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Reprodução Assexuada:
Reprodução Sexuada
⎯ Ocorre a fecundação, com fusão de gâmetas, geralmente provenientes de dois progenitores
diferentes, e formação de um ovo;
⎯ Os descendentes são únicos, geneticamente diferentes entre si e dos progenitores.
A reprodução é uma característica fundamental dos seres vivos. Permitindo a formação de novos
indivíduos, assegura a perpetuação das espécies e, consequentemente, a continuidade da vida no nosso planeta.
A nível molecular, a reprodução está relacionada com a capacidade do DNA de se duplicar (replicação
semiconservativa do DNA). É através da reprodução que o material genético é transmitido de geração em
geração, umas vezes mantendo as características, outras produzindo algumas alterações.
Para ultrapassar as incertezas do meio e assegurar a produção de novas gerações, a Natureza adotou
estratégias de reprodução, que globalmente se podem agrupar em dois processos básicos: reprodução assexuada
e reprodução sexuada.
Reprodução Assexuada
A reprodução assexuada consiste no processo mais simples de um indivíduo dar origem a outro.
Permite a formação de novos indivíduos a partir de um só progenitor, sem que haja a intervenção de
células sexuais, logo não há encontro de gâmetas nem ocorre fecundação.
Neste tipo de reprodução, os descendentes desenvolvem-se a partir de uma célula ou de um
conjunto de células do progenitor, pelo que todos os indivíduos são geneticamente iguais, só
excecionalmente podem surgir diferenças, quando por acaso ocorre uma alteração genética (mutação).
Assim, a geração seguinte adquire as mesmas características que os seus parentais possuem, uma vez
que recebem cópias iguais do DNA, ou seja, são “clones”. A produção destes indivíduos designa-se por
clonagem.
Pelo facto de os seres resultantes serem geneticamente idênticos, este tipo de reprodução não
contribui para a variabilidade genética das populações, porém assegura o seu rápido crescimento e a
colonização de ambientes favoráveis.
Este processo é mais comum em organismos mais simples, como bactérias, protozoários, fungos,
algas e determinadas plantas e animais. Alguns destes seres vivos podem, também, reproduzir de forma
sexuada. A mitose é o processo de divisão celular que está por trás da reprodução assexuada.
Existem vários processos de reprodução assexuada. Os mais comuns são: bipartição, divisão
múltipla, fragmentação, gemulação, partenogénese, multiplicação vegetativa e esporulação.
Os processos de reprodução assexuada estão associados à divisão celular por mitose uma vez que um
único progenitor dá origem a um conjunto de indivíduos que lhe são geneticamente idênticos - clones.
Estratégias reprodutivas
Bipartição ou cissiparidade
Uma célula ou individuo divide-se em dois, semelhantes, com posterior crescimento até atingir
o tamanho do progenitor. Frequente nos seres unicelulares (exemplo: paramécia, amiba) também pode
ocorrer em seres pluricelulares (ex. planária).
Fragmentação
Novos Indivíduos são formados a partir da regeneração de fragmentos de um Individuo
progenitor. Ocorre em animais pouco diferenciados (exemplo: planária, estrela-do-mar, anémonas) e
em algas (ex. espirogira) e plantas.
espirogira
Multiplicação vegetativa
Certas estruturas vegetais pluricelulares originam, por diferenciação, novas plantas. Os casos
mais comuns ocorrem a partir de folhas, caules aéreos, - estolhos (exemplo: morangueiro) - ou
subterrâneos, - rizomas (exemplo: fetos), tubérculos (exemplo: batateira) e bolbos (exemplo: cebola).
Esporulação
Formação de células reprodutoras especial - os esporos - que, por germinação, originam novos
seres vivos, comum em fungos (ex. bolor do pão), algas e plantas (ex. fetos e musgos).
Partenogénese
Formação de um novo individuo a partir de um óvulo não fecundado. (Gameta feminino) Ocorre
em abelhas, pulgões, e nalguns peixes, anfíbios e répteis.
Clone: Grupo de células geneticamente idênticas e descendentes de uma só célula Inicial. Também
se aplica a uma linhagem de indivíduos geneticamente idênticos.
