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na fase policial I
Mestre em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor de cursos pre-
paratórios no Rio Grande do Sul. Advogado.
PRÁTICA PENAL
(espaçamento de 10 linhas)
João Zé Zé foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de pre-
varicação descrito no artigo 319 do Código Penal, uma vez que, como narra a peça acu-
satória, teria deixado de lavrar auto de prisão em flagrante para simplesmente registrar
a ocorrência do delito, a partir da qual devendo ser instaurado o procedimento investi-
gativo com o indiciado em liberdade.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo con-
tra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Com isso, pode-se claramente perceber que, sem o elemento subjetivo, a inten-
ção de ‘“satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, não há o crime de prevaricação.
A partir do momento em que o Ministério Público não narra esse fato na peça
inaugural acusatória, não está narrando o delito de prevaricação e nenhum outro, mas
apenas uma conduta atípica, não criminosa. O Meritíssimo Juízo deveria, então, rejei-
tar a denúncia com base no artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal. Porém,
não foi essa a decisão da autoridade judiciária, ora coatora, que recebeu a denúncia,
dando início a um processo criminal sem fundamentação, sem embasamento, sem
qualquer razão ou justa causa para tanto, uma vez que o Estado não tem interesse de
agir para buscar a aplicação de uma sanção penal a alguém que não praticou, de forma
indiciária ou em tese, uma conduta criminosa.
[...] o simples fato de não se haver lavrado auto de prisão em flagrante, formalizando-se
tão somente o boletim de ocorrência, longe fica de configurar o crime de prevaricação
que, à luz do disposto no artigo 319 do Código Penal, pressupõe ato omissivo ou comis-
sivo voltado a satisfazer interesse ou sentimento próprio. Inexistente o dolo específico,
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cumpre o arquivamento de processo instaurado. (HC 84.948, 1.ª Turma, STF, SP – Rel.
Min. Marco Aurélio)
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, desde já se requer seja deferida a Ordem Constitucional de
habeas corpus, para que, liminarmente, antes mesmo de pedir informações, seja deter-
minado o trancamento da ação penal, cessando o perigo de o paciente ter a liberdade de
ir, vir e ficar ilegal e indiretamente cerceada, devendo, ao final, ser mantida, em mérito,
a decisão que concedeu o pleito in limine. Porém, caso Vossa Excelência não entenda
por deferir o pedido liminar, desde já se requer que, no mérito, seja concedida a Ordem
para determinar o trancamento do processo 000000011 que tramita perante a 1.ª Vara
Criminal do Foro Central da Comarca de Curitiba, comunicando-se o juízo processante
da necessidade de arquivamento dos respectivos autos.
V. V. P. F.
OAB PR 00000
PRÁTICA PENAL
Exmo. Sr. Dr. Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
(espaçamento de 10 linhas)
O juízo da 1.ª Vara Criminal do Foro Central da cidade de São Paulo, Sr. Manolo
Xis Xis, ora autoridade coatora, decretou a prisão preventiva do paciente pela prática
de crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor descrito no artigo
302 do Código de Trânsito Brasileiro, fundamentando nos seguintes termos a prisão
cautelar, cuja cópia juntamos ao presente remédio constitucional:
José Zé Zé dirigia seu carro a 80 km/h em local cuja velocidade máxima permitida é de
60 km/h. Ao derrapar em um monte de areia, perdeu o controle do veículo e atropelou
e matou Arquimedes Tic Tac, de oito anos de idade, que andava de bicicleta no local,
levando-o à morte por traumatismo craniano e hemorragia interna.
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Trata-se de delito grave, houve comoção social e, mediante o clamor público, o Estado
precisa tomar uma atitude mais drástica para mostrar sua força de império à sociedade,
buscando sempre a garantia da ordem pública. Sob esse fundamento, decreto a prisão
preventiva de José Zé Zé, uma vez que há indícios de ser ele o autor, bem como a mate-
rialidade do delito, conforme auto de necropsia anexo.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Art. 313. Em qualquer das circunstâncias previstas no artigo anterior, será admitida a
decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos:
I - punidos com reclusão;
II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida
sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la;
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 46 do Código Penal.
