor. Ou era você? ;
como um camaleão encantando a fêmea,
sim ele também fazia isto por amor!Assim
eu me sentia: como uma camaleoa sendo
envolvida, desejando ser envolvida.
O sol deixava seus cabelos verdes, sabia?
E sua pele dourava como alguém do Nilo,
uma jóia macia chamando minhas mãos, um
desejo louco de beijos. Mas que fossem
meus em você!
Não quero os seus beijos. Não neste mo-
mento de contemplação de sua beleza.

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Duas Histórias de amor

Seu corpo é para mim como uma fruta


desejada, daquelas que em que a boca vira
um brejo...
Quando fechou os olhos pelo prazer, não
gostei. Fui privada do verde das esmeraldas,
duas, que paralisam sua vítima como uma
Naja parece fazer. Ali a picada é de deleite
e desejos, minutos que viram horas, horas
que viram uma história de vida.
Nunca consegui descrever alguém assim,
por isto presto atenção em cada gemido seu.
Sei até a altura de seus pelos em um arrepio,
por que eu quero, as curvas de seu dedos, de
todos, eu conto-as e decoro, também é um
desejo realizado, para sonhar mais tarde na
minha cama.
Não me prive nunca do seu olhar!Mas
não me dê somente ele... Apenas fique pa-
rado para que eu possa te conhecer mais.
Não sou apenas sua mulher, sou a primeira
com este privilégio.
Que isto seja marcado com ferro quente!
A memória agradece o prazer eterno.
No dia em que te vi, desconfiei, no dia em
que te toquei, apaixonei.

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Duas Histórias de amor

Não acho que você me sufoca. Como


poderia ser assim? Seus desejos são o com-
bustível dos meus, que são milhares de fa-
gulhas te aguardando. Não pense que sou
frio, seria ingratidão, ou pior, seria blasfê-
mia, um ataque direto a poesia, meu segun-
do amor.
Vejo o teu agrado por mim em teus olhos
fascinados. Dois faróis cor de mel, derra-
mando desejos proibidos por imbecis, ou
insensíveis do mundo. Tenho pena daqueles
que não podem sentir o prazer que somos,
que produz paixão, o verdadeiro nome do
amor.
Quando falas do meu corpo, da sensação
que chega ao coração pelas suas mãos, lem-
bres que a pele do outro lado é minha, aque-
la que levanta meus pelos no arrepio medi-
do pelo seu desejo, e que alimenta teus so-
nhos de amanhã.
Se quero fechar os meus olhos, é para
perceber a respiração de seu sussurro de de-
leite, mas apenas os cerro levemente, pois
também desejo ver os seus paralisados em
meu corpo, descobrindo
coisas novas, e nos despertando para a vida.

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Duas Histórias de amor

Ainda te acho bela. Mas aquele cheiro era


único e breve, e se foi no decorrer dos anos,
pela maldade conhecida depois. Ele circula-
va por nossa volta, e sem frasco era exala-
do, mostrando o caminho de mãos e bocas,
de pernas entrelaçadas segurando o vôo de
dois corpos loucos de prazer, que foram de
minutos, mas guardados no coração para
sempre.

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Duas Histórias de amor

Silêncio por favor! Não quero que se dis-


traia com seus próprios pensamentos!Deixe-
me neste deleite que é o seu corpo. Quem
mais poderia te ver assim?Uma bandida de
sentimentos, uma invejosa do prazer alhei-
o...
O meu alento é que não seria capaz de
gozo como o meu, de sentir o cheiro que é
nosso, aquele perfume que você descreve
em suas cartas, eu também sei que é nosso,
unicamente nosso.
É preciso olhos diferentes, ouvidos dife-
rentes, para que o que entra como olfato se-
ja igual para nós dois. Duas exalações que
aparecem somente quando nosso prazer se
encontra, quando meus sonhos diários se
realizam.
Não tenho medo de te perder, ou melhor,
não há como pensar nisto, pois a palpitação
acelerada exige o ar da mente e me concen-
tro no prazer que aumenta a cada resposta
de um toque meu. Nada mais importava se-
não realizar os meus sonhos do coração.
Ansiava dormir para pensar, sonhar, não no
acontecido, mas no que iria acontecer no dia
seguinte, que a madrugada insistia em segu-
rar.

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Duas Histórias de amor

O sufoco seria pelo passeio de meus o-


lhos em seu corpo? Então hás de morrer as-
sim: Sufocado!Ou seria pelo fogo que sai de
ti, uma energia que cheira, me levando ao
delírio?Serás queimado também! E serei
inocente pelo prazer em fragrância, e culpa-
da pela doença que há de corroer meus os-
sos.
O que sinto não tem saída, escape. Então
transborda pelos órgãos do meu corpo. Vejo
isto no espelho, mesmo na distração de uma
mulher, percebo meus olhos a te admirar,
minha pele mais sedosa do que antes,meus
lábios se mordendo em desejos de sua com-
panhia sensual.