Técnicas de clonagem
Produção de plantas por cultura in vitro (micropropagação)
⎯ Prática atualmente muito utilizada.
⎯ A partir de um fragmento selecionado produzem-se milhões de plantas geneticamente idênticas.
⎯ O rendimento é muito elevado.
⎯ O produto final é robusto e livre de doenças.
A reprodução sexuada envolve a troca e/ou mistura de material genético entre indivíduos de
uma mesma espécie, geralmente por meio da união de gametas, dando origem a indivíduos
semelhantes aos pais. Algumas espécies podem realizar tal modalidade e, também, a reprodução
assexuada.
A conjugação é um tipo de reprodução que não está relacionada à presença de gametas, mas
que, no entanto, envolve a troca de material genético dos núcleos de alguns organismos unicelulares e
algas filamentosas. O resultado são organismos com uma nova configuração genética.
Nos animais, geralmente machos liberam espermatozoides, e fêmeas, óvulos. No caso das
plantas, há variações. Nas briófitas e pteridófitas temos os anterozoides, que são as células sexuais
masculinas, e a oosfera, a feminina; nas gimnospermas e angiospermas, temos os grãos de pólen e o
óvulo.
No entanto, um único indivíduo pode produzir os dois gametas, sendo assim chamado de
hermafrodita. Ele pode se autofecundar ou trocar gametas com outros indivíduos de sua espécie.
Neste último caso, falamos em fecundação cruzada.
Nos animais, a fecundação pode ser externa ou interna (ou seja: no interior do indivíduo que
possui óvulos). O zigoto pode se desenvolver no interior de ovos lançados no ambiente; em ovos que
ficam no organismo parental até sua eclosão; ou internamente, mas sem a presença do ovo. Falamos,
respetivamente, em oviparidade, ovoviparidade e viviparidade.
A reprodução sexuada é um dos fatores responsáveis pela variabilidade genética entre
indivíduos de uma mesma população, propiciando uma melhor resistência a alterações ambientais já
que, neste caso, dentre um mesmo grupo, alguns podem se apresentar suscetíveis e outros não;
fazendo com que a probabilidade de se ter sobreviventes seja bem maior e as chances de extinção,
menores.
Fecundação
⎯ Duplicação cromossómica
⎯ Fusão (cariogamia) de duas células sexuais (gâmetas) resultando o ovo ou zigoto, portador da
soma dos ou cromossomas transportados pelos gâmetas - duplicação cromossómica.
⎯ Células diploides (2n) - possuem núcleos com pares de cromossomas homólogos, tendo cada par
forma e estrutura idênticas e genes com informação para as mesmas características.
⎯ O número de cromossomas de cada espécie permanece constante ao longo das gerações devido à
meiose.
Meiose
⎯ Redução cromossómica
⎯ Assegura a redução do número de cromossomas para metade -redução cromossómica-
passando de 2n (diploidia para n (haploidia).
⎯ Células haploides (n) - possuem núcleos com um cromossoma de cada par de homólogos.
⎯ Envolve duas divisões sucessivas - divisão I e divisão II - em que são produzidos quatro núcleos
haploides a partir de um diploide.
Fases da Meiose
Interfase
⎯ A célula diploide replica o seu DNA
⎯ Período que decorre entre o fim de uma divisão celular e o início da
divisão seguinte
⎯ Os cromossomas encontram se distendidos
⎯ Possui 3 fases ou intervalos:
A) Fase G1: biossíntese de RNA, proteínas, organelos, crescimento
celular cromossomas com 1 cromatídio;
B) Fase S: replicação do DNA (cromossomas com 2 cromatídios) Duplicação dos centríolos (células
animais);
C) Fase G2: síntese de biomoléculas (proteínas)
Metáfase I
⎯ Disposição aleatória dos cromossomas homólogos de cada
bivalente na placa equatorial.
⎯ Localização dos pontos de quiasma no plano equatorial.
⎯ Bivalentes ligados aos microtúbulos do fuso acromático.
Anáfase I
⎯ Separação aleatória dos cromossomas homólogos (redução
cromossómica).
⎯ Cada cromossoma, formado por dois cromatídeos, migra para um
dos polos da célula.
Telófase I
⎯ Descondensação dos cromossomas e reconstituição dos núcleos.
