Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
WWW.FATBI.COM.BR
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
3º MÓDULO
Índice
Introdução Geral.......................................................................................................03
Concepções de Filosofia.........................................................................................04
Tradições filosóficas................................................................................................07
História da Filosofia.................................................................................................10
Filosofia ocidental....................................................................................................11
Tipo de filosofias......................................................................................................11
Origem da filosofia...................................................................................................12
Período pré-socrático..............................................................................................13
Período socrático.....................................................................................................13
Período sistemático.................................................................................................14
Período helenístico..................................................................................................14
Filosofia medieval....................................................................................................14
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL
WWW.FATBI.COM.BR
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL 2
WWW.FATBI.COM.BR
Principais períodos..................................................................................................14
Patrística...................................................................................................................14
Medieval....................................................................................................................15
Renascença...............................................................................................................15
Principais filósofos..................................................................................................15
Filosofia da Renascença..........................................................................................16
Escolas filosóficas...................................................................................................18
Filosofia cristã..........................................................................................................19
A Sagrada Escritura.................................................................................................21
Filósofos cristãos.....................................................................................................22
Existência de Deus...................................................................................................90
A idéia de Deus.........................................................................................................90
Argumento ontológico.............................................................................................90
O Mal no Mundo........................................................................................................92
Argumento Psicológico...........................................................................................93
Argumento da imaterialidade..................................................................................96
Posição da Ciência...................................................................................................98
Bibliografia..............................................................................................................100
Filosofia
Introdução Geral
Surgiu nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor.
Começa por ser uma interpretação des-sacralizada dos mitos cosmogônicos
difundidos pelas religiões do tempo. Não apenas de mitos gregos, mas dos mitos de
todas as religiões que influenciavam a Ásia menor. Os mitos foram, segundo Platão
e Aristóteles, a matéria inicial de reflexão dos filósofos. Eles tornaram-se num campo
comum da religião e da filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses
dois modos do homem interpretar a realidade não é tão nítida como aparentemente
se julga.
Para John Dewey, é a crítica dos valores, das crenças, das instituições, dos
costumes, das políticas, no que se refere seu alcance sobre os bens ("Experience
and Nature", p. 407).
Para Auguste Comte, é a ciência universal que deve unificar num sistema
coerente os conhecimentos universais fornecidos pelas ciências particulares.
real. Aquilo que passa por conhecimento, na vida comum, padece de três defeitos: é
convencido, incerto e, em si mesmo, contraditório. ("Dúvidas Filosóficas", p. 1)
Concepções de Filosofia
Esse problema devia ser visto em toda sua seriedade. Não há como se definir
sem que se tenha alguma compreensão dada de definição, do mesmo modo que
não há como responder adequadamente a uma pergunta, se não partimos de uma
compreensão dada de pergunta e resposta. (Sobre a filosofia do perguntar ver
Martin Heidegger, Ser e tempo, §2.)
Imagens da filosofia
Etimologia
Tradições filosóficas
É provável que povos que não desenvolveram tais tipos de escrita também
tivessem algum tipo de tradição filosófica. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro
("Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena", capítulo 7 de A
inconstância da alma selvagem, São Paulo, Cosac & Naify, 2002) aponta para o fato
de encontrarmos pontos de vista perspectivistas entre os ameríndios desde a Terra
do Fogo até o Alasca, por exemplo. (Para saber mais sobre o estudo dos
pressupostos do pensamento indígena veja o Projeto AmaZone.)
Por muito tempo a Filosofia concebia tudo o que era conhecimento, basta ver
a vasta obra de Aristóteles, que abrange desde a física até a ética. Ainda hoje é
difícil definir o objeto exato da filosofia.
Correntes e Tópicos
• Filosofia Antiga
o Os Pré-Socráticos
o Sócrates e os Sofistas
o Platão e Aristóteles
o Helenismo
Ceticismo
Cinismo
Estoicismo
Epicurismo
o Neoplatonismo
• Filosofia Medieval e Escolástica
• Renascimento e Humanismo
• Filosofia analítica
• Filosofia continental
• Filosofia da Libertação
• Filosofia da Arte
• Filosofia da Religião
• Antropologia filosófica
• Filosofia Política
• Filosofia da Economia
• Filosofia do Direito
• Filosofia da Educação
• Filosofia da Informação
• Filosofia da História
• Filosofia da Linguagem
• Filosofia da Matemática
• Filosofia da Mente
• Filosofia da Física
• Filosofia da Ciência
• Filosofia cristã
História da Filosofia
Filosofia ocidental
A filosofia ocidental tem uma longa história. Ela costuma ser dividida em
quatro grandes eras:
Tipo de filosofias
• Filosofia Greco-Romana
• Filosofia Medieval
• Filosofia Moderna
• Filosofia Contemporânea
• Filosofia da Ciência
• Filosofia da Mente
• Filosofia da Matemática
• Filosofia da Linguagem
• Filosofia Linguística
• Filosofia Política
• Filosofia da Religião
• Filosofia do Direito
• Filosofia analítica
• Filosofia da Física
• Filosofia da Biologia
Filosofia antiga
Origem da filosofia
Período pré-socrático
Período socrático
Sócrates
Inicia no fim do século V a.C., com Sócrates e cobre todo século IV a.C.,
quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as
técnicas. Em grego, ântropos quer dizer homem, e por isso este período também é
conhecido como antropológico.
Período sistemático
Inicia no fim do século IV a.C., e vai até ao fim do século III a.C., quando a
filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a
antropologia, interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do
conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações
estejam firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da verdade e da ciência.
Período helenístico
• Estoicismo
• Epicurismo
• Ceticismo
• Cinismo
Filosofia medieval
Principais períodos
Principais filósofos
Filosofia moderna
• Filosofia da Renascença
• Filosofia do século XVII
Filosofia da Renascença
Filosofia do século XX
Escolas filosóficas
• Filosofia analítica
• Filosofia continental
• Desconstrução
• Existencialismo
• Marxismo (Praxis School)
• Neo-pragmatismo
• Neo-Confucionismo
• Objectivismo
• Filosofia pós-moderna
• Estruturalismo
Principais filósofos
Filosofia cristã
A Filosofia cristã inicia-se por volta do século II. Ela surge através do
movimento da comunidade cristã chamada Patrística, que tinha como principal
objetivo a defesa da fé. É provável que a Patrística tenha finalizado por volta do
século VIII. Do século XI em diante a filosofia cristã manifestou-se através da
Escolástica. Este é o período da filosofia medieval ou da Idade Medieval que
estendeu-se até o século XV, como assinala T. Adão Lara. A partir do século XVI a
filosofia cristã, com suas teorias, passa a conviver com teorias científicas e
filosóficas independentes.
A estrutura da obra de T. Adão Lara nos indica uma importante divisão dos
aspectos da filosofia cristã na Idade Média:
Demonstração natural
Há críticas à essa filosofia pelo fato da religião cristã ser hegemônica desta
época e centralizar a elaboração de todos os valores. Questiona-se a coesistência
de filosofia e religião, pois a filosofia em si é crítica e a religião fundada na revelação
e dogmas estabelecidos. Lara acredita que houve questionamento e escritos com
características filosóficas no Medievo, embora tendo predominância da religião e da
Teologia.[5] Desta forma era estabelecido pelos dogmas, em alguns aspectos, não
impediram que houvesse construções filosóficas significativas.
A tradição
Elucidação da fé
Visão sistematizadora
A Sagrada Escritura
Filósofos cristãos
Justino, também conhecido como Justino Mártir (100 - 165 d.C.) foi um
teólogo do século II.