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Duas Histórias de amor

Não quero sofrer por te ver parar. E não


penso em te perder, pois quem reflete o
tempo todo na morte? Assim seria o fim do
amor que vejo em seus olhos.
Mas a morte que você me deseja, esta sim
me agrada, pois como pode ser tal toque um
descanso, ou o seu delírio um simples silên-
cio?Então é vida!
Em nossa primavera éramos dois botões
florindo juntos, duas flores se ajudando a
abrir, conhecer um mundo que era fantasia
solitária.
Guiava-te como um cego orgulhoso, o
medo era o auxílio que se foi no primeiro
sorriso que demos juntos, no desajeito.
Como pode dar tanto prazer uma perna a
tremer?Seu corpo, pelo frio, parecia flutuar
na entrega do amor. O meu queria ser Rei.
O primeiro perfume de sua flor desabrocha-
da foi a causa do tamanho do amor de uma
vida, a minha, enganada pela sinceridade de
um coração apaixonado.

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Duas Histórias de amor

Será então que sou uma bruxa?O que te


fiz conseguiu o encanto?Tolo!Acaso não
confessou o prazer em meus olhos?Lembre-
se que exalamos o mesmo ar naquele dia.
Sua sinceridade também era a minha, uma
entrega de dois adultos para a vida. O teu
prazer de Rei foi para mim um desejo de ser
Rainha, a sua, para sempre.
Por acaso já sentiu o contorno de seus
lábios?Eu seria Narciso, se fossem meus!
Seria minha inveja um acaso? Impossível
tal prazer ser passageiro.
Cá estou a pensar na morte que também
te perturba, então me volto para seus cari-
nhos, permito-os.
Seus cabelos ainda escorregam pelos
meus dedos, e agora os quero longos, para
que seja maior o tempo de mais um prazer
que tenho contigo, assistindo-o, meu Rei.
Se entregue como um louco, deixe-me con-
tar os tremores de seus músculos orgulhosos
da empreitada, meu corpo, que te fascina,
mas é mulher entregue a seu amado.

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Duas Histórias de amor

Não há silueta mais bela do a sua, onde a


lua se esconde quando entra pela janela, pa-
ra que possa ver somente a ti.
Uma visão única de seu corpo oferecido
para meu louco libido de homem feito. Sin-
to energia vital correndo pelas veias, algo
inédito, meio monstro na normalidade.
Minha mente se sacia antes do corpo, se
deleita com seus seios, aprecia suas curvas
tocando-as com pensamentos, e assim per-
mito, pois é o mesmo ferro em brasa que
descreve no seu prazer, que em egoísmo,
guardo-os, para os meus sonhos de insônia.
Mas meu prazer se mistura com a liberdade
que todo amor assim deve ter. Mais raro que
um pássaro raro é o canto deste, quando me-
lodia deleitosa, e se espalha pela natureza a
procura de ouvidos inocentes.
Toda culpa seja dada ao caçador que o
silencia em uma gaiola!Pequena prisão para
beleza divina, um presente dos céus para
todos.Quero-te assim: Solta, nos meus de-
dos a cantar, enfeitiçando-me, até que me
sinta louco nos seus braços macios, e ali
durma enfim.

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Sou somente sua!Quem disse que quero


voar? Não há braços como os seus, meu
amado, não existe corpo assim! Um raro
passarinho escolhe sempre uma bela árvore
para morar!
Não quero cantar para outro, sequer meu
canto sairia, senão de tristeza por sua falta.
Não se esqueça que vem de ti o ensino da
melodia do amor que sinto.
Seu afago é único, a maciez de suas mãos
foi elaborada para mim, seu beijo molhado
de êxtase me encharca com o meu, o conti-
do, pelos olhos que vasculharam seu mem-
bro viril.
Todos fogem de um vulcão a explodir,
senão a natureza é que fica. Então, sou a
terra que anseia a rocha derretida a cobri-la,
o desejo do hálito em vapor do amor pelo
meu corpo, e o trovoar anunciando o fim de
seu prazer.
O escândalo é alheio: Que sofram!Sei
que sou a causa de seus desejos e sua malí-
cia é prazer para os meus. A beleza de cada
movimento teu, me possuindo, é a fonte de
lágrimas de alegria.