Por esses motivos legais de impedimento do decreto preventivo que não foram obe-
decidos pela autoridade coatora, já se percebe claramente a arbitrariedade da prisão
decretada.
Prisão preventiva. Medida drástica e gravíssima. Reservada para casos extremos. [...]
Repete-se: prisão preventiva é medida prisional drástica e gravíssima, por isso, excep-
cional, dependente da demonstração de fatos idôneos que indiquem a sua necessidade
para garantir-se a ordem pública; a ordem econômica; por conveniência da instrução
criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. [...] É, portanto, caso de concessão
parcial da ordem de habeas corpus para ser revogada a custódia preventiva do paciente,
sem perder de vista, ainda, que pelas penas mínima e máxima previstas no preceito
secundário do tipo, a condenação final pode permitir a aplicação de medidas penais
alternativas. (HC 456.611-3/0-00, 1.ª C. Crim., TJ, SP, Rel. Des. Márcio Bártoli)
Como se isto não bastasse, os Tribunais pátrios vêm consagrando que não é
possível um decreto preventivo com base na garantia da ordem pública em face da gra-
vidade do crime, da comoção social, do clamor público, bem como por presumir que
o agente solto continuará delinquindo ou até mesmo para proteger a sua integridade
física, conforme o que abaixo colacionamos:
[...] Não serve, portanto, a genérica referência às hipóteses previstas no texto legal;
o apelo à gravidade do crime ou agora nas informações mencionar-se a existência de
condenação anterior pelo mesmo crime, ou mesmo a indicação de conjecturas, dedu-
ções ou ilações, que se não assentam em prova confiável. O despacho não diz porque a
ordem pública foi agredida; porque o crime praticado intranquiliza a sociedade. Na ver-
dade, no último tópico a decisão aplica uma verdadeira e proibida antecipação de pena.
A sanção para a decisão sem fundamentação é a decretação de sua nulidade absoluta,
como disposto na Constituição Federal. [...] Concede-se a ordem para revogar a prisão
preventiva.(HC 458.132-3/9-00, 1.ª C. Crim.,TJ, SP, Rel. Des. Márcio Bártoli)
A gravidade abstrata dos crimes imputados à paciente, por si só, não é motivação hábil
pra configurar ameaça à ordem pública. [...] Ordem concedida, para revogar a prisão
preventiva da paciente, e estendida aos corréus. (HC 83.806-5, 1.ª Turma, STF, SP –
Rel. Min. Joaquim Barbosa)
Com isto, Excelência, pode-se denotar que o paciente está na iminência de ver
cumprido o mandado de uma prisão arbitrária, contrária não só aos ditames legais do
expresso no Código de Processo Penal, mas especialmente colidente às garantias pre-
vistas como fundamentais da Constituição Federal, e ao entendimento jurisprudencial
dos principais Tribunais de Justiça do país e dos tribunais superiores.
A presente ordem de habeas corpus tem amparo legal no artigo 5.º, inciso LXVIII,
da Constituição Federal, que ensina que “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder” e no artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal,
que expressa que “a coação considerar-se-á ilegal quando não houver justa causa”.
IV – DO PEDIDO
V. V. P. F.
OAB SP 0000
■■ Valor da causa: o valor da causa deve ser sempre determinado, e nunca “valor
de alçada”, uma vez que o mandado de segurança pode ser impetrado na esfera
criminal, trabalhista, cível etc. É uma ação mandamental e, por se tratar de
ação, deve ser proposta nos moldes do artigo 282 do Código de Processo Civil,
que deixa clara a obrigatoriedade deste valor e não menciona que seja desne-
cessário em ações com conteúdo penal ou trabalhista, e tampouco o faz a Lei
12.016/2009 – Lei do Mandado de Segurança.
■■ Data.
Observações
Jurisprudência
Quando se cita um aresto do Supremo Tribunal Federal de habeas corpus é porque,
no caso que chegou à Corte Máxima, já haviam sido impetrados mandados de segurança
perante o juízo federal, depois perante o TRF e, por fim, perante o STJ, e todos foram
indeferidos sob o argumento de que “deve preponderar o interesse social – investigação
de um crime e de um criminoso – ante o interesse individual do exercício profissional
da advocacia e do indiciado”.
