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Prosopoemas ou
Poesia sem Vate
Proêmio
Embriago-me
No meu pranto.
São lágrimas
De desencanto,
Destiladas
No meu peito,
Por um amor
Desfeito.
Naufrago-me
Em ondas de amor.
Amor é altaneiro.
Não sou desairoso,
Mas aventureiro.
Sou amoroso,
Porém sozinho.
Sou louco
Sem um caminho,
Tampouco
Sem paradeiro.
Diálogo!
Minha fala:
— Eu te tenho e te amo!
Amo-te com teu amor.
Teus sonhos, sonho eu.
Do teu brio eu sou ardor.
E na tua vida, vivo eu.
Tua fala:
— Você é meu! Eu o amo!
Você em mim tem a você.
Eu em você tenho a mim.
Nosso amor é assim:
Você em mim e eu em você!
Ad Infinitum…
Chegou o meio-dia!
A minha sombra é um nada.
Com o sol ao zênite me ajustei.
Estou em simetria figurada.
Sou o sol, como espírito: sou rei.
Ofusca a sombra, o espírito,
Porém a tarde vem e… À noite.
Na obscuridade tudo é restrito.
Todavia, com a alva eu sou afoite.
Assim, o espírito volta a refulgir.
Outra vez surge a rebeldia!
Exulto-me de paz e volto a sorrir!
Apesar de vir outro meio-dia,
Sempre acordo para novo dia!
Amo, logo existo.
Ontem, por ti amar, eu era eu.
Hoje, sem teu amor, não mais sou eu.
Amanhã será que eu ainda serei eu?
Tu disseste: Sabes, o eu é um além,
Ele nunca pode existir em alguém,
Porque é a forma das convenções!
Tá, o eu não existe; o nada, antes!
Por quem anelam, então, os amantes,
Quando procuram pelas suas paixões?
Sabes, o “eu” não é só opiniões,
Ele perfaz os sentimentos constantes;
É um contínuo fluir de emoções.
Assim, amas a mim como a ti amo eu.
Então verás que eu, deveras, sou eu!
O azul e a Procura
A Dança Existencial
A Decisão
Brasílico!
Quando aconteceu!
Libido
Volúpia, sensualidade e desejo:
Léxis que da libido são a razão.
O mundo como fenômeno natural
É o próprio desejo de ser do homem.
Pode o mundo derivar de um desejo,
Mas quem deseja o devir do homem?
Os deuses? As deusas? Ou Deus?
Ser homem é esperar por outro homem:
O filho. Este é o seu elementar desejo.
Homem: cópula; gozo e afã. Volúpia!
Mulher: gravidez; espera e luz. Ensejo!
Ensejo na espera é sensual, é o sim.
Sim para o mundo; o sim da paixão!
Volúpia, sensualidade e desejo:
Léxis que do mundo são a pulsão!
São Eles!
Aquela Rua
Todos naquela rua eram
Cativantes.
Rua, de algumas quadras.
Mas tinha cada habitante!
Discreto e azucrinante.
Adúltero e traído.
Egoísta e altruísta.
Feministas e machista
Mendicante e socialite.
Sincero e hipócrita.
Autêntico e falso.
Padre e pecador.
Pastor e desviado.
Devoto e filósofo.
Poeta e atilado.
Psicólogo e astrólogo.
Tinha gay e enrustido
Policial e bandido
Machão e efeminado.
Prostituta e donzela.
Burguês e coitado
Pródigo e avarento.
Fofoqueiro e calado.
Cheiroso e fedorento.
Tolo, teísta e ateu.
Tinha até sem tento.
E, é claro, tinha eu!
O Mestre Mundo
Esperança
Os Belicosos
Réquiem para Nietzsche.
Assim falou zangada a razão:
Filhos meus, a piedade é causa de pavor.
Além de perigosos, os piedosos são
astutos.
Não semeiam, mas, ávidos, querem
frutos.
Eles dizem: Vai com Deus! Vai em paz!
Qual deus e qual paz citam, por favor?
A piedade é carência de espiritualidade.
As nações piedosas espalham fatalidade.
Fomentam a guerra rezando com fervor.
Têm bilhões em armas e disseminam o
terror.
Olvidam os famintos e cruéis prezam a
dor.
Crucifixo e terço na mão — a
mortalidade.
Bíblia e hinário, irmão — a rapacidade.
Mantra e incenso, então — a
imparcialidade.
Tudo isso não é produto da piedade?
Assim falou zangada a razão…
Ladyzinha
Viva o presente!
Palavras profundas.
O absoluto apenas é.
O presente está aí,
No cerne das coisas,
Mas não é.
Advém.
O presente é fugaz!
É deslizante e
Inconcebível
Como referência,
Porém.
O presente é cardeal
Entre Leste e Oeste;
Norte e Sul;
Zênite e Nadir.
Em todos os lugares,
Dele está o centro;
E a periferia no
Devenir.
.
Guerra e Paz
Agrupamento:
Um só,
Mais outros!
Ideologia:
Um pensamento,
Mais opiniões!
A nação:
Eu, você e um irmão,
Mais outros irmãos…
O mundo:
Uma nação,
Mais outras nações…
Conflito internacional:
Nações em guerra…
Acordo mundial:
Paz entre as nações e
Amor nos corações!
Agrupamento:
Um só,
Mais outros…!
A Paz do Futuro
Um empréstimo? Claro…
Muito bem, saldo você tem?
Mas eu quero é emprestar
E não lhe emprestar.
Mas se saldo não tem,
Empréstimo não terá!
Mas que exigente!
Que mais devo ter?
Bens para hipotecar!
Meus bens, seu gerente?
Então, tá: pode sonhar!
Reencarnação…
O vendaval varre forte
E as flores caem à sorte,
Como a vida no abissal.
Sem a luz, a cor ou matiz,
Mas parece bem e feliz
Nessa escuridão colossal.
No orbe do luzeiro caudal
As flores murchas que caem
Transformam-se em tremedal.
Ali farão surgir à vida
Outra espécie de vegetal
Com suas flores coloridas
Para de novo serem varridas
Nos ventos do vendaval.
Todas as vidas foram assim:
Transformaram-se nessas idas,
Como o vapor em temporal!
Mas a vida é a causa da vida
Logo virão mais outras…
Enfim, novas vidas é tão natural!
Sono de Assassino…