Biografia
A convicção de Justino da verdade do Cristo era tão completa que ele teve
morte de mártir sendo decapitado no ano 165 d.C..
Toda pessoa, criada como ser racional, participa do Logos, que leva desde a
gestação e pode, portanto perceber a luz da verdade.
Justino, convencido de que a filosofia grega tende para Cristo, "acredita que
os cristãos podem servir-se dela com confiança" e em conjunto, a figura e a obra do
apologista "assinalam a decidida opção da Igreja antiga em favor da filosofia, em vez
de ser a favor da religião dos pagãos", com a qual os primeiros cristãos "rechaçaram
com força qualquer compromisso".
Pensamento teológico
Sobre o batismo
“Vamos expor de que modo, renovados por Cristo, nos consagramos a Deus.
Todos os que estiverem convencidos e acreditarem no que nós ensinamos e
proclamamos, e prometerem viver de acordo com essas verdades, exortamo-los a
pedir a Deus o perdão dos pecados, com orações e jejuns; e também nós rezaremos
e jejuaremos unidos a eles. Em seguida, levamo-los ao lugar onde se encontra
água; ali renascem do mesmo modo que nós também renascemos: recebem o
batismo da água em nome do Senhor Deus Criador de todas as coisas, de nosso
Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo. Com efeito, foi o próprio Jesus Cristo que
afirmou: Se não renascerdes, não entrareis no reino dos céus (cf. Jô 3,3.5). É
evidente que não se trata, uma vez nascidos, de entrar novamente no seio materno”.
(Justino – I Apologia Cap. 61 : PG 6,419 - 422)
"Os que são batizados por nós são levados para um lugar onde haja água e
são regenerados da mesma forma como nós o fomos. É em nome do Pai de todos e
Senhor Deus, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo que recebem a
loção na água. Este rito foi-nos entregue pelos apóstolos" (Justino, ano 151 d.C., I
Apologia 61).
“Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que
Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque
neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos.
Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no
dia do Sol, aparecendo aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que
também nós vos propusemos como digno de consideração” (Justino I – Apologia
Cap. 66-67 : PG 6,427 - 431).
Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se
recolhe é colocado à disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e
os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como
os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o
encargo de todos os necessitados” (Justino - I Apologia Cap. 66-67 : PG 6,427 -
431).
Eucaristia
Maria
Justino afirma que Jesus nasceu de uma Virgem (Maria) e também que Maria é
descendente do rei Davi:
Os evangelhos canônicos
Clemente de Alexandria
Vida
Tertuliano
Vida
Obras
Teologia
A Fé e a Filosofia
condensa bem o seu pensamento acerca da razão. Note-se que o seu significado é
não apenas "creio embora seja absurdo", mas sim "creio porque é absurdo". A
verdadeira fé tem de se opor à razão.
A teologia e o direito
Tertuliano era jurista, advogado, e isso reflectiu-se na sua teologia e nos seus
escritos a dois níveis:
A regra da fé
Para Tertuliano, a regra da fé constitui-se como lei da fé. Nos seus escritos
encontramos fórmulas de dois elementos, com menção do Pai e do Filho, e outras
de três, que acrescentam o Espírito Santo. As várias fórmulas apresentadas por
Tertuliano, semelhantes entre si na forma e no conteúdo, mostram a existência dum
resumo da fé próximo do símbolo baptismal.
A Trindade
criação, em que a Palavra se realiza como tal ao ser proferida. Cristo é, assim, o
primogénito do Pai, gerado antes de todas as coisas, mas não é eterno. O Filho é
como que uma porção ou emanação do Pai.
Cristologia
Mariologia
Eclesiologia
A penitência
Na sua fase católica, Tertuliano mostra considerar que todo o pecador, por
maior que fosse, tinha direito a esta penitência. Distinção entre pecados, só entre
corporais e espirituais, consumados ou de desejo, mas todos eles podendo ser
perdoados através da Igreja. Quando se torna montanista, porém, passa a
considerar alguns pecados irremissíveis, tais como a fornicação, a idolatria e o
homicídio. Isto é um dado novo, sem precedentes na disciplina primitiva, e
testemunha o aparecimento duma facção rigorista, sob a influência do montanismo.
A Eucaristia
Tertuliano emprega vários nomes para referir a Eucaristia. São contudo poucas as
suas referências explícitas a esse mistério. Ao falar dos sacramentos da iniciação
cristã, diz que “a carne é alimentada com o Corpo e Sangue de Cristo, para que a
alma seja saciada de Deus (De resurrectione mortuorum, 8). Isto manifesta a sua fé
na presença real de Cristo na Eucaristia. O mesmo se torna patente quando
manifesta a sua indignação por alguns se aproximarem indignamente do Corpo do
Senhor.
Escatologia
Aurélio Agostinho
Biografia
Durante esse período ele leu o diálogo Hortensius de Cícero (hoje perdido),
que deixou uma impressão duradoura sobre ele e despertou-lhe o interesse pela
filosofia e passou a ser um seguidor do maniqueísmo.
Conversão
forma também. Mas foi a oratória do bispo de Milão, Ambrósio, que teve mais
influência sobre a conversão de Agostinho.
A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu
enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege";
"tolle, lege" ("toma e ler"; "toma e ler"). Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos
romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde ler-se: Não caminheis em glutonerias
e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas,
mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com
seus apetites.
Bispo
Ele deixou o seu mosteiro, mas continuou a levar uma vida monástica na
residência episcopal. Ele deixou uma regra (latim, regulamentos) para seu mosteiro
que o levou ser designado o "santo padroeiro do clero regular", isto é, sacerdotes
que vivem por uma regra monástica.
Sua vida foi registrada pela primeira vez por seu amigo São Possídio, bispo
de Calama, no seu Sancti Augustini Vita. Descreveu-o como homem de poderoso
intelecto e um enérgico orador, que em muitas oportunidades defendeu a fé católica
contra todos os detratores.
Sua vida não é tranquila: missa diária, prega até duas vezes ao dia, dá
catequese, administra bens temporais, resolve questões de justiça (cerca, muro,
dívidas, brigas de família...), atende aos pobres e orfãos, etc.
Obras
• Textos autobiográficos:
• Filosóficos:
Apologéticos: Da vida religiosa livro I (De vera religione liber I), etc..
• Dogmáticos:
Entre 399-422, escreveu A Trindade, uma das principais obras que apoia a
crença na Santíssima Trindade de Deus. O De Trinitate libri XV.
• Morais e pastorais:
• Monásticos:
• Exegéticos:
• Tratados:
• Polémicos:
Muitas de suas obras tem caráter polêmico por causa dos conflitos que ele
enfrentou. Isso levou São Posídio a classificá-las conforme os adversários
combatidos: pagãos, astrológos, judeus, maniqueus, priscilianistas, donatistas,
pelagianos, arianos e apolinaristas.
Pensamento
O Problema do Mal
Em seu livro 'O Livre-arbítrio', Santo agostinho tenta provar de forma filosófica
de que Deus não é o criador do mal. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato
de que um ser tão bom, pudesse ter criado o mal.
Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do
pensamento filosófico grego e do cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram
influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen.
