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INTRODUÇÃO
São inúmeros os fatores que podem levar uma criança ou um adolescente a um ato
delitivo, podemos nos lembrar de alguns: a carência de políticas públicas preventivas aos
problemas sociais, professores mal remunerados, cansados e desestimulados, o uso de drogas, a
desestrutura familiar, a falta de educação e de sentido à vida, a imensa desigualdade social, a
propaganda que muitas vezes incentiva o consumo para obtenção de status social e realização
pessoal, a valorização de grupos de referência de valores, crenças e formas de comportamento, a
situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os
indivíduos, a violência familiar, verbal, física, comportamental, entre tantas outras.
"Os jovens rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos.
Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres". Sócrates
O jovem convive e sofre com situações de violência e sabemos que a fase da adolescência
se caracteriza por ser um momento que representa uma crise interna, a busca de uma nova
identidade, já que ele passa pela intermediação entre o ser infantil e o ser adulto que ele ainda não
construiu e não conhece, este momento é caracterizado por muitos autores como uma fase
sombria e depressiva, mas passageira, que pode ser amenizada e bem superada se for orientada na
medida certa pelo meio em que vive, seja na família, na escola ou entre amigos. Quando os
jovens não são apoiados na adolescência estão abertas as possibilidades de transgressão das
regras para compensar o sofrimento e o vazio inerente a esta fase.
“Sem conseguir sobressair, os jovens se juntam em grupos e partem para a violência”, diz
o pedagogo Roberto Leme explicitando a importância das atividades extracurriculares na rotina
do jovem.
“São cheios de esperança, por não haverem sofrido muitos desenganos e se
comprazem na convivência valorizando, mais que as pessoas de outras idades, a
amizade e o companheirismo, já que buscam mais o amigo do que o interesse.
Tudo fazem com excesso: se amam, se odeiam, se enfim, agem, o fazem com
veemência". Aristóteles
Sara Gradel Psicóloga e Psicanalista se refere ao luto na adolescência: "Nesta fase temos
que estar muito atentos, pois, são fases de grandes perdas, lutos, reação às perdas, há uma grande
valorização afetiva, onde estão envolvidos, o eu, o objeto, o outro, nos envolvemos fazemos
vínculos, o objeto se investe de representações. Este luto traz dor, perda de interesse pelo mundo
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exterior, perda da capacidade de amar substituindo o objeto perdido, o ego é afetado, daí o grande
número de adolescentes que fazem uso de antidepressivos sem uma avaliação prévia bem
conduzida, quando não partem para as drogas pesadas para livrar-se de sentimentos tão dolorosos
que não são capazes de lidar".
A adolescência ainda é uma fase em processo e são mais visíveis e divulgados os casos de
violência envolvendo os jovens, e isto faz com que eles acabam trazendo para si a culpa. Uma
pesquisa desenvolvida na Universidade de Taubaté (UNITAU) revela que os jovens se culpam
pela violência no ambiente escolar. Enquanto os estudantes se definem como protagonistas da
violência escolar, professores e gestores acreditam que a violência na escola é um reflexo da
violência global e culpam o governo e a falta de parcerias dos pais com a escola pelo problema.
“Os agentes reconheceram a violência como fenômeno produzido pelas rachaduras e
perversidade do sistema econômico e das condições sociais. Muitas destas representações
resvalam em preconceitos que indicam a chamada criminalização da pobreza, que estigmatiza o
pobre como violento”.
O fato dos jovens se culparem pela violência, reforçando para a sociedade, o mito
divulgado na mídia de que os estudantes são delinquentes, inadaptados e responsáveis pela
criminalidade. “O jovem incorpora este discurso o que isso faz com que a sociedade não reflita
sobre outros fatores ligados à produção da violência como o desemprego, a corrupção no meio
político e tantos outros.”
A necessidade da criação de políticas educacionais que promovam a recuperação do
diálogo, da esperança e da saudável convivência entre os agentes escolares, bem como a
restituição da escola como um dos principais pilares da sociedade, priorizando esse espaço.
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“Minha vida é muito triste. Para dizer a verdade, sou uma menina vítima: apanho
da minha irmã mais velha e da minha mãe. Às vezes, até minha avó e meus tios
me batem. Na escola, tem alguns meninos que também me batem e colocam
apelidos feios em mim. Não dá mais para agüentar esta situação...” (Aluna da 3ª
Série, 9 anos)
As más relações entre escolares não são fatos esporádicos do cotidiano escolar, uma vez
que se apresentam no repertório comportamental de muitos alunos, e tem se transformado em
uma questão social muito preocupante. A atenção se volta para o problema quando os meios de
comunicação, de forma sensacionalista, divulgam as tragédias ocorridas nas escolas, gerando
insegurança para a comunidade escolar.
No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países:
bullying. Bully, enquanto nome, é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo,
“brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”. Dessa forma, a definição de bullying é compreendida
como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza
repetitiva e por desequilíbrio de poder. O desequilíbrio de poder caracteriza-se pelo fato de que a
vítima não consegue se defender com facilidade, devido a inúmeros fatores: por estar em minoria,
por apresentar pouca habilidade de defesa, pela falta de assertividade e pouca flexibilidade
psicológica perante o autor ou autores dos ataques. O bullying é um fenômeno novo, mas a
prática é antiga por se tratar de uma forma de violência que sempre existiu nas escolas, vem
sendo objeto de investigação e de estudos nas últimas décadas, despertando a atenção da
sociedade para suas conseqüências nefastas, uma vez que se evidencia pela “desigualdade entre
iguais”, resultando num processo em que os “valentões” projetam sua agressividade com
requintes de perversidade e de forma oculta dentro de um contexto escolar.
Questionário
Foram aplicados seis questionários para três professores, três alunos e três pais de alunos com as
seguintes questões:
5) Em sua opinião, qual fator se mostra mais evidente acionando em um primeiro momento
este processo de desequilíbrio e violência?
6) Qual seriam as soluções mais importantes de combate a violência na escola em que você
convive?
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Relatório da pesquisa
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