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E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.

ISBN: 978-989-20-2329-8

MATERIAL INSTRUCIONAL PARA TV DIGITAL

Vânia Cristina Pires Nogueira Valente1

Resumo
A TV Digital chegou ao Brasil em dezembro de 2007 com excelentes
possibilidades para ampliar os recursos didáticos da televisão. A TV Digital
interativa (TVDi), ainda em fase de implantação, enriquecerá as aplicações
educacionais da TV.
A implantação da TV Digital com todos os seus recursos de interatividade
demandará um volume crescente e cada vez mais diversificado de materiais
educativos audiovisuais. O conhecimento da tecnologia disponível é a primeira
etapa em que muitos educadores terão que ser iniciados, para poderem
assimilar esta nova forma de ensino.

Palavras-chave: Design instrucional, TV Digital, Infográfico

Abstract
Digital TV arrived in Brazil in December 2007 with excellent opportunities to
expand the educational resources of television. The interactive TV (iTV), still
under implementation, will enrich the educational applications of television.
The deployment of Digital TV with all its interactivity will require a growing and
increasingly diverse audiovisual educational materials. The knowledge of
available technology is the first step in what many educators have to be started,
in order to assimilate this new form of teaching.

Key words: Instructional Design, Digital TV, Infographic

1
Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em TV Digital – Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho – São Paulo - Brasil - vania@faac.unesp.br
1 Introdução
De acordo com [10], o Brasil apresenta um déficit na área de educação que
deve ser trabalhado a fim de melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. A
população apresenta escolaridade média de três anos e índices de
analfabetismo que chegam a 15% da população em algumas regiões.
A proporção continental deste país e as diferenças sociais acentuam as
dificuldades na área da Educação. A televisão, por abranger 94,5% dos
domicílios brasileiros [9], gera possibilidades significativas para disseminar o
conhecimento.
A aceitação massiva da televisão pelo público faz com que suas
mensagens difundidas, de forma aberta ou paga, consigam bons resultados em
termos de curiosidade, atração, informação e possibilidades de ensino e
aprendizagem entre as pessoas em formação.
Desde as primeiras transmissões televisivas no Brasil, no início da década
de 50, a TV tem se mostrado uma grande aliada na distribuição de conteúdo
educacional à população.
Campanhas educacionais via TV são produzidas de forma a cativar o
público, utilizam mensagens multimidiáticas atrativas e transmitem seu
conteúdo com linguagem simples e elucidativa.
Programas educativos podem ser elaborados sem o formato de tele-aula,
ou seja, o contexto pode ser inserido em uma situação cotidiana ou
dramatização, com isto o público se envolve com o assunto e a assimilação
acontece naturalmente.
A TV Digital chegou ao Brasil em dezembro de 2007 com excelentes
possibilidades para ampliar os recursos didáticos da televisão. A TV Digital
interativa (TVDi), ainda em fase de implantação, enriquecerá as aplicações
educacionais da TV.

2 Interatividade na TV Digital
Em breve, as programações serão produzidas com elementos de
interatividade, onde, por exemplo, ao assistir uma aula pela TV, se um assunto
específico causar dúvidas ou chamar a atenção o telespectador poderá obter
mais informações acessando ligações com outras aulas ou textos
complementares àquele objeto.

2
Os recursos de interatividade da TVDi podem ser: “local” ou “remoto”.
A interatividade local acontece quando todas as opções são enviadas ao
aparelho receptor, porém o telespectador só vê aquele que ele escolhe via
controle remoto. Por exemplo, um programa de previsão de tempo pode
oferecer, através de um menu, o prognóstico do tempo para várias cidades, as
informações sobre todas elas chegarão ao receptor, porém só serão
apresentados os dados da cidade escolhida.
A interatividade remota exige um canal de retorno pelo qual as solicitações
do receptor cheguem ao emissor. Espera-se que esta ligação na TV Digital, em
um futuro próximo, seja permanente, rápida e com custo acessível, como em
conexões de Internet.
A possibilidade de transmitir, junto com a programação regular, um pacote
de conteúdo alternativo com algumas opções de escolha é de grande valia,
pois, de acordo com o interesse ou estágio do público, o assunto pode ser
aprofundado ou dirigido a assuntos relacionados.
A interatividade aumenta o rol de conteúdos oferecidos, com a inclusão de
softwares, ou aplicações, na transmissão da TV. Aplicações com suporte a
multidispositivos permitem uma adequação do conteúdo interatividade e traz
elementos novos aos formatos da televisão, com programas totalmente novos
e interativos a diferentes usuários em diferentes contextos, o que é impossível
na TV analógica. [2]