Boécio
Biografia
Anício Mânlio Severino Boécio nasceu em Roma por volta do ano 480,
quando o Império Romano do Ocidente vivia os seus últimos anos e quando na
Europa a Antiguidade Clássica já cedia lugar à Idade Média. Era filho de Flávio
Mânlio Boécio, pertencente a uma importante e antiga família patrícia dos Anicii,
cristianizada há mais de um século, que tinha dado a Roma vários cônsules e o
imperador Anício Olíbrio. Na linha paterna contava, pelo menos, dois papas e a
linhagem materna incluía alguns imperadores romanos. O pai seria feito cônsul em
487, já depois de Odoacro depor o último imperador romano do ocidente. O pai
faleceu pouco depois de ter sido nomeado cônsul, deixando órfão Severinus com
apenas sete anos, que em resultado foi educado por Quintus Aurelius Memmius
Symmachus, amigo da família, também ele um patrício e cristão pio.
Casou com Rusticiana, uma filha do seu mentor Symmachus, tendo, pelo
menos dois filhos. Seguindo a tradição familiar, era senador e em 510 foi escolhido
cônsul, já quando Roma se encontrava sob domínio dos ostrogodos.
Por volta do ano 520, quando tinha cerca de 40 anos de idade, Severino
Boécio já ocupava a posição de magister officiorum, posição correspondente à de
governador da corte e chefe dos serviços governamentais do rei Teodorico, o
Grande. Reflectindo a importância política e o prestígio do pai, os seus dois filhos
foram escolhidos para co-cônsules no ano de 522.
Acabou por se tornar amigo e confidente daquele rei, o que o não livraria de
no ano de 523 ser preso por sua ordem. A prisão ocorreu supostamente por Boécio
ter defendido abertamente o senador Albino, caído em desgraça e acusado de
traição por ter escrito uma missiva oa emperador bizantino Justino I queixando-se da
governação de Teodorico. Outras fontes acusam-no de estar envolvido numa
conspiração para restaurar a república, com o favor do imperador bizantino.
Qualquer que tenha sido a causa, foram-lhe retiradas todas as honras, viu os
seus bens confiscados e foi aprisionado em Pavia, onde foi torturado. Ainda assim,
pôde escrever na prisão a obra De Consolatione Philosophiae, um dos seus
melhores trabalhos, na qual reflecte sobre a instabilidade de um Estado cujo
governo depende de um único homem, como era o caso do rei Teodorico, e sobre
conceitos metafísicos, entre os quais o conceito de eternidade.
ser julgado. Considerado desde logo como um mártir cristão, morto pela sua
ortodoxia face ao arianismo do rei, os seus restos mortais foram recolhidos e ainda
hoje repousam como relíquias num altar da basílica de San Pietro in Ciel d'Oro de
Pavia.
Também traduziu, por volta do ano 511 e quando era cônsul, o tratado
Kategoriai e escreveu comentários ao tratado Peri hermeneias ("Sobre a
interpretação"), ambos de Aristóteles. Um curto comentário a outra das obras de
Aristóteles, a Analytika Protera ("Análise prévia"), bem como dois curtos textos sobre
silogismos também parecem datar desta época.
• De categoricis syllogismis
• De consolatione philosophiae ou Philosophiae consolatio
• De differentiis topicis, comentário a Topica de Cícero
• De divisione
• De fide catholica
• De institutione arithmetica
• De institutione musica
• Quomodo trinitas unus Deus ac non tres dii ou De Trinitate
• Geometria Euclidis a Boethio in latinum translata
• Introductio ad syllogismos categoricos
• Liber contra Eutychen et Nestorium
• Tractatus Theologici
• Quomodo substantiae in eo, quod sint, bonae sint ou De hebdomadibus
• Utrum Pater et Filius et Spiritus sanctus de diuinitate substantialiter
praedicentur
• In Porphyrii Isagogen commentorum editio prima, tradução e comentário à
Isagoge de Porfírio
• Tradução e comentário dos tratados de lógica de Aristóteles
João Escoto Erígena (Irlanda, 810 — Paris, 877) [também conhecido como
Escoto de Erigena, John Scotus Erigena ou Johannes Scotus Eriugena].
Filósofo, teólogo e tradutor irlandês da corte de Carlos, o Calvo, nascido na Scotia
(hoje Irlanda), expoente máximo do renascimento carolíngio, no século IX, que
escolheu como tema principal de seus estudos as relações entre a filosofia grega e
os princípios do cristianismo.
Convidado pelo rei franco Carlos, o Calvo (845), viveu na corte onde ensinou
gramática e dialética. Sua obra caracterizou-se por sua poderosa síntese filosófico-
teológica e pela obscuridade estrutural. Seus principais livros foram De
praedestnatione (851), obra condenada, em concílio, pelas autoridades
eclesiásticas, e De divisione naturae (862-866), sua obra mais conhecida e também
a mais importante, mostrava sua visão sobre a origem e a evolução da natureza, na
tentativa de conciliar a doutrina neoplatônica da emanação com o dogma cristão da
criação, também um livro posteriormente condenado. Também desenvolveu
inúmeras traduções de textos de outros autores, principalmente atendendo pedidos
do rei, Carlos. Suas traduções de Pseudo-Dionísio, o Areopagita, São Máximo, o
Confessor e São Gregório de Nissa tornaram acessíveis aos pensadores ocidentais
os escritos dos fundadores da teologia cristã.
Anselmo de Cantuária
conhecido como Santo Anselmo, foi um influente teólogo e filósofo medieval italiano
de origem normanda.
Viria mais tarde a ser canonizado pela Igreja Católica, e declarado Doutor da
Igreja em 1720, pelo Papa Clemente XI. Santo Anselmo nasceu em Aosta, filho de
um nobre, e de uma mãe rica, Ermenberga. Seguiu a carreira religiosa, estudou os
clássicos e escreveu sempre em latim. Foi eleito prior em 1063, porque era
considerado inteligente e piedoso. Sua biografia nos é contada pelo seu discípulo,
Eadmero. Foi comum na Idade Média que os religiosos buscassem o apoio da fé na
razão. Anselmo escreveu uma obra sobre esse assunto. É considerado um dos
iniciadores da tradição escolástica. "Não só a habilidade dialética fez de Anselmo o
precursor da Escolástica, como também o princípio teológico fundamental que
adotou: fides quarens intelectum<a fé em busca da inteligência>. Foi ele também
quem forjou uma nova orientação à teoria dos universais e que reverteu em grande
proveito para os intuitos da Teologia racional" (SPINELLI, Miguel. O itinerário
filosóffico de Anselmo de Cantuária, In: Revista Portuguesa de Filosofia, Braga, t.64,
f.1 2008, p.247). Anselmo buscava um argumento para provar a existência de Deus,
e sua bondade suprema. Fala que a crença e a fé correspondem à verdade, e que
existe verdadeiramente um ser do qual não é possível pensar nada maior. Ele não
existe apenas na inteligência, mas também na realidade. Anselmo desenvolveu uma
linha de pensamento sobre essas bases, chamados de argumento ontológico, que
foi retomada por Descartes e criticada por Kant, e ela estava numa obra chamada
Proslógio. Ele parte do fato de que o homem encontra no mundo muitas coisas,
algumas boas, que procedem de um bem absoluto, que é necessariamente
existente. Todas as coisas tem uma causa, menos o ser incriado, que é a causa de
si mesmo e fundamenta todos os outros seres. Esse ser é Deus. Seus argumentos
não foram totalmente aceitos. Anselmo chegou a arcebispo da Cantuária em 1093.
Escreveu outras obras importantes, Do Gramático e Da Verdade, ambos em latim.
