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INTRODUÇÃO

"Cuidar, cuidar, cuidar dos mais novos. Eu acho que a violência é um


aviso que isso não está acontecendo". Prof. Julio Groppa Aquino

Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação Perseu Abramo, a violência é o


tema que mais preocupa os brasileiros entre 15 e 24 anos (55% do total), à frente de emprego
(52%) e da Educação (17%). É importante ressaltar que a violência escolar não vem
desacompanhada de outros fatores. Não é algo que surge e termina dentro da sala de aula. É
apenas uma face dos variados tipos de violência com que o jovem convive. O aluno influenciado
por tipos de violência em casa ou na rua é meio de transporte para que esta violência adentre as
escolas.
O assunto é vasto e merece muitas discussões e reflexões. Contudo, além de combater as
causas, é importante entender e ajudar a controlar suas consequências.
É na faixa etária entre 15 e 24 anos que a prática ou vitimização da violência ganha
proporções mais evidentes. Em Belém, 35% dos estudantes de escolas públicas já viram armas de
fogo ou arma branca dentro do espaço escolar. Na escola, as agressões verbais ou ameaças são os
acontecimentos mais presentes. Quanto aos motivos que levam um jovem a sofrer violência, as
indicações mais recorrentes são: localização perigosa da escola, diferenças religiosas, de classes
sociais ou de opção sexual. Os atos violentos vão desde a violação física até humilhações e perda
do desejo de permanecer na escola.
Para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), apesar dos esforços dos
educadores, o descaso com o aluno dentro das instituições é mais uma das causas dos episódios
recorrentes de violência que têm atingido escolas no Rio. Por isso, o órgão defende que as
ocorrências não devam ser tratadas como casos de polícia.
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Uma visão geral sobre a Violência

São inúmeros os fatores que podem levar uma criança ou um adolescente a um ato
delitivo, podemos nos lembrar de alguns: a carência de políticas públicas preventivas aos
problemas sociais, professores mal remunerados, cansados e desestimulados, o uso de drogas, a
desestrutura familiar, a falta de educação e de sentido à vida, a imensa desigualdade social, a
propaganda que muitas vezes incentiva o consumo para obtenção de status social e realização
pessoal, a valorização de grupos de referência de valores, crenças e formas de comportamento, a
situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os
indivíduos, a violência familiar, verbal, física, comportamental, entre tantas outras.
"Os jovens rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos.
Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres". Sócrates
O jovem convive e sofre com situações de violência e sabemos que a fase da adolescência
se caracteriza por ser um momento que representa uma crise interna, a busca de uma nova
identidade, já que ele passa pela intermediação entre o ser infantil e o ser adulto que ele ainda não
construiu e não conhece, este momento é caracterizado por muitos autores como uma fase
sombria e depressiva, mas passageira, que pode ser amenizada e bem superada se for orientada na
medida certa pelo meio em que vive, seja na família, na escola ou entre amigos. Quando os
jovens não são apoiados na adolescência estão abertas as possibilidades de transgressão das
regras para compensar o sofrimento e o vazio inerente a esta fase.
“Sem conseguir sobressair, os jovens se juntam em grupos e partem para a violência”, diz
o pedagogo Roberto Leme explicitando a importância das atividades extracurriculares na rotina
do jovem.
“São cheios de esperança, por não haverem sofrido muitos desenganos e se
comprazem na convivência valorizando, mais que as pessoas de outras idades, a
amizade e o companheirismo, já que buscam mais o amigo do que o interesse.
Tudo fazem com excesso: se amam, se odeiam, se enfim, agem, o fazem com
veemência". Aristóteles
Sara Gradel Psicóloga e Psicanalista se refere ao luto na adolescência: "Nesta fase temos
que estar muito atentos, pois, são fases de grandes perdas, lutos, reação às perdas, há uma grande
valorização afetiva, onde estão envolvidos, o eu, o objeto, o outro, nos envolvemos fazemos
vínculos, o objeto se investe de representações. Este luto traz dor, perda de interesse pelo mundo
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exterior, perda da capacidade de amar substituindo o objeto perdido, o ego é afetado, daí o grande
número de adolescentes que fazem uso de antidepressivos sem uma avaliação prévia bem
conduzida, quando não partem para as drogas pesadas para livrar-se de sentimentos tão dolorosos
que não são capazes de lidar".
A adolescência ainda é uma fase em processo e são mais visíveis e divulgados os casos de
violência envolvendo os jovens, e isto faz com que eles acabam trazendo para si a culpa. Uma
pesquisa desenvolvida na Universidade de Taubaté (UNITAU) revela que os jovens se culpam
pela violência no ambiente escolar. Enquanto os estudantes se definem como protagonistas da
violência escolar, professores e gestores acreditam que a violência na escola é um reflexo da
violência global e culpam o governo e a falta de parcerias dos pais com a escola pelo problema.
“Os agentes reconheceram a violência como fenômeno produzido pelas rachaduras e
perversidade do sistema econômico e das condições sociais. Muitas destas representações
resvalam em preconceitos que indicam a chamada criminalização da pobreza, que estigmatiza o
pobre como violento”.
O fato dos jovens se culparem pela violência, reforçando para a sociedade, o mito
divulgado na mídia de que os estudantes são delinquentes, inadaptados e responsáveis pela
criminalidade. “O jovem incorpora este discurso o que isso faz com que a sociedade não reflita
sobre outros fatores ligados à produção da violência como o desemprego, a corrupção no meio
político e tantos outros.”
A necessidade da criação de políticas educacionais que promovam a recuperação do
diálogo, da esperança e da saudável convivência entre os agentes escolares, bem como a
restituição da escola como um dos principais pilares da sociedade, priorizando esse espaço.
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O fenômeno Bullying e Cyberbullying