Com base nisso, com receio de ter em sua última possibilidade a mesma decisão,
optou-se por argumentar não só no direito líquido e certo do seu exercício profissional
com base no Estatuto da Advocacia, mas, especialmente, em face ao prejuízo da garantia
da ampla defesa do seu cliente, que a CF assegura no artigo 5.º, LV. Porém, fica o comen-
tário para elucidar, porque a peça tecnicamente correta seria o mandado de segurança.
Cada vez mais, na prática forense, os advogados impetram habeas corpus em situ-
ações que tecnicamente seriam de mandado de segurança, face ao entendimento de que
se houver qualquer possibilidade de prejudicar a garantia constitucional da ampla defesa
isso poderá, ainda que indiretamente, cercear o direito de locomoção do cidadão, o que
justificaria o habeas corpus.
PRÁTICA PENAL
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal do Foro Central da Comarca do
Rio de Janeiro,
(espaçamento de 10 linhas)
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Com isso, pode-se denotar que não pode ser vedado o acesso dos autos do
inquérito policial ao advogado do indiciado, ainda mais se estiver com poderes ou-
torgados em procuração a eles juntados.
II.a. – LIMINAR
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, em face da urgência demonstrada, desde já requer seja deferi-
da a ação mandamental, para que, liminarmente, antes mesmo de pedir informações,
seja possibilitado ao impetrante o acesso aos autos do inquérito policial 00001 em
curso perante a Delegacia de Furtos e Roubos da cidade do Rio de Janeiro, conceden-
do-se, na prática o seu direito líquido e certo ao exercício da advocacia, devendo, ao
final, ser mantida, no mérito, a decisão que concedeu o pleito in limine. Porém, caso
Vossa Excelência não entenda por deferir o pedido liminar, desde já se requer que,
no mérito, seja concedida a ordem para determinar à autoridade coatora o acesso dos
autos do inquérito policial nominado anteriormente ao impetrante.
Fundamentação
O importante, então, é demonstrar que, embora lícita a prisão em flagrante, não
há necessidade da manutenção do agente no cárcere. O requerente precisará emba-
sar a desnecessidade da manutenção da prisão nas hipóteses do artigo 310, caput (o fato
de não ser crime porque o agente está sob uma causa de exclusão da ilicitude – legítima
defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal ou exercício regu-
lar de um direito) e/ou parágrafo único (não ser caso de prisão preventiva), do Código
de Processo Penal (CPP), isso tudo corroborado pelo artigo 5.º, LXVI, da Constituição
Federal (CF).
Consequências
Se for concedida a liberdade provisória, a autoridade judiciária vai determinar a
expedição de alvará de soltura e o comparecimento do preso para a assinatura do termo
de compromisso de comparecer a todos os atos a que for chamado sob pena de revoga-
ção da liberdade provisória e de retorno ao cárcere.
PRÁTICA PENAL
(espaçamento de 10 linhas)
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
O auto de prisão em flagrante seguiu as determinações legais, com o auto de
constatação demonstrando que a substância faz parte do rol das substâncias entorpe-
centes ou capazes de causar dependência física ou psíquica, tanto que Vossa Excelência
homologou a prisão, ratificando-a, legitimando-a. Porém, não houve qualquer despa-
cho acerca da possibilidade da concessão da liberdade provisória.
Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou
o fato, nas condições do artigo 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir
o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de compa-
recimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação.
Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de
prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão
preventiva (art. 311 e 312).
Com isso, pode-se concluir que, não havendo necessidade fundamentada nas
hipóteses da prisão preventiva, não há razão legítima para a manutenção da presa no
estabelecimento prisional.