Recebeu doações de terras para a Igreja, mas brigou com Guilherme, o ruivo, rei da
Inglaterra pois não queria fazer comércio com os bens da Igreja. Isso foi considerado
um desrespeito ao poder real, e Guilherme impediu Anselmo de viajar para Roma,
desafiando o poder da Igreja.
Num dos seus primeiros livros, Monológio, em que apresenta sua visão de
Deus, Anselmo fala que a essência suprema existe em todas as coisas e tudo
depende dela. Reconhece nela onipotência, onipresença, máxima sabedoria e
bondade suprema. Ela criou tudo a partir do nada. Anselmo procurava desenvolver
um raciocínio evolutivo sobre o que considerava ser a verdade, que estava contida
na Bíblia. Para Anselmo, o pensamento tem algo de divino, e Deus tem uma razão.
Sua palavra é sua essência, e Ele é pura essência (essa noção não é nova)
infinita, sem começo nem fim, pois nada existiu antes da essência divina e nada
existirá depois. Para ela o presente, o passado e o futuro são juntos ao tempo, são
uma coisa só. E Ela é imutável, uma substância, embora seja diferente da
substância das outras criaturas. Existe de uma maneira simples e não pode ser
comparado com a consciência das criaturas, pois é perfeito e maravilhoso e tem
todas as qualidades já citadas. O verbo e o espírito supremo são uma coisa só, pois
este usa o verbo consubstancial para expressar-se. Mas a maneira intrínseca que o
espírito supremo se expressa e conhece as coisas é incogniscível para nós. O verbo
procede de Deus por nascimento, e o pai passa a sua essência para o filho. O
espírito ama a si mesmo, e transmite esse amor.
Pedro Abelardo
Foi o mais ilustre teólogo e filósofo do século XII, nasceu em Pallet, perto de
Nantes, França. Destinado à carreira das armas, escolheu, no entanto, a das letras.
Foi discípulo de Roscelino de Compiègne e Guilherme de Champeaux, chamou a
atenção para a divergência que os separava quanto aos universais.
Alberto Magno
Tomás de Aquino
Biografia
Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos
sábios. Nasceu em família nobre em março de 1225 no castelo de Roca-Seca, perto
da cidade de Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu pai,
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL
WWW.FATBI.COM.BR
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL 48
WWW.FATBI.COM.BR
Aos 19 anos fugiu de casa para, contra o desejo dos pais, se juntar aos
dominicanos mendicantes, entrando na Ordem fundada por São Domingos de
Gusmão. Estudou filosofia em Nápoles e depois em Paris, onde se dedicou ao
ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas. Estudou teologia em
Colônia e em Paris se tornou discípulo de Santo Alberto Magno que o "descobriu" e
se impressionou com a sua inteligência. Por este tempo foi apelidado de "boi mudo".
Dele disse Santo Alberto Magno: "Quando este boi mugir, o mundo inteiro ouvirá o
seu mugido."
Filosofia
A partir dele, a Igreja tem uma teologia (fundada na revelação) e uma filosofia
(baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé
e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia
não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não
pode haver contradição entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do
ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a
privação ou ausência do bem.
Primeira via
Primeiro Motor Imóvel: Tudo o que se move é movido por alguém, é
impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos
movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há
que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por
ninguém foi movido.
Segunda via
Causa Primeira: Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas
coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém
tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário
não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa
sequência infinita.
Terceira via
Ser Necessário: Existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas
nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria,
logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres
contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.
Quarta via
Ser Perfeito: Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais
perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe uma parâmetro máximo,
logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é
a Causa da Perfeição dos demais seres.
Quinta via
Inteligência Ordenadora: Existe uma ordem no universo que é facilmente
verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem
pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo
na forma ordenada.
A verdade
desses fatos à verdade deixa de existir. O exemplo que Tomás de Aquino traz é o
seguinte: A frase “Sócrates está sentado” é a verdade. Seja por uma matéria, uma
observação ou analise, mas ele está sentado. Ao se levantar, ficando de pé, ele
deixa de estar sentado. Alterando a verdade para a segunda opção, mudando a
primeira. Contudo, ambos concordam que na verdade divina a verdade por não ter
sido criada, já que Deus sempre existiu, não pode ser desfeita no passado e então é
imutável.
Ética
Há uma Lei Divina, revelada por Deus aos homens, que consiste nos Dez
Mandamentos.
Há uma Lei Eterna, que é o plano racional de Deus que ordena todo o
universo e uma Lei Natural, que é conceituada como a participação da Lei Eterna
na criatura racional, ou seja, aquilo que o homem é levado a fazer pela sua natureza
racional.
A Lei Positiva é a lei feita pelo homem, de modo a possibilitar uma vida em
sociedade. Esta subordina-se à Lei Natural, não podendo contrariá-la sob pena de
se tornar uma lei injusta; não há a obrigação de obedecer à lei injusta - (Este é o
fundamento objectivo e racional da verdadeira objecção de consciência).
Obra
OPERA MAIORA
QUAESTIONES
• Quaestiones disputatae
• Quaestiones de quolibet
OPUSCULA
• Opuscula philosophica
• Opuscula theologica
• Opuscula polemica pro mendicantibus
• Censurae
• Rescripta
• Responsiones
COMMENTARIA
• In Aristotelem
• In neoplatonicos
• In Boethium
COMMENTARIA BIBLICA
• In Vetus Testamentum
• Commentaria cursoria
• In Novum Testamentum
• Catena aurea
• In Epistolas S. Pauli
COLLATIONES ET SERMONES
• Collationes
• Sermones
DOCUMENTA
• Acta
• Opera collectiva
• Reportationes Alberti Magni Super Dionysium
• Sermones
• Preces
• Quaestiones
• Opuscula philosophica
• Rescripta
• Opera liturgica
• Sermones
• Preces
• Opera collectiva
• Reportationes
• Quaestiones disputatae
• Opuscula philosophica
• Opuscula theologica
• Rescripta
• Concordantiae
• Commentaria philosophica
• Commentaria theologica
• Commentaria biblica
• Sermones
• Opera liturgica
• Preces
• Carmina
Duns Scot
Obra filosófica
Notas
Nota: 1Há várias grafias utilizadas, pela variação idiomática, e, mesmo, dentro
de cada idioma, para o nome do filósofo: Jonh Scott, Duns Scotus, João Scoto,
Johannes Scotus, João Duns Escoto etc. O Catálogo de Autoridades Pessoa da
Biblioteca Nacional do Brasil indica como entrada padrão: Duns Scotus, John.
William de Ockham
William de Ockham ou Guilherme de Occam (1285 em Ockham, Inglaterra
— 9 de abril de 1347, Munique), provavelmente o criador da teoria da Navalha de
Occam, foi um filósofo da lógica e um teólogo escolástico inglês, considerado como
o representante mais eminente da escola nominalista, principal corrente das escolas
tomista e escotista.
