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António Quintas-Mendes
Lina Morgado
José Mota
O “Blended Learning” (por vezes também designado por ensino misto ou ensino
combinado) envolve a combinação de formas de educação presencial com formas de
educação online (Graham, 2005).
Têm-se observado nos últimos anos aumentos significativos nestas fórmulas mistas de
ensino que procuram tomar partido das tecnologias em prol de melhorias na aprendizagem
ou da optimização de custos-eficiência dos sistemas de ensino. A razão de base que está
na emergência do ensino misto é sem dúvida a ideia de que tal forma de ensino pode
recolher, em simultâneo, e de uma forma eclética, as vantagens da interacção face-a-face
e as vantagens da educação mediatizada, nomeadamente da comunicação mediada por
computador.
São em geral apontados como pontos fracos da comunicação mediada por computador a
limitada interacção humana por ausência de contacto social e as limitações em
determinados domínios do saber que exigiriam a visualização de processos, o contacto
físico ou a manipulação directa de elementos do real. Por outro lado, é comummente
aceite como grande vantagem da comunicação mediada por computador o facto de
possibilitar o acesso à formação a populações geograficamente dispersas, bem como a
flexibilidade temporal permitida a grupos e indivíduos que, sem esta flexibilidade temporal,
dificilmente poderiam comprometer-se em processos de aprendizagem demasiado rígidos
para serem compatíveis com horários de trabalho, horários familiares, etc.
O primeiro tipo de desvantagens tem sido largamente desmentido quer pela prática quer
pela investigação empírica: a comunicação mediada por computador apresenta uma
coloração sócio-emocional muito forte, em muitos aspectos não inferior à comunicação
face-a-face, e deve ser hoje concebida mais como uma comunicação entre humanos,
mediada por computador, do que como uma comunicação humano-máquina (Quintas-
Mendes; Morgado; Amante, 2008). As comunidades online de aprendizagem, energizadas
pelos benefícios da comunicação em rede e alimentadas por princípios de aprendizagem
colaborativa, são beneficiárias dos fortes componentes sócio-afectivos, cognitivos e
motivacionais da Web, sendo hoje pouco razoável criar resistências ao elearning em
função de uma suposta pobreza relacional dos cursos online. Por outro lado, as
dificuldades em promover à distância a aquisição de determinadas competências em
domínios que exigem normalmente um contacto físico real, ou com pessoas ou com
instrumentação e procedimentos, tem gerado inovações muito importantes no domínio das
Simulações, dos Laboratórios Virtuais e dos Laboratórios de Controle Remoto, que são de
todo o interesse para a Educação Online (Nickerson et al., 2007).
Estamos, é certo, ainda nos primórdios da criação de uma pedagogia online e muito
haverá ainda para experimentar, reflectir, teorizar e avaliar. Contudo, assiste-se
actualmente a uma grande vitalidade do pensamento pedagógico no que se refere à
educação online (Morgado, 2005).
- por último, os cursos totalmente online em que para além dos materiais e conteúdos
online, as actividades, a interacção e a tutoria, decorrem também, na sua totalidade,
online. Neste modelo evidencia-se já a construção de uma comunidade de aprendizagem,
perceptível em propostas de actividades e trabalhos colaborativos, na promoção de
debates, nas formas de acesso, circulação e produção da informação e na própria “fluidez”
dos conteúdos que dependem em boa parte da dinâmica e do evoluir da actividade do
grupo.
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Por seu turno, Carol Twigg (2003) propôs-se diferenciar 5 tipos diferentes de virtualização
que caracterizaremos em seguida.
1. O Modelo do “Suplemento”.
2. O Modelo de “Substituição”
3. O Modelo do “Emporium”.
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apresentam conteúdos com ligações a uma variedade de ferramentas adicionais de
aprendizagem: lições em “streaming vídeo”, palestras, notas e exercícios. A navegação é
interactiva, os alunos podem optar por ver as explicações e exemplos ao longo do seu
percurso de aprendizagem. Existem questões a que o estudante tem de responder
regularmente; para isso são constituídas grandes bases de dados de perguntas e
respostas que são automaticamente categorizadas e classificadas.
O modelo totalmente online elimina todas ou quase todas as aulas presenciais e desloca
todas as experiências de aprendizagem para o ambiente online, usando recursos da Web
e recursos multimédia, software comercial ou open source para sustentar a aprendizagem
dos estudantes. Tipicamente são utilizadas Plataformas de E-Learning e ferramentas Web
2.0, e são constituídas turmas virtuais que funcionam Segundo modalidades de
aprendizagem colaborativa e/ou de auto-aprendizagem. Este é um modelo que exige
quase sempre dos professores uma dedicação a tempo integral.
5. O Modelo do “Buffet”.
Neste modelo oferecem-se aos alunos uma variedade de percursos individualizados para
atingir os mesmos objectivos de aprendizagem.
Referências:
Graham, C. R. (2005). Blended learning systems: Definition, current trends, and future
directions. In C. J. Bonk & C. R. Graham (Eds.). Handbook of blended learning: Global
perspectives, local designs. San Francisco, CA: Pfeiffer Publishing.
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Nickerson, J.V; Corter; Esche; Chassapis (2007). A model for evaluating the effectiveness
of remote eengineering laboratories and simulations in education.Computers & Education,
Volume 49 , Issue 3, 708-725.
Twigg, C. A. (2003). Improving Learning and Reducing Costs: New Models for Online
Learning. EDUCAUSE Review, Vol. 38, N5, p. 28-38 Sep-Oct.