3 Material Instrucional para TV Digital interativa


A televisão, por oferecer programações simultâneas, é um meio de
comunicação no qual o receptor pode facilmente interromper o acesso a um
canal ao se desinteressar e procurar outro conteúdo.
Considerando as campanhas educativas para a população como um todo,
por exemplo, as campanhas de educação para a saúde e cidadania, é
fundamental que o maior número de pessoas receba as informações
propostas.
Três fatores principais implicam no aumento da eficiência destas
campanhas:
Tempo de transmissão pequeno;
Código visual simples;
Composto por informações relevantes.

3
Na elaboração de uma campanha, para satisfazer as condições elencadas,
são primordiais diretrizes como: conhecer o público alvo e saber a
importância e o potencial da imagem.

3.1 Público alvo


Planejar material didático demanda conhecer o público alvo. Este
conhecimento é fundamental para promover uma aprendizagem significativa e
frutífera.
De acordo com Ausubel, a aprendizagem significativa acontece quando o
aprendiz trabalha com material potencialmente significativo para ele, o qual, ao
ser manipulado, pode ser relacionado com sua estrutura cognitiva. Sendo
assim, a aprendizagem é facilitada na medida em que esta se apóia no que o
aluno já sabe.

Se eu tivesse que reduzir toda psicologia educacional a um único


princípio diria isto: o fator isolado mais importante que influencia a
aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que
ele sabe e baseie nisso os seus ensinamentos.[1]

Ausubel denomina subsunçores os “ganchos” cognitivos nos quais os


aprendizes ancoram as novas informações. Quando o receptor não dispõe de
subsunçores em determinado assunto, os educadores podem recorrer aos
organizadores prévios, ou seja, fornecer aos estudantes antecipações do
assunto que farão o papel de ponte entre as novas idéias e o conhecimento já
solidificado.
Bruner também sugere a exploração do conteúdo educacional mais de uma
vez. Em sua teoria recomenda a aplicação do currículo em espiral, ou seja,
percorrê-lo de modo a permitir que o aluno veja o mesmo tópico em diferentes
níveis de profundidade. Sendo assim, a partir dos conhecimentos prévios do
público-alvo, define-se o conteúdo a ser abordado e planeja-se sua
contextualização.
Contextualizar o conteúdo significa transmiti-lo de forma amigável,
considerando para isto referências do seu cotidiano ou repertório. Recursos da
dramaturgia podem ser empregados para transmitir conteúdos educativos sem
que o telespectador perceba que está aprendendo.

4
3.2 A imagem na transmissão de informação
Na produção de material educacional, as imagens são elementos que
potencializam a compreensão da teoria ou de uma prática. A aprendizagem
pode ser facilitada estimulando a memória imagética.
As imagens e animações promovem informações visuais com alto poder
elucidativo, oferecendo assim contribuições valiosas para a aprendizagem.
Desde os tempos mais remotos o homem se comunica através da arte
pictórica, durante a Idade da Pedra na África, Ásia e Europa, representações
realísticas de animais com associações religiosas foram realizadas em pinturas
em rochas no interior de cavernas como as de Altamira na Espanha e Lascaux
na França.
Mesmo tendo início na Pré-História, a linguagem visual sempre foi utilizada
e cada civilização contribuiu com novas formas e materiais empregados nas
artes gráficas.
A egípcia, por exemplo, onde a arte tinha funções mágicas, participou da
primeira revolução nas comunicações humanas, quando desenvolveram
sistemas de escrita.
No século XV, Leonardo Da Vinci traçou gráficos explicativos de seus
inventos e estudos a respeito da natureza humana, a Figura 1 é um dos seus
esboços.

Figura 1 - Desenho de Máquinas - Leonardo Da Vinci (século XV)

5
Atualmente, imagens cada vez mais são elaboradas na forma de gráficos
ou esquemas com a finalidade de transmitir grande quantidade de informação
por meio de elementos visuais simples que exigem pouco tempo de
visualização. Estas imagens informativas são chamadas de infográficos.