Biografia
É um filósofo que deixa transparecer sua intensa luta pela liberdade e que ao
longo de sua vida jamais permitiu que lha tirassem e, mais, buscou através de suas
obras orientar para que os homens de sua época também não o permitissem. Não é
por acaso que seu pensamento ficou relegado nos compêndios e seu nome citado
entre os adversários da Igreja juntamente com outros nomes bem conhecidos, tais
como, Pelágio, Ario, Berengário e Lutero. Para a ética a liberdade é o assunto por
excelência. A liberdade é muito importante para a ética, porque se ocupa do agir
humano, da finalidade de nossa vida e existência. Para Ockham, a liberdade
apresenta-se como a possibilidade que se tem de escolher entre o sim ou o não, de
poder escolher entre o que me convém ou não e decidir e dar conta da decisão
tomada ou de simplesmente deixar acontecer. A preocupação de Guilherme de
Ockham é com o fato de que o poder tirânico é contrário a liberdade a nós
concedida por Deus e a natureza. Isto não é admitido como verdade por todos os
filósofos, mas para o pensamento medieval do qual Ockham é um representante,
mesmo que tenha sido rejeitado ao romper com algumas questões medievais, isso é
uma verdade, pois o filósofo medieval aceita a verdade revelada como verdade e a
fé como critério de conhecimento. Ockham denuncia aqueles que em nome da
religião, passaram a usurpar a liberdade. E que tais usurpadores entendem, assim
como ele, a liberdade como um dom de Deus da natureza. Ele pergunta-se, ao
contrário dos pensadores do século XIII, pela validade do conhecimento universal
enquanto aqueles perguntavam pelo conhecimento das coisas singulares. Ao fazer
isso, chama a atenção para o mundo dos indivíduos. Ockham situa a ação humana
no indivíduo e suas escolhas reais e concretas, presentes não em verdade ou entes
universais, mas nas coisas e situações particulares, singulares. Distingue faculdades
humanas de faculdades animais, ou seja, o homem possui a capacidade de viver
pela arte e pela razão, que no entendimento do filósofo seriam as faculdades
humanas e é por elas que deve agir e não pelas faculdades animais (seus instintos).
Pressupõe-se assim que é de nossa própria natureza a capacidade de escolha
exercida por meio da liberdade, entendida como presente de Deus e da natureza.
O princípio de Occam
Occam escreveu sua obra cognominada Ordinatio, esta discorria que todo
conhecimento racional tem base na lógica, de acordo com os dados
proporcionados pelos sentidos. Uma vez que nós só conhecemos entidades
palpáveis, concretas, os nossos conceitos não passam de meios lingüísticos para
expressar uma idéia, portanto, precisam realidade física, para as comprovações.
Criou a máxima pluralidades não devem ser postas sem necessidade, ou (sic)
pluralitas non est ponenda sine neccesitate, chamado de a Navalha de Ocam, no
inglês, Occam's Razor.
A Navalha de Occam
O erro do simplismo
Simplicidade e perfeição
Einstein e as simplificações
Nicolau de Cusa
Biografia
Nicolau de Cusa fundou um asilo para idosos em Kues, hoje conhecida como
Bernkastel-Kues, cidade localizada a cerca de 130 quilómetros ao sul de Bona,
capital da Alemanha. Este edifício abriga hoje a biblioteca de Cusa, com mais de
310 manuscritos.
"Ele [o nome] é dado por Deus. É o Tetagrama, isto é, nome composto por
quatro letras. [...] Esse é, sem dúvida, o santíssimo e grande nome de Deus."
Martinho Lutero
Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther ou Luder, era filho de Hans
Luther e Margarethe Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia
várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu
filho viesse a se tornar um funcionário público; melhorando, assim, as condições da
família. Com esse objetivo, enviou o jovem Martinho para escolas em Mansfeld,
Magdeburgo e Eisenach.
descargas elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de
onde ele estava passando, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado,
gritou então: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!"
Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros,
com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17
de julho de 1505.[8]
Já convencido de que a Igreja havia distorcido sua visão acerca de várias das
verdades do Cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante delas
a doutrina da chamada "Justificação" apenas pela fé; ele começou a ensinar que a
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir
as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a
confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as
indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram
pregadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite
aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam a avareza e o paganismo na
Igreja como um abuso, e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências
significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava
diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
A resposta do Papado
Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria um "alemão
bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de
opinião"[12] o Papa Leão X ordenou, em 1518, ao professor de teologia dominicano
Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se
opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice, quando discordava de
uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutação
acadêmica às suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e
condenava cada "desvio" como uma apostasia.
Aumenta a cisão
Os tratados de 1520
A Nobreza alemã
A disputa havida em Leipzig, em 1519, fez com que Lutero travasse contato
com os humanistas, especialmente Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã,
que por sua vez também influenciara ao nobre Franz von Sickingen. Von Sickingen e
Silvestre de Schauenbur queriam manter Lutero sob sua proteção, convidando-o
para seus castelos na eventualidade de não ser-lhe seguro permanecer na Saxônia,
em virtude da proscrição papal.
O cativeiro babilônico
Para ele, apenas estes três sacramentos podiam assim ser considerados,
pois sua instituição era divina e a promessa da salvação de Deus estava conexa a
eles. Contudo, em sentido estrito, apenas o batismo e a eucaristia seriam
verdadeiros sacramentos, pois apenas eles tinham o "sinal visível da instituição
divina": a água no batismo e o pão e vinho da eucaristia. Lutero negou, em seu
documento, que a confirmação (Crisma), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a
extrema-unção fossem sacramentos.
Liberdade de um Cristão
A excomunhão
Enquanto isso, um rumor chegara de que Johan Ech saíra de Meissem com
uma proibição papal, enquanto este se pronunciara realmente a 21 de setembro. O
último esforço de paz de Lutero foi seguido, em 12 de dezembro, da queima da bula,
que já tinha expirado há 120 dias, e o decreto papa de Wittenberg, defendendo-se
com seus "Warum des Papstes und seiner Jünger Bücher verbrannt sind" e "Assertio
omnium articulorum". O Papa Leão X excomungou Lutero a 3 de janeiro de 1521, na
bula "Decet Romanum Pontificem".
A execução da proibição, com efeito, foi evitada pela relação do Papa com
Frederico III da Saxônia, e pelo novo imperador, Carlos I de Espanha (Carlos V de
Habsburgo), que julgou inoportuno apoiar as medidas contra Lutero, diante de sua
posição face à Dieta.
A Dieta de Worms
"Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude![14]
Processo Romano
Notável é, no entanto, que Lutero foi, mais uma vez, recebido em audiência, o
que também deixou claras as diferenças entre o papado e o império. Carlos foi o
último rei (após uma reconciliação) a ser coroado imperador pelo papa. Nos dias 17
e 18 de Abril de 1521 Lutero foi ouvido na Dieta de Worms (conferência governativa)
e, após ter negado a revogação da sua doutrina, foi publicado o Édito de Worms,
banindo Lutero.
tinham de confessar-se em busca do perdão. Esta nova forma de serviço foi dada a
Lutero em "Formula missæ et communionis" (Fórmula da missa e Comunhão), de
1523. Em 1524 surgiu o primeiro hinário de Wittenberg, com quatro hinos.
Como aquela parte da Saxônia era governada pelo Duque Jorge, que proibira
seus escritos, Lutero declarou que a autoridade civil não podia promulgar leis para a
alma. Fez isso em sua obra: "Über die weltliche Gewalt, wie weit man ihr Gehorsam
schuldig sei" (Autoridade Temporal: em que medida deve ser obedecida).
Matrimônio e família
Também esse escrito não teve repercussão e, durante uma viagem pela
região da Turíngia, Lutero pôde testemunhar as revoltas camponesas, o que o
motivou a escrever o "Adendo: Contra as Hordas Salteadoras e Assassinas dos
Camponeses", onde disse: “Contras as hordas de camponeses (...), quem puder que
bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais
peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde”.[15] Tratava-se de um apêndice
de "Exortação à Paz...", mas que, rapidamente, tornou-se um livro separado. O
Adendo foi publicado quando a revolta camponesa já estava no final e os príncipes
cometiam atrocidades contra os camponeses derrotados, de modo que o escrito
causou grande revolta da opinião pública contra Lutero. Nele, Lutero encorajava os
príncipes a castigarem os camponeses até mesmo com a morte.