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Duas Histórias de amor

Temos desejos iguais, e este é o meu afli-


gir. Saciarás somente comigo?Vistes em
mim a alegria de uma explosão vulcânica,
não terás o mesmo caminho teus desejos?
Em vez da terra, não queres ser a montanha,
e nervosa de prazer, o que ficas como eu,
não procuraria uma terra virgem como a
sua?
O que corre pela suas veias corre pelas
nossas, por todas as jovens veias do mundo,
sem sexo, sem dono definido, apenas acon-
tece na vida, e assim somos todos vulcões, e
terras ao redor, e pássaros que cantam me-
lodias aprendidas juntos, sim juntos, em ca-
da suor derramado pelo nunca visto em nos-
sas vidas.
Não tem o outro um cheiro como o meu?
Será seu desejo menos produtivo, sem pai-
xão, e a êxtase que derrama a tua em um
beijo, inexistente?
Cegos é o que seriam!Sensibilidade de
um animal que procura existir, apenas por
instinto, seria a marca de cada um. Se exis-
tir um igual a mim há de ser um caçador
solitário a te procurar!

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Duas Histórias de amor

Meus ossos se quebram de podridão


quando ousas me imaginar com outro igual
a ti. Tal não existe! Seria como dois quadros
do mesmo autor, cópia de obra rara, mas
somente isto.
É preciso colar em ti para o êxtase, não
veria eu os defeitos de tal obra? Tremo ape-
nas pela sua chegada, mas é porque sei o
que vem, e que és único na natureza.
Meu íntimo se quebra de imaginar outro
como ti, e outra a admirar corpo como o teu.
Não permito, pensamento meu! Desvia-te
para a realidade de meu amado, de seus ca-
belos balançando ao vento, me chamando
para o amor, os dedos de meu homem são
meus, não seus, pensamentos odiosos!
Prefiro não tê-los, ser louca, mente vazia,
a imaginar tal blasfêmia, ou com um cari-
nho, afaste-os de mim!Venha! Sou toda sua,
cale minha mente com teus afagos, com teu
cheiro de macho novo despertando no alvo-
recer da vida, sim, sou tua toda tua meu
amor, meu primeiro e único amor.

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Minha linda mulher!Tua virgindade foi-


se com minha virtuosidade. Dois desejos
saciados entre duas crianças se achando
crescidas, prontas para a vida, a rainha má
dos contos de fadas.
Domadora dos sentimentos alheios, e pu-
ros, de dois corações jovens e apaixona-
dos!Sorridente, ainda debocha dos sentidos
deste homem, que não quer lembrar-se do
que não são relembranças, algo mais do que
morto, e sim dos toques vivos de único a-
mor.
Sou capaz de sentir o teu cheiro, tuas
mãos estão ligadas ao meu corpo, como es-
cravas, e atendem meus pedidos de prazer.
A memória é lugar de guarda de sofrimen-
tos, mas estás em meu coração, onde moram
meus sentimentos reais, onde basta fechar
os olhos e sentir, onde se acha que o amor é
paixão.
As chaves deste coração, tu as guardastes
dentro do teu, para que não houvesse fuga
dos meus sentimentos, ou a invasão de ou-
tros que me roubariam de ti.Mas quem pode
fazê-lo, senão quem os criou?

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Duas Histórias de amor

Não se detenha em sentimentos que des-


troem a paixão!Os belos, eu escondi, como
guardiã que sou de beleza impar, da qual
tenho direito natural.
Sinto o sangue ferver ao ler suas palavras
de desejos de fuga. Por acaso já não me
trais? Outra estaria recebendo seus carinhos
adúlteros?
Como pode alguém ousar em sentir seus
afagos, em admirar uma beleza que é mi-
nha?Lembre-se que fui eu quem deu nome a
suavidade de seus toques!
Se tiver este desejo, guarde-o para ti, não
o torne conhecido para o meu coração. Seria
mais do que um vexame, além de uma sim-
ples dor, mais do que a morte.
Não quero sofrer pela sua morte, ficar no
mundo a mercê da rainha dos contos de fa-
das. Pois quem morreria, senão os belos
sentimentos que encontrei?
Seria mais do que perder um filho, frutos
da paixão, o amor ao qual me entrego, aque-
le que hoje descobri não ser imortal.

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Duas Histórias de amor

De onde estou, vejo a vida como aliada


do despejo de sofrimento, o meu, que des-
cobriu ser dono de si mesmo, e assim deu
de cara com a solidão.
Se for guardiã do meu coração, cuidarás
dele. O que preferes, senão o egoísmo dos
meus toques? Quem disse que não podem
ser seus, somente seus?
De onde não quero sair, enxergo a beleza
de seus sentimentos quase infantis, parados
no afloramento, abertos, mas sem o perfume
da vida, que com o tempo perde a maldade,
se é que teve um dia.
Sou o jardineiro dos meus sentimentos,
então dono dos meus desejos, até destes, os
quais o chama de teus, se esquecendo que
foi eu quem permitiu o crescimento do amor
que tenho, e que hoje é mais do que a pai-
xão, o nome pelo qual o chamamos um dia.
Não me divido em dois. O que sentes é seu,
assim como sou dono dos meus. O que fi-
zemos foi descobrir juntos o prazer do a-
mor, duas crianças lindas se amando!Isto
sim, não deveria acabar nunca...