“Minha vida é muito triste. Para dizer a verdade, sou uma menina vítima: apanho
da minha irmã mais velha e da minha mãe. Às vezes, até minha avó e meus tios
me batem. Na escola, tem alguns meninos que também me batem e colocam
apelidos feios em mim. Não dá mais para agüentar esta situação...” (Aluna da 3ª
Série, 9 anos)

As más relações entre escolares não são fatos esporádicos do cotidiano escolar, uma vez
que se apresentam no repertório comportamental de muitos alunos, e tem se transformado em
uma questão social muito preocupante. A atenção se volta para o problema quando os meios de
comunicação, de forma sensacionalista, divulgam as tragédias ocorridas nas escolas, gerando
insegurança para a comunidade escolar.

No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países:
bullying. Bully, enquanto nome, é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo,
“brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”. Dessa forma, a definição de bullying é compreendida
como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza
repetitiva e por desequilíbrio de poder. O desequilíbrio de poder caracteriza-se pelo fato de que a
vítima não consegue se defender com facilidade, devido a inúmeros fatores: por estar em minoria,
por apresentar pouca habilidade de defesa, pela falta de assertividade e pouca flexibilidade
psicológica perante o autor ou autores dos ataques. O bullying é um fenômeno novo, mas a
prática é antiga por se tratar de uma forma de violência que sempre existiu nas escolas, vem
sendo objeto de investigação e de estudos nas últimas décadas, despertando a atenção da
sociedade para suas conseqüências nefastas, uma vez que se evidencia pela “desigualdade entre
iguais”, resultando num processo em que os “valentões” projetam sua agressividade com
requintes de perversidade e de forma oculta dentro de um contexto escolar.

O cyberbullying é a agressão praticada através das tecnologias. É a prática realizada


através da internet para humilhar e ridicularizar os alunos, pessoas desconhecidas e também
professores perante a sociedade virtual. Apesar de ser praticado de forma virtual, o cyberbullying
tem preocupado pais e professores, pois através da internet, os insultos se multiplicam
rapidamente e ainda contribuem para contaminar outras pessoas que conhecem a vítima.
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Os meios virtuais utilizados para disseminar difamações e calúnias são as comunidades


(redes sociais), e-mails, torpedos, blogs e fotologs. Além de discriminar as pessoas, os autores se
escondem, ficam anônimos, criam e-mails descartáveis, mas a cada dia percebemos que a polícia
tem investido em reprimir estas práticas e os responsáveis pela calúnia e por isto, os autores
normalmente são descobertos. Os meios tecnológicos que são parceiros da educação, nas mãos de
pessoas mal intencionadas podem ser utilizados como ferramenta para a disseminação da
violência. Os praticantes do Cyberbullying podem ser processados por calúnia e difamação e
serem obrigados por lei a pagar indenização as suas vítimas.
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Buscando soluções possíveis