Por fim, a pedido de um amigo, o cavaleiro Assa von Kram, Lutero redigiu
"Acerca da Questão, Se Também Militares Ocupam uma Função Bem-Aventurada",
em 1526, com o propósito de esclarecer questões sobre consciência do cristão em
caso de guerra e sua função como militar.
Obras importantes
Foi o autor de uma das primeiras traduções da Bíblia para alemão, algo que,
naquela época, não era permitido pela Igreja católica sem especial autorização
eclesiástica. Lutero, contudo, não foi o primeiro tradutor da Bíblia para alemão. Já
havia traduções mais antigas. A tradução de Lutero, no entanto, suplantou as
anteriores porque, além da qualidade da tradução, foi amplamente divulgada em
decorrência da sua difusão por meio da imprensa, desenvolvida por Gutenberg, em
1453.
Foi também autor da polêmica obra "Sobre os judeus e suas mentiras". Pouco
conhecida, mas muito apreciada pelo próprio Lutero, foi sua resposta a "Diatribe" de
Erasmo de Roterdã intitulada De servo arbitrio (Título da publicação em português:
Da vontade cativa).
Giordano Bruno
Vida
Filho do militar João Bruno e de Flaulissa Savolino, seu nome de batismo era
Filippo, tendo adotado o nome de Giordano quando ingressou na Ordem
Dominicana (no convento de Nápoles em 1566). Lá, estudou profundamente a
filosofia de Aristóteles e de São Tomás de Aquino, doutorando-se em Teologia.
Nômade por natureza e modo de vida, Bruno baseou sua filosofia apoiado
nas suas intuições e vivências fora do comum. Defendeu teorias filosóficas que
misturavam um neo-platonismo místico e panteísmo. Acreditava que o Universo é
infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são
manifestações deste principio infinito. Por tudo isso, Bruno é considerado um
pioneiro da filosofia moderna, tendo influenciado decisivamente o filósofo holandês
Baruch de Espinoza e o pensador alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz.
Ideais
John Gribbin, em seu livro "Science: A History 1543-2001" explica que Bruno
participava de um movimento chamado Hermetismo, que se baseava em escrituras
que, de acordo com o que era dito, teriam se originado no Egito na época de Moisés.
Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos do deus egípcio
Thoth, cujo equivalente grego era Hermes (daí hermetismo) - conhecido pelos
seguidores como Hermes Trimegistus. Bruno teria abraçado a teoria de Copérnico
porque ela se encaixava bem na idéia egípcia de um universo centrado no Sol.
Deus seria a força criadora perfeita que forma o mundo e que seria imanente
a ele. Bruno coaduna com os poderes humanos extraordinários, mas enfrentou
abertamente a Igreja Católica e seus preceitos.
Obras
Morte
Por estas opiniões quentes e perigosas para a época que Giordano Bruno foi
condenado pela Inquisição, tendo passado seus últimos oito anos sofrendo torturas
e maus tratos de todos os tipos.[carece de fontes?] No último interrogatório não se
submete, mostra força e coragem. Por não abjurar, é condenado à morte na
fogueira, mas antes de morrer queimado no Campo de Fiori, ele afronta ainda mais
uma vez seus inquisidores. É dito que cuspiu no crucifixo dos os que o mataram.
Porém alguns consideram que não o tenha feito e este relato seja para tentar
depreciar mais sua imagem. Morreu na fogueira com tábua e pregos na língua, para
parar de "blasfemar".
Bruno também escreveu um livro polêmico, "A ceia das Cinzas", que foi
queimado pela Igreja Católica.
Blaise Pascal
Vida
Para aliviar o trabalho do seu pai como um agente fiscal, Pascal inventou
uma máquina de calcular para adição e subtração e cuidava de sua
construção e venda.
Neste mesmo ano, após uma "visão divina", abandonou as ciências para se
dedicar exclusivamente à teologia, e no ano seguinte recolheu-se à abadia de Port-
Royal des Champs, centro do jansenismo, só voltando às ciências após "novo
milagre" (1658). Neste período publicou seus principais livros filosófico-religiosos:
Les Provinciales (1656-1657), conjunto de 18 cartas escritas para defender o
jansenista Antoine Arnauld, oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos
teólogos de Paris, e Pensées (1670), um tratado sobre a espiritualidade, em que fez
a defesa do cristianismo e marcou o início de seu afastamento dos jansenistas,
facção católica inspirada numa deturpação do pensamento de Santo Agostinho.[3]
Pascal viveu sob más condições sanitárias ao longo da sua vida e o seu
falecimento veio apenas dois meses após seu 39º aniversário, em 19 de agosto de
1662.
Immanuel Kant
Vida
Por volta de 1770, com 46 anos, Kant leu a obra do filósofo escocês David
Hume. Hume é por muitos considerados um empirista ou um cético, muitos autores o
consideram um naturalista.
Nos cerca de vinte anos seguintes, até a morte em 1804, a produção de Kant
foi incessante. O seu edifício da filosofia crítica foi completado com a Crítica da
Razão Prática,
Inscrições ao longo da tumba de Kant, dentre elas (...)"O céu estrelado por
sobre mim e a lei moral dentro de mim" (...)
que lidava com a moralidade de forma similar ao modo como a primeira crítica
lidava com o conhecimento; e a Crítica do Julgamento, que lidava com os vários
usos dos nossos poderes mentais, que não conferem conhecimento factual e nem
nos obrigam a agir: o julgamento estético (do Belo e Sublime) e julgamento
teleológico (Construção de Coisas Como Tendo "Fins"). Como Kant os entendeu, o
julgamento estético e teleológico conectam os nossos julgamentos morais e
empíricos um ao outro, unificando o seu sistema.
Uma das obras, em particular, atinge hoje em dia grande destaque entre os
estudiosos da filosofia moral. A Fundamentação da Metafísica dos Costumes é
considerada por muitos filósofos a mais importante obra já escrita sobre a moral. É
nesta obra que o filósofo delimita as funções da ação moralmente fundamentada e
apresenta conceitos como o "Imperativo categórico" e a "Boa vontade".
Filosofia
em nenhum conceito. Pois, dos vários indivíduos que vão apreciar a obra de
Leonardo da Vinci, encontraremos desde pessoas especializadas em arte até leigos,
como eu ou você, que vão empregar cada qual um conceito, de acordo com a
percepção, após a contemplação da Monalisa. Então isso comprova que não existe
uma definição exata a cerca do belo, mas sim um sentimento que é universal e
necessário.
A Paz Perpetua
Apesar de ter adaptado a idéia de uma filosofia crítica, cujo objectivo primário
era "criticar" as limitações das nossas capacidades intelectuais, Kant foi um dos
grandes construtores de sistemas, levando a cabo a ideia de crítica nos seus
estudos da metafísica, ética e estética.
Uma citação famosa - "o céu estrelado por sobre mim e a lei moral dentro de
mim" - é um resumo dos seus esforços: ele pretendia explicar, numa teoria
sistemática, aquelas duas áreas. Isaac Newton tinha desenvolvido a teoria da física
sob a qual Kant queria edificar a filosofia. Esta teoria envolvia a assunção de forças
naturais de que os homens não se apercebem, mas que são usadas para explicar o
movimento de corpos físicos.