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Duas Histórias de amor

Porque insiste neste erro? Saia de onde


estás e dê um pulo em direção ao meu cora-
ção, onde esta a chave do seu.
Esqueça a solidão que encontrou, pois ela
é a inimiga do meu prazer, o qual é sim nos-
so amor. Não percebes que teve o coração
arrombado, motivo da guarda que chamas
de egoísta?
Prefiro ficar pequena, não deixar de ser
criança, que meu coração fique sempre as-
sim!Desejosa de ti e apreciando teu desejo
semelhante, que alguém tentou roubar.Sua
culpa foi se entregar. O que podes encontrar
nos braços de outra?Sei que pensas em mim
quando estás no amor, mas não a suporto
sentindo o que é meu.
Sou dona do seu corpo e uma invenção
minha é o prazer que outra sente. Dobro
meu ser de ciúmes por imaginar tal ce-
na!São facas afiadas cortando vagarosamen-
te o meu coração, e depois de cortar o seu
pelo desejo, tenta destruir o meu, para ficar
com seu deleite. E sou eu a egoísta?Apenas
luto pela minha vida, guardada em ti, minha
paixão infantil, a qual não encontrará o fim,
se não crescer com a vida.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Este cheiro que exalas, ainda de nossa


descoberta, foi o veneno, droga viciadora
dos meus sentimentos. Entreguei-me de
corpo e ali fui preso por ti, mas não existe
prisão para a alma, casa de sentimentos
maiores e incapaz de sentir prazer e deleite.
O encanto fica por desejo meu. Seus toques
são inesquecíveis, como posso desprezar o
suave roçar deles toda vez que quero lem-
brar?Como o ópio, adulas os meus ossos,
enche de prazer o íntimo do meu coração,
todas a raízes deste ser explodem com o go-
zo causado pela nossa vida, sim o começo
dela, jogado fora pela corrosão em mim, e
em ti, minha eterna donzela dos meus so-
nhos.
Com os olhos abertos sonho com o tempo
que se foi, nossa meninice conhecendo a
porta do caminho, que se abre para a vida
em encontro com a velhice.
Quem dera fosse hoje o começo da pai-
xão, e o amor já existisse, e além da volú-
pia, te carregaria no colo em interminável
êxtase maduro. Seu domínio seria o do cor-
po e o meu dos pensamentos, aqueles que
vêm do coração, em forma de alma.

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Duas Histórias de amor

É minha alma que chora de tristeza cau-


sada por sua vontade. Seus desejos de vida
são egoístas e ferem o coração daquela que
chamas de donzela.
Sempre foi assim?O homem atrás de ou-
tras virgens?Te achas maduro entre desejos
profanos e sensuais?Então confesse sua
traição, e se vá, me deixe encontrar o cheiro
de meu amado em outros.
Deixe-me aqui, na minha infância, entre
pensamentos que passaram a ser tolos, aos
olhos daquele que um dia me amou, divi-
dindo-os.
Conheço a imperfeição do homem, o ma-
cho, ser de coração duro que não quer com-
partilhar, mas se extasiar com o prazer de
todas.O que seria a madureza senão uma
reação química?Ou o fim dela!
Não me peça para ser o que a natureza se
recusou entregar às mulheres. Tal fim é
masculino, seu defeito.
Se não me queres, porei grades em seu
coração, desta vez sem chaves, e como um
cão poderoso te guardará, uma vigia de seus
sentimentos, que não sendo meus, se trans-
formarão em ódio eterno e trauma impedin-
do outras em sua vida.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Então o amor de menina é por fim ó-


dio?Aquele que um dia foi Rei é apenas um
infeliz em prisão?Não haverá felicidade
neste reino.
Quando te quis minha Rainha, era para
dividir sentimentos, então o prazer, o deleite
que encontramos em nossos corpos.
Estes estavam a nossa frente como primeira,
mas única maneira da natureza ensinar o
amor: pela paixão que experimentamos.
É preciso que o vulcão cuspa lava eterna-
mente?Se um feito por Deus explode rara-
mente, por vontade desconhecida, quanto
mais o prazer de um homem, macho, e in-
venção de Deus para o amor, o fará.
Assim como o fogo vindo do fundo da
terra, seria o amor e o companheirismo: o
motivo da explosão. Não vê assim os seus
desejos?Realizados com ternura vinda do
coração?
Seríamos os donos do vulcão, nosso reino
dominado, com autorização divina, pelo
amor que começou em paixão infantil.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Se defender você de outras for ódio, en-