De acordo com Pacheco Filho e Thums (2007, p. 207-210) na obra Nova Lei de
Drogas – crimes, investigação e processo, editora Verbo Jurídico, RS:
Qualquer estudante de direito processual penal sabe que o “flagrante não prende por si
só”. A segregação provisória decorrente de flagrante somente se sustenta até a homolo-
gação do auto de prisão em flagrante. Para manter o preso segregado provisoriamente,
é necessário decretar a prisão preventiva, fundamentadamente, mas isto não significa
simplesmente transformar o flagrante em preventiva. Assim, o juiz deve ter bom senso
e equidade para avaliar as condutas tipificadas como tráfico e que mereçam a segrega-
ção provisória. Cabível, por medida de política criminal, a concessão de liberdade pro-
visória, embora sem amparo legal na Lei 11.343/2006, mas em homenagem à garantia
constitucional da presunção de inocência e em razão de lesividade social depender de
avaliação concreta. É imperiosa a distinção entre o preso que, por força de lei, tem sua
conduta tipificada como traficante, mas que, na verdade, jamais poderá ser considerado
ou equiparado ao sujeito que faz do comércio ilícito um meio de vida e que representa
uma praga social.
O flagrante não possui força coercitiva suficiente, por si, para manter a segregação pro-
visória nos crimes hediondos e assemelhados. Julgados recentes do STF e STJ indicam
que o juiz deve avaliar a presença dos elementos da prisão preventiva ao homologar
PRÁTICA PENAL
flagrante tanto por crime hediondo1, quanto por crime de drogas2. Não basta simples-
mente homologar o auto de prisão em flagrante e transformar a prisão em flagrante
em preventiva sem fundamentar dados concretos. (PACHECO FILHO; THUMS, 2007,
p. 207-210)
IV – DO PEDIDO
Tendo em vista o anteriormente exposto é que, respeitosamente, requer que
Vossa Excelência defira o pedido para fins de ser concedida a liberdade provisória,
determinando a expedição de alvará de soltura e a imediata comunicação ao adminis-
trador do estabelecimento prisional da Comarca de Torres, onde se encontra a reque-
rente, para sua emergencial colocação em liberdade, ainda que o parecer do Ministério
Público seja no sentido do indeferimento. Para tanto, a requerente se dispõe a assinar
termo de compromisso de comparecer a todos os atos do processo, sob pena de revo-
gação do benefício, conforme prevê o artigo 310, caput, in fine, do Código de Processo
Penal.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
1 I - Na linha de precedentes desta Corte, o indeferimento do pedido de liberdade feito em favor de quem foi detido em
flagrante deve ser, em regra, concretamente fundamentado, não sendo suficiente a qualificação do crime como hediondo
ou equiparado (Precedentes). II - A prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que, por meio desta medida, priva-se o
acusado de seu jus libertatis antes do pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só pode ser decretada se expressamente for justificada sua real indispensa-
bilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de
Processo Penal, sob pena de se tornar indevida antecipação da punição estatal. III - Em razão disso, a decisão que indefere
pedido de liberdade provisória deve ser necessariamente fundamentada de forma efetiva, não bastando meras referências
quanto à gravidade em abstrato do crime. É dever do magistrado demonstrar, com dados concretos extraídos dos autos, a
real necessidade da custódia do recorrente, dada sua natureza cautelar nessa fase do processo (Precedentes do STF e do STJ).
Recurso Ordinário Provido.(STJ, 5.ª Turma, RHC 1 9665 / SP, Rel. Min. Felix Fischer, Data do Julgamento 15/08/2006,
Data da Publicação DJ 25/09/2006, p. 281).
2 Em qualquer caso de prisão cautelar - aí incluída a prisão em flagrante pela prática de crime hediondo -, há de se demons-
trar a necessidade absoluta da segregação, nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que não resulta evidenciada
com a tão só invocação da natureza do delito. 2. Ordem concedida, indeferido o pedido de extensão. (STJ, 6.ª Turma, HC
51056/GO, Rel. Min. Paulo Gallotti, Data do Julgamento 17/08/2006, Data da Publicação DJ 25/09/2006, p. 313).
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Nessas e em outras situações, quaisquer que tenham sido, desde que ilegais e
relacionadas à prisão em flagrante, como os casos de flagrante forjado e flagrante pre-
parado, poderá e deverá ser feito, diretamente ao juízo competente à futura ação penal,
um pedido de relaxamento de prisão e não um habeas corpus.