3.3 Infográficos
Os infográficos podem conter ilustrações estáticas ou animadas, textos,
mapas, tabelas, gráficos, etc. e são utilizados para demonstrar simulações ou
ilustrar processos complexos. A Figura 2 é um exemplo de um infográfico com
a origem dos imigrantes nos Estados Unidos da América.

Figura 2 – Origem dos imigrantes nos EUA2

De acordo com [13], "a excelência gráfica é a que dá ao telespectador o


maior número de idéias no menor tempo com o mínimo de tinta no menor
lugar".

Os infográficos podem ser do tipo expositivo ou interativo:


Expositivos
Elaborados com imagens estáticas ou animações, porém são
simplesmente exibidos sem permitir que o receptor altere sua imagem
ou seqüência de apresentação.

2
Fonte: Departament of Homeland Security, 05/05/2009
http://www.good.is/post/transparency-who-is-coming-to-america

6
Interativos
Permitem a exploração do usuário, são infográficos complexos com
várias etapas de exibição ou elementos visuais que aparecem de acordo
com a escolha do receptor. Estes tipos de infográficos podem ser ainda:
o Lineares – Mesmo com interação, sua navegação é seqüencial;
o Multimídias – Permitem um navegação multilinear;
o Sobre Base de Dados – São elaborado de modo a permitir a
visualização dinâmica de dados.

A Figura 3 ilustra um infográfico interativo da revista Veja editada no Brasil,


acessado na Internet em setembro de 2010 cujo objetivo é fazer um retrato da
imigração no mundo.

Figura 3 – Países que abrigam imigrantes3

A interatividade nesta imagem consiste em passar o mouse sobre a


legenda com o número de imigrantes, conforme o mouse fica em uma faixa os
países que receberam aquele numero de estrangeiros ficam coloridos no
mapa. A Figura 4 ilustra o que acontece com a imagem quando o mouse está
sobre a faixa de países que abrigam de 500.000 a 1 milhão de imigrantes.

3
Fonte: http://veja.abril.com.br/infograficos/imigracao

7
Figura 4 – Países que abrigam de 500.000 a 1 milhão de imigrantes4

A Figura 5 ilustra o que acontece com a imagem quando o mouse está


sobre a faixa de países que abrigam de 5 a 20 milhões de imigrantes.

Figura 5 – Países que abrigam de 5 a 20 milhões de imigrantes5

A Figura 6 é um infográfico, também veiculado no site da revista Veja,


sobre a estratégia de resgate dos 33 mineiros soterrados no Chile em agosto
de 2010. É um exemplo de infográfico interativo linear, no qual o receptor pode
verificar como serão as etapas da operação de resgate, uma a uma.

4
Fonte: http://veja.abril.com.br/infograficos/imigracao
5
Fonte: http://veja.abril.com.br/infograficos/imigracao

8
Figura 6 – O resgate dos mineiros no Chile6

O desenvolvimento de um infográfico implica em cinco etapas, são elas:


Definição do Foco;
Identificação do Público alvo;
Coleta de Informações;
Priorização dos elementos de informação e
Representação visual.

Definir o foco significa identificar o assunto do infográfico. Para isto


precisam ser selecionadas as características marcantes do objeto de
informação e o local de seu acontecimento (quando houver).
Conhecer o público alvo implica em saber: quem são, quais são as suas
potencialidades e suas necessidades. Fatores como faixa-etária, escolaridade
e classe-social fornecem diretrizes de quais são as potencialidades e restrições
deste público. Também são relevantes informações como quais recursos
tecnológicos estas pessoas possuem e qual é a sua capacidade de pró-
atividade. Estes dados oferecem ao desenhista instrucional do infográfico
idéias de quais podem ser os conhecimentos prévios deste público. Em função
do público alvo são definidas as linguagens textuais e visuais, por exemplo, se
o publico for jovem a linguagem pode ser informal e as imagens podem ser
coloridas e descontraídas.