tão odiarei. Pense no clamor de uma bata-
lha, aquele que chama os bravos para a
guerra, assim estarei se avistar outra te cor-
tejando.
O ódio também alimenta vulcões e se não
me quiseres, se seu desejo olhar para o de
outras, sofrerás por isto?
Será uma escolha sua, eterna. Melhor se-
ria se a revelação fosse com outra, se o de-
leite estivesse a frente de mulher do seu a-
grado, sua companheira desejada.
Mas, não foi por escolha minha, e aí esta
a revolta de meu coração, o seu era cúmpli-
ce de tudo, e sentiu tanto o prazer como a
falta deste.
Suas declarações de amor eram eternas.
Suas promessas incluíam a fidelidade de
seus olhos, que hoje querem passear em ou-
tros, em busca de carinho estranho ao amor
descoberto por nós dois.
Qual seria o maior erro? O ódio que sin-
to, a fúria em minhas mãos, os pensamentos
de vinganças, ou teus desejos impuros, o
prazer alheio por ti, e pela minha queda?

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Basta de loucura contra a pessoa amada.


Não percebes que estou contigo apenas pelo
início?
O fim não chegou aos olhos, são vistas
infantis, aquelas que te encantaram, e a mim
ensinaram a paixão e depois o amor, âncora
minha.
A memória é prova. Estive em todos os
momentos preciosos, neste que chamas de
teu, e em outros da vida, também não co-
nhecidos, em que diferentes amores surgem
para alegria que não quis dividir.
Seus conselheiros são loucos também.
Não se importam com o verdadeiro amor,
que vem sempre de uma paixão, como todos
que tive em minha vida, e que a construí-
ram.
Assim como a paixão é o fogo do vulcão,
seu combustível, o ódio é água de fonte
maior, o sofrimento, capaz do impossível, e
causa da brandura de muitos silenciados, e
que produz paz nas suas terras em volta.
Meu sofrimento, que vem de ti, silenciou o
vulcão de nossa paixão, e o amor se foi,
guardado em vingança sem culpa, um dese-
jo de viver.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Suas declarações são de pesadelos para


mim. Meus maiores temores vieram de onde
não deveria: seu coração, que explode de
raiva por atos de amor do meu, um oco que
se abre na minha vida.
Não se importe comigo, sequer dê aten-
ção as feridas que surgem em meu corpo,
que reage pela falta do seu, e percebe a vida
em rejeição.
Mas não engane outra com sua beleza.
Pelo menos abandone esta que é uma ladra
de amores, e se esconda, para que seu corpo
não destile mais veneno.
A mulher que te conquistou esta sim é
uma ingrata!Saiu do meu lado, do meu seio,
para se aproveitar de descoberta minha, do
meu grande amor de infância.
A minha tristeza derrubará os dois, te co-
locará de volta no meu caminho pelo des-
prezo que há de crescer em seu coração pela
outra, a ladra, que nunca foi donzela para ti.
Sonho com seus afagos, o sorriso sincero de
companheiro, que só hoje percebi, na falta,
no desprezo de seus sentimentos, e assim
cresci como mulher me preparando para sua
volta.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

De fato há veneno em meu corpo. Seus


pensamentos são resultado de delírio pelo
vício, o ópio destruindo a mente.
Sempre desejei uma vida ao seu lado co-
mo paga por seu amor, sua entrega de pra-
zer, uma dívida em troca de seu corpo, a
paixão, que achamos ser amor.
Também fui envenenado, como você,
mas o dominado foi o coração. Por isto esta
entrega protetora de nosso amor, que virou
outros, diferentes, mas reais, tão pequeninos
como nós na primavera.
Nossos sonhos iam assim, em encontro
de desejos de felicidade eterna, independên-
cia imatura, capaz de enfrentar qualquer ne-
gativa da vida.
Descobri o quanto o ódio anda junto da
paixão, e que esta não é amor real. O meu
prazer por você é prova! Enfrenta o ódio de
sua mente abalada pelo meu veneno, em
pleno vigor, igual ou melhor que os primei-
ros de outra estação de nossas vidas.
Mesmo não sendo mais a donzela, a boa
Rainha que me ensinou o caminho do amor,
o prazer é igual, infeliz, mas igual. Então,
entendi o amor.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Estranho! Falar de amor quando vais em-