O que tem favorecido o aumento da violência em nossa sociedade? Numa sociedade


violenta, a escola deve se contrapor abertamente à cultura de agressões. Mas a atitude firme
contra a violência deve antecipar-se aos fatos como parte do projeto educativo.
Apesar de, em um primeiro momento haver um sentimento de impotência com relação ao
tamanho do problema, pequenas atitudes incorporadas ao dia a dia da escola podem promover um
grande benefício a longo prazo desde que sejam mantidas e façam parte de uma filosofia da
escola, não é convencer o aluno ou os pais, é proporcionar condições para que a paz e a harmonia
reine na escola e podemos trabalhar com várias propostas e ainda enriquecendo o ambiente
escolar através de projetos que venham de encontro ao momento do aluno, podemos citar:
Reuniões motivadoras com a família para fortalecer e aumentar o conhecimento sobre o
cotidiano do aluno, pensando conjuntamente para a resolução de problemas, entrevistas com os
pais que pode ser um bom momento para ouvir as suas dúvidas e anseios, e que podem facilitar o
desenvolvimento de futuros projetos que auxiliarão na resolução de conflitos, palestras reflexivas
e reuniões abertas às sugestões dos profissionais de educação, da sociedade civil e do governo,
uma vez que a trama da violência exige uma articulação entre suas dimensões estruturais e
culturais. A parceria da escola com ONGs e associações de bairro é uma alternativa para o
enfrentamento da violência. A qualificação do trabalho docente é outra alternativa, o estudo
assinala que a melhoria das condições de trabalho desses profissionais é importante para a
efetivação de práticas educativas que os auxiliem no enfrentamento da violência. Muitas
possíveis soluções estão sendo apontadas a fim de que esse sério problema seja resolvido. Vale a
pena abandonar essa suposta neutralidade e encarar uma realidade que, de um modo ou de outro,
interfere diretamente na vida de todos nós.
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Questionário

Foram aplicados seis questionários para três professores, três alunos e três pais de alunos com as
seguintes questões:

1) Você já vivenciou situações de violência dentro da escola?

2) Como os professores agem nesta situação?

3) Como a escola atua sobre esta questão?

4) Qual o papel do Estado e da Sociedade na solução dessa problemática?

5) Em sua opinião, qual fator se mostra mais evidente acionando em um primeiro momento
este processo de desequilíbrio e violência?

6) Qual seriam as soluções mais importantes de combate a violência na escola em que você
convive?
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Relatório da pesquisa

Todos os entrevistados confirmaram já terem visto, ouvido ou convivido com situações de


violência na escola, a maioria citou os exemplos: empurrões, xingamentos, chutes, mordidas,
quebrar materiais, entre outros. Todos fizeram referência da violência que se estabelece pela
agressividade vinda do aluno e não do professor ou funcionários da escola.
Quando questionados sobre como os professores agem nesta situação, todos evidenciam
que o professor não se envolve, simplesmente encaminha o problema para a direção da escola.
Sobre a questão de como a escola atua nestes casos, foram citadas as advertências,
suspensão e reuniões para a resolução destes conflitos e orientações necessárias. Percebemos que,
quando perguntados sobre o papel do estado e da sociedade na solução destas problemáticas,
alguns fizeram referência de que percebem que, para o Estado, existe uma preocupação com os
números dos alunos, na forma de estatísticas, e pouco trabalho para a busca pela qualidade do
ensino, também citaram que quanto maior forem as diferenças sociais maiores serão as
dificuldades e conflitos em uma sociedade desigual.
Sobre o fator que maior evidencia e aciona o processo de desequilíbrio e violência,
citaram a desigualdade social, o afastamento das famílias de um paradigma de valores de moral
(igrejas, por exemplo), a falta de estrutura familiar e o afastamento dos membros da família por
questões de trabalho.
As soluções apontadas foram: educação de qualidade, atividades educativas fora do
horário de aula, palestras, incentivar atividades artísticas e culturais, criar um clima moral na
escola onde as virtudes estejam presentes, para isso, se faz necessário que os educadores
trabalhem estas virtudes com exemplos e com ensinamentos. Apenas um aluno citou que seria
importante reprimir a violência com trabalhos comunitários.
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BIBLIOGRAFIA

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democrática: Um olhar sobre a prática das regras e assembléias na escola. Campinas:
Mercado de Letras, 2007.

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