⎯ Cada núcleo com metade do número de cromossomas do núcleo
diploide inicial.
⎯ Da divisão I resultam dois núcleos haploides, tendo cada
cromossoma dois cromatídios.
Metáfase II
⎯ Disposição dos cromossomas na zona equatorial.
⎯ Localização dos centrómeros no plano equatorial.
Anáfase II
⎯ Rompimento dos centrómeros e separação dos cromatídios.
⎯ Ascensão polar dos cromossomas-filhos.
Telófase II
⎯ Dissolução do fuso acromático.
⎯ Reorganização de cada núcleo-filho.
⎯ Descondensação dos cromossomas.
⎯ Da divisão II resultam quatro núcleos haploides, cada um
com um cromossoma cada par de homólogos.
Mutações
⎯ Alteração brusca do DNA. Pode ser cromossómica, quando afeta o número ou estrutura dos
cromossomas, ou génica, quando modifica os genes.
⎯ As mutações são raras e raramente são hereditárias.
⎯ Os efeitos são desde inconsequentes a fatais
⎯ As mutações são fonte primária de informação genética e, por vezes, a chave do sucesso
evolutivo dos seres vivos.
⎯ Numéricas
a) Não disjunção dos cromossomas homólogos. b) Não disjunção dos cromatídios irmãos.
⎯ Estruturais
Perda de um segmento
⎯ Frequente no crossing-over
⎯ Alteração do nº ou arranjo dos genes.
⎯ Ocorre por: Repetição de um segmento
Transferência de um
segmento para
cromossoma não
⎯ Cromossómicas homólogo
Combinações genéticas
1. Hermafroditismo suficiente
É de particular importância nos organismos isolados.
Ténia: Em cada segmento existem testículos e ovários. Animal
parasita. No estado adulto vive, em regra, um só indivíduo, no
intestino delgado do hospedeiro, que pode ser o Homem.
2. Hermafroditismo insuficiente
Permite maior variabilidade genética.
Caracóis – Apesar de cada um dos indivíduos possuir simultaneamente testículos e
ovários, na época de acasalamento dois indivíduos trocam espermatozoides entre si,
sendo cada um dos indivíduos fecundado pelo outro. Passado algum tempo, cada um
deles põe cerca de 40 ovos, que deposita num buraco escavado no solo.
3. Unissexualismo
a. Com fecundação externa
A fecundação externa ocorre em meio líquido, sendo frequente na maioria das espécies aquáticas ou em
espécies em que a fecundação depende da presença de água.
Machos e fêmeas lançam os gâmetas para o meio aquático, onde os óvulos são fecundados
pelos espermatozoides. O sincronismo na libertação de óvulos e de espermatozoides, bem
como a produção de grande quantidade de gâmetas, contribuem para a eficácia da
fecundação externa. Que é possível porque a água protege o ovo ou zigoto da desidratação.
Muitas vezes o embrião é uma larva capaz de nadar e captar o seu próprio alimento.
Rã: o macho abraça a fêmea, ajudando a libertação dos óvulos, que são fecundados na água
pelos espermatozoides libertados pelo macho.
Parada Nupcial
A Parada nupcial é um ritual efetuado por animais, como os insetos, para se identificarem com
outros da mesma espécie. A parada pode ser odorífera, visual ou auditiva. Após se realizar a parada e
os animais se identificarem da mesma espécie acontece o acasalamento. O comportamento animal na
época da reprodução (reconhecido por indivíduos da mesma espécie) permite que o processo
reprodutivo seja mais eficaz.
Antera --- sacos polinicos--- grãos de pólen Carpelos --- ovários --- Óvulos
Diversidade de estratégias
Encontro de gâmetas
Os gâmetas são produzidos em estruturas especializadas -os gametånglos, nas plantas, e as gónadas,
nos animais.
Os seres vivos com reprodução sexuada desenvolvem estratégias facilitadoras do encontro de gâmetas
masculinos e femininos da mesma espécie de modo a ocorrer a fecundação.
Nos seres hermafroditas suficientes ocorre autofecundação e nos restantes organismos ocorre
fecundação cruzada. Esta pode ser externa (por norma, no melo aquático) ou interna (por norma, no
melo terrestre).