Observe que, se o abuso foi cometido pela autoridade policial, deve ser feito um
pedido de relaxamento da prisão diretamente à autoridade judicial competente para a
futura ação penal, se a arbitrariedade for praticada por parte do juiz, o pedido de rela-
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xamento da prisão deverá ser feito dentro da ação constitucional de habeas corpus com
pedido liminar para o presidente do tribunal competente para a apreciação e possível
revisão das suas decisões (TJ, TRF etc.).
■■ não havendo fundamentação judicial, conforme exige o artigo 93, IX, da CF;
Assim, não havendo essa demonstração, a prisão será ilegal e deverá ser relaxada
pelo tribunal na análise do habeas corpus que demonstra a arbitrariedade da decisão do
juízo de primeira instância.
Se a ilegalidade for de um dos tribunais (TJ ou TRF) o pedido também será feito
dentro de um habeas corpus, agora a ser impetrado junto ao STJ.
Por fim, se a ilegalidade foi de parte de um tribunal superior (TSE, STM ou STJ)
o pedido de relaxamento será feito em um habeas corpus perante o STF.
Consequências
Deferido o pedido, o juiz determinará a expedição de alvará de soltura e a ime-
diata libertação do preso. Se, por acaso, além da ilegalidade da prisão houver a possibi-
lidade de ocorrência de crime de abuso de autoridade (Lei 4.898/65, arts. 3.º e 4.º) ou
prevaricação (CP, art. 319) a autoridade judiciária ou o Ministério Público requisitará a
instauração de investigação policial para apurar o delito funcional.
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Observações
No tópico relacionado à fundamentação jurídica é importante sempre utilizar cita-
ções doutrinárias e jurisprudenciais, se o candidato tiver em mãos, mas desde que dire-
tamente relacionadas ao fato concreto e, logicamente, favoráveis à parte requerente. Em
relação às jurisprudências, que sejam utilizadas as do estado onde o candidato presta
o concurso, ou de outros estados, somente se forem muito pertinentes. Ainda, se for o
caso, da Justiça Federal, do TRF da respectiva região e, especialmente, arestos do STJ
e do STF.
(espaçamento de 10 linhas)
prazo máximo de 24 horas conforme determina o artigo 306, parágrafo 1.º, do Código
de Processo Penal. Foi encaminhado a juízo para apreciação e, juntamente com ele, re-
queremos a análise do presente pedido para fins de não ser homologado o auto de prisão
em flagrante, por ser ilegal a segregação, razão pela qual se busca o relaxamento da pri-
são em flagrante, conforme determina o artigo 5.º, inciso LXV, da Constituição Federal.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
A Lei trata da matéria no art. 33, §1.º, inc. II, incriminando as condutas semear, cultivar
e fazer colheita de plantas que se constituam matéria-prima à preparação de drogas;
portanto, não há tipificação para quem transporta, traz consigo, guarda, tem em depó-
sito etc. as sementes dessas plantas, na medida em que semente não é matéria-prima,
bem como não é substância, logo se trata de conduta atípica, sujeitando-se apenas à
apreensão do material.
Dentro desse enfoque, ensina o artigo 5.º, inciso LXIII, da Carta Magna, que:
Além do mais determina que a regra é o direito de liberdade do cidadão ser res-
peitado, a não ser nos casos especificamente previstos e conforme taxativas exigências
legais, conforme prevê o mesmo artigo 5.º, no inciso LXI:
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IV - DO PEDIDO
Tendo em vista todo o exposto acima é que, respeitosamente, requer que Vossa
Excelência defira o pedido para fins de ser relaxada a prisão em flagrante, determi-
nando a expedição de alvará de soltura e a imediata comunicação ao administrador do
estabelecimento prisional da comarca de Torres, onde se encontra a requerente, para
sua emergencial colocação em liberdade.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Observação
Indeferido o pedido de revogação da prisão preventiva, cabe habeas corpus com
pedido liminar para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (no
caso em questão).