bora? Tu és um estranho!Chamas de Rainha
aquela que desprezas?Ou será que é uma
simples troca de prazer, já que não o vê
mais como amor?
Seu corpo é tolice! Simples criação de
mente jovem, a minha, não a sua, que insis-
te em ser adulta!Não se mede sentimentos,
não existe tal máquina!
Seu abandono será meu crescimento, um
desprezo de minha parte. Procurarei prazer
em outros corpos e verás a angústia que a-
gora sinto...
Meu ódio não é correto? Não tenho o di-
reito de vingança por ato vil? Mesmo que
não tivesse provas, seu olhar deseja o dela,
seu gozo que sentes em mim é pensando
nela, a Rainha má, a minha desgraça de a-
mor.
Seus braços são doces como os meus, seu
corpo treme como o nosso, e há suor com
cheiro de amor? Meu sangue ferve por so-
mente imaginar. Apenas isto já é motivo de
vingança, pois nem em devaneios eu o per-
mito com outra, seu adúltero!
Portanto, vá, e me deixe para sempre.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Vou. A solidão será meu destino, e alento


de coração sofrido, querendo vida, o ar que
todos podem respirar, menos eu, impedido
pela ilusão de uma paixão.
O amor escondeu-se, teve receio do ódio
de ações contra aquele que chamas de ama-
do. Palavras são suportáveis, mas aí está a
porta da sensibilidade, o não, para a dor.
Violência é a arma do ciúme, e os ossos ca-
em podres, os seus, pois não vê mais o me-
nino que um dia amou.
Meu sentimento por ti era como água
contida por paredes, enchida pela paixão
correspondida, o prazer que em mim virou
amor.
A paixão é uma rachadura alimentada
pelo que chama de veneno, a criança que
não saiu de ti. Por ali o amor escorre, desá-
gua, e o coração seca como a terra em sol
escaldante. Para onde iria se fosse ela?
Prefiro qualquer coisa do mundo a viver
sobre o ódio de pessoa amada. O peso de
suas mãos é muito mais do que uma agres-
são, acerta o coração aberto por ti, como
aquela porta, um convite para o mundo.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Irás com certeza. Mas teu retorno será


minha vitória, a derrota da ladra de seu co-
ração. Esta sim é minha inimiga, o alvo de
meu ódio.
O que será de ti sem a amada, a menina
que descobriu seu prazer? Esta será sua pu-
nição! Me imaginas em braços alheios, a
dividir o que era seu?
Falo do prazer, o que chamo de amor, e é
o amor!Repartirei com outro, uma vingança,
e estarei pronta para o perdão pelo ultraje
causado pelo próximo.
Tudo que fiz foi por você, até o que cha-
mas de ódio foi pela nossa segurança, nos-
sos sonhos. Não acredito em maldade sua,
pois entendo os desejos do coração de um
homem.
Mas não me peças calma, ou o perdão
imediato. Seus pensamentos exalaram a
traição, fervendo o sangue de sua mulher,
ferindo o coração, que o bombeava somente
para ti!
O que fiz foi pequeno, perto de outros
que matam por amor!Se houve sangue, po-
nha na conta da paixão, da qual é causador.

57
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Tolo! Seu silêncio é mera birra de criança


se achando adulta. Recebo notícias de sua
felicidade, de alegria cativante, e como a
espalha pelo mundo.
Seus amigos são uma armadilha, os caça-
dores do lindo passarinho e de seu canto, o
meu, que descobrimos juntos.
Sinto sua falta, mas vigio a mulher que te
roubou, não deixarei que se aproxime de
ti!O que fazes no mundo? As outras que te
beijam, dividem o meu prazer, isto acerto
contigo quando voltares rastejando com pe-
didos de perdão.
Confundes o que chama de paixão com
volúpia? Então é passageiro, calor temporá-
rio.
Nosso amor não é assim!O meu, pelo
menos. Se o que sinto é capaz de atos lou-
cos? Claro!Mas é uma reação contra vitupé-
rios, traição. Não faria o mesmo qualquer
um? Então não há erro nos meus atos, que
diz ser contra ti, mas tem outro alvo certo.
Sei que meu corpo o tem em mãos, como
escravo do meu prazer, que alimenta os seu.
Seus olhos consolidaram isto.
Se tinhas medo antes, terá pavor na volta.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Ainda tenho na memória, com sofrimen-