O livro mais lido e mais influente de Kant é a Crítica da Razão Pura (1781).
De acordo com o próprio autor, a obra, também conhecida como "primeira crítica", é
resultado da leitura de Hume e do seu despertar do sono dogmático, a saber: Kant
se perguntou como são possíveis juízos sintéticos a priori? Para responder a essa
pergunta, Kant escreveu esse livro portentoso, de mais de 800 páginas.
Na primeira crítica, Kant vai mostrar que tempo e espaço são formas
fundamentais de percepção (formas da sensibilidade) que existem como
ferramentas da mente, mas que só podem ser usadas na experiência.
Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem
extensão no espaço.[5] A mente humana não pode produzir tal idéia. Nada pode ser
percebido excepto através destas formas, e os limites da física são os limites da
estrutura fundamental da mente. Assim, já vemos que não podemos conhecer fora
do espaço e do tempo.
Mas além das formas da sensibilidade, Kant vai nos dizer que há também o
entendimento, que seria uma faculdade da razão. O entendimento nos fornece as
categorias com as quais podemos operar as sínteses do diverso da experiência.
Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há
uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori -
como causa e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.
crítica de Kant, não nos é possível conhecer a coisa em si, ou aquilo que não está
no campo fenomenológico da experiência.
Até aqui, foi assumido que todo o nosso conhecimento deve conformar-
se aos objectos. Mas todas as nossas tentativas de estender o nosso
conhecimento de objectos pelo estabelecer de qualquer coisa a priori a
seu respeito, por meios de conceitos, acabaram, nesta suposição, por
falhar. Temos pois, por tentativas, que ver se temos ou não mais sucesso
nas tarefas da metafísica, se supusermos que os objectos devem
corresponder ao nosso conhecimento.
Filosofia Moral
Nesta área, Kant é provavelmente mais bem conhecido pela teoria sobre uma
obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais que
temos: o imperativo categórico.
Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de
uma legislação universal.
No plano religioso, em 1792, Kant, ao escrever a obra Der Sieg des guten
Prinzips über das böse und die Gründung eines Reichs Gottes auf Erden (A vitória
do princípio bom sobre o princípio mau e a constituição de um reino de Deus sobre a
terra), afirma ainda cheio de optimismo: “A passagem gradual da fé eclesiástica ao
domínio exclusivo da pura fé religiosa constitui a aproximação do reino de Deus”.[6]
Nessa obra, o "reino de Deus" anunciado nos Evangelhos recebia como que
uma nova definição e uma nova presença: a Revolução podia apressar a passagem
da fé eclesiástica à fé racional; onde chegasse a Revolução a “fé eclesiástica” seria
superada e substituída pela “fé religiosa”, ou seja, pela "mera fé racional."
“Se acontecesse um dia chegar o cristianismo a não ser mais digno de amor,
então o pensamento dominante dos homens deveria tomar a forma de rejeição e de
oposição contra ele; e o anticristo [...] inauguraria o seu regime, mesmo que breve,
(baseado presumivelmente sobre o medo e o egoísmo). Em seguida, porém, visto
que o cristianismo, embora destinado a ser a religião universal, de facto não teria
sido ajudado pelo destino a sê-lo, poderia verificar-se, sob o aspecto moral, o fim
(perverso) de todas as coisas." [7]
1740 - (Kant tem 16 anos) - Neste ano, Frederico II torna-se Rei da Prússia.
Foi um rei que trouxe sinais de tolerância à Prússia, que era uma nação célebre pela
disciplina militar. Trouxe iluministas (Voltaire, o mais famoso) para a corte e
continuou a política de encorajamento à imigração que o pai tinha seguido.
1746 - (Kant tem 22 anos) - Falecimento do pai de Kant. Kant deixou de ter
sustento. Teria de encontrar trabalho como professor particular.
1781 - (Kant tem 57 anos) Kant publica em Maio "Crítica da razão pura". A
reacção é pouco encorajadora. Moses Mendelssohn e Johann Georg Hamann
pronunciam-se com indecisão.
1783 - (Kant tem 59 anos) Kant escreve um artigo intitulado "O que é o
Iluminismo?" para a revista "Berlinischen Monatsschrift", como resposta a uma
discussão na mesma. Um anónimo tinha escrito que a cerimónia do casamento já
não se conformava ao espírito dos tempos do iluminismo. Um pastor perguntou na
resposta, que era então o iluminismo. Kant respondeu com o seu artigo.
1795 - (Kant tem 71 anos) Publicação do tratado "Para a paz eterna", na qual
surge a perspectiva de um cidadão do mundo esclarecido.
Obras
Emmanuel Mounier
Emmanuel Mounier foi uma voz muito activa contra o fascismo e o nazismo,
atribuindo-lhes, além de uma mesma origem, um propósito comum: o fim da
civilização cristã ocidental. Em resultado da sua reflexão filosófica, Mounier
defendeu a ideia de uma nova civilização na qual os cristãos e os não crentes
podessem cooperar.
Gabriel Marcel
Carreira
Obras
Teatrais
Sua obra dramática assume o porte de obra filosófica, pois, segundo ele, “é no
drama que o pensamento filosófico se apreende in concreto.”
Em 1927, funda em Paris o "Jornal Metafísico" onde expõe suas idéias e posições.
Neste jornal Marcel descreve sua trajetória filosófica de 1913 a 1923.
Filosóficas
O Ter e o Ser
O Ser e a Fidelidade
O Ser é disponibilidade
O problema e o mistério
A fé
Não existe o problema de Deus, isso implica tratar Deus como objeto, como
ausente. Não falamos de Deus, mas com Ele. Deus é presença absoluta. Deus só
me pode ser dado como presença absoluta na adoração.
C.S Lewis
Existência de Deus
A idéia de "Deus"
Existem diferentes definições para Deus, o qual tanto pode ser um ser com
poderes sobrenaturais, amado ou temido, quanto representar o princípio criador e
mantenedor de todas as coisas do universo.
Argumento ontológico
• Existe na mente de todo homem a idéia de um ser que não se pode pensar
outro maior;
• Existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na
realidade;
• Se o ser maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse na mente
seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade;
• Logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na
realidade (existência real necessária), logo conclui-se que existe Deus e esse
ser é perfeitíssimo.
Santo Tomás de Aquino, na sua obra Suma Teológica ensina que Deus é o princípio
e o fim de todas as coisas e que, fazendo apenas o uso da luz natural da razão a
partir das coisas criadas, é possível demonstrar a Sua existência, sem ter de
recorrer a nenhum outro argumento de natureza religiosa ou dogmática, para isto
propõe cinco vias de demonstração de natureza exclusivamente filosófico-
metafísica.
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL
WWW.FATBI.COM.BR
FATBI – FACULDADE TEOLÓGICA BEREANA INTERNACIONAL 95
WWW.FATBI.COM.BR
As cinco vias são provas a posteriori, que têm como ponto de partida as
criaturas enquanto entes causados para se atingir como termo de chegada a
necessidade da existência de Deus; são demonstrações metafísicas (causalidade do
ser) e não científico-positivas (causalidade apenas dos fenômenos), mesmo partindo
da experiência sensível e, aplicando o princípio da causalidade, mostram ser
impossível se proceder ao infinito na cadeia de causas.[1]
1a. via - Primeiro Motor Imóvel Nossos sentidos atestam, com toda a
certeza, que neste mundo algumas coisas se movem. Tudo o que se move é movido
por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento
dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há
que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém
foi movido, e um tal ser todos entendem: é Deus.