6
Fonte: http://veja.abril.com.br/infograficos/drama-mineiros-chilenos

9
Na etapa de coleta de informação, uma pesquisa sobre o assunto deve
fornecer o máximo de informações para que estas possam ser cruzadas e
verificadas sua veracidade.
De posse das informações, o próximo passo é a priorização da informação,
ou seja, restringir o conteúdo de informação aos elementos fundamentais e
organizar as informações para o usuário. Em um infográfico, a partir de um
elemento visualizado, os outros devem se tornar acessíveis.
Finalmente, a elaboração da representação visual implica nas seguintes
tarefas:
Definir a forma de sua apresentação;
Restringir ao máximo a quantidade de elementos visuais;
Não empregar imagens que permitam interpretações dúbias;
Não reforçar informações, como explicar uma imagem com texto, sua
leitura implicará em mais tempo e não agregará mais informações.

Enquanto os recursos de interatividade não são totalmente implantados na


TV brasileira, os Infográficos veiculados neste meio são apenas expositivos, ou
seja apresentados de forma seqüencial e sem intervenção do telespectador. No
entanto, sua aplicação está cada vez mais presente em telejornais e
campanhas educativas.

4 Considerações finais
A implantação da TV Digital interativa no Brasil tornarão viáveis aplicações
educacionais ricas em possibilidades de participação do telespectador, porém,
toda abertura para interação deverá ser prevista e programada.
A produção de conteúdo educacional para TVDi envolve uma equipe de
especialistas em diversas áreas, como educadores, designers instrucionais,
roteiristas, designer gráficos e profissionais de Tecnologia de Informação.
A implantação da TV Digital com todos os seus recursos de interatividade
demandará um volume crescente e cada vez mais diversificado de materiais
educativos audiovisuais. O conhecimento da tecnologia disponível é a primeira
etapa em que muitos educadores terão que ser iniciados, para poderem
assimilar esta nova forma de Pedagogia.

10
5 Referências Bibliográficas
[1] AUSUBEL, D. P., NOVAK, J. D., HANESIAN, H. Psicologia educacional.
Interamericana, Rio de Janeiro, 1980.

[2] BECKER, V. Convergência tecnológica e a interatividade na televisão. In


Comunicação & Sociedade / Programa de Pós-Graduação em
Comunicação Social; Universidade Metodista de São Paulo. Ano 29, n.
48. ISSN 0101-2657. São Bernardo do Campo, 2007. pp 63-82.

[3] BRUNER, J. S. Uma nova Teoria da Aprendizagem. Ed. Bloch, Rio de


Janeiro, 1976.

[4] FILATRO, A. Design Instrucional Contextualizado. 2004.

[5] GANGWER, T. P. Visual Impact, Visual Teaching: Using Images to


Strengthen Learning. Publisher Corwin Press, 2005. Editora SENAC

[6] HOLSANOVA, J. , HOLMBERG, N., HOLMQVIST, K. (2006). Tracing


Integration of Text and Pictures in Newspaper Reading.Lund University
Cognitive Studies 125. Lund university. Sweden.

[7] MONTEZ, Carlos; BECKER, Valdecir. TV digital interativa: conceitos,


desafios e perspectivas para o Brasil. Florianópolis: EdUFSC, 2005. 2.
ed. rev. e ampl. 201 p.

[8] NOVAK, J.D. Uma teoria da educação. São Paulo: Ed. Pioneira, 1981.

[9] PNAD. Disponível em:


<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento
/pnad2007/graficos_pdf.pdf>. Acesso em: 10/09/2010

[10] SANTOS, D. T. Estudo de aplicativos de TVDi para educação a


distância. Unicamp - Campinas, SP, 2007.

11
[11] SANTOS, E. T. e RODRIGUES, M. Educação à Distância - Conceitos,
Tecnologias, Constatações, Presunções e Recomendações. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, 1999

[12] SILVA, M. G. M; SADZEVICIUS, J. E. S.; MATEUS, N. S. 2008.


Interactive digital TV in education: A case study about the use of games
in education. Revista Avances en Sistemas e Informática. Vol. 5 No. 3,
Medellín.

[13] TUFTE, E. The Visual display of quantitative Information. Second Edition.


Graphicas Press LLC. Cheshire, Connecticut, USA. 2007

[14] VALE, J. M. Educação e Comunicação: os recursos tecnológicos e as


possibilidades didático-pedagógicas. O Espaço do Geógrafo. Bauru, SP,
A..G. B., n.º 9, 1º trimestre 1997.

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