to, o dia de teu desprezo. Tua saída foi uma
fuga de dores que eram somente nossas.
Agora, este silêncio impiedoso, que assola
meu coração, acelera o meu desejo.
Sei que a solidão é sua companheira, pois
a ladra está sob meus olhos, apesar da fúria
pela acusação desferida, única defesa per-
cebida por esta mulher atraiçoada, aquela
menina por ti amada.
Insensíveis e mentirosos são os corações
adúlteros!O seu há de receber perdão, pois é
homem, um macho por essência traidor, in-
capaz pela natureza de sentimentos femini-
nos, de fidelidade impar.
Minha ira contigo é sinal de amor, pois é
com brandura pelo merecimento, reação
suportável para qualquer homem, dores físi-
cas passageiras, uma luta para o nosso bem.
Sua memória curta não retorna aos nossos
pactos de amor, um em defesa do outro, e
assim o amor não acabaria.
Não percebes que ao chamar o amor de
prazer, o diminui, e assim sente falta de
prazer mundano?Nosso amor era completo!
Tínhamos todos os desejos saciados, um
pelo outro, nossa defesa contra o mundo.

61
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Ficarei rouca, mas com gritos abafados


pelo seu desprezo de silencio. Sua ausência
é um disparate, e ansiar sua volta um duro
golpe de vingança.
Mesmo não errando, peço seu perdão.
Tenho medo de uma morte no coração, no
meu, pois o seu endureceu-se, e insensível,
tornou-se imortal, como todos outros do
mundo.
O que chamas de paixão doentia produziu
feridas em meu corpo, anunciando a doença
de meu coração, de onde vem a vida e seus
sentimentos.
A aliança em seus dedos é para esperan-
ça?Um sinal de seu amor por mim?Dizem
que me namoras em fotos antigas. Estás
com saudades de sua menina?Venha, me
procure em silêncio, me ames, e se vá em
silêncio. Isto bastaria para curar meus ma-
les.
Ainda sou sua mulher, no papel e cora-
ção. Venha, e exerça seu direito de marido!
Disparo meus anseios como flechas que do-
lorosamente acertam aqueles a quem devia
proteger por amor.
Mas nada disto tem valor, ou razão, sem
você...

63
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Quando disse de outro em minha vida,


menti. Sei o quanto seria desonroso para
uma mulher. Mas te aviso que o que me re-
freia ainda é o amor, o prazer, paixão, ou
volúpia, como também o chamas.
A desonra não seria barreira, pois a vin-
gança às vezes tem sede, e a solidão em que
me deixastes é combustível, pelo menos no
coração, em desejos, e aí está o perigo real.
Diz que saiu por quis, mas foi uma expulsão
em sua vida, como um objeto jogado, um
animal escorraçado, sem nenhuma chance
de recuperar o coração de meu amado.
Sei que errei, mas causou isto tanta raiva
em ti?O suficiente para virar o rosto quando
passo, ou correr de mim quando te procuro?
Sinto medo em seu olhar, seria por ainda me
amar?Quando te vejo em suas visitas seria a
volta em rastejo?
Amarga ilusão!Sua saída, ainda mais fria,
me alucina, e meu sentimento de perda é
mortal. Sinto que a ladra de corações me
venceu, roubou apenas o canto de meu a-
mado pássaro, mas o mantém livre, como
dois amos do prazer.

65
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Minha juventude é gasta ao te esperar.


Sinto os vincos da idade tomando meu ros-
to, e meu corpo, que tu bem sabes ser minha
esperança para reconquistá-lo.
Sim, minha mocidade, que era seu prazer,
se acaba aos poucos.
Você tem as bênçãos da natureza. Conti-
nuas jovem, mas maduro, um belo homem
como no início, mais cobiçado ainda.
Pequenos fios brancos fazem seus cabelos
ainda mais loiros, e o sol continua a verdeá-
los. Sua pele não é mais dourada, mas não
perdeu a doçura que aparentava.
Se ainda fosse donzela, te escolheria co-
mo o homem de minha vida! Os caminhos
seriam os mesmos: os do prazer sem fim,
mas teria os cuidados de ferida inflamada,
de ossos engessados, para lidar com meu
amor.
Há anos que não sei o que é o prazer, so-
mente o seu está ainda em meu corpo. Basta
fechar os olhos e sentir! Duvido que sejas
assim, ou que encontre alguém assim!
Assim aguardarei, ou morrerei: esperando-
te...