3a. via - Ser Necessário e Ser Contingente Existem seres que podem ser ou
não ser, chamados de contingentes, isto é cuja existência não é indispensável e que
podem existir e depois deixar de existir. Todos os seres que existem no mundo são
contingentes, isto é, aparecem, duram um tempo e depois desaparecem. Mas, nem
todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, alguma vez
nada teria existido, logo é preciso que haja um Ser Necessário e que fundamente a
existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em
nenhum outro ser.
Do Nada não surge e nem advém o Ser. Como se observa que as coisas
existem, não pode ter havido um momento de Nada Absoluto, pois daí não se
brotaria a existência de algo ou coisa alguma.
4a. via - Ser Perfeito e Causa da Perfeição dos demais Verifica-se que há
graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, o universo está
ontologicamente hierarquizado - seres racionais corpóreos, animais, vegetais e
inanimados) qualquer graduação pressupõe uma parâmetro máximo, logo deve
existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da
Perfeição dos demais seres.
Há uma ordem em todos os seres, o menor vegetal, p. ex. tem órgãos para
cada função ordenados para a preservação da espécie. Esta ordem pressupõe uma
Inteligência ordenadora, pois a ordem não vem do caos e nem do acaso. Da mesma
forma as letras de um livro não são colocadas ao acaso. Logo a ordem existente no
mundo prova a existência de uma Inteligência que ordenou todas as coisas nos
mínimos detalhes. É necessário que exista uma Inteligência Suprema que tenha
ordenado o Universo criado.
O Mal no Mundo
"O mal é ideia do homem, não de Deus. Ele, que deu ao homem o livre-
arbítrio e pôs em marcha o Seu plano para a humanidade, não interfere
continuamente para tirar ao homem o dom da liberdade. Se o inocente e o justo têm
de sofrer a maldade dos maus, a sua recompensa no final será maior, os seus
sofrimentos serão superados com sobra pela felicidade futura"[2].
O mundo exige uma causa de si, que se chama Deus. Não há efeito sem
causa. Todo o ser que começa a existir tem uma causa. O universo tem um grau de
complexidade superior a qualquer obra humana conhecida. Logo não se pode
admitir que tenha aparecido sem que um Ser lhe tenha dado a existência. Assim
como um edifício pressupõe um engenheiro ou um quadro o pintor. Esse Ser chama-
se Deus.[3]
Argumento Psicológico
Logo deve existir um bem cuja posse seja capaz de dar ao homem a felicidade
infinita e eterna que tanto busca.[1]
Argumento Histórico
Não se pode cientificamente provar que Deus não existe. Este argumento é usado
para mostrar que não se consegue provar a inexistência, mas não prova a
existência.
Que Deus saiba quais os atos o homem praticará não implica dizer que Ele
seja a causa destes atos; pelo contrário, é a decisão do homem de praticar o ato que
permite que Deus saiba que ele será praticado. Da mesma forma, quando o serviço
de meteorologia prevê a ocorrência de um tornado amanhã, esta previsão não o
torna a causa do tornado. Ao contrário, aquilo mesmo que fará com que haja a
tempestade amanhã é que proporciona ao meteorologista a base da sua previsão.
1ª. Deus foi criado: Se Deus foi criado, quem teria o criado? O fato de ter sido
criado requisita uma ação criadora, ação esta que requisita uma entidade criadora,
sendo assim existiria uma entidade criadora que teria criado Deus, o que é
impossível, já que as propriedades de Deus o caracterizam como atemporal,
onipresente, onisciente e onipotente, ou seja, não poderia haver outra entidade mais
poderosa que Deus,impossibilitando a sua criação por uma entidade superior, logo
prova-se que Deus não teria sido criado.
2ª. Deus não foi criado: Mesmo utilizando o pressuposto de que algo pode
existir sem ser criado, pode-se supor que, se Deus sempre existiu, então para ser
considerado como uma entidade concreta, ele deveria ter: I- Alguma forma: mutável
ou não. II- Alguma matéria: sólida, líquida, gasosa, ou qualquer outra desconhecida.
III- Ocupar algum lugar no "espaço" ou qualquer outro "lugar" desconhecido não
abstrato.
Se Deus possui alguma matéria e ocupa algum lugar em algum "espaço" não
abstrato, então significa que a "matéria" que o compõe e o "lugar" que ocupa,
também sempre existiram, ou seja a "matéria" e o "lugar" também são Deus.
Supondo que Deus seja onipresente, significa que o "lugar" que ele ocupa é o
conjunto do todo, logo conclui-se que Deus, que também é o "lugar" que ocupa, é
TUDO.
Se Deus não poderia ser onipresente, então não poderia ser onipotente, pois
não PODERIA estar em qualquer lugar. Se Deus não poderia ser onipotente, então
não poderia ser onisciente, pois não PODERIA saber de tudo; logo, é impossível a
existência de uma entidade concreta que tenha as características divinas, sendo
assim Deus não poderia ser concreto e não sendo concreto ele não poderia sempre
existir.
Conclui-se que se Deus não pode ter sido criado e que não poderia existir
desde sempre como um ser concreto, então comprova-se que a tentativa de provar
que Deus existe é impossível, logo prova-se o contrário.
Argumento da imaterialidade
Existem aqueles que crêem que se não conseguimos ver, medir ou testar deus de
nenhuma forma rigorosa com métodos físicos e experimentais, possivelmente ele
não existiria. Qualquer coisa para existir necessitaria ter existência no espaço-
tempo. Até o momento deus não foi medido através de qualquer equipamento
científico desenvolvido pelo homem, da mesma forma que a consciência humana
não foi devidamente localizada no corpo.
Argumento da improbabilidade
Não se tem como provar cientificamente a existência de um ser que, caso exista,
extrapolaria o espaço-tempo perceptível ao homem e aos equipamentos por este
criado. O único meio de pesquisa e estudo das demais dimensões que constituem o
universo só pode se dar através de conceitos de física, de filosofia e de fórmulas
matemáticas, que são todas imateriais. Devido a isto, pela impossibilidade de medir
Deus através de instrumentos científicos, muitos declaram a inexistência de Deus.
Outros argumentos
Posição da Ciência
Estudos apontam que uma larga maioria[16], dos cientistas de elite (entre a
NAS, Academia das Ciências dos EUA, por exemplo) de hoje, não acreditam em
Deus. No entanto, existem cientistas de elite da própria NAS que acreditam em Deus
e são pessoas religiosas como o próprio presidente da NAS, Bruce Alberts observa:
"Existem muitos destacados membros de nossa academia que são pessoas
religiosas, pessoas que acreditam na evolução, entre elas muitos biólogos"[16]. Ao
mesmo tempo, a própria NAS publicou um documento manifestando a opinião de
que A existência ou não de Deus é uma questão para a qual a ciência é neutra [16]
("Whether God exists or not is a question about which science is neutral"). A maior
parte dos cientistas da Pontifícia Academia das Ciências e da qual fazem parte, por
exemplo, dois prêmios Nobel: o físico alemão Klaus von Klitzing e o químico
taiwanês Yuan Tseh-Lee[17] acreditam na existência de Deus e consideram que fé e
ciência podem conviver harmoniosamente.
Bibliografia
AQUINO, Tomás, Santo. Suma teológica. Vol I, questão 2. São Paulo: Edições
Loyola, 2001.
KNOX, Ronald. Deus e eu. Tradução de José Eduardo Vieira Coelho. São Paulo:
Quadrante.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática, 2000, p. 19.