67
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Sei de tua felicidade, sua alegria conquis-


tada com outra. Se antes tinha o ciúme, ago-
ra se juntou a inveja.
Tomei conhecimento dos danos de uma,
ao sentir a segunda, uma emoção invertida,
má, a qual não quero, e não desejo a nin-
guém.Hoje alguns se foram. Pessoas que
também te amavam, zelavam por nossa fe-
licidade, mas eram vítimas como você.
A maturidade revela coisas sim, como
você bem sabe, mas não tirou de mim o
amor que sinto, transformação tardia de
uma paixão infantil, hoje, mas bem adulta
aos meu olhos do passado. Minha lamenta-
ção nunca foi tão sofrida! Tenho perda bem
maior, dolorida, do que quando partiu. A
raiva que sinto é contra mim mesmo por
não perceber que a jóia mais preciosa é o
sentimento do amado, a paixão do querido,
meu marido que se foi por tristeza, em bus-
ca de alegria que eu tive em minhas mãos
um dia.
Era um lindo pássaro que cantava linda-
mente, e solto, mas meu coração era caça-
dor, e o prendeu em sofrimento. Prefiro a
morte. Será um doce sono, uma guarda de
minha história, que era linda aos meus o-
lhos.
69
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

A notícia chegou dura, atingiu meu cora-


ção literal, algo impensável depois de tantos
anos. Miserável armadilha da vida é o tem-
po, um remédio enganador, que perde o e-
feito com seu próprio passar.
A sequela da cura é a maturidade maior,
capaz de produzir arrependimento melhor,
mais puro, e o entendimento é experiência
inútil para mim, mas bons conselhos para
aqueles que ficaram, e passarão pelo mesmo
caminho trilhado por este louco amor.
Maravilhosa é a natureza, que nos fez
com memória infinita!Pois somos o que
deixamos, nossos atos, e entre eles os sorri-
sos são os que mais marcam, e falam do au-
tor como um quadro, uma obra prima ines-
quecível.
Esta é a mais bela memória que tenho de
ti, seu sorriso, todos eles, e as alegrias que
os desenharam em seu rosto, sim também
houve alguma alegria em nosso amor.
Uma fotografia sua revela tristeza pro-
funda, sinal de previsão angustiosa?Talvez
uma entrega para o sofrimento do qual não
quis sair.

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Sei que não terei notícias suas, nem res-


postas para minha escrita.
Mas quando pensei que somente em fo-
tografias eu te veria novamente, eis que mi-
nha memória ficou encantada com sua he-
rança na terra.
Nossos frutos te revelam jovialmente. Em
cada um vejo um detalhe seu, aqueles que
me enfeitiçaram na mocidade.
Um sorriso vira pose, uma filmagem sua
ao vivo. O seu jeito de andar noto em outra,
detalhadamente, confirmando sua genética.
Às vezes nos vejo em todos, nós dois em
nossos filhos, obras geradas com amor, em
momentos de paz que tivemos.
A natureza não nos deu madureza no nas-
cimento. Então, por se adquirida, sempre se
precisa de ajuda, um mestre para o caminho
da vida.
Todavia trazemos ao mundo a vaidade,
achamos que sabemos de tudo, e ao perce-
bemos o engano, se começa a maturidade,
mas é só o começo, e talvez morramos sem
a conhecermos totalmente.
O final é que somos sempre imaturos, e
talvez você estivesse certa, enquanto ino-
cente, sim, estava certa.

73
Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Então farei isto. Ensinarei os mais jo-


vens a amar de verdade, uma escolha corre-
ta na mocidade, pois uma paixão pode ser
amada!
Isto é crescer juntos, deixar a madureza sur-
gir, ou procurar um amor já pronto, que se
encontra com o passar dos anos.
O respeito é a muralha de todo amor,
construída em base firme, única que resiste
a tudo. Os solavancos da vida são derruba-
dos por sorrisos, braços que se ajudam, bei-
jos de carinho a consolar.
O amor educa, pois se espalha como um
vírus bom. Todos são atingidos por ele, e o
nosso aumenta pela felicidade repartida.
Aprendi que toda paixão também é boa.
Por isto o prazer que a acompanha, onde se
encontra pela primeira vez a semente de um
futuro amor.
O acontecido disparou em nossas vidas
muito sentimentos inéditos, nem todos de
direito da idade. Fui seu primeiro homem e
você minha primeira mulher. Mas não éra-
mos isto!Duas crianças se achando assim!

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Fernando Ivanenko
Duas Histórias de amor

Tenho arrependimentos sinceros, mas


maduros. Foram anos perdidos para nós
dois, onde grandes emoções não acontece-
ram, ficaram no ar, sem uso, pois eram ex-
clusivamente nossas.
Fomos proprietários de sentimentos pas-
sageiros, onde se juntou a imperfeição com
desejos egoístas, apesar de belos.
Ser maduro significa pensar no bem alheio,
e no futuro, com amor verdadeiro, onde ha-
verá sempre lugar para o prazer.
Apesar de tudo, de todo sofrimento que
tivemos, os seus pela recusa do amado, e os
meus por desejar ser feliz de verdade, me
lembro de nossas aventuras juvenis com
alegria e prazer, por ter sido com você, mi-
nha princesa e eterna namorada.

O amor não acaba, porque não falha.


Amar-te-ei eternamente!

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Fernando Ivanenko

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